A Caçadora escrita por Messer


Capítulo 7
A Caçada


Notas iniciais do capítulo

Haha!
"Não quero te ver machucado."
Isso não soou legal, mas sei lá .-.



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Mary estava observando a neve cair lentamente sobre a cidade de Nova Iorque. Ela era tão linda quanto as outras vezes que ela a havia imaginado. Talvez nos dias atuais ela estivesse bem melhor, refletiu ela, pois quando eu vim a poluição era horrível. Tudo o que ela podia ver de poluição hoje era algumas fábricas bem ao longe, os automóveis e os gritos das pessoas. Talvez isso não tenha mudado ao longo dos anos.

A neve caia devagar, de uma forma até preguiçosa, como o templo, que andava lentamente. Desde que ela entrou na Caçada, o tempo desacelerou em todos os momentos, não só quando estava em apuros, correndo de monstros ou enfrentando provas.

Ela podia escutar Quione roncando suavemente ao lado da cama. A loba estava deitada em um emaranhado de cobertas, enrolada em uma grande bola de pelos branca. Mary a encontrou naquele quarto, após ter cuidado do ferimento de John.

– Por que você atira flechas nas mãos das pessoas e depois as retira, tento pena? - Ele perguntou, claramente desconcertado. - Pensei que me odiasse!

– E te odeio - ela respondeu, seca. - Só que estou de bom humor hoje e não estou muito afim de acabar com ele.

Depois, Grissom mandou-os irem para os quartos, mesmo que Mary não fosse do Instituto. Ele deu a mentira que iria resolver alguns assuntos particulares e depois queria conversar a sós com ela.

Mary escolheu o último quarto do lugar, atravessando o longo corredor até dar em uma parede com uma estátua de mármore de um anjo se segurando uma espada. Ela olhou para dentro do quarto e viu Quione enroscada num canto, perto da cama, e que a vista era incrível.

Ela passou cerca de uma hora, olhando a paisagem. Viu alguns acidentes, escutou sirenes de ambulâncias e carros de polícia, o tráfego do pesado trânsito de Nova Iorque e pessoas falando, todas o mesmo tempo. Bem ao longe, podia ver o centro de Manhattan, com seus prédios enormes e magníficos, e o Empire State no meio deles, se erguendo graciosamente. Ao levantar um pouco mais o olhar, podia ver parte do Olimpo, pousado no ar acima da cidade mais conhecida do mundo inteiro. Os mortais passavam e olhavam admirados para o Empire State, mas nem sabiam que estavam perdendo a maior vista, que era o Olimpo.

Depois de ver o suficiente de Nova Iorque pela sua janela, Mary se levantou preguiçosamente, com os joelhos estralando. Ela torceu o pescoço, fazendo-o estralar e encolheu os ombros, para a dor diminuir. Então, saiu do quarto para ir decifrar os segredos do Instituto.

Naquele andar, ela passou por diversos quartos iguais aos dela, só que um pouco menores. Alguns, pelo o que ela pode ver, estavam habitados, mas isso era em pouquíssimos. Sem querer ser chutada para fora por mexer nas coisas dos outros, ela subiu ao elevador, com a intenção de conseguir subir ao topo do prédio, onde teria ar fresco para respirar.

O elevador era antigo, com duas grades de proteção. Ela chamou ele, e abriu a primeira grade. Logo depois, o elevador chegou e ela pulou para dentro, com a segunda grade de segurança de fechando. Apertou o último botão, com um número cinco, e sentiu uma forte guinada, como se as cordas do elevador tivessem a se soltar. Ela se segurou em uma barra, assustada, e ele começou a subir. Não muito depois, havia chego no último andar.

No fundo do corredor, levemente iluminado pelas fracas luzes da cidade que entravam pelas janelas, ela viu uma escada circular de metal. Ela logo se pôs a caminhar, dando passos largos, a fim de chegar logo ao final. Ela subiu silenciosamente as escadas, sentindo o frio que emanava de lá em cima.

Quando Mary chegou ao topo da escada, se amaldiçoou por não ter pego um casaco. Era completamente frio lá em cima, mas ela só iria ficar pouco tempo. Pelo menos, era o que achava.

Uma leve luz iluminava o lugar. Era uma espécie de jardim, com várias árvores, flores e arbustos bem diferentes do que ela já tinha visto. Algumas árvores tinham frutos pendurado em seus galhos, frutos suculentos, mas que ela não ousou em colher. Ela se lembrava muito bem do Jardim de Perséfone, sua madrasta. Aqueles frutos eram mais que deliciosos. Mas uma mordida e você ganhava uma estadia no Mundo Inferior para sempre.

Ela escutou um barulho de fonte, vindo logo a sua frente. Se encaminhou até lá, e viu que era um lugar para passar o tempo, com dois bancos de jardim e uma não tão pequena fonte, escorrendo água. O lugar era lindo, só que os nervos de Mary estavam formigando com o que ela viu. Só não sabia se era de expectativa ou medo.

Em um dos bancos, uma adolescente, de cerca de 13 anos estava sentada, com seus cabelos ruivos trançados, vestindo o uniforme das Caçadoras, uma calça de camuflagem prata, blusa branca e casaco prata. Seus olhos eram da cor do brilho amarelado da Lua. Era Ártemis, a deusa da caça.

Mary se ajoelhou diante da deusa.

– Minha querida Caçadora... - A deusa disse, olhando com os olhos cor de Lua para ela. Mary levantou a cabeça, percebendo que a voz da deusa estava triste. Ela parecia lamentar algo. - Tenho algo ruim a dizer para você.

O coração dela congelou. Mary se esqueceu de como respirar, e ficou paralisada. A deusa nunca veio pessoalmente a ela para falar algo importante. Muito menos algo ruim.

– O que é, minha senhora? - Mary perguntou, com a voz tremendo. Suas mãos estavam agarradas com força na calça de pano, e ela podia sentir as unhas na palma da mão, mesmo através do tecido.

A deusa fechou os olhos e deu um longo suspiro.

– Sinto, minha caçadora, mas você nasceu na época errada. Não sei bem por que de as Parcas terem feito isso, mas era preciso você viver até esse século para unir dois mundos.

A deusa olhou com pena para Mary. Ela estava confusa, não entendia bem sobre o que Ártemis estava falando. Sem resposta, ela continuou:

– A Caçada foi uma etapa. Uma espécie de desvio para que você vivesse até hoje e fizesse o seu trabalho.

– Quer dizer... - Murmurou, com o desespero claro na voz. - Eu não sou mais uma Caçadora?

A deusa assentiu com a cabeça. Mary não sabia como respirar, nem como fazer qualquer outra coisa. Ela foi excluída da Caçada. Não seria mais uma serva da deusa, e voltaria para a vida normal. Ela estava arrasada. Em choque.

Quando olhou para o chão, em busca de que ela falasse que era mentira, que aquilo era uma invenção. Ártemis se levantou, e afagou o ombro da ex-serva.

– Boa sorte.

Então desapareceu. Mary ficou lá, por pelo menos mais meia hora, encarando o chão. A ponta de seus dedos estava dormente e azulada. Seu rosto mais nada sentia, semi-congelado pelo frio. Não conseguia derramar uma lágrima, mas também não conseguia levantar. Só fez alguma coisa, quando John apareceu.

– Você está bem?


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