Aquilo me pesou. Sem segredos... Como continuaríamos sem segredo se eu escondia a Nicole dele a todo momento?!
Estava com medo de contar, mas precisava.

- Amiga, está ai? – perguntou Gabi balançando a mão na frente do meu rosto.

Assustei-me. Quando ela havia entrado em meu quarto?

- Desculpa, eu estava pensando – sorri amarelo.

- Em que?

- Nada demais, amiga. Mas o que você disse algo?

- Só disse que o Edward esta lá em baixo se gabando por causa do filho.

Ri alto.

- Ele está todo bobo. – observei.

Sentei na mesa do computador e ela sentou em minha cama, Gabi vestia um vestido amarelo longo e de costas nuas.

- Está mesmo e vocês já estão juntos há alguns meses e você está gravida e você o ama não é?

- Claro que o amo, você está cansada de saber disso, amiga.
 
- Eu sei. – suspirou - e quando você vai contar a verdade?

- Que verdade? – eu não queria ter esse assunto agora, eu estava fugindo dele todos os dias.

- Bella, quando você vai contar que você é a Nicole Ashley? Ele merece a verdade, amiga e já está mais do que na hora.

Nesse momento ouvir a porta abrir, olhei para trás e Edward estava apoiado nela, totalmente branco.

- Você é Nicole, Isabella? – perguntou Edward entrando no quarto espantado.

Não, não pode ser possível. Ele não ouviu, não. Ele não pode ter ouvido. Minha garganta apertou.

- Edward, eu ia te contar, eu juro. Por favor, me deixe explicar. – nesse hora eu já estava em pé e andando em sua direção.

Ele se afastou bruscamente de mim.

- EXPLICAÇÕES, BELLA? QUE EXPLICAÇÕES? QUE VOCÊ FICOU MENTINDO PRA MIM POR TODO ESSE TEMPO? – ele explodiu e Gabi colocou as mãos na boca assustada.

- Edward, calma, deixa a Bella te explicar.

- CALA A BOCA, GABRIELA. – disse rudemente a ela, ele estava furioso. – TU É OU NÃO A NICOLE?

- Não... Eu ... – gaguejei. Eu não queria dizer dessa forma.

- VOCÊ É OU NÃO, ISABELLA?
 

- Sou. – sussurrei. – Mas eu te explico.

- Não, era o que eu precisava saber.  – disse ele e caminhou até a porta, sem antes dizer – Eu larguei tudo por ti, eu te amei, Isabella. Eu fiz tudo por ti, eu nunca mentir pra ti. Eu me ajoelhei para querer teu perdão e eu descubro que você é a porra da Nicole?  Não, espera, eu acho até que já sabia, aquela voz no baile, era você. Eu não acredito. Eu te desprezo, Isabella, eu tenho nojo de ti, prometeu-me sinceridade e você esconde isso de mim? Quem não te quer agora sou eu. Acabou. – seus olhos ficaram úmidos.

Meu coração se apertou e lágrimas começaram a rolar.

- Edward, por favor...

- Não, Bella. Eu esperaria qualquer coisa de você, menos isso. E me diga, esse filho é realmente meu? – nessa hora lágrimas começaram a rolar pelo  o rosto dele.

Era a primeira vez que o via chorando.

- Ainda tem duvida, meu amor? – me aproximei dele e segurei em seu pulso.

Ele se afastou com força.

- Não sou teu amor, porra, agora eu não acredito em ti e esse filho com certeza não é meu.

- Edward, para. – pedi. E ele apenas passou a mão em minha prateleira e jogou todos itens que havia nela no chão e quebrando os perfumes antes de sair do quarto batendo a porta.

Voltei a sentar totalmente sem expressão. Eu nunca quis mentir para ele, eu o amava, eu o amava com todas minhas força. Eu ia contar, eu juro que ia, se ele me deixasse explicar.

Sentir meu filho chutar e meus choros aumentaram.
Olhei para a minha barriga.

- Eu não quis mentir, Gabi, eu não quis. E esse filho é dele. – chorei pra ela.

Gabi me abraçou com força.

- Bella, eu... Me desculpe.  – Gabi não sabia o que dizer.

- Deixa pra lá, eu preciso... Eu vou atrás dele, ele precisa me ouvir – levantei-me e sair correndo do quarto, minha vista estava embaçada e bati em alguns moveis pelo o caminho.

Eu não sentia o chão mais.

Desci as escadas correndo, esbarrando nos convidados da mamãe.

- ALICE. – gritei  quando a vi;

- Meus deus, Bella, o que houve? Você tá chorando e tremendo. Por favor, o que aconteceu? Você e o Edward brigaram? Ele sair daqui furioso.

- Pra onde ele foi, Alice?

- Eu não sei, o que aconteceu? – insistiu.

- Nada, tchau. – falei e sair correndo para fora da casa.

Vi Edward na calçada olhando os carros que passava, aproximei-me devagar e toquei em seu braço.

- Edward, me deixe explicar – pedi.

Ele se virou encarando-me sério.

- Explicar o que? Que eu fui tão estúpido? E cai em sua brincadeira de criança? Não, eu não preciso que ninguém me diga isso.

- Mas eu não tive culpa, Alice que começou com tudo. Ela que criou esse msn.

- E você continuou a usa-lo! – ele afirmou.

- Eu não tive culpa.

- Ah deixa eu ver, ela criou e você não teve culpa alguma de usa-lo?

- lógico que não, eu tive culpa por não ter deletado logo. Eu acho que era porque eu queria ficar próximo a você, eu me apaixonei de uma maneira inexplicável. Você mexeu com meu mundo, Edward.

- Tu diz uma coisa, mais teus atos são diferentes. Você é só uma criança, Isabella. Você brincou com os sentimentos e isso é covardia.

- Então isso o torna covarde também? – perguntei com as lagrimas molhando meu rosto. Eu estava desesperada.

Notei o olhar de algumas pessoas em nós.

- Vingança?

- Jamais, você me conhece. Eu nunca pagaria na mesma moeda – ele me encarou por um longo tempo.

- Eu pensei que lhe conhecia, você mudou muito.

- Mudei porque você me fez mudar. – eu não aguentava mais isso, estava me machucando muito. O olhar dele era de nojo.

Eu queria explicar, mas queria ao mesmo tempo ir embora.

- Quero que você me esqueça, esqueça que eu existo, esqueça que algum dia eu lhe ajudei.

- Isso é impossível – rebati, tentando segurar as lagrimas – você é o pai do meu filho, algum dia vamos se reencontrar.

- Eu não vou assumi esse filho, não sei se ele é meu. – ele disse com frieza. – pode dizer para ele que o pai morreu.

- por favor, não – pedi sem forças.

- Você anda tão desesperada para que seu filho tenha um pai, Bella?
 
- Eu estou desesperada por você, porque você não acredita em mim. – rebati - Você disse que amava a Nikki, significa que me ama? – perguntei insegura.

- Não, eu menti. O meu amor por ela era apenas de amigo. – continuou – você é idêntica a Osment, totalmente querendo me passar a pena com um filho que não é meu, você é uma puta, Isabella. Eu tenho pena do que você é. Pena.

- Você esta me comparando a ela de novo?

- não estou comparando nada a ninguém, só estou dizendo a verdade.

- EU NÃO AGUENTO, EDWARD. NÃO DÁ, EU VIM CONVERSA, EU QUERO QUE VOCÊ ME ENTENDA E SIMPLESMENTE ME JULGA. QUE SE FODA TAMBÉM, PORQUE EU TENHO QUE TE PERDOAR, MAS TU NÃO FAZ ISSO COMIGO. É SEMPRE VOCÊ, CARALHO! AGORA QUANDO EU ERRO UMA VEZ, TU ME APREDREZA.
 

- NÃO, BELLA, TU BRINCOU COM COISA SÉRIO.TU SABE O QUE A NICOLE SIGNIFICAVA PRA MIM.

- EU SEI QUE ERREI, EDWARD, MAS TU TAMBÉM ERROU. TU NÃO DEVEME JULGA DE TAL FORMA, TU NÃO DEVE DUVIDAR DO NOSSO FILHO. – continuei a gritar, sentir meu filho chutar de novo e passei a mão na barriga, voltei para dentro de casa as pressas e pude ouvir Edward me chamando, peguei a chave do carro rosa e entrei, pisei no acelerador.

- Bella, volta aqui. – gritou Edward.

Eu estava muito chateada, furiosa e magoada, eu precisava ficar longe dele. Eu sei que errei, eu reconhecia isso, mas ele... mas ele me comparou a Nicole! Aquela vagabunda, eu não era assim.

Precisava me acalmar e depois voltaria a cidade para conversar com ele.

 

POV Narrador

Isabella entrou no carro e bateu a porta com força, arrancando o veiculo dali segundos depois, suas lágrimas rolavam teimosamente pelo seu rosto.

 

“Como ele tinha a capacidade de me comparar a ela novamente? Será que ele não percebia o quão diferente eu era e ainda mais pensar que o Anthony não era seu filho?”

Eram essas as perguntas que ela se fazia durante todo o trajeto, a dama pisou forte no acelerador.

- Como eu pude acreditar que um dia ficaríamos juntos? Ele é um estupido, burro! – gritou ela.

Ela não notou quando já atravessava a fronteira de Forks e entrava na próxima cidade quando uma dor aguda cortou sua barriga, atraindo sua atenção.

Doía demais.
Sangrava demais.

Anthony...

Ela estava incrédula. Por que seu vestido estava com sangue? Por que ela estava sangrando?

Seus pensamentos estavam no sangue, no filho e em Edward, sua cabeça estava cheia e por um momento esqueceu-se de onde estava quando começou a se desesperar e tentar limpar o sangue, suas mãos soltaram o volante e uma buzina alto estava sobre ela.

Ela levantou o olhar.

Automaticamente suas mãos rodaram o volante, sem saber que aquela rua causara tantas mortes por conta do barranco que havia na lateral e era lá que o seu carro estava descendo descontrolado, rodando em seu próprio eixo e deixando a motorista desacordada e sangrando.