A Filha Perdida escrita por ACL


Capítulo 16
A melhor hora do dia


Notas iniciais do capítulo

Primeiro: vocês têm sorte de eu ter escrito isso ontem, hoje tô sem clima nenhum pra escrever.
Segundo: Não sei quando vai sair o próximo capítulo, estou com raiva daquela fdp da Cassanda Clare e se eu escrever agora, cabeças vão rolar.
aaaaaaaaaaaaaaah
OK, aproveitem o capítulo porque, modéstia TOTALMENTE à parte, ficou muito bom :)



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Eu poderia dizer que minha semana foi incrível e que eu fiz muitas coisas e que foi tudo perfeito, mas não foi nada disso.

O que aconteceu demais foi que a reforma no chalé estava enfim pronta e os cinco filhos de Hefesto reclamados que faltavam vieram passar o verão aqui, chegando de um em um até que eu conheci todos os meus irmãos. O chalé de Hefesto é um dos mais lotados, não porque ele tem muitos filhos, mas porque ele reclama todos os que tem. Eu fiz a adaga que Silena pediu, mas ficou muito simples. Eu passei mais alguns dias naquela minha fase chata e solitária, com saudade de Jayme.

Eu fico muito chata quando me sinto sozinha. Quando eu sentia falta da minha mãe e do meu avô no orfanato, eu me afastava até de Jay. Eu não queria falar, comia muito pouco e dormia menos ainda. O bom é que quase nunca eu fico assim.

Mas enfim, hoje eu estou me sentindo péssima.

Hoje é sábado e à noite vou ligar para Jay. Nem preciso dizer o quanto estou ansiosa, vocês imaginam.

É raro deixarem alguém ter tanto contato assim com um parente que não seja semideus. Quer dizer, é impossível. O único motivo pelo qual eu consigo fazer isso é uma parceria entre os filhos de Hefesto (aquela promessa que meus irmãos fizeram, lembram? De que eles não vão deixar Jay se esquecer de mim...) e os filhos de Hermes, que fizeram uma linha clandestina de telefonia entre o acampamento e o orfanato. É por isso que os monstros não rastreiam, não tentam invadir o acampamento, que é o que aconteceria se eu usasse uma linha normal.

Tento ao máximo deixar essa melancolia de lado e seguir meu dia, mas é difícil. Por isso, vou para o refeitório emburrada e de cara fechada.

As melhores partes do acampamento são, com certeza, as refeições.

Vejam só: eu fui acostumada a comer do melhor que mamãe podia oferecer. Quando ela morreu e eu fui para o orfanato, tive que me acostumar a comer aquela gororoba nojenta que o pessoal de lá chama de comida. Aí, eu venho para um acampamento de filhos de deuses, onde os banheiros são imundos e que dormem quinze pessoas no chalé (o que me incomoda é o barulhinho que meus irmãos fazem com suas parafernálias antes de dormir) e eu penso: ah, a comida não deve ser boa. E realmente, ela não é boa, é maravilhosa!

Os pratos e copos são encantados para se encher de comida e bebida até a pessoa se fartar. Na maioria das vezes, Quíron e o Sr D. (que vocês sabem bem quem é) se juntam a nós para comer, mas hoje não estão aqui. É estranho nenhum dos dois... líderes do acampamento estar aqui, principalmente porque esse lugar vira um inferno quando não há supervisão.

Ah, você diz, mas vocês são semideuses, deveriam ser educados. Pois é, nós deveríamos, mas não somos. Somos pequenos monstros que os deuses puseram no mundo. Ah, e os filhos de Hermes são os piores. Por isso não se espante quando eu disser que um menininho do chalé 11 começou a jogar comida nos companheiros e logo eu estava no meio de uma guerra de comida.

Escorreguei para debaixo da mesa, não estava no clima de brincadeiras.

Senti que meu coração ia pular para fora do peito. Ele apareceu na minha frente, quase batemos nossa cabeça. Não batemos, mas seus cabelos loiros arranham meus olhos. Meu coração continua batendo acelerado, mas eu não sei se é por causa do susto.

Ok, a verdade é que eu tenho evitado Jake desde aquele dia. E sempre que eu não consigo, eu sinto alguma coisa estranha dentro de mim. É parecido com o que eu senti por Elius, mas bem mais intenso. É um arrepio, um calor frio, um tremor nas mãos que eu não sei explicar. Quer dizer, eu sei bem como explicar, mas prefiro ignorar.

Ah, rapidinho. Falando em Elius, faz um bom tempo que não falo com ele. Ou melhor, faz um tempo que ele não fala com ninguém. Ele fica no chalé, só sai quando é obrigado. Outro dia, falei com Austin, perguntei como Elius está, mas ele não sabe. Depois, falei com Drake, conselheiro de Apolo, que o conhece quase como ninguém, mas ele disse que é melhor ele ficar sozinho por uns dias. Que ele está numa fase triste e melhor não interferir. Dei um sorriso amarelo, quando perguntei isso, eu estava exatamente do mesmo jeito.

Mas não consigo pensar em Elius e na solidão dele com esses olhos azuis e esse sorriso brilhante na minha frente. Sorrio de volta para Jake, timidamente. Não sei por que tento evitá-lo, se é tão bom ficar perto o suficiente dele para sentir seu calor...

Ah, como eu quero que ele me toque. Quero que ele me beije e que fique me abraçando. Ah, droga! Devo estar com uma cara boba. Me recomponho.


Close enough to touch. Close enough, so hope you couldn’t see what I was thinking of…

– O que você está fazendo aqui? – pergunto, tentando fazer minha voz não sair mais aguda que o normal.

– Ah, queria falar com você – ele responde, com a voz grave e perfeita dele. – Aproveitei a confusão para vir aqui.

– Você não podia falar num outro horário?

– Não. Você está me evitando, Mel. Eu quero saber por quê.

Aposto que estou com as bochechas vermelhas. Aposto que ele percebeu isso, já que ele está com aquele sorrisinho de lado que os homens mais sexies mostram. Ele toca no meu rosto e eu tenho certeza que sente minha pele quente.

– Eu disse que você fica ainda mais bonita quando fica assim, vermelha. Parece ser mais bronzeada.

Isso só me faz ficar com mais vergonha e eu não consigo mais olhar nos olhos dele. Desvio o olhar para baixo. Ouço um sonzinho de prazer vindo dele. Não prazer numa conotação sexual, gente. Não levem para esse lado. Um prazer em me ver envergonhada, como se isso fosse engraçado.

Ele acaricia minha bochecha e faz uma força mínima, suficiente para levantar meu rosto e me beija.

O beijo me faz entrar em combustão. É como se cada pedaço de mim estivesse pegando fogo, mas não aquele fogo que queima e arde. É um fogo que me aquece e me faz sentir bem.

Chego mais perto dele e mais perto e mais perto. Estamos envolvidos em algo que pode ser descrito como um amasso bem... bem amassado, vamos dizer assim. Emito meus próprios sons de prazer. Estou tão envolvida com ele que não consigo perceber quando levantam a toalha que cobre a mesa do chalé nove, nos expondo para todo o acampamento.

Que droga, a guerra de comida acabou e não percebemos. Mas alguém nos percebeu e correu para chamar Quíron. É difícil ver a expressão de decepção no seu rosto.


É difícil, na verdade, ver qualquer outra coisa que não seja o rosto da vadia que nos entregou. E claro que vocês sabem quem é. Olivia Peterson.


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Notas finais do capítulo

Então, comentem aqui o que acharam, eu tô com muita raiva pra pensar em alguma coisa legal pra preencher essa caixinha :)



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