A Física Das Possibilidades escrita por Jessy Hell


Capítulo 4
Homus Novus x Homus Sapiens




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— Sheldon... Um nome bem bonito.

Judy estava em sua cama, acariciando o enorme gato branco. Suspirando pelo físico.

— Ele tem algo... Não sei explicar, Einstein. Aqueles olhos azuis e frios... A risadinha. Hihi, risada estranha e engraçada.

O gato ronronou alto, se enroscando nos lençóis. Judy sorriu.

— E amanhã... Vamos ver Star Wars! Não é maravilhoso, Einstein? Porém... Os amigos dele. Isso me deixa nervosa. E se eles não gostarem de mim?

Einstein virou de barriga para cima, espreguiçando-se. Judy embrulhou-se.

— Tenho que fazer tudo certo amanhã. Ele vai chegar e convido-o pra entrar. Ah, a bebida quente! Mas qual? Chá mate, chá verde, chá de menta e mel? E se nevar amanhã? Um chocolate quente, talvez? – Ela encarou o felino com dúvida e ele miou baixo.

— Queria tanto que você falasse, às vezes. Mas ainda bem que não falas. Já pensou o problema de encontrar um psicanalista há essa hora aqui? – Ela riu – Bom, o jeito vai ser esperar até amanhã a noite...

Ela olha para a cabeceira e vê a pelúcia de gato e dinossauro. Ri sozinha novamente.

— Será que ele levou o trem? – Bocejou e dormiu.

***

— Srta. Winters...

Sheldon abraçava a pelúcia de trem. Antialérgica e macia, ela fazia Sheldon sorrir minimamente. Deitado em sua cama, não iria agüentar mais as cenas de ciúmes de Penny e nem as grosserias. Já tinha ouvido demais no carro. O quadrinho estava na sua gaveta de meias, cuidadosamente colocado debaixo delas. Ele não leria, não jogaria fora o plástico em que ela tocara.

* Céus, o que há comigo? Por que estou abraçado ao trem? Eu gosto de trens mas... *

Ele apertou mais, ouvindo um “piuíííí” baixinho que abafava a discussão de Leonard com Penny. Sheldon revirou-se na cama, o que ia de encontro com a sua posição de dormir.

— Ela tem olhos tão verdes... Bonitos...

Um arrepio percorreu sua espinha ao lembrar-se do sorriso da garota. Assim como lembrar da sua reação durante a partida de game.

— Por que fiquei daquele jeito? Tive aquele travamento estranho? Por que ela... Me deixa assim?

Lembrar-se do toque, do riso, do perfume e da voz fez Sheldon soltar um suspiro longo. Precisava conversar com ela. Ela parecia mais do que digna de ser amiga dele. Só queria ver aquele sorriso novamente. Aquele olhar que sempre o deixava sem graça.

— Mas... Se a longo prazo nós desenvolvermos o mesmo tipo de relacionamento que tive com... A Fowler? Céus, Sheldon! Acalme-se! Ela ainda nem me ofereceu uma bebida quente!! Aaaaah, o que há comigo?! Por que tanta angústia?

A batida forte e seca da porta de entrada avisava que Penny tinha ido embora enfurecida. Sheldon esperou mais um pouco e saiu do quarto, encontrando Leonard abrindo a geladeira.

— E a briga...? – Começou Cooper, com a pelúcia na mão.

— Você ouviu. Ela está furiosa. Só porque achei a Judy bonita – Responde Leonard, bebendo um copo de leite de soja

— Para ser sincero, não ouvi muito. Não ouvi nada... Meus pensamentos em relação a Srta. Winters estavam me alucinando e...

Leonard engasgou-se com o leite.

— Pensamentos sobre a Judy? Como assim? – Indaga Leo, indicando o sofá. Sheldon se arrasta para o seu lugar e desaba nele.

— É confuso, intenso e chega a ser irritante, Leonard! Não a conheço direito e sinto vontade de ficar perto dela cada vez mais! Conheci-a de manhã e estou assim! Querendo revê-la!!

* Nossa, Sheldon está tendo uma paixonite?! P-paixão à primeira vista? * Pensa Leonard, assustado.

Leonard se assusta mais ao ver Sheldon levantar do sofá com fúria e começar a andar de lá para cá, gesticulando muito e a pelúcia balançando na mão:

— E o olhar dela! Céus, aquele sorriso... O jeito como ela fala comigo, a voz... Tudo me enlouquece! É como uma equação bastante longa, mas não acho jeito de decifrar! – Ele para e abraça a pelúcia - Mas... lembrar dela me deixa calmo e agitado!! E... Sinto coisas estranhas perto dela. Calafrios, arrepios e fico feliz com isso! – Ele senta novamente, colocando a pelúcia ao seu lado e pondo as mãos na cabeça.

— Sheldon... Hã... – Começa Leonard.

— Me ajude! Amanhã vou buscá-la em sua casa, mas não posso ir sozinho. E se eu desmaiar? E se eu ofendê-la sem querer? – Sheldon pede nervoso. Leonard pensa: Se ajudasse o amigo, Penny saberia e recomeçaria a briga.

— Vou com você – Responde Leonard, pouco se importando com a crise que Penny faria – E... Quer saber o que significa tudo isso que ocorre em você??

Sheldon ficou calado um tempo.

— Não. Ainda não. Preciso de mais dados para tentar entender sozinho. Não desmerecendo sua ajuda, Leonard. Sei que é melhor que eu nesses assuntos de relacionamentos sociais e afins. Mas preciso de mais tempo. Talvez seja conseqüência do meu relacionamento com... – Ele inspira com força - Amy que me deixe nervoso assim. Não por Amy... Não sei! Estou me enganando! É pela Judy que sinto essas coisas. Mas o que significam?!

Leonard riu do desespero do amigo.

— Topa uma maratona de Star Trekk? Precisa relaxar, Sheldon. Podemos pedir comida tailandesa.

— Aceito o programa, mas não a comida. Meu estomago está embrulhado desde a volta do shopping... Também não sei o motivo. Um desarranjo intestinal por conta do lanche na fábrica do cheesecake?

* Ou as famosas borboletas no estomago, Sheldon. Nossa, como vamos lidar com um Sheldon apaixonadinho e sem ele saber disso?? *

— Vou pegar os DVDs. E refrigerantes – Diz Leonard, indo pra geladeira novamente.

— Sheldon... Ele tem sentimentos! – Sussurra Leo pra si mesmo.


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