A Profecia escrita por Annabel Lee


Capítulo 23
CAPÍTULO XXIII


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO: O CAPÍTULO POSSUI CENAS DE SEXO QUE PODEM SER MUITO FORTES PARA CRIANÇAS.

Caso voce seja maduro o suficiente, prossiga com a leitur, caso não, pule as partes na qual me refiro.

Enjoy



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HELENA

Quando Faya me chamou quase pensei que fosse me assassinar ou algo do tipo. Eu estava no quarto do Zyah, lendo enquanto ele se arrumava para caçar.

      Ela bateu na porta e me chamou, disse que era importante. Peguei a adaga, só para me certificar, e fui atrás dela deixando um bilhete para o Zyah.

      Ela estava no jardim. De costas para mim. Silenciosa.

      - Faya?

      - Você tem mais poderes do que imagina – ela disse ainda de costas – sei disso porque a Aldeia Sétima e a Primeira não são as únicas que se especificam no assunto. Muitos esquecem que as fadas do verão não só são belas.

      Fico quieta.

      - Sollun era um amigo íntimo de meus pais. E meu! Ele me disse várias coisas relacionadas ao poder de ser Guardião. Você é poderosa a ponto de salvar a nós e ao seu mundo.

      - Como?

      - Vim aqui não só para lhe oferecer ajuda, mas para pedi-la. Vou lhe ajudar a acender sua magia.

      - E o que quer em troca?

      Faya demorou a responder, avaliando se realmente diria.

      - Eu sei quem é o Espião.

      Fico quieta. De um silêncio perplexo e desesperado. A adaga começa a ferver em meu cinto, pedindo para ser desembainhada. Mas eu me segurei.

      - O quê? – foi o que eu consegui dizer.

      - Está me chantageando. Ele (ou ela, não revelarei seu sexo) matou meus irmãos como um aviso. Ele quer que eu o ajude quando ir com vocês para o Castelo Décimo. Não sei o que fazer. Não quero que meus pais morram, muito menos Zyah ou Ley! E ele ameaçou mata-los. Você é minha única esperança.

      - O que quer que eu faça?

      - Ele irá conosco. Para a missão. Ele foi o Escolhido para despertar a Besta com o Ritual Profano. Ele quer que eu o ajude a mantê-lo seguro com vocês. Não posso fazer isso, Helena! Você precisa mata-lo.

      Faya estava muito mais frágil do que sempre aparentou. Estava desesperada, ela me suplicara que eu a ajudasse. E independente de sua beleza divina, eu aceitei fazê-lo. Porque finalmente enxerguei plena bondade nela. Sem ser mimada e metida como normalmente é.

      Agora estou no quarto. Sem saber o que fazer, nem como fazer, já que Faya não me revelou quem é o Espião. E se ele vai na missão conosco deve ser um dos Herdeiros. Ou pode ir invisível! Tudo era possível.

      Não aguento mais esse desespero que Faya compartilhou comigo. Devo falar com Zyah e pedir para que ele não revelasse nada. Mas não sei se seria certo.

      Eu não tenho outra escolha. Ele é o único em quem confio aqui. Se eu não falar com ele enlouquecerei, certamente.

      Depois da grande revelação, Faya me ensinou a magia da Aldeia Segunda. Ensinou-me a manipular a luz. Seja do sol, do fogo ou uma luz espiritual. Posso cegar alguém com um simples olhar, e sei disso pois quase ceguei o gato de Faya.

      Ela disse para que eu treinasse os Poderes Primeiros com Zyah quando ele chegasse.

      A porta se abre. Zyah entra com um sorriso aliviado. Aliviado em me ver segura, pelo menos por hora.

      Levanto da cama e o abraço muito forte. As lágrimas desciam de frustração e desespero.

      Zyah pega meu rosto e olha nos meus olhos.

      - Helena? Por que está chorando? 

      A resposta são soluços. Chegavam em maior quantidade sempre que eu tentava falar.

      Ele senta na cama e pede para que eu sente do lado dele.

      - Se acalma, tá legal?

      Confirmo com a cabeça.

      Vou respirando devagar, tossindo de vez em quando. Paro de soluçar e logo após enxugo as lágrimas.

      - Agora fala comigo.

      Conto tudo. Detalhe por detalhe. E evito algumas coisas como o fato do Espião ter ameaçado Faya de mata-lo. Isso me perturbava mais que tudo.

      Quando termino, ele está com os olhos confusos e perturbados como os meus. Olhou fixamente para mim, como se eu fosse de fumaça, uma simples visão que poderia se apagar a qualquer segundo.

      - Ah, minha Deusa! – ele diz baixo.

      - Eu sei – digo tentando evitar mais soluços – ela pediu que eu o matasse. Mas é muito perigoso. Zyah, eu to com muito medo!

      Zyah me abraça, e choro um pouco mais em seu peito. Ele me embala um pouco cantando uma canção em uma língua antiga, que não é usada pelos Nithanos. Eu entendi o significado. Dizia que me amava.

      - Vai ficar tudo bem – ele diz.

      - Eu sei.

      Consigo, enfim, relaxar. Apertando mais meu abraço. Zyah estava quieto, como eu. Quando olho para cima, eu o vejo fitando a parede do quarto.

      - O que foi?

      - Estou pensando numa coisa que Lert disse.

      - O que ele disse?

      - Disse... Que talvez eu nunca a veja de novo, quando você for embora.

      Fico em silêncio. A ideia vinha me perfurando silenciosamente por dias. Tento evita-la ao máximo. Mas sei que é impossível. Nem mesmo os Guardiões voltam a Nitha quando saem dela.

      Jamais o verei se eu for embora.

      Assim como jamais verei minha família inteira se ficar.

      - Zyah, eu te amo – digo com toda certeza e sinceridade.

      - E pode apostar que eu também te amo, Helena – ele se afasta para me fazer olhar nos olhos dele – e quero passar o máximo de tempo com você antes de você ir.

      - Não poderia vir comigo, quando eu fosse embora?

      - Seria o mesmo que pedir para você ficar! Não posso me afastar de minha família, nem dos meus amigos... Nem das minhas responsabilidades.

      Suspiro.

      - Então vamos passar o máximo de tempo que pudermos juntos! – eu digo.

      Ele consegue abrir um sorriso. E não deixo de sorrir com ele.

      Seus olhos cinza-azulados encaram cada parte do meu corpo, como nunca fizeram antes. De um modo tão profundo e intenso que eu quase sentia um belisco quando ele o fazia.

      Ele se inclina em minha direção e me beija, de forma ardente como havia feito antes. E cada parte minha queimava como se eu tivesse mergulhado em álcool e logo após acendido um fósforo na minha pele.

      Agarro os curtos cabelos dele, enquanto ele me beijava mais intensamente.

      Eu me levanto e depois sento no colo dele, de frente para ele e continuo a beijá-lo. As mãos dele começam a explorar todo o meu corpo sem timidez. Não me senti envergonhada quando veio a boa sensação que seu toque me proporcionava, porque eu me sentia pronta! Com ele, sim!

      Seus beijos desceram de minha boca para o meu pescoço, e depois para minha orelha. Causou arrepios e sussurrei o nome dele no momento. Eu não sabia que sentiria algo assim tão profundamente antes.

      A mão dele desliza de meus quadris até o fecho do vestido em minhas costas. Ele o solta, me deixando seminua. Abro um sorriso divertido quando isso acontece.

      Ele também ri, e não coro nem fico envergonhada. Era uma coisa extraordinariamente linda e incrível. Zyah beija por entre meus seios, e abro um sorriso.

      Então ele para de me beijar e observa meu rosto.

      - Que foi? – pergunto.

      - Você é incrivelmente linda.

      Rio.

      Ele tira a camisa. Avalio seu corpo seminu, e acho incrível. Parecia uma obra de arte ou até mesmo um elfo tolkieniano. Ele me enlaça com seu braço direito e me aproximo mais dele (se é que era possível). Ele me beija. E com a mão livre desabotoava a calça.

      Quase hesitei. Ele poderia ter os órgãos sexuais diferentes dos do Planeta Terra. Esqueço que ele é de outro Universo! Quando sinto algo vindo de , começo a desconfiar de que estou errada em pensar assim. E quando ele tira a calça por completo, de fato estou.

      Bom, para deixar claro eu já vi, sim, um pênis! Sou virgem mais não sou completamente pura, por assim dizer.

      Já tive coisas intensas com meu único relacionamento: Júlio César. Coisas neste momento incrível esquecidas.

      Zyah inverte nossas posições e me deita na cama, por cima de mim. Deu vários beijos em meu rosto, e depois outros em minha orelha... E outros em meu pescoço e em meus seios.

      Quando Zyah volta a beijar minha boca estou vivendo uma completa e maravilhosa experiência, sou incapaz de pensar em qualquer coisa senão naquele sentimento de prazer inexplicável.

      Quando terminamos, eu tinha certeza que aquela experiência era das melhores que eu já havia vivido em toda minha vida.

Estávamos deitados arfantes, nus e muito sorridentes. Então o relógio do Castelo dá um toque geral de apenas cinco segundos.

      - Hora de se arrumar para o Baile Sexto – diz Zyah.

      - Você primeiro!

      Zyah se levanta e se inclina para me beijar outra vez. Ele entra no banheiro e em pouco tempo depois ouço o barulho da água.

      Nisso estou observando o lençol da cama. Sujo de sangue onde eu estava deitada.

      É, eu perdi a “pureza”. E vou ter que arrumar uma excelente desculpa para quando a criada viesse coletar as roupas sujas.

      Então dou um sorriso largo. Meu Deus! Eu e o Zyah! Nós... Ah, eu nem acreditava! Parecia uma tola ali rindo sozinha, mas era incrível.

      Ouço a água parar de correr e pego minha toalha. Entro no banheiro do quarto de Zyah, e ele escovava os dentes.

      Engraçado... As escovas de dentes em Nitha era um pouco semelhante à nossa. Exceto pelo fato de ela não possuir a marca número um em recomendação dos dentistas (como todas lá no Brasil são).

      Pensar no Brasil me bateu uma saudade. Saudade de caminhar pelo bairro do Flamengo com Márcia, enquanto ouvíamos Maroon 5 ou Legião Urbana.

      Tudo aquilo parecia a mil anos de distância.

      Passo por Zyah e puxo sua mão para virá-lo de frente para mim e beijá-lo novamente. Agora eu não suportava mais ficar longe de seus beijos. Porque saberia que ficaria um LONGO tempo longe deles.

      Entro no boxe e ligo o “chuveiro”. Não era um chuveiro como os que temos na Terra. Não haviam canos ou botões, apenas algo parecido com uma maçaneta de porta onde geralmente tem o que chamamos de registro.

      A água descia muito mais forte que o chuveiro lá de casa! Entrei de cabeça e tudo na água gelada e tão límpida que eu posso abrir a boca e bebê-la.

      Não fica muito frio assim na Aldeia Primeira. E mesmo em temperatura mediana o banho frio é incrivelmente bom. Como se tivéssemos passado horas no sol quente e desértico antes de tomar banho.

      Saio e me seco. Arrumo o cabelo e visto o vestido que a criada deixou.

      O vestido era de algo mais sofisticado e belo do que seda! Era branco, semelhante a flocos de neve e véu de noiva. Era longo com mangas longas de tecido mais fino, e quase não dava para vê-las. Lembrei que a Aldeia Sexta é a Aldeia de inverno, e que lá vai estar incrivelmente frio.

      Espero que a roupa esquente bastante!

      Quando saio do banheiro Zyah também vestia um traje branco. No tempo que fiquei no banho as roupas de cama foram trocadas, para o meu alívio.

      Zyah estava incrível!

      - Uau! – eu digo.

      - Uau para você também! Está maravilhosa!

      Ele se aproxima, tornando-se muito próximo e eu quase podia ouvir seus batimentos cardíacos.

      Ele dá um meio sorriso malicioso e me puxa pela cintura, juntando nossos corpos.

      - Mas eu te achei muito mais bonita há alguns minutos atrás – sussurra.

      Dou um sorriso divertido.

      - Digo o mesmo de você!

      Eu o abraço e ficamos um tempo assim.

      - Não quero te perder – ele sussurra em meus ouvidos.

      - Eu também não.

      Zyah respirou fundo e se afastou do abraço, relutante.

      - Tenho que te ensinar umas coisas antes de irmos!

      - Como o quê?

      - O básico. Sorte que está escurecendo! A noite ajuda na Magia Primeira.

      Zyah dá um passo para trás e respira fundo. Então fecha os olhos. Não sei o que ele vai fazer, mas sei que tem haver com magia. Ele faz uma bola de luz prateada com as mãos e quando abre os olhos, estão completamente brancos.

      Faya fez algo parecido, mas a luz de suas mãos era dourada e não prateada. Ela disse que aquilo era como recarregar as energias. Mas que eu não precisaria daquilo, pois não era nithana. Lembro que quando tentei fazer, não consegui realmente.

      A bola de luz vai se apagando, mas os olhos de Zyah ainda estão brancos.

      - A Magia Primeira é semelhante à Sétima – ele diz com sua voz ecoando – ambas tem relação com a noite. Porém a Sétima envolve algo mais além. Envolve Adivinhação e o poder do controle da mente. A Magia Primeira envolve o Espiritual.

      Zyah olha para cima e começa a levitar. Fiquei encantada, porém assustada. Não é atoa que ele é um dos líderes dos Herdeiros, enquanto Syr ainda é jovem para liderar. Ele era poderoso! Como Lyra.

      Os móveis do quarto também foram levitando, sobrando apenas eu com os pés no chão.

      Tudo estava iluminado com uma luz prateada e pálida. Como a lua, embora esta não estivesse no céu ainda.

      Zyah vai voltando aos poucos ao chão, junto dos outros objetos do quarto.

      Ele pisca os olhos bem forte, e estes voltam ao normal.

      - Tente agora.

      Não sei como diabos eu iria conseguir levitar! E me pergunto se, em meio a todas as lembranças perturbadoras que tenho da minha avó, uma delas envolve ela usando magia.

      A resposta é sim.

      Fecho os olhos como ele. Me concentro. Respiro fundo, puxando o oxigênio para dentro de mim. Depois expiro. Repito isso bem devagar até algo se remexer no meu estomago. Só vejo o breu dos meus olhos fechados. Mas agora nem tenho certeza se estão realmente fechados.

      Vou sentindo frio em meus pés descobertos, e não sinto mais o chão.

      Consigo ver o quarto agora, um pouco envolto por uma luz negra. Estou bem no alto. E aos poucos vou descendo e minha visão se normaliza.

      Zyah está muito estranho.

      - O que foi? – eu pergunto.

      - Você não fez algo normal. Sua energia é negra. Nenhuma energia, nem mesmo dos Guardiões é negra... A não ser...

      Zyah para de falar, com os olhos arregalados. Aos poucos vou entendendo o que ele quer dizer.

      Os únicos seres que possuíam energia negra eram da Aldeia Décima. E algo dentro de mim se pergunta, se o fato de eu ser Guardiã é o único que me liga a Nitha.


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Notas finais do capítulo

O capítulo é grandinho, mas com muitas revelações importantes!



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