Hate At First Sight escrita por Bia Red


Capítulo 2
Mudança Temporária


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, eu não gostei tanto. O próximo o Ryan vai aparecer bem (e vai ter muitas brigas) e vai ser melhor (eu acho). E se gostarem (ou não) deixem reviews! Ah, e eu dedico esse capítulo as divas DudaHoran, Lady Slytheryn, e Sea no Hime, graças a vocês estou postando tão rápido :D



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Flashback

– Você só pode estar brincando.

Minha querida mãe disse que vai fazer uma viagem de negócios e que eu teria que passar esses dois meses na casa dele. É, isso mesmo!

– Filha, vai ser legal – Tentou me convencer.

– Duvido – Resmungou mamãe. Eu acho que ela ainda guarda certo rancor do meu pai.

– Pai, o problema não é você, entende? – Comecei tentando me livrar. – É que você tem uma esposa, que eu não conheço, e que com certeza não vai gostar nada disso, e eu ainda teria que ir até Nova Iorque, eu sou de Los Angeles, não deveria ficar longe da praia, vou perder meu bronze natural e... Não ria!

– Q-que bronze? – Disse quase caindo de tanto rir. – Amy, você parece feita de leite!

– Integral ou desnatado?

– Isso importa?

– Claro! Isso quer dizer se sou gorda ou magra.

– Tem certeza que eu preciso responder? – Olhei para minhas curvas estilo tábua e balancei a cabeça.

– Não, não é necessário.

– Então está decidido! Você vai passar dois meses com seu pai.

– Mas, mãe!

– Sem mas nem meio mas.

Fim do flashback

E foi assim que eu vim parar nesse aeroporto em direção a Nova Iorque.

Pai, senta do meu lado? Se não eu não vou, prefiro ficar morando em baixo da ponte até que a mamãe volte! – Ou talvez eu fique por lá mesmo, mas você não precisa saber disso.

– É claro que sim, eu sei que você odeia estranhos. Embora você vá acabar virando sociopata desse jeito.

~*~*~*~*~*~*~*~*

A viagem foi tranquila (também, dormi ela toda).

Chegamos a Nova Iorque e o carro do meu pai estava lá. Ele tinha uma motorista! Isso é tão legal! Opa, ele não pode saber que eu achei legal. Cadê o Sissi quando se precisa dele? Meu pai puxou conversa a viagem inteira. Af, que saco! Ele não sabe que eu não gosto de conversa? Na verdade eu não gosto muito de gente. A humanidade me irrita. Eu até sinto um pouco de vergonha de ser humana. Queria ser uma lesma. A vida delas é tão... devagar. Acho que já sou meio lesma, de qualquer modo. E se eu fosse uma lesma, alguém jogaria sal em mim. Eu jogo sal nas lesmas que eu vejo. Fico rindo enquanto elas derretem e se contorcem. OPA, SERÁ QUE EU SOU PSICOPATA? Nãããão...

Eu acho.

Quando chegamos ao prédio dele, fiquei impressionada. No segundo andar tinha uma piscina térmica, e academia! Quantos quartos deve ter o apartamento? Chegamos, e meu pai bateu na porta. Quem atendeu foi uma mulher que devia ter uns vinte e cinco, no máximo. Loira, peituda, e eu acho que fez plástica. Quem era? Devia ser a filha mais velha da Cibele, a nova mulher do meu pai.

– Filha, quero que conheça Cibele – Disse sorridente.

A vaca loira olhou com nojo para mim, disfarçando com um sorriso falso (que ficou meio estranho, como se ela estivesse realmente se esforçando. Minha mãe era loira também, será que meu pai tem queda por loiras? E de qualquer forma, o que ele, um homem de quarenta e dois anos (bem conservado; claro, é rico), faz com uma mulher de VINTE E CINCO?

– Olá, querida, que bom finalmente conhecer você! – Não posso dizer o mesmo, Coisa. E ainda disse num tom falso e fanho. Há, eu sabia, esse nariz não é seu!

– É bom conhecê-la também – O quê? Eu também sei ser falsa!

– Entre, entre! – Pediu toda alegre com aquela voz de congestão nasal.

Eu e meu pai entramos e me perguntei donde ele havia tirado aquele papinho de “vocês vão se dar muito bem” que ele jogou pra cima de mim no carro.

– E então... aonde eu vou dormir? – Perguntei nem tão inocentemente.

– Bem... filha, eu e Cibele decidimos que só teríamos dois quartos na casa para... – Ele hesitou e corou, parecendo envergonhado como se tivesse sido pego na banheira com um pato de borracha cor-de-rosa. – Não recebermos visitantes – É, ela é mesmo uma vaca, minha primeira impressão estava certa.

– E...

– E um é nosso, digo, meu e de Cibele, e o outro é do filho dela, o Ryan.

– E...

– Você terá que dormir no quarto dele.

– O QUÊ?

– Olha, é só por um tempo. E vocês vão se dar bem, devem ter a mesma idade, eu acho. Qual é, filha, me dê um desconto. Sua mãe me disse que iria viajar ontem.

Suspirei e assenti. Teria que dividir o quarto com um pirralho. Sim, eu não achava que meu pai pensasse que eu tenho dezesseis (na verdade, ninguém pensa isso. É meio deprimente).

– Você vai ficar na cama dele, e ele no colchonete – Dizia enquanto nos encaminhávamos ao quarto do pirralho.

– Ele sabe disso? – Perguntei achando graça em incomodar esse tal de Ryan.

– Não exatamente.

Fiquei surpresa quando paramos em frente ao quarto do pirralho. A porta, diferentemente do resto, era preta. E uma placa daquelas de “não entre” que parecem de trânsito estava pregada. Ou colada. Ou sei lá.

Meu pai abriu-a (muito útil, a plaquinha), e me surpreendi mais ainda. Aquele não parecia o quarto de um garotinho de doze anos.

– Quantos anos esse Ryan tem?

– Dezesseis, você também, né?

– É – Respondi, não sei se surpresa pelo garoto ter minha idade ou chocada por meu pai sabê-la.

O quarto de Ryan tinha piso branco. Teto branco. E paredes brancas. E em todas as paredes estavam rabiscos. Depois fui perceber que era uma confusão de desenhos, letras de músicas, e frases de filmes famosos. Era tudo feito com marcador permanente preto, e eu fiquei com uma raiva estranha, porque meu pai não me deixava desenhar nas paredes quando eu era pequena e ainda morava com ele. Aí me lembrei que Ryan não era filho dele.

Havia uma cama de solteiro preta, com um edredom vermelho e com mais rabiscos. Será que esse garoto rabiscava em tudo o que via?

Depois havia o armário, normal, e como todo quarto masculino (não que eu já tivesse visto muitos pessoalmente), tinha meias e outras coisas com cheiro de peido de cavalo com prisão de ventre espalhadas pelo quarto.

Num canto havia uma televisão de umas, sei lá, mil polegadas! Ok, talvez umas 48. Mas era enorme! E na cômoda onde ela estava, ficavam vários consoles de videogame que eu já planejava quebrar “sem querer”. E também havia um telefone do Mario Bros! Isso sim era legal.

Me joguei na cama que era dele (porque vou rir muito enquanto ele dorme num colchonete no próprio quarto). Ouvi passos e duas vozes zangadas discutindo.

– Como assim ela vai dormir na minha cama!?

– Ela tem que se sentir bem-vinda!

– Mas onde eu vou dormir?

– No colchonete!

– Manda ela dormir no colchonete!

Foi aí que eles entraram. E eu vi meu pai, em toda aquela pose de fodão rico que ele tem, ao lado de um garoto muuuito gato.

Ryan devia ter 1,78 de altura (ou seja, 13 centímetros mais alto que eu). Ele tinha cabelos negros e lisos, mas bagunçados. E olhos verdes. Não estranhos como os meus, um verde mais escuro (tipo o mar) e meio elétrico ao mesmo tempo. Eu pude observar bem porque ele olhou bem nos meus olhos, com raiva.

E de repente eu também senti muita, mas muita raiva.

                    Você acredita em amor à primeira vista?

                      Eu acredito em ÓDIO a primeira vista.


                


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Notas finais do capítulo

E então, que tal deixarem um review, pra me deixar contente e eu postar rápido? Sou movida a reviews (e batata frita, mas isso é detalhe). Beijinhos!