A Caçadora escrita por Messer


Capítulo 21
Nelphim


Notas iniciais do capítulo

Oi.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/325639/chapter/21

- O que Hades é isso?

Mary estava estupefata. Primeiro, escutou John falando dela. Depois, recebeu um insulto por causa do vestido. E agora, tinha uma pequena multidão de criaturas de presas afiadas como navalhas e uma expressão mais do que simplesmente fúria. Logo que os viu, ela sacou a espada. Principalmente quando viu que Annie não faria nada.

Ela olhou, e viu que o aparente líder das criaturas sanguinárias era o mesmo garoto que lhe veio conversar, e era um problema. Ela não entendeu o por quê, logo que ele era um mortal. Discutiu com Percy e sumiu de lá. E aquele cara não a seguiu. Só não entendia o porquê.

Mas agora, com as presas afiadas à mostra, ela entendeu.

E ficou confusa pelo fato de não a ter seguido. O que lhe fez recusar a ideia? O fato de ter sumido ou por outra coisa? Mas isso não importava mais. Pelo jeito, nada a mais importava. Pois, para Mary, ele iria matá-la da pior forma possível. E também havia os outros seres. Eram crianças, adolescentes, adultos. Não haviam nada em comum a não ser a expressão e as presas. Alguns até estavam vestidos mais ou menos como Mary.

- Laurence - ele disse, em um tom como se chamasse por comida. - Você causou alguns problemas. Sabe o que acontece com gente que causam problemas?

Ela se preocupou. Ele sabia o seu nome. E pareceu que realmente estava chamando por comida, e que estava falando mais que sério.

- Ganham café? - Disse ela, em um tom mais que sarcástico.

Ela pensou que ele não pudesse ficar mais furioso, mas se enganou. Com o cenho franzido e os dentes totalmente à mostra, ele fez um sinal, e Mary viu um corpo sendo jogado, semiconsciente. Ele tinha cabelos escuros, e era alto. Estava totalmente ensanguentado, e pareceu lutar bastante antes de ser capturado. Annie soltou um grito enorme de pavor quando o viu.

- Eu lhe avisei que iriam pagar. Laurence, você realmente criou problemas. E ele tentou resolvê-los. Pena que eu já os havia avisado.

Percy levantou a cabeça em meio as criaturas. Ele estava com os olhos arregalados, mas mal conseguia se manter de pé. Balançava a cabeça em um gesto negativo. Mas mesmo assim, Mary ficou pasma. Mesmo depois de tudo o que lhe havia falado. Mas por quê? Por qual motivo ele iria se meter no meio deles para ajudá-la?

- O que vocês querem? - Mary, por fim, disse. Poderia até ser trapaceira as vezes, mas jamais envolveria a vida de ninguém nesse meio.

Ele deu um sorriso desdenhoso.

- Você morta.

- E por quê? - Interrompeu John, logo quando ela iria se entregar, sem nem mesmo tendo pensado nisso. Não iria deixar alguém morrer em seu lugar. Não dessa vez. - O que ela pode ter feito para merecer a morte?

Tantas coisas...

Ele sorriu, cruel, ainda com um pasmo Percy ainda nos braços. 

- Eu a avisei quando ela matou dois dos meus. Mas parece que não se contentou a isso. A sangue frio. Tem alguma ideia do que isso significa? Nelphins quebrando a lei?

Mary parou de respirar. A espada pesava como chumbo em suas mãos, e suas pernas mal conseguiam sustentar o corpo. Ela estava piscando, tentando absorver as palavras que havia ele dito. Não matou ninguém... Muito menos a sangue frio.

E ele a havia chamado de Nelphim.

Nelphim.

A palavra ecoava em sua cabeça. Talvez realmente fosse esse o motivo de tudo o que havia acontecido. Desde criança, quando via aqueles seres estranhos. Quando não os conseguia matar com sua espada. Os olhares estranhos que recebia de outros semideuses quando via algo que eles não conseguiam. O que foi mesmo que Ártemis havia lhe dito...?

Não sei bem por que de as Parcas terem feito isso, mas era preciso você viver até esse século para unir dois mundos.

Ela sentiu uma enorme vontade de cair para frente, ou de se jogar no chão e começar a berrar. Mas não podia, e nem faria isso. Além de ter toda essa responsabilidade, ela sentia os olhares de todos voltados para si. E estava desesperada. Nunca gostou de atenção.

- Não foi eu que os matei - ela disse, com a voz trêmula. Foi a única coisa que conseguiu pensar.

- Não? - Disse o garoto, com a descrença clara na voz. - Eu lhes avisei quando eram dois. Agora, foi cinco. Um deles há algumas horas.

- Isso! - John gritou, apontando para ele.

Mary o olhou, e sentiu que o chão havia sido retirado de seus pés. Ele a estava culpando? Não. John parecia ter pego um fio solto nisso tudo.

- Nós estávamos ocupados há algumas horas atrás. Não tem como ela ter matado-os. Estava comigo.

- Você não tem provas.

- Ai que se engana. Há algumas horas, estávamos presos na estação de metrô. E, antes disso, no Mundo Inferior.

O garoto com presas franziu a testa, confuso. Isso deixou Mary menos preocupada, pelo fato de estar começando a ver algo a mais. Enxergar a verdade. Mas como, se nenhum deles haviam feito aquilo? E como ele iria provar para eles? Com as gravações do sistema de segurança? Era uma ideia ridícula.

- O Mundo Inferior... - As palavras eram estranhas quando saiam da boca daquela pessoa. Ele ainda tinha um ensanguentado Percy nos braços, mas pareceu não mais ter a ideia de matá-lo. Parecia travar uma enorme guerra dentro de si. - Ele existe mesmo?

- Eu sou um fantasma, por acaso? - Mary disse, tentando se defender. Não iria mais se deixar cair daquele jeito. - Então, logo que sabe que não fui eu que matei os seus, solte Percy.

- Continuo a não acreditar.

Percy soltou um gemido. Mary viu os músculos do garoto ficarem mais firmes a medida que apertava o outro. Estava matando-o, de uma forma incrivelmente dolorosa. Ela deu alguns passos a frente, atordoada. Iria realmente matá-lo?

Então, um clarão enorme lhes atingiu. E ela sentiu seu corpo voar para dentro, sem sentir a lei da gravidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo ruim... Desculpa.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Caçadora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.