A Caçadora escrita por Messer


Capítulo 10
Segredos desvendados


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Eu estava sem internet! Então, desculpem pela demora! E espero que gostem!
P.s.: Não enxerguem o John como uma pessoa má. Eu vi que alguns de vocês estavam fazendo isso, mas ele é muito bom. Assim, quando se viram, era Mary que estava narrando, e ela era uma Caçadora. Ou seja, ela odiava os garotos. Mas as coisas vão melhorar, não se preocupem



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John ficou lá, vendo Mary escapar de suas mãos.

Ele não conseguia entender muito aquela garota, mas parecia que ela tinha feito ou sofrido algo muito ruim. E também era estranho o fato de ela pular em seu pescoço, mal o conhecendo, e depois se afastar. Ele pensou em beijá-la varias vezes, mas não o fez em nenhuma das ocasiões. Ela parecia, mesmo aparentando 15 anos, muito velha, como se fosse de outra época. Como se fosse de alguma época em que o que havia feito era quase um crime.

John se achou um idiota por pensar aquilo. Ela era uma garota normal. Uma garota normal, perigosa, assassina e que escondia muitos segredos. Pensando bem, Mary não era tão normal assim.

Algo naquela garota fazia John ficar louco, parecia que lhe haviam injetado uma enorme dose de adrenalina. Era realmente estranho, ele nunca sentiu nada assim. Também era estranho ela nem ligar para ele. Como se fosse um irmão ou alguém inalcançável assim. Nesse estilo. Ela realmente o deixava fora de si. Ele já teve namoradas, ficantes e coisas assim. O problema foi que nunca se importou com elas, nunca realmente chegou a gostar delas. Era uma espécie de passatempo quando ele não podia sair arranjando encrenca.

Quando se pegou pensando nisso, balançou a cabeça, ligeiramente impressionado por ter chegado àquele ponto. Não podia se deixar ser fraco, ainda mais na frene dela. Pelo jeito, mesmo não sabendo direito o que ela era, sabia que poderia ser tão forte quanto qualquer um lá. As frescas e estranhas lembranças da primeira vez que se viram estavam começando a se modificarem. Ele tinha certeza que tinha visto ela atacar um policial grande e carrancudo, mas agora, pensando melhor, as lembranças se modificavam para um gigante azul e sedento de sangue. Tirando o fato que aquilo não existia.

Mas algo lhe disse que estava errado.

Ele saiu do telhado do Instituto esfregando a mão que havia levando uma flechada, mas agora ela estava com uma marca lá, uma espécie de símbolo de cura. Mesmo com o vento cortante, não sentia frio por baixo do casaco pesado. O que foi estranho, era o fato de, quando ela o abraçou, ele não sentir o calor que alguém teria. Era como se ela fosse um cadáver, com sua palidez mórbida.

Tentando afastar o pensamento, John se atirou na cama de seu quarto. Mal havia percebido que já tinha chego lá. Era um quarto normal, como os outros, tirando o fato de haver livros empilhados na escrivaninha e roupas jogadas por todos os cantos. Ele nem ligou. Não era lá o mais organizado de todos.

Logo, mesmo não estando cansado, ele fechou os olhos e adormeceu.



Os olhos de Mary pareciam feito de pedra.

Ela acordou, não se lembrando de ter dormido. Estava atravessada na cama, como se estivesse caído, enquanto estava sentada. Não parou para perceber o quanto estava cansada pela pequena demonstração de poderes, quando quase matou todos, e depois da visita da deusa. Mary suspirou, desejando dormir para sempre.

Então, escutou novamente batidas insistentes na porta. Ela se levantou, meio tonta, e se encaminhou lentamente até a porta, e mal girou a chave inteira, quando Annie escancarou a porta com força, fazendo Mary cair sentada no chão.

– Mary! Você finalmente acordou! Achei que dormiria para sempre – ela disse, e foi se encaminhando até a cama, se sentando lá. - Bela vista desse quarto...

– Ahn... OK – murmurou ela, meio confusa com a invasão da garota. Não era muito comum Mary se deparar com pessoas estranhas invadindo seu quarto. Melhor, não era muito comum ela se deparar com estranhos conversando com ela.

– Bem, eu vim conversar a sós com você pois eu sei que é melhor conversar comigo do que com os outros, certo? Parece que você é uma espécie de Amazona, tipo as mulheres guerreiras dos mitos antigos, que matavam os homens. Eu gosto delas, sabe? Ótimas guerreiras. Tirando o fato de eu gostar dos garotos.

Era estranho como Annie falava. Ela socava palavras, sem olhar muito para Mary. Ela tinha uma expressão um tanto sonhadora no rosto, como se a ideia de ser uma Amazona a agradasse mais do que Mary pensava.

– Não sou bem isso – começou Mary, ainda sentada no chão -, eu sou uma Caçadora. Bem, pelo menos era. E não se preocupe, as Amazonas gostam sim de garotos. Elas só mostram quem manda. Até que é legal, apesar de eu preferir a vida como uma Caçadora de Ártemis.

Annie olhava meio boquiaberta para Mary.

– Você fala isso como se fosse verdade – ela murmurou.

– E você achava que essas lendas, como você chamam, eram mentiras? Duvido que um mortal normal acreditaria que vocês são metade anjos.

Ela a olhava, com desdém. Annie ainda estava meio assustada, como se os piores pesadelos dela saíssem de sua mente e invadissem o mundo real.

– Então... Bem, por que o Percy pode ver isso mas eu e as outras pessoas não?

– Névoa – disse Mary. Ela gesticulava com as mãos enquanto falava, como se fosse uma explicação a mais. - É o véu que impede de os mortais comuns de verem a verdade e ficarem loucos. Mas alguns, não sei porque, nascem com esse dom. A maioria está em hospícios., mas pelo jeito, o seu irmão não.

Annie pensou por um tempo.

– Mas você pode nos ver, certo?

– Sim. Desde que eu me conheço por gente, que é a muitos anos atrás, eu vejo coisas estranhas. Piores do que monstros. Algumas atacam os outros, e outras ficam quietos. Eu comecei a reparar que era diferente quando eu tentava matá-los com minha espada – Mary puxou o colar, e a espada apareceu em sua mão. Ela repousou cuidadosamente a arma no chão. - Mas eles não viravam pó, e os outros viam coisas diferentes. Quando perguntei a lady Ártemis, ela disse que a Névoa poderia estar pregando peças na minha mente. Mas eu via que alguns deles eram mais que reais.

– E nós nunca vimos nada assim.

– Não. Esse meu mundo é mais do que complicado. E perigoso. A maioria de nós não passa da adolescência.

Annie não parecia acreditar. Olhava para Mary com os olhos violetas arregalados. Seu cabelo escuro estava em um rabo de cavalo firme, e ela tinha o rosto oval, com os lábios longos e cheios. Ela era bonita. Muito bonita. Mas Mary nem prestou muita atenção nisso.

– E eu achando que nós que corríamos perigo – Annie disse, com sarcasmo e um meio sorriso no rosto. - Bem, você é um deles?

Mary concordou com a cabeça.

– Uma Meio-Sangue, semideusa, Caçadora de Ártemis.

– Caçadora do que?

– Desculpe, eu era uma. Fui expulsa a agora pouco pois era somente uma etapa – disse Mary, com raiva. - Uma etapa longa, a única que foi feliz. E é claro, eu fui expulsa. Como fui expulsa de tudo o que já frequentei antes. Se quiser, agora mesmo eu dou o fora daqui e vocês poupam esse trabalho. Que tal?

Annie a olhava quase com pena. Mas também havia curiosidade naquele olhar. Era como se... ela soubesse do que Mary estava falando. Como se ela também tivesse passado por isso.

– Não... Não quero que você vá. O que é ser uma Caçadora?

– As Caçadoras de Ártemis. Um grupo de garotas imortais, virgens e extremamente treinadas que andam pelo país procurando mais integrantes e matando monstros. Abrimos mão do amor e dos amigos para sair. Não! Não é nada ruim! - Acrescentou Mary, rapidamente, ao ver o olhar assustado de Annie. - Nós não namoramos mais, nem ficamos. Algumas se apaixonam, e saem da Caçada, ou ficam sofrendo lá. E visitamos os amigos de vez em quando, quando voltamos ao Acampamento.

– Acampamento?

– Um lugar para semideuses. Bem, algumas garotas podem entrar na Caçada quando descobrem que são meio-sangues, apesar de quase qualquer garota, mortal ou não poder entrar. Já, quem não quer, pode ir ao Acampamento.

Annie assentiu, meio tonta com tanta informação. Ela realmente não esperava tudo isso. Já não bastava o fato de ter que lidar com sua complicada vida de Caçadora de Sombras, agora também teria uma vida onde a mitologia grega existia no mundo real. Aquilo sim que era complicado.

Antes que Annie pudesse dizer algo, foi interrompida:

– Nós temos um problema - apareceu Percy na porta. - E eles querem você, Mary.


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Notas finais do capítulo

HEEEYYY!!! Mais dois desenhos!!
John Boss: http://k-hione.tumblr.com/johnboss
Mary Laurence, séc. XVIII : http://k-hione.tumblr.com/secxviii



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