If I Die Tomorrow escrita por Tcrah


Capítulo 7
Paraíso grego.




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Sai do hospital e peguei um táxi até o hotel em que estávamos hospedadas. Demorei um pouco até lembrar que deixei a chave junto com as roupas na casa do Mark. Bati na porta e Renata apareceu de calça jeans e uma blusa xadrez.

_ Esqueceu a chave na casa do amiguinho? – Ela disse e virou-se para mala que estava em cima da cama.

_ Graças a Deus eu te achei. Achei que você tinha se perdido. Que loucura, hein? – Sentei em cima da cama. – Eu achei que você fosse me esperar para te levar para o hotel. – Encarei a mala aberta. – O que houve? Nós vamos embora? – Ela virou para mim e me encarou.

_ Você acha que eu sou criança. Na verdade, você me trata como criança. Me trata como se precisasse de ajuda 24 horas por dia. Me trata como e eu fosse louca e precisasse de atenção. – Ela sentou-se perto da mala e colocou umas camisas dobradas. – Mas não é bem assim. Eu sei disso e você também. – Disse, jogando algumas meias. – Você sabe que eu nunca pedi essa atenção e toda essa dependência, foi você que criou na sua cabeça, achando que tem que tomar conta de mim, que eu não posso sair na rua sozinha. Você me conhece há bastante tempo, devia saber que eu nunca dependi de ninguém pra nada. – Ela fechou a mala e levantou-se. – Agora, se estou atrapalhando seus planos, eu posso muito bem voltar pra casa sozinha. Boas férias, espero que aproveite-as.

_ Renata espera. – Puxei-a pelo braço. – Eu não acho que você seja criança, que seja louca ou que precise de atenção 24 horas por dia. Por que você está assim?

_ Por que você não age como se fosse minha namorada! – Ela explodiu. – Você sai com o deus grego a hora que quiser, passa a noite na casa dele e só volta pra ver se eu amarrei o sapato direitinho.

_ Quem disse que eu passei a noite na casa dele?

_ Ah que ótimo! Se não foi na casa dele então, me desculpa, mas você é muito vadia porque você saiu num encontro COM ELE e passou a noite na casa de outro? Acha que eu não conheço suas roupas? Você nunca compraria um negócio desses. Cadê as suas roupas?

_ Tudo bem, tudo bem, você tem razão. Eu passei a noite na casa do Mark, mas não aconteceu nada.

_ Cadê as suas roupas, Thamires? – Ela repetiu, ignorando qualquer explicação.

_ Eu e Mark fomos ao boliche, ok? Eu acabei bebendo um pouco demais e vomitei na minha própria roupa. Ele me levou pra casa dele, eu tomei um banho e dormi num cômodo e ele dormiu no outro. Quando eu acordei, as roupas estavam lavando e eu peguei essa emprestada.

_ Da mulher dele?

_ Da ex-namorada.

_ Ótimo, o deus grego é solteiro. Bom pra você, né?

_ Seria bom pra mim... – Ela revirou os olhos e continuou andando. – Se eu fosse solteira! –Gritei. Ela virou de costas e me encarou. – Eu só tenho tanto cuidado assim com você porque eu não quero que você se machuque. As pessoas são más, Renata. Elas maltratam as outras, principalmente as que são diferentes. Eu só cuido de você porque eu me preocupo com você, porque eu te amo. – Ela correu em minha direção e me abraçou.

_ Fiquei com medo de... Gostar mais de você do que você de mim. – Registrei em minha mente o momento em que ela prendeu suas pernas na minha cintura, levantou levemente a cabeça do meu ombro e me beijou.

Senti meu corpo esquentar, segurei sua cintura enquanto ela acariciava meus cabelos. Entrei numa espécie de transe. Nenhum beijo se comparava a esse, o que era quase impossível de explicar. Lembro-me da primeira vez que nos beijamos. Foi numa festa, nós duas estávamos bêbadas. Lembro-me de segui-la até o último andar do salão, chorando porque seu acompanhante havia dado um bolo nela. Disse que nunca beijaria ninguém, pois os meninos tinham medo da mesma. Beijei-a como nunca beijei ninguém antes. Após esse dia, voltei a trata-la como amiga, afinal, nós estávamos bêbadas. Eu tive outros namorados para esquecê-la, mas agora, todas as vezes que eu a beijava, lembrava do nosso primeiro beijo e me apaixonava de novo. Do mesmo jeito.

Acordei do melhor sonho que tive em toda minha vida. Renata deitada em cima de mim mexeu-se para o lado e me deu um beijo de bom dia. Virei para o lado para ficar de frente pra ela.

_ Vamos viajar? – Perguntei.

_ Eu não preciso de um médico 24 horas por dia?

_ Deixa que eu cuido disso... Em Londres. – Beijei seus lábios e sorri. – Pode ser ou você faz questão de um médico? – Ela riu.

_ Não, quero distancia dos médicos. Demore o tempo que quiser.

_ Rê, posso te pedir uma coisa? – Ela me olhou séria. E assentiu com a cabeça. – Vai ter um baile aqui no hotel, eu não estava pensando em ir, mas comecei a lembrar do nosso primeiro beijo e... – Ela ficou vermelha, como se estivesse envergonhada. – Ah, você sabe, eu amo Seattle. E nosso primeiro beijo foi numa festa, então eu pensei que, tipo, caso você quisesse, nós poderíamos ir. Juntas. Tipo um casal, sabe? Ou então como amigas. Como você quiser. Só para fechar nossa noite me Seattle e amanhã de manhã nós viajamos.

_ Ai meu Deus. – Ela disse, controlando a risada.

_ O que? Você não gosta de festas? Tudo bem, a gente pode só dormir. É uma opção também e amanhã nós viajamos.

_ Mas você vai com que vestido? Porque eu não sei se eu tenho um esmalte que combine. – Revirei os olhos e ela riu e me beijou. – Claro que eu vou com você.

Passamos o resto do dia no hotel. Renata não parava quieta, até que resolvemos assistir um filme. Foi o melhor dia que tivemos em anos.

Olhei em meu celular, cinco chamas perdidas do Mark.

_ Alô? – Falei.

_ Pra que você tem celular se nem atende? – Ele disse irritado, mas logo se conteve.

_ Desculpa, eu não ouvi.

_ Você não veio aqui hoje, achou a Renata?

_ Sim, eu estou com ela.

_ Ótimo, quando você vai embora de Seattle?

_ Eu acho que... Amanhã de manhã.

_ O que? Já?? Poxa, mas nós nem saímos direito. Quer sair comigo? Hoje à noite. Podemos ir a um restaurante de verdade, eu te devolvo suas roupas e nós...

_ Hoje à noite eu tenho compromisso.

_ Então não vai dar para nos despedirmos. – Ele parecia estar decepcionado.

_ Você pode aparecer aqui. O compromisso é um baile que vai ter no hotel. Não é necessário acompanhante, então você pode vir sozinho.

_ Ou você pode me acompanhar.

_ Acompanhar não vai dar, mas você pode aparecer e devolver minhas roupas. A gente conversa e depois eu vou embora.

_ Beleza. Eu passo ai mais tarde. Me dá só o endereço.

Olhei para trás para ver se Renata ouviu a conversa, mas ela estava distraída demais com a tevê. Passei o endereço e desliguei antes que ela sentisse a minha falta. Sentei ao seu lado e abracei-a, rezando para que ela e Mark não dessem de cara um com o outro.

Terminamos de nos arrumar, Renata estava linda como sempre. Segurei em sua mão e nós fomos até o salão.

Abrimos a porta e nos deparamos com todos aqueles olhares que nos julgavam, como se algum deles tivessem o direito de nos criticar. Respirei fundo e apertei mais ainda sua mão. Ela olhou para mim e sorriu, continuamos andando. Aos poucos, as pessoas se acostumaram com a nossa presença.

Dançamos algumas músicas lentas e rimos como jamais antes, avistei Mark.

_ Puts, acabei de lembrar que esqueci a carteira no banheiro. Você pode pegar pra mim? – Renata sorriu e saiu da sala, em direção ao banheiro. Eu sei que é horrível mentir para ela, eu estava me sentindo horrível, mas não é como se eu a enganasse. Eu trocaria algumas palavras com Mark e nós nunca mais nos veríamos.

_ Você está linda. – Ele disse.

_ Você também. – Sorri, fazendo-o sorrir de volta.

_ Você deixou sua chave lá em casa. – Ele me entregou.

_ Obrigada. Então, vamos sentar?

_ Tive uma ideia melhor. – Ele segurou a minha mão. – Vamos levar essas roupas lá para cima e depois eu pago alguma coisa pra você beber.

_ Melhor não. Deixa que eu levo e você espera aqui. – Disse, pegando as roupas de sua mão.

_ Não vou deixa-la subir sozinha. Estou usando a educação que minha mãe me deu. – É, querendo me levar pra cama. Pensei.

Consegui convence-lo de me esperar no salão enquanto colocava as roupas no quarto, ele finalmente cedeu. Tranquei a porta e quando fui pegar o elevador, dei de cara com ele.

_ Thamires, preciso te falar uma coisa. – Ele disse, se aproximando.

_ Precisa? Pode ser depois? Estou super atrasada.

_ Não, é sério. Você vai embora e, se eu não disser agora, eu não vou dizer nunca.

_ Ah, que pena. Fica pra próxima então. Quando eu voltar pra Seattle eu te aviso. – Entrei no elevador, mas ele me puxou para o corredor e me beijou. 


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Notas finais do capítulo

Desculpem não ter postado ontem, eu estava sem inspiração. Espero que gostem e que comentem!



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