Capitulo Nove

Harry não sabia direito quando se apaixonou por Hermione, se em seu primeiro ano quando ela salvou sua vida no episodio da pedra filosofal, ou no segundo que mesmo petrificada o ajudou a descobrir qual era o mostro que estava na câmera secreta. Ou até em seu terceiro ano, que mesmo não tendo contado nada a ela sobre o que aconteceu com Sirius ela prontamente o ajudou a voltar ao tempo para salvá-lo.

Ele não fazia ideia de quando sua paixão por Hermione tinha começado, mas tinha certeza que jamais amaria outra pessoa como ama ela. Até tentou se interessar por outras meninas como Cho Chang ou Gina, mas nunca sentiu nada por elas além de amizade.

Ele olhou mais uma vez para o cervo prateado que Hermione conjurou e sorriu, de repente para ele não existia mais nada, apenas ela.

Hermione

***

No fim de cada aula de Poções daquela semana Harry demorara-se na masmorra tentando encurralar Slughorn, mas o professor sempre saía tão rápido que ele não conseguia alcançá-lo. Duas vezes Harry fora ao seu escritório e batera na porta, mas não recebera resposta, embora na segunda vez ele tivesse certeza de que ouvira o som de um velho gramofone, em seguida abafado. Ele precisava conseguir logo aquela memória sobre as Horcruxes.

Ele também tentava se aproximar mais de Hermione, que sempre arrumava uma maneira de se afastar dele, ficando quase todo seu tempo livre na biblioteca. Também não havia mais visto Gina, ela quase nunca ficava no salão comunal da Grifinória.

***

A pequena fila de alunos que iriam para Hogsmeade, para as aulas finais de aparatação, aguardando passar por Filch, que fazia o seu costumeiro número de cutucar todo o mundo com o Sensor de Segredo. Desejou boa sorte a Rony e Hermione, então se virou para subir a escadaria de mármore, decidido, apesar dos conselhos de Hermione, a dedicar umas duas horas à Sala Precisa.
           Uma vez longe do Saguão de Entrada, Harry apanhou o Mapa do Maroto e a sua Capa da Invisibilidade na mochila. Ocultando-se, deu um toque de varinha no mapa e murmurou: "Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom", e examinou-o com atenção. Por ser domingo de manhã, quase todos os alunos estavam em suas salas comunais, os da Grifinória em uma torre, os da Corvinal em outra, os da Sonserina nas masmorras e os da Lufa-Lufa no porão próximo às cozinhas. Aqui e ali, uma pessoa andava pela biblioteca ou por um corredor... havia pouca gente nos jardins... E ali, sozinho no corredor do sétimo andar, estava quem ele mais queria achar, Draco Malfoy.

***

Harry estava parado em frente à parede onde a sala precisa ia e vinha. Ele estava tentando entrar lá á meia-hora, mas não havia obtido nenhum sucesso.

Harry se sentiu incrivelmente frustrado; Malfoy talvez estivesse a poucos passos, e ele continuava a não ter o menor indício do que o garoto fazia lá dentro. Perdendo completamente a paciência, Harry avançou para a parede e chutou-a.
_Ai!
Ele achou que talvez tivesse quebrado o dedo do pé; enquanto o segurava dando pulos com
o outro pé, a Capa da Invisibilidade escorregou do seu corpo.
_ Harry?
Ele se virou ainda num pé só e desabou. E ali, para seu absoluto espanto, vinha Tonks
caminhando em sua direção como se habitualmente frequentasse aquele corredor.
_Que é que você está fazendo aqui? — perguntou ele, erguendo-se depressa; por que será
que ela sempre o encontrava caído no chão?
_Vim ver Dumbledore.
Harry achou que ela estava com uma aparência horrível; mais magra do que o normal, seus
cabelos baços e lambidos.
_ O escritório dele não é aqui — informou Harry —, é do outro lado do castelo, atrás da
gárgula...
— Eu sei — respondeu Tonks. — Ele não está lá. Aparentemente viajou outra vez.
_ Viajou? — admirou-se Harry, tornando a apoiar o pé machucado cuidadosamente no
chão. — Ei, por acaso você não sabe aonde ele vai?
_ Não.
_ Que é que você queria com o Dumbledore?
_Nada importante — respondeu Tonks, brincando, aparentemente sem perceber, com a
manga das vestes. — Pensei que ele talvez soubesse o que está acontecendo... ouvi boatos... teve gente machucada...
_ É, eu sei, saiu nos jornais. O garotinho que tentou matar os...
_ O Profeta muitas vezes dá notícias com atraso — disse Tonks, que parecia não estar
ouvindo Harry. — Você recebeu cartas de alguém da Ordem recentemente?
_ Ninguém da Ordem me escreve mais, desde que Sirius... Ele notou que os olhos de
Tonks se encheram de lágrimas.
_ Desculpe — murmurou sem graça. — Quero dizer... Eu também sinto falta dele...
_Quê? — exclamou Tonks sem entender, como se não o tivesse ouvido. — Bem... A gente
se vê por aí, Harry...
           Ela deu as costas de repente, e saiu andando pelo corredor, deixando Harry sem resposta.
           Passado pouco mais de um minuto, ele tornou a se cobrir com a Capa da Invisibilidade e retomou seus esforços para entrar na Sala Precisa, mas perdera o interesse. Por fim, uma sensação de vazio no estômago e a noção de que Rony e Hermione logo voltariam para almoçar levaram-no a abandonar a tentativa e deixar o corredor livre para Malfoy, que, na melhor das hipóteses, continuaria apavorado demais para sair durante algumas horas.

Ele encontrou Rony, Lilá e Hermione no Salão Principal, que já estavam na metade de um almoço antecipado.
_Consegui... Bem, mais ou menos! — Rony contou entusiasmado a Harry assim que o
avistou. — Eu tinha de aparatar até a porta do salão de chá de Madame Puddifoot e errei por
pouco, fui parar próximo à Loja de Penas Escriba, mas pelo menos me desloquei!
_Legal, exclamou Harry, E você, como foi, Hermione?
_ Ah, ela foi perfeita, é óbvio, informou Rony antes que Hermione pudesse responder enquanto Lilá se remexia incomodada perto de seu namorado.

Harry olhou para Hermione e sorriu, ela furtivamente desviou o olhar ficando levemente corada. Harry apenas aumentou mais seu sorriso.

***

Ele caminhava decididamente a biblioteca, precisava encontra lá logo, não aguentava mais que ela o ignorasse, Harry sabia que ela ainda estava confusa, magoada e “mudada”, mas queria de volta a sua Hermione.

Ele a encontrou em uma mesa, a cercada por dezenas de livros grossos e empoeirados.

_Hermione, ele disse enquanto se aproximava dela, Precisamos conversar.

_Tudo bem, realmente precisamos conversar, disse ela fechando seu livro e olhando nos olhos verdes de Harry.

_Eu quero dizer que a culpa não foi minha, eu não beijei a Gina. Disse ele olhando para a chuva que escorria fortemente pela janela.

_E... ela indagou para que ele continuasse.

_Não sou bom com palavras, mas sou bom com atitudes. Ele disse capturando os lábios de Hermione pela segunda vez naquele ano, em um beijo rápido mais cheio de amor para ambos.

_Eu te amo, disse Harry sorrindo mais uma vez para Hermione.

Gina Weasley que havia escutado toda a conversa entre eles, sai de trás de uma das prateleiras e começa a andar sem rumo, com a cabeça rodando a mil. E sem entender absolutamente nada.