A Caçadora escrita por Messer


Capítulo 6
Uma Parte da Verdade


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos em um dia para vocês... Acho que estou ficando muito boazinha ;D



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Percy estava com o queixo caído.

Não acreditava que ela tivesse conseguido fazer aquilo em segundos. Eles eram mais do que extremamente treinados, e ninguém conseguiria fazer aquilo. Exceto, pelo jeito, Mary.

Ele não ousou em se mexer, e tentava respirar devagar. John estava com a mão sangrando, presa no braço da poltrona vinho com força. Podia ver pela cara dele que aquele ferimento estava doendo de verdade. Annie ainda estava sentada, com Quione, a loba assassina de Mary rosnando ameaçadoamente no pescoço dela. Já Mary estava com a espada com uma enorme e curva espada negra na frente do ombro de Grissom, e ele mal respirava. Percy achou estranho o fato de ela não ter encostado a espada na garganta dele, mas de alguma forma sabia que só de encostar, ela iria matar o tutor.

– Olhe, Mary - ele disse, lentamente, deixando as mãos abertas, na altura do peito, como alguma forma de mostrar que ele não precisava de um tratamento especial -, nós lhe respeitamos. Agora, será...

– Respeitamos ela? - Explodiu John, tentando tirar a flecha da mão. - Ela cravou uma flecha na minha mão!

– Você mereceu. - Mary respondeu fria e seca, e isso de alguma forma gelou a espinha de Percy. Ele olhou para John, que também estava aparentando frio. Não era tão quente assim no Instituto, mas não era a esse ponto. Depois, percebeu que não era eles que estavam com frio, mas sim que o ambiente deveria estar despencando a temperatura.

Ele olhou boquiaberto para Mary, a qual estava com o olhar cerrado, e ele podia ver que seus olhos estavam muito escuros, com a íris quase se misturando com a pupila. Ele lembrava que os olhos dela eram claros, não daquele jeito. Ele podia ver uma espécie de aura que saia dela, uma aura negra e assustadora, que cheirava a Morte.

– O que vocês são? - Ela perguntou, perigosamente calma. A cada palavra que ela dizia, o ambiente parecia cair uns três graus. Nesse momento, a janela estava começando a ficar embaçada, e Percy começou a se preocupar com o que ela realmente poderia fazer.

– Somos Nelphim. - Percy respondeu apressadamente. Depois disso, as palavras saíram como uma enxurrada. - Uma mistura de humanos com Anjos. Existimos para proteger o mundo de demônios. Esse é o nosso tutor, nosso treinador. Todas aquelas histórias da Bíblia estavam corretas. Nós somos o resultado disso.

Ela cerrou mais ainda os olhos, formando uma pequena linha, e Percy percebeu que seus olhos mudavam de cor, de forma lenta, mas mudavam. Ela tirou a espada do pescoço do treinador, e reapareceu sentada no sofá romano, como se nunca tivesse saído de lá. A espada havia desaparecido, e a loba pulou novamente para o colo da dona. Olhando atentamente, Percy viu que ela carregava um colar, que o pingente era igual à espada que ela estava usando.

Annie deu um suspiro e olhou com uma mistura de pavor e impressionamento para Mary. O tutor estava congelado, como se ainda estivesse com a espada na garganta. Já John lutava com a flecha, que ainda estava presa a mão.

– Nelphins... - Ela disse, acariciando a cabeça da loba. - Filhos de Anjos... Bem, vocês só salvam o mundo?

– SÓ SALVAMOS O MUNDO? - John disse, como se tivesse levado um tapa na cara por algo que não fez. - Meu Deus! Cara, nós salvamos vocês, seus mudanos imprestáveis!

Mary olhou com fúria para John.

– Quer a outra mão presa na poltrona também, mortal? Talvez isso sirva para que você cale essa boca.

John não pareceu perceber a ameaça que recebeu. Ele se esqueceu da dor na mão ou do fato de ela quase ter matado todos. Estava boquiaberto, como se não acreditasse no que aconteceu.

– Mortal? - Perguntou ele, num quase sussurro.

– É o que vocês são. - Explicou Mary, impaciente. - Mortais, que morrem logo, que não são imortais.

– Mas você fala isso como se não fosse.

– E não sou. - Ela murmurou para a loba, como se eles não existissem, e ela não tivesse tentado matar todos há alguns segundos.

Todos estavam quietos. O frio que permanecia na biblioteca começou a cessar, e as pessoas se livrarem do choque que as percorreu poucos segundos atrás. Parecia quase que alguém tivesse morrido ou algum segredo horrível tivesse sido contado. Mas não era esse o caso.

– Mas o que é você então? Uma garota imortal? - Annie quebrou o silêncio, e colocando os cotovelos nos joelhos. - Somente os deuses são imortais. E nós somos o mais próximo deles. Não existe algo a mais que nós, Caçadores de Sombras.

Mary deu uma risada silenciosa, como se ela tivesse feito uma piada que a trazia lembranças engraçadas.

– Acho que você está enganada, Caçadora de Sombras. Eu sou o que mais se aproxima de um deus.

– Rá. Me conta outra. - O sarcasmo de John havia voltado junto com sua raiva. Ele havia desistido de arrancar a flecha da mão, então decidiu a deixar lá, presa. - E eu sou a Madonna. Mudana, nós estamos sendo muito legais com você, e não sei como fez aquele truque e como colocou essa flecha na minha mão, mas você é uma mentirosa.

Mary olhou de queixo caído para ele. Eu o achei bonito? Ela pensava, e não conseguia acreditar. Agora ela realmente se lembrava pelo qual motivo realmente tinha entrado pra Caçada. Pois os garotos eram mais que idiotas.

– Ok, então você vai ter que virar a Madonna. - Ela respondeu, levantando uma sobrancelha e usando uma boa dose de ironia. - Quer que eu pegue uma peruca e chame os dançarinos? Você poderia fazer um show aqui.

Ele continuou com cara de quem tivesse tomado um tapa na cara. Quione saiu do colo de Mary e ela levantou, indo em direção ao John. Enquanto andava, Percy percebeu que estava com a palma da mão aberta, como se esperasse pegar alguma coisa. As sombras foram ficando cada vez mais fortes, até que ele percebeu que estavam com a forma de uma adaga. Num piscar de olhos, elas cessaram e ela estava segurando uma faca de vinte centímetros, feita de prata. Por um momento apavorante ele achou que ela iria matar John, mas ela chegou bem perto dele e se abaixou, na altura de sua mão.

Ele estava com uma expressão estranha no rosto, como se não acreditasse no que ela tinha feito. Ela cortou a haste da flecha, bem perto da mão dele, e a retirou com cuidado de lá. Depois, arrancou o que sobrava da flecha, que estava bem firme na poltrona, mas ela não teve muito esforço.

– bem, Madonna, vá cuidar desse ferimento. Não quero te ver machucado. - Ela disse.


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Notas finais do capítulo

Uma parte da verdade. Não se preocupe, ela ainda tem segredos muuuuuiiito mais antigos a serem revelados. As coisas não vão ficar tão claras assim.



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