O caos se espalhou pela sala. Como assim desapareceu? Não pode ser, logo agora que eles precisavam tanto de Rachel?

– Mas como assim ela desapareceu? - Piper perguntou exasperada.

– O pai dela acabou de ligar perguntando por ela! - Respondeu o filho de Apolo. - Ele mandou uns caras que trabalham para ele, em uma busca pelos arredores de Connecticut. Não a acharam em canto nenhum!

Todos se calaram, observando Annabeth, que já estava de pé, andando de um lado para o outro, pensativa.

Leo resolveu quebrar o silêncio:

– Mas o que poderia ter acontecido?

Pensou um pouco mais e sua conclusão a deixou tristonha.

– Só pode ter acontecido uma coisa. - Ela afirmou. Todos se inclinaram para ouvir o que ela tinha a dizer. Respirou fundo. - Os romanos capturaram Rachel.

Depois disso, todos explodiram em palavras, explanações, perguntas, e tudo mais.

– JÁ CHEGA! - gritou alguém mais alto que os outros. Todos pararam de falar e se viraram para o dono da voz, Nico di Angelo. - Se vocês querem ganhar essa guerra, seria muito mais recomendado que se concentrassem nisso.

Annabeth assentiu.

– Nico está certo. - Disse. E suspirou. - Acho que já é o suficiente por hoje. Vamos para os chalés.

Ela mal terminou de falar, Nico já saía apressado.

Ele fechou os olhos e viajou nas sombras. Ao abrí-los novamente, se encontrava novamente na Princípia, a sua frente Percy e Reyna conversavam em voz baixa. Ao vê-lo, os dois pararam e se viraram para ele.

– E então? - Perguntou Percy. - O que você descobriu?

Nico sorriu.

– Você se lembra do vídeo-escudo?

**********

Rachel tentava ver todas as saídas possíveis. Não encontrava nenhuma.

Segundo o cara que a levara até lá, ela estava na Princípia, que era como um quartel-general. Porém, seu quarto mais parecia uma prisão. Tinha barras de ferro na janela, e a porta era trancada pelo lado de fora. Bom, pelo menos, Percy havia trazido as telas e tintas, que havia deixado em casa, ou na academia em Connecticut.

Ela suspirou e começou a fazer um quadro. O rosto de Percy. Mas não o novo Percy, que a prendera ali a sete chaves. Não, ela pintou Percy do modo como ele era antes, quando ela o conheceu. Ela pintou o tal Percy Tenho de Ir.

Riu pelo nariz ao se lembrar de como havia entendido que era seu nome. Também se lembrou do Percy Não Sei O Quê. Agora ela não sabia como iria chamá-lo... não tinha nenhuma ideia.

Seus pensamentos foram interrompidos quando a porta foi aberta bruscamente por Percy, um outro garoto e uma garota. Ela tinha cabelos negros e olhos castanhos escuros. Ela e Percy usavam jeans, camisetas roxas e all star's, junto com uma toga roxa, com medalhas no peito. Já o menino era alto e magricela, com cabelos cor de palha, jeans um pouco grande demais, camiseta larga e uma toga frouxa. Parecia um espantalho vestido com um lençol.

– Rachel. – Percy chamou. Olhando melhor, ele parecia muito cansado, já que apresentava olheiras debaixo dos olhos. - Essa é Reyna, minha colega da pretoria. E este é Octavian, o áugure do acampamento.

– Como vai, Rachel? - a tal Reyna perguntou casualmente. - Ouvi falar bem de você. Então você é o Oráculo de Delfos?

Hesitante, Rachel assentiu.

– Sim. - Falou. - Desde o verão passado, depois da guerra.

Reyna assentiu compreendendo.

– E tem alguma profecia vindo? - Perguntou.

A ruiva pensou se poderia confiar neles. Percy sempre fora seu amigo, e Reyna parecia ser bem bacana, mas ela também tinha amigos no Acampamento Meio-Sangue.

– Vocês estão me dando uma escolha? - Ela perguntou lentamente. - Por qual acampamento lutar?

Percy negou com a cabeça.

– Ainda não. - Falou. - Responda a pergunta que fizemos.

Rachel fez uma careta. Depois respirou fundo e fechou os olhos, concentrando-se.

Ela abriu os olhos, já tomada pelo espírito de Delfos.

Por mal entendido os grupos lutarão

E, sem perseberem, o mundo destruirão

A grande Capital será criada

E a era dos deuses, encerrada.

E caiu inconsciente na cama, todos assustados demais para segurá-la.