A Profecia escrita por Annabel Lee


Capítulo 4
CAPÍTULO IV


Notas iniciais do capítulo

Zyah receberá uma visita inesperada de sua futura noiva. Será que vai ser pacífico? Leia e descubra!



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ZYAH

Cyra me deu a pior notícia do dia. Me futura esposa virá jantar conosco, e eu nem sequer me preparei psicológicamente para isso! No mínimo eu teria pedido para que Lert ficasse... Ou quem sabe ele teria me ajudado a superar a situação antes de ir embora.

Mas agora já era. A "fadinha" viria para cá para comer feito um passarinho (como ela sempre faz).

Tomei um banho e coloquei uma roupa "apresentável". Vesti-me de meu traje azul turquesa com pequenos detalhes dourados. Bufei quando me olhei no espelho e fiquei satisfeito... Faya não merecia toda essa atenção...

Isso é pela Aldeia, Zyah. Pela Aldeia!

Tenho que me lembrar disso a cada cinco minutos para não pirar.

Saí do meu quarto e resolvi falar com mamãe. Faz dois dias que ela não sai do quarto... Isso preocupa a todos!

Minha mãe é profetisa. Herdou esse dom da mãe dela. E quando ela fica assim... Oculta de todos... coisa boa não vai acontecer, acredite!

Bati na porta.

- Mãe? - chamei.

- Entre, Zyah - ela disse.

Abri a porta devagar. Mamãe olhava pela grande janela de seu quarto. Eu podia ver sua expressão pensativa através do vidro da janela... Ela virou os olhos para mim e sorriu.

- Você é tão parecido com seu pai... - ela disse.

- É... todo mundo diz isso. - sussurro para mim.

- Eu acho que vou me juntar a você no jantar.

Isso me fez sorrir de alívio.

- Obrigado, mãe.

Ela sorriu de volta. Depois seus olhos se tornam distantes, como se olhasse além dos vales de Nitha... Além de qualquer coisa sólida.

- O que você têm visto, mãe? - pergunto me pondo ao lado dela.

- A Antiga Profecia. Ela não para de se repetir, como um eco em minha mente.

A Antiga Profecia. Ela me faz extremecer e ainda me causa pesadelos. É tão confusa e tão secreta que quase não se fala nela em Nitha. Os versos são os seguintes:

"A cada ciclo, eis que uma fenda deve se abrir

E encontra-te a oportunidade de outro Universo descobrir

Mas ouça-te bem antes de um passo dar

Pois se a fenda você atravessar,

Jamais irá voltar"

Essa Profecia foi dita há Eras atrás. Ela se refere a um espelho (que só pode ser visto e tocado por seu Guardião), que divide dois Universos diferentes. Depois de recebê-la, o povo de Nitha jurou nunca atravessar o espelho. Nunca passar para a outra Dimensão. Porque nunca voltaremos, caso isso acontessa.

- O que tem a Antiga Profecia? - pergunto.

- Ela vai ser cumprida. Alguém dos dois Universos vai atravessar.

- Quem seria tão estúpido?

- Não sei, filho. Também não sei de qual Universo a pessoa pertence. Mas vai acontecer.

Extremeço contra a vontade. Essa Profecia se cumprindo. Isso... Isso seria assustador. Já não basta os boatos do Demônio das Sombras despertando... Agora isso!

Olho pela janela, e consigo vislumbrar a Carruagem Real da Aldeia Segunda. Faya estava a caminho.

- Vamos nos juntar ao seu pai - diz mamãe.

Eu lhe ofereço o braço. Ela sorri, e passa o braço pelo meu. O vestido roxo lhe caiu muito bem. Estava lindo.

Fomos juntos até a Sala de Jantar. Meu pai e Cyra já se sentaram à mesa. Mamãe sentou na cadeira mais próxima ao meu pai, e eu sentei ao lado de minha irmã.

- Como está? - ela sussurra para mim.

- Péssimo e você?

- Não chego a tanto. Mas o dia não está nada emocionante...

Nós dois rimos baixinho.

Batem na Porta Principal. Nosso criado foi atendê-la. Quando Faya, seu pai e seus dois irmãos entraram na Sala de Jantar, todos nós nos levantamos para ir recebê-los.

Faya estava incrível (devo admitir). O longo vestido de seda eram de uma coloração marfim, com um leve brilho dourado se revelando quando ela se movia. Seus cabelos dourados estavam enfeitados com flores brancas e ela toda brilhava quando sorria (deixando claro seu parentesco com as fadas da Floresta do Verão).

Eu tenho que admitir, novamente, que fiquei bobo quando a vi. Mas ainda assim, ela não despertava em mim mais nada além de surpresa.

Seu pai tinha cabelos dourados como os dela (o que era uma marca da Aldeia Segunda), mas não tão brilhantes. Ele era um sujeito de idade, devo dizer. Com barba e tudo o mais.

Os irmãos de Faya eram gêmeos. Kirin e Torin. Dois demônios dentro de dois rostinhos dourados de provavelmente 10 ciclos.

Apertei a mão do par de Faya. Acho que: minhas mãos quase foram esmagadas pelo pai de Faya, deve ser melhor.

 Despenteei os cabelos de Kirin e Torin como um gesto amigável. Os dois riram, ainda bem!

Fiquei meio sem jeito ao rebecer Faya. Mas antes que eu pudesse dizer ou fazer algo a respeito, ela me puxou e me deu um selinho. Tentei não deixar meu rosto extremamente assutado (embora eu estivesse).

Quando nos sentamos o jantar foi cervido. O javali e as preás, acompanhados de batatas cozidas e uma deliciosa salada.

- Está uma delícia! - comentou Faya com sua delicada voz de fada.

- Foi Zyah que caçou! - exclamou Cyra. Eu a chutei por baixo da mesa.

- Ai! - sussurrou para mim.

- Fica quietinha - sussurrei de volta.

- Então, Dhuran - disse o pai de Faya para o meu pai, como se a palavra "guerra" nem existisse - ainda guarda aquelas preciosas garrafas de hidromel?

Meu pai riu amigavelmente. Vendo-os assim, pareciam velhos amigos.

- Claro que sim, Tür. Vou pedir para um criado trazê-las!

Meu pai chama o criado e pede as garrafas. Ele sai apressado e volta em poucos minutos com três garrfas de um líquido cor de mel.

Meu pai e o pai de Faya comiam e bebiam como dois bárbaros, enquanto o resto de nós prosseguia em silêncio. Eles gritavam, cantavam e bebiam mais ainda. Depois começaram a falar do meu casamento...

- Ei, Zyah - chama meu pai - porque não chama a moça para mostra-la o castelo?

O pai de Faya ri mais ainda.

Faya me lança um sorriso, como se concordasse. Dou um olhar de ódio para meu pai.

- Claro, pai! - comento. E Faya me segue que nem um cachorro para eu comçar a mostrar sua futura casa.

Subimos as escadas para que eu começasse pelos quartos, e ela pôs a mão na minha.


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Notas finais do capítulo

Reviwes, please!



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