Ela ficou estática, como se o tempo tivesse parado ao seu redor, não conseguia acreditar no que Ino dizia, pois não era apenas um emprego era a solução dos seus problemas. Passaram-se alguns segundos até que escutou seu nome sendo chamado no celular, tinha se esquecido completamente da amiga que salvou sua vida:

- Eeii, Sakura, Sakura você ‘tá aí?!Escutou o que eu disse? Agora você tem um emprego. Ótimo por sinal!!

-Mas Ino como você conseguiu esse emprego? Muito obrigada Ino, mesmo!

- De nada! Eu não aguentava ver você sofrendo! Eu não podia deixar uma amiga solteira e desempregada ao mesmo tempo, né?- falou rindo

-Ah, Ino eu tenho tanta coisa pra falar, perguntar,..-disse já mais calma e integrada na conversa-onde é que vou trabalh...-nesse momento foi interrompida pela outra.

-Nada de perguntas!!- mandou- Hoje eu vou aí te buscar, nessa coisa que você chama de ‘casa’, e nós vamos nos divertir!- Sakura nem cogitou a ideia de negar a ‘noite divertida’, pois sabia que não haveria jeito de convencer a loira, e também achou que seria bom comemorar a novidade.

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Tinha chegado exausta, realmente a Yamanaka tinha muita energia para aguentar toda essa agitação, no mínimo 4 noites por semana, e ainda manter a boa aparência. Jogou-se na cama sem, ao menos, trocar de roupa, olhou no relógio do despertador, 3:47, já tinha ido dormir 5h00min da manhã, depois de cumprir uma plantão, mas mesmo assim não se sentia tão cansada como agora. “Definitivamente não sirvo para essa vida de farra”, pensou.

Quando acordou era onze e meia da manhã, mas não tinha disposição nenhuma para levantar, mas o ronco da sua barriga soou mais alto e decidiu buscar algo para comer. Estava feliz, apesar de exausta, pois sabia que agora tinha um bom emprego, iria trabalhar como enfermeira particular do ‘GRANDE’ Sr. Uchiha Fugaku, que, com a idade, foi adquirindo certos problemas e doenças.

Ino lhe disse para não ficar tão contente, pois o “velho xexelento”, como ela o chamara, era um chato, rabugento, e exigente, tudo ao extremo, mas não deixou se abalar, com a loira sempre era tudo ao extremo, e já estava acostumada a cuidar de idosos um tanto... difíceis.

Ela também citou que conseguiu emprego com o filho mais velho do Uchiha, que diferente do mais novo, era alegre e saiu de casa para fugir das rabugices do pai e do irmão, deixando Sasuke (o ‘velho xexelento’ mais novo e bonito, segundo Ino) cuidando do progenitor indo vê-lo praticamente todos os dias, mas apenas por alguns minutos.

Teria que se mudar para Konoha,- cidade onde os Uchihas moram e trabalham na imensa imobiliária da qual são donos- dentro de três dias. Iria pegar um avião, com passagem paga, e ser recebida por um empregado da casa. Estava ansiosa,  para começar, mas também muito nervosa. E se Fugaku ou o filho não gostassem dela? Quanto tempo demoraria para ser demitida? E se o Sr. Uchiha morresse logo quando chegasse?  

Depois de imaginar tudo isso se admirou de como podia sentir e pensar em tanta coisa enquanto comia lámen.

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- Você deve ser a Srta. Haruno, correto?- perguntou um senhor educado, cabeça branca, com roupa de motorista que carregava uma plaquinha com o nome dela, que apenas assentiu com a cabeça, sendo ordenada pelo homem que a acompanhava, a segui-lo, e foi o que fez.

Chegando no estacionamento não acreditou no carro em que o Sr. Tanaka (motorista) estava, era um carro grande e preto, cujo o nome não conhecia, mas que com certeza era caro demais para ela. Ficou se perguntando se perguntando quantos outros automóveis desse tipo /valor seu chefe teria.

Durante todo o caminho Sakura se admirou com a beleza de Konoha, uma cidade que dividia espaço com árvores orientais e empresas, de forma organizada e admirável. Porém quando chegaram na “casa” do Uchiha ela quase caiu, aquilo era uma mansão, levaria a vida inteira para memorizar todos os cômodos da sua nova moradia.

- Sakura-sama, por favor, acompanhe-me, – disse o Sr. Tanaka, tirando a Haruno do seu transe- vou lhe apresentar Uchiha-sama – e, como resposta, ela assentiu com a cabeça.

Subiram um monte de degraus até chegar o quarto do seu mais novo patrão, e durante todo o caminho a rosada admirava o tamanho e a beleza da casa. O empregado anunciou quando chegaram no quarto do Fugaku e bateu na porta. Sakura pode escutar um ‘entre’ seco e grosso do outro lado da porta, que após ser aberta mostrava um aposento grande e luxuoso, como todo o resto da casa, e em cima da cama espaçosa encontrava-se um senhor, não muito velho, mas com aspecto doentio, e expressões duras.

- Muito prazer Uchiha-sama, sou Haruno Sakura, a nova enfermeira - anunciou Sakura, finalizando com um pequeno sorriso sem graça.

- Humph, Tanaka leve ela para seu quarto para poder se trocar e comer alguma coisa – Tanaka, que mantinha sua presença quase imperceptível obedeceu a ordem e chamou a rosada para sair, e antes de fechar a porta disse um “Com licença” quase inaudível.

Não acreditou que o homem para quem trabalharia nem sequer tinha olhado na sua cara, ele “Grosso”, pensou, ah se fosse só isso. O senhor que a acompanhara até ali anunciou a chegada ao seu mais novo quarto, e agradeceu ao homem, por educação. Percebeu que o cômodo era aconchegante, bem melhor que seu antigo apartamento. Tomou um banho, e quando saiu viu em cima da cômoda um prato com um lanche, algumas frutas e um copo de suco, devorou tudo e levou até a cozinha, que custou a achar.

Lá ela conheceu Chyo, uma senhorinha muito agradável, com quem ficou conversando por um bom tempo, e descobriu trabalhar com a família Uchiha á muito tempo. Ela explicou tudo o que Sakura precisava saber para cuidar bem do seu paciente. Escutou um barulho de uma campainha tocar, achou que fosse alguém na porta, mas descobriu que era hora do Sr. Fukaku jantar, era hora de começar o trabalho.

Levou a comida, feita por Chyo, para ele em uma bandeja junto com suco e os remédios que ele deveria tomar. Entrou novamente naquele aposento, só que dessa vez se sentiu um pouco nervosa quando percebeu o olhar frio e arrogante do homem que a esperava.

- Você demorou a chegar, da próxima vez seja mais rápida – ela gelou ao escutar isso, mas continuou o trabalho, afinal todos nós vamos ficar velhos, doentes e um pouco rabugentos, não é? – Anda logo com isso, sua lerda – certo, um POUCO rabugentos, mas ele era muito.

- Sim, Uchiha-sama – quando disse isso já estava tremendo, mas fez todo o serviço correto, deu a sopa, os remédios, ajudou-o a escovar os dentes, pois disse que tinha se lavado mais cedo na banheira, com ajuda do Tanaka para chegar ao banheiro, e que o resto ele fez sozinho. Quando estava saindo sentiu alivio, porém não saiu sem antes receber uma chamada do seu chefe:

- Espero que faça seu trabalho bem feito.., diferente das outras, ou então.. - “Ou então...”, Sakura pensou, ansiosa para que ele falasse logo e ela pudesse sair dali – você não será apenas demitida, acredite em mim, terá punições severas. - Ela pensou que ele podia estar ficando louco, só que o tom de sua voz revelava que ele estava muito lúcido, e que aquilo era uma ameaça.

Definitivamente, para ser enfermeira precisa ser paciente.