QUATRO MESES DEPOIS.

FLASHBACK ON.

Coloquei os óculos de sol enquanto bocejava, eu havia passado boas horas deitada na espreguiçadeira em frente a piscina e ora e outra alguém aparecia para me fazer companhia ou para oferecer algo.

- A madame passará o dia aqui? – perguntou-me Edward enquanto corria na minha direção. Ri.

- Acho que sim, por quê?

- Por nada, por nada. Fui a aula hoje. – disse ele. Eu havia parado já que meus enjoos estavam constantes e poderia vomitar sobre meus colegas a qualquer momento e minha família achou melhor até eu parar os estudos por esse ano.

Não queria. Mas eu precisava cuidar do meu filho.

- Eu notei – disse – fui ao seu quarto e você já havia saído. Pois bem, quais as novidades?

- O de sempre. – ele deu de ombros

- Qual seria o de sempre? – insisti.

- O.k, vamos lá, prepare os ouvidos, sim? – disse ele rindo e olhou para a minha barriga que estava com os seis meses. Sorrimos. – Nikki não está grávida, era armação dela. Já que ela não me queria contigo.

- Ah, isso eu já sabia, né Cullen.

- Sh, deixe-me continuar, Swan – ele riu e colocou a mão sobre a minha barriga, começou alisa-la lentamente. – E você continua sendo a fofoca do ano desde que saiu, alguns alunos queriam vim vê-la, mas neguei.

O olhei incrédulo.

- Calma, vou te explicar: Eles só viriam para fofocar e já estou cansado de ouvir falarem de ti, Bella, isso está enchendo a paciência.

- Eu sei, meu amor. – comentei. – mas são apenas fofocas.

- Eu sei, eu sei.

- Então, o que mais? - ele negou com a cabeça.

- Gosto quando me chama de “meu amor”, sabia? – comentei e levantei uma sobrancelha. – Eu sei que fui extremamente estupido contigo, Bella, desde sempre. Fiz e pensei coisas ruins ao teu respeito e você sempre esteve ao meu lado. A cada anoitecer eu me arrependo disso, só Deus sabe o quanto me arrependo e agora... Olhar pra ti com essa carinha de menina inocente que carrega um filho meu no ventre é inexplicável. Incrivelmente inexplicável. Errei tanto e você continua ao meu lado como se nada tivesse ocorrido. - desabafou.

Mordi os lábios de leve.

- O que quer dizer com tudo isso? – sussurrei. Ele levantou-se da espreguiçadeira e ajoelhou-se, mordendo os lábios.

- Eu quis dizer, minha Bella, que eu te amo. Não porque está com meu filho, mas eu te amo como minha mulher por mais que ainda não seja, mas eu te amo por tudo que faz por mim, por tudo que passou por mim, eu amo essa mulher forte que há dentro de ti. E peço-te uma terceira chance. Eu não aguento mais viver assim, eu não sei o que somos, eu não sei se estamos juntos ou não e prometo-te ser o melhor homem que já passou em tua vida e prometo ainda apagar todas as lembranças ruins que te causei. Mas para isso, eu preciso está ao teu lado como namorado e futuro noivo. Não peço mais nada, apenas isso.

Edward disse em um único folego, em meus olhos concentraram-se as lágrimas, ele aproximou seu rosto do meu lentamente e cantarolou baixinho:

“Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirar, ver o seu rosto sorrindo enquanto você dorme enquanto você está longe e sonhando, eu poderia passar minha vida nessa doce redenção, eu poderia me perder neste momento para sempre. Todo momento que eu passo com você é um momento precioso”

Fechei os olhos deliciando-me com a cantarola quando sentir seus lábios grossos pressionados de leve nos meus e abri a boca aos poucos quando sua língua invadi-o procurando pela a minha. Retribui o beijo com todo o amor e com toda a saudade que sentia dele.

Segurei em sua nuca com ambas as mãos enquanto aprofundávamos mais o beijo, afastei meus joelhos para Edward se acomodar entre eles e parecia que o beijo havia durado anos...

- Isso quer dizer que você me quer de volta? Que ainda me ama? – sussurrou.

- Eu nunca deixei de te amar, Edward. – concordei com a cabeça e voltamos a nos beijar.

FLASHBACK OF.

Passei a ponta dos dedos nos lábios ao lembrar-me do nosso primeiro depois que voltamos, aconteceu a dois meses atrás e agora, mais dois meses depois eu estava com oito meses de gravidez. Meus seios pesavam por causa do leite, meus pés inchados, eu andava estressada, mas era só ele chegar e me abraçar que tudo desaparecia.

Mas desde que voltamos nada de anormal acontecia, apenas que ele acordava de madrugada para me fazer comida, corria comigo quando eu vomitava e ah... havia uma vez que eu tinha vomitado dentro do seu volvo, jurava que ele me brigaria, já que era tão valioso para si. Mas não, pelo contrário, ele apenas passo a mão em meu rosto e beijou minha testa, “Não chore, meu bebê, está tudo bem. É apenas um carro.” Ele havia me dito.

E ele estava tão romântico e tão meu.

FLASHBACK ON.

– Quando descobriu que me amava? – perguntei dele enquanto caminhávamos de mãos dadas pela a areia pra praia de La Push.

Era noite de lua nova e ela estava linda, olhei para o céu por rápidos segundos e voltei o olhar para ele.

- Bella, bem...

- Você não sabe?

- Não, não é isso, só tenho medo que você fique chateada. – disse ele e apertou minha mão na sua delicadamente.

– Se você não me contar, ficarei.

– Lembra-se quando se mudou para cá? – perguntou-me, concordei com a cabeça. – Então, deve se lembrar que brincávamos mesmo que por pequenos minutos, não é? – enruguei a testa ao tentar lembrar.

- Não, nunca brincamos.

- Já sim, eu te jogava bolinha de papel em seus cabelos. – ele riu baixo. A lembrança rapidamente me veio a mente.

Eu estava na faixa dos sete anos e fazia aula de reforço com ele, sempre sentei na frente e ele algumas carteiras atrás e toda hora que a “tia” virava-se de costas, Edward jogava bolinhas de papeis em meu cabelo e ria.
Havia dias que chegava em casa chorando, porque ele fazia isso comigo? Era o que eu mais queria saber, eu ficava tão irritada e tinha vontade de ir até ele e bate-lo até faze-lo chorar.

Mas agora eu percebia o quanto fofo isso era.

- Eu lembro. Por que fazia isso?

- Pelo o mesmo motivo que faço até hoje, não com bolinhas, claro. Enfim, fazia porque gostava de irrita-la, você fica linda com a sua carinha de braba. Até hoje você fica. – ele parou de andar e segurou em meu queixo, aproximou meu rosto do seu e selou meus lábios.

- Edward, mas... Se tudo isso era amor, porque isso até agora? Porque não chegou em mim e falou, fui tão humilhada todos esses anos por ti. – sussurrei.

Ele suspirou.

- Charlotte. – disse apenas.

- O que? – espere, o que minha irmã havia nisso?!

- Eu tentei, havia acabado de completar 13 anos quando comprei uma rosa pra ti e fui para sua casa, mal pude tocar a campainha quando sua irmã apareceu perguntando o que eu queria, expliquei que queria falar contigo e ela disse que você não estava, mas eu sabia que estava mesmo assim ela não quis chama-la. Ela me disse que você não gostava de mim, que tinha raiva de mim e que jamais iria me querer. Sabe o que é isso para um garoto de 13 anos com uma rosa nas mãos? E os dias foram passando e você não olhava para mim, não falava nem um oi, você ficou mudada e isso só veio aumentando ao decorrer dos anos até que ela e a Anna foram embora, achei que depois que elas fossem você voltaria a me cumprimentar, mas não fez isso.
Então eu fiquei com raiva, eu queria vê-la sofrer o quanto sofri e melhor do que isso seria com piadas idiotas as quais deram resultados no inicio, nossos pais começaram a namorar e vi uma brecha para irrita-la ainda mais, eu era infantil, Isabella. Reconheço isso e poderia tirar aproveito de você, já que era uma nerd e isso deu certo até aquele dia...

Eu sabia de qual dia ele falara.

- O dia que lhe disse que você não era melhor do que ninguém. – continuei – foi um alivio dizer-te isso, era algo que queria ter dito a tanto tempo.

- Eu percebi e aquilo me irritou, pequena, me irritou muito.

- Obrigada por ter me contado, obrigada mesmo.

- Sem segredos entre nós, amor. Não mais.

FLASHBACK OF.

Aquilo me pesou. Sem segredos... Como continuaríamos sem segredo se eu escondia a Nicole dele a todo momento?!
Estava com medo de contar, mas precisava.