A Caçadora escrita por Messer


Capítulo 15
Estela


Notas iniciais do capítulo

Oii! Outro capítulo legal! (Eu acho.)
Véi, cadê meu reviews? T.T



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– Mas...

Sara disse, estupefata. Ela não tinha conseguido absorver as informações, e estava com os olhos arregalados. Nunca achou que isso poderia acontecer. Estava com as mãos fortemente entrelaçadas nas de Percy, deixando as juntas de seus dedos brancas.

Ele deu um suspiro e a encarou com aqueles olhos marrons escuros que ela conhecia tão bem. Nunca achou que o namorado pudesse fazer uma coisa daquelas, mas viu que estava enganada. Mas, dada as situações, qualquer um teria ficado louco.

– Eu sei, querida - ele começou, olhando-a com uma expressão de preocupação - é complicado, mas não temos nada a fazer. Ela era a solução, e eu agora sei o que são aquelas visões. Posso pesquisar mais sobre isso.

– E a garota?

– John foi atrás dela - disse Percy, após hesitar um momento. Ele se sentiu mais do que culpado.

– Será se ele... - começou Sara, mas deixou a frase pairando no ar.

Ambos se encararam, sérios e tensos. A respiração de Percy estava fraca, e cabelos negros caíam em sua testa, em seus olhos. Ele estava, pelo que parecia para Sara, cansado e acabado. Ela soltou de suas mãos e impulsionou seu corpo contra o dele, lançando seus braços em tornou de seu pescoço. Ele a abraçou forte, e os dois ficaram com os corpos pressionados um contra o outro, em uma abraço carinhoso.

Sara sentiu a mão do namorado nos cabelos soltos, bagunçando-os. Ela enterrou mais ainda seu rosto no ombro dele, perto do final do pescoço.

– Eu não tenho certeza - sussurrou Percy em seu ouvido.



Ela corria afobada, carregando John com um de seus braços em torno do corpo dela. Como ele era pesado! Mas, mesmo assim, continuou a correr em direção ao palácio. Não sabia o que seu pai faria, mas não basta tentar.

Estava na metade dos Campos de Asfódelos, e seu braço esquerdo estava todo sujo de sangue. Ela estava arfando, e Quione em nada ajudava, andando junto dela, choramingando. Com esforço, Mary arrumou o pesado braço de John em seus ombros, e continua a arrastá-lo.

– John, acorde! - Ela dizia, todo o momento. Quando o garoto desmaiou em seus braços, ela não pensou duas vezes e começou a trazê-lo. Deveria ter cuidado dele primeiro, mas, logo que já o estava carregando, continuou, pensando em como ajudá-lo.



Ele conseguiu abrir um pouco os olhos e dar alguns passos arrastados e pesados. Aliviou o peso das costas de Mary, mas eles diminuíram a velocidade. Irritada, ela voltou a correr, e ele soltou um gemido de protesto.

– Desculpe! - Ela disse. - Nós temos que chegar logo!

Uma eternidade se passava, e parecia que, quanto mais andava, mais longe o castelo de seu pai ficava. Ela começou a se preocupar e ir mais rápido, e os protestos e John aumentaram. Isso apertava seu coração, mas não podia fazer nada. Ou ele protestava da dor, ou ele morria.

Quando finalmente chegou ao palácio, Mary estava quase inteiramente suja de sangue e fuligem. Estava bem preocupada, mas apertou o passo, indo em direção ao seu quarto, para cuidar dos ferimentos de John. Depois, quando ele já estivesse em segurança, falaria com o seu pai.

Mas os planos foram adiados.

Quando estava no corredor onde ficava seu quarto, com as paredes pretas e o piso de bronze, as sombras ficaram mais fortes, e seu pai apareceu. Ela levou um susto, e cambaleou um pouco para trás. Ele estava com um olhar duro, de pedra. Furiosíssimo com ela.

– O que pensa que vai fazer? - Ele disse, com a voz clara e fria.

John levantou o olhar para ele, mas Hades nem ligou para o garoto. Encarava Mary, com um ar raivoso.

– Ele vai morrer - ela disse, com o desespero claro na voz. Sua expressão envolvia a tristeza e a loucura por salvá-lo. Por muita sorte, ela fora a filha favorita de Hades, mas, mesmo assim, ele era duro com ela.

– Ele invadiu minha casa - Hades disse, ainda sem olhar para John. Era como se o garoto não estivesse ali.

Mary balançou a cabeça, acabada. Arfava com força, como se não conseguisse respirar direito, como se ela tivesse quase sido afogada. Não podia acreditar no que seu pai estava dizendo.

– Ele vai morrer! - Gritou ela, realmente desesperada. Depois, se arrependeu do que havia dito. Jamais, mas jamais mesmo gritou com seu pai.

Ele levantou uma sobrancelha, quase admirado com o comportamento da filha. Estava com os braços cruzados, e parecia decidir algo. Mar levou um susto ao perceber que seu olhar não era mais duro. Ele só parecia confuso.

Então, inclinou a cabeça para o lado, como se escutasse algo importante que alguém estava dizendo. Estavam demorando demais, e Mary já podia sentir a respiração de John ficando fraca e falhando. Logo, ele poderia estar morto.

Mas então, como se já estivesse ouvido o suficiente, Hades deu um suspiro e um passo para o lado, deixando a filha e o garoto passarem. Ela olhou agradecida para ele, e carregou John até a porta de seu quarto, e fechou-a atrás de si.

Logo, o colocou em sua cama, e procurou álcool e algum pano. John tentou levantar, mas ela o empurrou de volta para a cama.

– Nem pense, rapazinho.

E ele se deitou, fechando os olhos e tentando respirar novamente. Mary conseguiu achar o álcool e pegou uma toalha do banheiro e embebedou-a com o líquido, e colocou sobre os ferimentos no tronco de John. Ele agarrou a ponta da cama, e fez uma careta de dor. Assustada, Mary tirou a toalha de seu peito, segurando-a contra o corpo.

– Você está bem? - Sua voz e suas mãos tremiam, com medo de ter matado-o.

– Estou - respondeu John, com a voz rouca. - No bolso da calça, tem uma estela.

– O que? - Perguntou ela, já ficando ruborizada.

John abriu os olhos e a viu vermelha, feito um pimentão. Ele curvou os cantos da boca, formando um sorriso, e ela ficou ainda mais embaraçada. Lentamente, Mary levou a mão até o bolso direito da calça, e, por seu imenso alívio, sentiu uma espécie de varinha, logo na ponta da roupa. Ela a puxou rápido.

– Você sabe fazer uma iratze? - Perguntou ele. Em resposta, ela franziu a testa. - Não, não sabe. Dê ela a mim.

Ela estendeu a estela para ele, e seus dedos se tocaram. Mary se arrepiou com o toque quente e áspero dele, em choque com suas mãos geladas. Ele pareceu não notar.

– Me ajude a sentar.

Mary correu e pegou alguns travesseiros que estavam no armário e arrumou-os, de modo que formaram uma espécie de encosto. Pegando-o pelos braços, colocou John encostado nos travesseiros.

Com um suspiro, ele começou a fazer desenhos com a estela no seu braço. A arma parecia queimar, partir a pele dele, e ela ficou quase em choque. Ele estava se machucando mais ainda?

Mas, quando parou, ela viu que os seus machucados começavam a se fechar. O local que ele desenhara com fogo havia ficado preto, como uma tatuagem. Com um susto, percebeu que todo o seu corpo era coberto por essas marcas, marcas de linhas e curvas entrelaçadas.

Com a expressão de Mary, John sorriu.

– Legal, não?


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Notas finais do capítulo

Quione, não muito perfeita: http://farm3.staticflickr.com/2683/4185100798_3196ccf034_b.jpg



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