Capítulo 7

Decisão Tomada

It's my life – Bon Jovi

EPOV

Certo que o que Bella acabou de me dizer eu não esperava em anos, Renée, como ela pôde fazer algo assim? Nunca pensou nas consequências de seu vício? O importante é que Bella está aqui e bem. Sophie jogou na minha cara que não iria ficar com nosso bebê se eu não ficasse com ela, pensou mesmo que essa gravidez ia me fazer ficar longe de Bella. E agora, com tudo isso, eu encontrei a mãe certa para o meu filho.

- Bella? – Ela continua calada, apenas olhando para mim com espanto, o que será que falei de errado? É tão ruim assim aceitar minha proposta?

- Eu não sei, Edward. Um filho é muita responsabilidade. E ainda estamos estudando. Você termina esse semestre, mas eu ainda tenho mais 4 pela frente. E depois? Eu queria trabalhar, me graduar, pra pensar em família. Entenda que isso não estava nos meus planos.

- Eu te entendo, amor. Mas eu quero ficar com você pra sempre, casar, trabalharmos, e formar uma família com você. Apenas pulamos o trabalhar e casar, e formamos logo a nossa família. O que acha?

- Eu acho que devemos almoçar, ou o macarrão vai ficar ruim. Depois falamos sobre isso, certo? – Assenti. Bella colocou os pratos e os talheres na mesa e nos serviu. Comemos em silêncio, pelo menos ela estava. Já eu, por dentro ficava martelando o que será que ela vai responder. Terminamos de almoçar, ajudei Bella a limpar nossa sujeira e fomos para o sofá. Ela sentou ao meu lado, com a cabeça em meu ombro, passei o braço sobre ela e fiquei alisando uma mecha de seu cabelo. De repente ela sentou-se em meu colo, pôs suas mãos em concha no meu rosto e ficou olhando para mim carinhosamente.

- Edward. E se Sophie mudar de ideia? – Oi? Ela está considerando minha proposta! Estou no céu, completamente.

- Bella, você está considerando aceitar, é isso que quis dizer?

- Eu... Bom... Acho que sim. – Arregalei os olhos e Bella riu. Ela era tão linda, tão cativante, tão Bella.

- Eu posso dizer que vou ser o cara mais feliz do mundo?! – Ela riu – Sim, eu serei! – Bella me estapeou no braço rindo – Bella a gente pode conversar com meu pai e descobrir sobre isso, certo? Mas seria mais fácil se nós casarmos.

Bella continuou acariciando meu rosto, ela podia ser ao mesmo tempo carinhosa e sedutora. Morreria um dia por seus carinhos.

- Vamos conversar com seu pai agora? Eu queria muito ser a senhora Edward Cullen logo. – A abracei com vontade e paixão, Bella não era uma garota normal, ela era diferente. E minha.

- Bella, meu pai chega hoje ás 18h, e ainda são 16h30min. Que tal ficarmos aqui até mais perto do horário, hein? – Levantei uma sobrancelha sugestivamente. Bella riu do meu jeito e me abraçou.

- Amor, por favor, vamos? Eu quero conversar com Esme.

- Bella, ela está lá. Melhor esperarmos.

- Não Edward. Eu quero que ela saiba que eu e você estamos juntos. Por favor?

- Amor, você tem certeza? Sophie é daquelas que adora fazer uma chantagem. E eu não quero brigas, você é muito explosiva. – E não queria qualquer dano para Bella e para o bebê, mas não seria capaz de dizer isso a Bella.

- Sim, apesar de tudo, o bebê vai nascer dela. E temos que decidir isso com ela, ou ela muda de ideia e nossos planos vão pelo ralo. – Assenti.

Saímos da casa de Bella no meu Volvo em direção a minha casa. Afinal de contas a vida não era nada demais do que poderiam parecer, problemas podem sim ser resolvidos de uma maneira calma, tranquila e serena. Pelo menos eu achava que poderia.

Na minha casa, logo que chegamos avistei Sophie sentada na cadeira de balanço na varanda com um livro nas mãos. Ela não era uma má pessoa, afinal. Mas sua obsessão por mim não era algo normal, quem diria uma garota tão bonita, inteligente, se prostrar a engravidar simplesmente por um descuido ou por querer que alguém fique ao seu lado, mesmo que não seja da vontade? Bom, Sophie era assim.

Sai do carro, e fui abrir a porta para Bella, sou um cavalheiro, enfim. Ela saiu com um sorriso no rosto e caminhamos de mãos dadas para dentro. Nas escadas, Sophie finalmente olhou-nos. Sorriu. Parecia sincero, parecia verdadeiro, mas era Sophie, afinal. Ela não era assim, ela sabia como ninguém ser cínica. Apertei a mão de Bella, afirmando que estava tudo bem. Ela devolveu o aperto em resposta.

Entramos sem que Sophie nos acompanhasse, na cozinha encontramos Esme preparando o jantar. Bife acebolado com fritas. Exótico para Esme, logo veio à cabeça que era um desejo de Sophie.

- Esme. – Chamei sua atenção.

- Olá para vocês! – Sorriu ao notar a presença de Bella. Elas abraçaram-se e continuaram conversando na cozinha. Deixei-as e fui em direção a Sophie.

Ela estava sentada na cadeira, com o livro sobre a perna fechado. Olhava para longe, o suficiente para estar respirando calmamente. Pigarriei mostrando minha presença e ela sorriu.

Sentei-me ao banco perto dela. Estendeu a mão para que eu segurasse, sorri e segurei. Ficamos assim durante alguns minutos. Então ela cortou o silêncio.

- Você já pensou em como será depois que ele nascer?- Perguntou olhando para o chão.

- Sim, e queria muito conversar sobre. Mas seria uma decisão mais sua do que nossa. – Respondi soltando de sua mão.

- Edward, eu não quero esse bebê se não for ficar ao seu lado. Desculpa, mas eu não aceito isso. – A voz de Sophie saiu baixa, indicando um choro próximo.

- Já sabia sobre. Não entendo ainda como foi capaz de deixar isso vir à tona e simplesmente jogar em cima de mim uma notícia dessas. Mas isso agora não importa. O que importa é que é meu filho e eu o quero. Mas a.. você não. – Vacilei nas últimas palavras. Posso ser duro quanto for necessário, mas uma mulher grávida tem os sentimentos à flor da pele e não queria que nada atrapalhasse o desempenho de meu filho.

- Eu sei. E isso me dói, bastante. Mas assim que ele nascer eu vou, não quero saber nada sobre ele ou você. Vai ser mais fácil para mim, já que nada me adianta ou agrada. Descarto todos os meus direitos maternos. Meus pais sabem que vim fazer um curso de quase um ano, e quando tudo isso passar vou embora. Volto para onde sempre estive.

- Sophie, eu pensei bastante sobre isso, e nada vai adiantar mesmo. Eu amo Bella e somente ela. Nós fomos um vacilo, mas essa criança não será. Pelo menos não para mim. Vou criar essa criança junto à minha família e Bella. Mas continuamos essa conversa depois da chegada de Carlisle. Ok?

Ela assentiu tristemente. Ajudei-a levantar e fomos nos juntar a Esme e Bella na cozinha. Continuamos uma conversa civilizada até a chegada de Carlisle. Nesse meio tempo, percebi que o gosto da gravidez que Sophie tem eram meus. Realmente, não tinha como negar que era meu filho. Só eu comeria bife acebolado com fritas e leite. Só eu mesmo.

Jantamos normalmente, como uma família feliz. Mas com um alguém a mais e a menos. Após, nos juntamos na sala frente a televisão, e Carlisle começou a conversa que eu tive com Sophie.

- Bem, Sophie. Sabemos seu desejo por nosso filho e que não é correspondido. Eu queria saber o que você pretende fazer após o nascimento.

- Carlisle, eu conversei rapidamente com Edward sobre isso, e não tenho desejo de criar essa criança sem a presença dele comigo. Não somente como pai, como marido. Ele não me quer, e eu não quero essa criança sem ele. Depois que ela nascer, eu volto para Seattle. Volto para onde eu vivo sem sequer lembrar que um dia tive um filho.

O silêncio prosseguiu na sala durante uns minutos. A afirmação de Sophie abalou Esme e Bella, elas seguravam rudemente nossas mãos, Esme até respirou fundo, quem a conhecia sabia que estava prestes a chorar.

- Então, Sophie. Já que você mesmo me disse que descarta seus direitos maternos, eu e Bella seremos os pais dessa criança. Você tem algo contra? Depois do nascimento você assina um terno e passa a nunca ter sido mãe. – Falei, sabendo que ninguém mais teria coragem de falar nada.

- Nada. Podem preparar a papelada. Os meses passam rápido. Eu, principalmente, espero que eles voem.

Assenti e me despedi de nossa família para deixar Bella em casa. Fomos em silêncio, apenas com o som de Bon Jovi no rádio. Bella olhava distante pelo vidro do carro. Chegamos a sua casa, desci, abri a porta pra ela e a acompanhei até a porta.

- Algum problema amor? – Perguntei afastando uma mecha de cabelo dela para trás de sua orelha.

- Não. – Suspirou – Eu só fiquei sem palavras com a atitude dela. Colocar um filho no mundo como se ela fosse uma simples barriga de aluguel.

- Eu sei. Também me sinto assim. Pelo menos nós conseguimos sem nenhum empecilho. Certo? – Ela assentiu.

- Bem, eu vou entrar e dormir. Amanhã tem um longo dia com Alice e suas compras.

- Ok amor. Amo você.

- Eu também.

Beijamo-nos apaixonadamente e nos despedimos. Fui para casa e entrei sem falar com meus pais. Sophie estava na sala assistindo algo sem interesse na televisão. Fui para meu quarto e antes passei pela porta de Alice, ela estava em sua mesa, estudando. Bati e sorri. Ela correu e me abraçou.

- Então? Alguma novidade? – Perguntou alegremente.

- Uhum. Consegui fazer Sophie abdicar seus direitos de mãe. E Bella vai ser mãe! – Sorri na palavra mãe. Ela sorriu e pulou em meus braços.

Fui para meu quarto e me joguei sobre a cama. Foi um longo dia, mas essa era minha vida. E a partir de alguns meses, era a vida minha, de Bella e do nosso filho. Adormeci sem nem ao menos me trocar.