Hate At First Sight escrita por Bia Red


Capítulo 7
Sessão de Cinema em Casa


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouquinho, mas aqui está o capítulo. Espero que gostem dele, eu gostei de escrevê-lo =)
Capítulo dedicado a all4cyrus que recomendou e ainda não tinha ganhado um cap. dedicado a ela. Amei sua recomendação, fofa.



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Quando a gente chegou na escola, Adam disse que no lanche me apresentaria aos seus amigos. Eu concordei, embora não tenha ficado muito confortável. Pra que conhecer pessoas? Elas são chatas! Eu também sou, mas sou realista, pelo menos.

- Acho que seu amiguinho Miller quer falar com você, Amy – Comentou ao ver Ryan tentando desviar da Piranha e vir até aqui, enquanto apontava pra mim e mechia os lábios balançando a cabeça, como se dissesse “nem pense em sair daí!”. Aquela garota não se tocava que ele não queria ficar com ela agora? Que grude, heim, é por isso que eu nunca namorei. Já fiquei com alguns garotos, não muitos, mas namorar... Não, não faz o meu estilo. E mais, que garoto iria querer ter algo, de verdade, comigo? Além de amizade, eu quis dizer. Se bem que eu também não tenho muitos amigos, me dou bem com o Adam porque ele é retardado como eu. Não tente entender. – Vou indo.

- Hei, vai aonde, delinquente?

- Bem longe do Miller – Disse sorrindo maliciosamente. – Vocês dois precisam ficar à sós um pouquinho.

Ah? Garoto estranho! O que ele quis dizer? Foda-se, o que ele pensa não interessa.

- E então, o seu amiguinho idiota já vazou? Bom, assim eu poupo fôlego – Disse Ryan quando conseguiu se livrar da vadia da namorada dele.

- O que você tem contra ele, afinal? – Eu simplesmente não entendia o porque de tanta implicância. Parece até eu! A implicante suprema e diva sou EU!

- Nada não, é que ele é idiota mesmo, sempre foi – Hum, tem angu nesse caroço... – E então, vamos pra aula? O que você tem agora?

- Biologia – Eu disse com cara de diarréia. É, o caso de ódio que eu tenho com biologia é sério. Quando eu era pequena, um colega meu chamado Matt Willians pegou um daqueles vidros de picles em conserva reutilizados para guardar cobras mortas e nojentas, abriu e jogou o conteúdo em mim. E ele só foi suspenso! Fiquei meio traumatizada naquele dia. Aliás, eu tenho vários traumas, trauma contra torradeiras, cortadores de grama, espelhos, baratas, pipoca de microondas, palhaços, biquíni de amarrar...

- Eu tenho gramática, tchau Amy - ... Sorvete de manga, zoológicos, caramelos...

~*~*~*~*~*~*~*

Quando as primeiras aulas acabaram (graças a Deus!), Adam me puxou em direção à cantina. Me arrastou (arrastou mesmo, porque eu não queria ir) até uma mesa onde sentavam mais duas pessoas. A primeira era uma garota de cabelos castanhos claros na altura dos ombros e olhos negros, meio puxados. Parecia ser fofa e simpática (achei meu oposto, vejam só!). O próximo era um garoto loiro de olhos castanhos e cara de drogado. Será que ele é mesmo, ou é só a cara?

- Aquele loirote ali é drogado? – Sussurrei para Adam. Sim, eu sei que são amigos dele, mas isso só piora a situação, então eu pergunto mesmo. Sou cara de pau desde que nasci.

- Não, é só a cara. Ele é meio idiota. É por isso que é meu amigo.

- Tá me chamando de idiota, é?

- E se eu estiver?

- Então eu diria que está certíssimo, Sr. Clark.

- Bom que sabe, Srta. Parker – E rimos como os idiotas que somos.

Depois que sentamos na frente da garota (pra quem que eu ainda não havia inventado um apelido) e do drogado, Adam começou a apresentar-nos. Há, como se eu quisesse conhecê-los.

- Eliza, essa é a Amy. Amy, essa é Eliza Summer.

- Oi – murmurou Eliza.

- E o mané ali é o Simon, acorda, cara! – Disse pro drogado que não é drogado, que estava quase dormindo.

- Oi, mané.

- Oi, ruivinha.

A gente lanchou e decidi que os amigos deles eram legais. A Eliza era fofa e simpática (viu, eu acertei), e era daquele tipo de nerd inteligente (eu sou o tipo de nerd que lê quadrinhos e joga RPG, mas shhh, é segredo). O Simon era... Ah, sei lá, ele dorme o tempo todo.

~*~*~*~*~*~*

Voltamos de ônibus pra casa. Ryan não sentou do meu lado, porque a piranha, não largou ele desde a saída, Adam foi pra casa com o pai, e Eliza e Simon moravam perto da escola, e foram de a pé.

Ninguém sentou do meu lado, porque só Adam tem coragem de enfrentar meu olhar de K-45. P.S.: Isso é uma arma, né? Foda-se.

Chegamos, e a piranha queria entrar na nossa casa, mas Ryan dispensou-a dizendo que estava com dor de cabeça (santa falta de criatividade, heim, que desculpa mais manjada).

- E então, cansou da Srta. Peito, Bunda e Cérebro de Macaco?

- Ah? – Perguntou com cara de retardado.

- A Jessica – Expliquei.

- Ela não tem cérebro de macaco!

- Tem razão. Ela não tem cérebro.

- Ela... Deixa pra lá – Viu? Ele admite! Amy 1X0 Humanidade. – E então... Quer ver um filme, ou sei lá?

- Um filme é bom – Por que a gente está conversando? Isso não é normal... Deveríamos estar brigando.

- Posso escolher?

- Ok.

Fomos para o quarto e cada um deitou na sua cama, logo depois de Ryan colocar um DVD. Quando os idiotas aqui se tocaram que nenhuma das camas era na frente da televisão, a gente empurrou elas pro meio do quarto e as juntamos.

Logo o filme começou. O imbecil do filho da puta do Ryan colocou O Exorcista. Puta que pariu, eu não gosto de filme de terror. Na verdade, eu odeio. Eu não tenho medo... É só que... Eu tenho pânico.

- Erm, Ryan, esse filme é chato... Que tal a gente colocar outro? – Perguntei como quem não quer nada.

- Tipo qual? – Perguntou desinteressado.

- Ah, sei lá, tipo... A Bela e a Fera... Ei, do que está rindo?!

- Sério? Filme infantil? Peraí... Você está com medo? – Disse maliciosamente. Há, até parece que eu daria esse gostinho a ele. É capaz de o imbecil me assustar de madrugada.

- Claro que não! Eu adoro filme de terror! Mas esse é chato...

- Mas eu não acho, então a gente vai olhar esse.

- Ei! Por que eu não posso escolher? – Perguntei indignada.

- Eu perguntei se podia escolher, você concordou.

- Eu... Droga!

Ele riu mais um pouco e começou a prestar atenção no filme. Sem outra opção, fiz o mesmo. Logo aquela garota endiabrada começou a se contorcer, fazer sons estranhos, e outras coisas nojentas... Me encolhi na cama e assisti sem fazer barulho. Não, o Miller não saberia que eu estava tremendo de medo.

~*~*~*~*~*~*

Três e meia da madrugada, e eu estava acordada. Sabe quando você está com medo e coloca o cobertor por cima da cabeça mesmo que esteja trinta graus? Pelo menos não é quente aqui em Nova Iorque. Abaixei o cobertor um pouquinho, e olhei pro meu companheiro de quarto. A gente colocou as camas de volta nos lugares, e fomos dormir. Tradução: ele dormiu. Eu fiquei escondida embaixo do edredom.

Olhei com um pouco de atenção para ele. O Ryan, não o edredom. Dormindo parecia um anjinho... Acordado era um demônio. E o desgraçado ainda dormia sem camisa. Tá certo que eu odeio ele, mas não sou cega, tá? E Ryan é bem... Como posso dizer... Bonitinho. Talvez um pouco mais que isso. E eu sou humana. Uma humana adolescente, com a maldição chamada hormônios. Eles são vermes que fazem os adolescentes agirem como cachorros e cadelas no cio.

Mordi os lábios enquanto me decidia se faria a besteira que eu estava pensando ou ia pra aula amanhã morrendo de sono. Decidi fazer a idiotice.

Me aproximei da cama do Ryan e o cutuquei. Que sono pesado, heim, nem se mexeu. Cutuquei ele de novo e nada. Balancei o ombro dele tanto que parecia um liquidificador, mas ele nem resmungou. Ok, vou ter que tomar medidas extremas.

Não, eu não ia jogar água nele. Talvez em último caso. Eu fiz cócegas nele.

Ryan começou a sussurrar coisas e rir, até que acordou e me olhou com raiva sonolenta.

- O que foi, Amy? – Perguntou com voz de sono. Por que obviamente ele estava com sono.

- Eu... – Dei graças a Deus que estava escuro e ele não viu que eu corei. Ia ficar me zuando o resto da semana. – Eu posso dormir com você?

- Dormir comigo? Por quê? – Disse confuso. Logo depois um brilho divertido apareceu em seu olhar. – Está com medo de um filme, garota?

- Não – Resmunguei.

- Então não tem porque dormir comigo – Disse virando pro lado.

- Espera! – Ele se virou pra mim de novo sorrindo maliciosamente. Amy, sua idiota, você caiu na dele.

- Ok – Aceitou indo um pouco pro lado e dando espaço para eu deitar junto quase sem tocar nele.

- Isso é sério? – Perguntei surpresa. Ele me olhou irritado e disse:

- Parker, são três da manhã e eu estou com sono. Ou deita aí logo ou dorme sozinha.

- Três e meia – Resmunguei deitando.

Acho que ele dormiu nos primeiros dois segundos. Eu não fiquei para trás. Eu tentava não chegar muito perto dele, também, porque sempre que a gente se tocava aquela cama ficava muito quente pra eu conseguir dormir.

           


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado =D Adoro vcs!