A Profecia escrita por Annabel Lee


Capítulo 2
CAPÍTULO II


Notas iniciais do capítulo

Ta aí o segundo capítulo! Comentem!



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Bom agora que você tem uma noção de como é a minha rotina, posso prosseguir em contar esta história.

Continuando de onde eu parei: aquele almoço foi extremamente diferente dos outros. Começou tudo bem. Eu assistindo Transformers com o André tagalerando sobre Marvel e essas coisa de quadrinhos... Mamãe no telefone com a companheira dela, Amanda... E eu em perpétuo silêncio.

Mas assim que minha mãe parou de falar, ela começou a discar outro número. Então pôs o celular no ouvido e ficou um tempo quieta.

– Alô? - ela disse - mãe?

Troco olhares confusos com André.

– Sim, sou eu! - ela sorri - sim, estão bem e você? ... Que bom.

Ela fica um momento quieta, ouvindo, parando para dizer um: "sim, eu sei" ou um: "é".

Então ela finalmente diz:

– Eles vão adorar... Beijos, te amo... Tchau!

Ela tira o celular do ouvido e o desliga.

– O que foi? - André pergunta. Tão confuso como eu.

– Nós vamos passar o feriado na casa da vovó.

Choramingamos.

– Ah, mãe - eu digo.

– Qual é!

– Nem começem vocês dois. Sua vó não os vês faz um bom tempo e está com saudades. E um tempo no campo será bom.

De uma forma ou de outra... ficar longe da rotina era o que eu mais precisava. Mas vovó era tão estranha às vezes.

– Amanda vai conosco. Partiremos de manhã!

Pelo menos Amanda ia. Ela era legal, tinha um estilo meio reep. Ela trazia doces para mim e para André desde que eu tinha, sei lá, uns 7 anos.

Termino de comer e pego o prato da mamãe para lavar.

– Lava o meu? - pergunta André fazendo biquinho.

– Não!

Ele desfaz o biquinho e me dá língua. E eu estava mais do que convencida de que essa hábito deveria acabar.

Lavo os pratos cantalorando uma antiga trilha sonora de um filme que vi recentemente. Um filme triste, sobre clones que doavam seus orgãos vitais. Fico arrepiada só de pensar.

Mas eu não paro de cantar a melodia melancólica e lenta:

Darling... Kiss me. Kiss me. And never... Never... Never... Never... Let me go.

– Que bonitnho! - disse André atrás de mim.

– SAI DAQUI, ENCOSTO, E ME DEIXA EM PAZ!

– HELENA! - grita minha mãe do quarto - OLHA O JEITO QUE VOCÊ FALA COM SEU IRMÃO.

Sou um berro de raiva. Depois lanço um olhar ameaçador para André.

– Você vai me pagar, peste!

Ele sai correndo. André é pequeno e madro, mas corre como um demônio. Seus cabelos eram enrolados e pretos, como os meus. Erámos muito parecidos. Ambos tínhamos sardas e olhos castanhos. O que nos diferencia era o sexo e a altura.

Que ódio dele! Continuei a lavar a louça cheia de raiva. Fazendo questão de fazer muito barulho com os pratos.

Quando terminei de lavar o dia se seguiu normalmente: dar comida para Hermes (meu passarinho), continuar meu trabalho de história, fazer outras lições e ficar na internet.

Então meu telefone tocou. Quando olho a tela não fico nem um pouco surpresa ao ver o nome: Marcy, com o número da minha melhor amiga gravado embaixo.

– Alô! - eu digo.

– Ei, Helly!

– E aí, Marcy.

– Ta a fim de ir a uma festa amanhã. E na casa do Marco Aurélio! - escuto ela gritar.

– Desculpa, Marcy. Mas amanhã vou ter que visitar minha avó.

– Ai, que saco! - ela diz.

– Nem me fala...

– Você tá precisando de um gato na sua vida, amore.

– Gato? Não, obrigada. Não quero nenhum felino imundo pertubando meu Hermes.

– Estou falando que você precisa de um namorado!

– Argh! Nem pensar!

– Você tem 15 anos, Helena! E seu único relacionamento foi há dois anos com aquele ruivo que morava no Catete...

– O Júlio!

– Tanto faz. E você quase não fica com ninguém.

– Eu não quero ficar com ninguém, Márcia - às vezes ela não entendia isso!

– Mas que você tá precisando, tá!

Reviro os olhos. Márcia acha que tudo o que importa na humanidade é o amor. Mais nada. Insisto em conversar com ela que o amor não paga as contas de ninguém, e ela reclama que eu estou falando que nem a mãe dela. E eu desisto.

– Tanto faz, Marcy!

– O que você acha do Johnny?

– Aquele metido a motoqueiro? Nem pensar. Prefiro me relacionar com porcos.

– Ai, mas você não tem jeito. Meu Deus! São 9 horas da noite! Tenho que dormir para acordar bonita amanhã! Beijinhos!

– Beijos.

Desligo meu telefone e o coloco na mesinha. Também acho que é melhor eu ir dormir. Deito na cama e adormeço segundos depois.

.............................................................................................

Estávamos no carro a caminho da casa da minha avó. Que ficava em Bananal (traduzido por fim do mundo em línguas conhecidas).

Eu vestia uma calça jeans qualquer e minha velha camiseta com os dizeres: Keep Calm and Reed a Book.

Ouvir no fone de ouvido é a melhor coisa a fazer quando se está viajando com o André. Porque ele não pára de falar! O tempo todo pergunta em que bairro ou cidade estávamos. Ou ficava falando porque o Homem de Ferro era melhor do que o Batman.

Por essas e outras que eu geralmente levo meu MP3 ou um livro para me distrair.

Na rádio estava tocando Nirvana. E estava no último volume. O que era maravilhoso, pois quando eu olhava o André ele falava e parecia eu havia clicado no botão "mudo" da vida real.

Amanda estava sentada no carona, conversando com a minha mãe. Seus cabelos vermelhos estavam presos em uma única trança, e por cima deles um lindo gorro verde que combinava com os olhos dela.

– Como vai a escola, Helena? - ela falou alto para que eu escutasse. Tirei o fone.

– Vai bem - respondo.

– Algum namorado?

– Não, Amanda! - respondo sorrindo.

– Namorada?

– Também não, Amanda.

Então ela resolve interrogar André. Perguntando se gostava de alguém da escola. Ele começou a falar de uma sujeita chamada Maria Alice, na qual nunca ouvi falar na minha vida.

Um tempo depois, o carro para. Havíamos chegado.


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Notas finais do capítulo

E então?



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