A Mediadora - Apocalipse escrita por Julia Cecilia


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Veja o elenco criado por mim: http://www.youtube.com/watch?v=1JZ4mEejklM



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Capítulo 4

  O carro entrou na pista, no exato lugar em o ônibus descia, e ganhava velocidade. Havia pessoa inocentes no carro, morrerão sem saber o que mesmo os atingiram por trás. Mordi meus lábios, com a incerteza de que aquilo não acabaria muito bem. Jesse, seguido de Paul, e os outros, olharam para a rua, onde meus olhos Página 34   brilhavam de incertezas para a praça. Cheios de lágrimas de impurezas, eles apontavam para as pessoas no carro. Um barulho muito forte de batida e derrapada tomou conta da área, e eu, como a pessoa mais perto do acidente, e mais lúcida da mesa, olhei para Jesse, com expressão nos olhos, acenando para me acompanhar. Eu entendo plenamente que você não esteja entendendo nada. É por que ele agora é um mediador, é um dever me seguir. Eu não queria que Paul também viesse, mas minhas preces não funcionaram muito, pois antes que você possa esperar, Paul levantou-se de sua cadeira e seguiu-me à frente de Jesse. Não que eu importasse com a rivalidade entre os dois. Mas é que eles juntos, ao em vez de me ajudar, eles iam me atrapalhar.                Página 36

  Nós corremos o mais rápido possível, afinal de contas, eles estavam morrendo. Não éramos só nós três que estávamos correndo desesperadas para ajudá-los. Várias pessoas da lanchonete também corriam para socorrê-los, mas nós estávamos na frente.

  Pisando na calçada à minha frente, era impossível não pisar em algum caco de vidro quebrado, e, bem, sangue.

   O ônibus havia batido com muita força no carro que havia acabado de fazer a curva, o pacto da batida foi tão forte, que ele capotou tantas vezes. Começando do meio da calçada e terminando do outro lado do outro meio fio. O meio fio, que fazia parte daquela linda praça, agora estava despedaçado. Já o ônibus com o impacto, amassou-se por inteiro na frente, o estrago foi tanto, que você conseguia enxergar a forma do carro na frente do ônibus.

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— Suze corre – Gritou Jesse — Vai ao ônibus, olhe como ele está, eu e os outros vamos ver o carro.

     Passaram-se alguns segundos, e as pessoas chegavam cada vez mais no local. Curiosos vasculhavam os destroços do ônibus, e os clientes da lanchonete corriam.

— Hei! – Consegui chegar mais rápido que um cara no velho que estava preso às partes onde ficavam seus pés. — Senhor acalme-se os paramédicos estão a caminho. – Ele estava caído entre os dois bancos do ônibus, muito cortado. Havia imensas latarias em cima do pobre velho. — Chamem uma ambulância! — Gritei aos vários curiosos ao meu redor.

  O velho gemeu, com muito custo, e roco. Fui tirando com muita delicadeza os destroços em cima dele, e eram muitos.

 — Sorte de ainda estar vivo! — Falou um cara ao meu lado, em seguida, ele me ajudou a tirar o banco de cima.

 — Meus pés! — Falou ele, com muito custo, e com razão, o veículo bateu de frente, os seus pés deviam estar doendo à beça.

— Moç... — O velho olhou para mim, com muito custo, ele tentou me dizer algo. — Ajud... — Ele tentou continuar, quando outro homem ao meu lado disse:

—Calem-se! Ele está tentando dizer algo! — Todos calaram, obedecendo ao homem.

 — Ajudem os outros...! — Então, ele fechou seus olhos. Ele quis-me dizer que estava tudo bem, que eu realmente podia correr e ajudar outros. E foi o que eu fiz, corri o mais rápido que pude, tentando não pisar nos cacos à minha volta. Meu pé pisou em um, a sua ponta era fina, e acabou afetando a sola do meu sapato.

— Ai! — Gritei, ta bem, agora pode parar de rir. E dá pra imaginar o susto que os curiosos tomaram, pessoas morrendo em seus carros de luxo, e eu, pisei no caco de vidro.

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  Mas resolvi deixar isso pra lá, afinal de contas, o meu Jesse precisava de mim. Tentei olhar para frente, mas, a única coisa que me impedia, era uma luz. Ta bem, você pode estar me achando um pouco louca, mas, mas, é verdade, meus olhos fecharam à metade. Era uma luminosidade incrível. Pensei em até correr e pegar os meus óculos escuros, pois isso só podia mesmo ser um filme, no meio de um acidente, uma garota e mais ninguém, consegue enxergar uma luz branca. Certo, você pode estar pensando que eu estava louca, mas não, eu fui abrindo meus olhos ao poucos, e fui percebendo que não. É, talvez seja loucura, mas era uma pessoa, não, duas, isso, duas pessoas, eles estavam atrás do Jesse, mas o que estava acontecendo? Meu Jesse não morreu, ele não sofreu nenhum acidente, eu juro. Á não ser o acidente de ter aceitado namorar uma garota que, no meio de um acidente fatal, enxerga duas pessoas brilhantes.

  Eles estavam calmos, o oposto de mim, que já estava delirando, mas eles estavam fazendo uma coisa que, foi à vista mais estranha que eu já vi em anos de mediação.

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  Os dois estavam com vestimentas um pouco estanhos para segunda à noite, pareciam com algo saído do velho oeste, de uns cinqüenta a cem anos atrás, no mínimo, com certeza já passou esse tempo todos desde que eles bateram as botas.

  A minha vontade naquele momento, era de correr e dar um belo de uma ponta pé arrumado no traseiro daquele velhote atrás do Jesse, ele podia sair logo de trás do meu namorado, ou eu não me responsabilizo pelos meus atos.

  Eu mesma não tinha idéia do quão desesperada estava. Pelo que eu entendi, boa coisa não iria acontecer, os fantasmas estavam olhando tão fixamente para o Jesse... E sua mão, segurando sua cabeça como se fosse uma bola de cristal. Seus olhos, porém, estavam fechados, e uma luz muito forte começou a aparecer em torno dos três. A mulher ao lado, era como sua secretária de bruxaria, que o seguia para todos os lados. Corri o mais rápido que podia, imaginei coisas que você nunca imaginaria passar na cabeça de uma pessoa.

 — Hei! — Gritei para os dois palhaços.

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  Porém, eles não fizeram a mesma coisa que eu imaginei que fizessem, eles não saíram correndo, ou gritando, socorro! Me ajuda!

  Olhei fixamente para as almas penadas que estavam atrás do Jesse. Porém, aconteceu algo que, eu não imaginaria que acontecesse naquele momento. Aquela incrível luz branca sumiu tipo, “Kabbum" do nada! E em seguida, fizeram uma coisa que eu nunca esperaria um fantasma fazer. Eles deram uma curta olhada para mim, mas não fixamente nos meus olhos, ma Sn aminha roupa. Folgados! Invadem minha noite, usam a cabeça do meu namorado como bola de cristal, e ainda me olham da cabeça aos pés. Certo, agora pode parar de rir. Mas eu não entendo. Eles não gritaram nem saíram correndo, eles olhando para a minha roupa! E, em seguida, extraordinariamente, eles sumiram, junto com a luz branca. Para sorte deles, claro!

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  Eles foram, e o Jesse ficou.

— Jesse, você está bem? — Minha cara era como se o mundo estivesse acabando. Ele olhou para mim intrigado.

—Suze! — Gritou ele, —me ajuda – Ele e Paul estavam tirando um dos destroços do carro, quando me pediu ajuda. Mas logo dois caras fortões chegaram e os ajudaram a carregar as carcaças.

  Jesse ficou desapontado comigo, de uma hora para outra eu chego para ajudar os acidentados, e pergunto se Jesse está bem? Burra, burra, burra! Mas puxa, havia duas almas atrás do Jesse, pensando bem, não foi tão minha culpa.

Mas enfim, eu me controlei, havia dois palhaços atrás do Jesse, pena que ninguém percebeu isso, nem o Paul, o Jesse, sendo mediadores. Mais eles estavam vidrados demais em ajudar as vítimas.

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  Depois daquilo, a primeira coisa que vi, foram luzes piscantes vermelhas e azuis, das Ambulâncias que tinha parado junto a nós, ao meio daquela enorme praça, socorrendo as pessoas.

 — Ajudem Foram dizendo os vários para-médicos em volta do carro. E logo muitas daquelas outras pessoas ajudando a tirar os corpos interrados sob a parte debaixo do caro, já que ele estava de cabeça para baixo.

    — Sete pessoas, entre eles, três morreram tragicamente num acidente de carro ontem à noite, entre eles, um carro, e um ônibus envolvidos. Ashley Carter, 19 anos; Kristin Clark, 20; Elizabeth Jones, 19 ; e Jay Harris, 18 anos ; Foram declarados mortos no local depois de um ônibus desgovernado ter batido de frente ao carro em volta da praça (Nome da prraça), que fez o carro capotar duas vezes e ultrapassar o meio-fio e parar de cabeça para baixo.  — Fui ouvindo a voz da minha mãe quando acordei. Fui me levantando da cama, além de estar muito cansada, estava precisando seriamente de uma escova de dente. E me levantei. O pacífico estava magnífica, cheio de ondas levadas pela brisa marítima. Peguei minhas pantufas, quando quis me livrar das olheiras horrorosas que se encontravam nos meus olhos, e desci as escadas a baixo

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, e logo veio Max, o cachorro atrás de mim, à procura de um bom café da manhã, mas como eu não tinha nada, deixei que ele fosse embora, a procurar em outro canto. Foi quando eu vi o Andy na sala, vento televisão.

   — Suze! Bom dia, venha ver quem está na televisão. — Fui entrando na nossa sala.

  - Mamãe? – Era minha mãe à TV, era ela a repórter, dando a notícia do acidente de ontem à noite.

   —O motorista do outro veículo, James Lopez, de 50 anos, feriu-se gravemente no acidente, e estão em estado grave no hospital de Carmel, junto a Martin Jhonson, de 20 anos, e Louis Robinson, de 18 anos, os dois sobreviventes, que estavam no carro que capotou à Praça.

  — Realmente uma grande pena, jovens com a vida inteira pela frente, morreram desse jeito — Andy disse, se lamentando.

  Uma falha no freio do ônibus, que veio a descer rua abaixo, e contribuído para esse trágico acidente.

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  — O café está na mesa Suze! — continuou ele — Fique a vontade.

  A casa estava calma, o dia amanheceu radiante. Acho que o sol sentiu calor, faziam 29ºC, o calor estava cada vez mais insuportável, tudo bem, estamos no verão e sabemos que nessa época do ano, o nosso astro rei costuma se assanhar, é quase igual à Kelly... Mas dessa vez, ele exagerou uma dose. E lá estava eu em casa, de pijamas e pantufas.

  Logo fui tomar café. Como dois pãezinhos, uma tigela de cereal e um copo de leite, antes que David, o caçula as casa, chegasse faminto à cozinha, junto a Max.

  Estava cansado, o David, com cara de quem caiu da cama e passou a noite em uma posição nada agradável.

 — Bom dia! — Tentei animá-lo.

 — Oi Suze, bom dia. — E logo me levantei, peguei  Página 45  o copo que havia sujado, e  coloquei na pia, já que hoje era dia de David lavar a louça.

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  Subi as escadas, aquele calor estava cada vez pior, e logo troquei as pantufas por meus sapatos Jimmy Choo, pagos com o meu próprio dinheiro, e meu pijama por um curto Short Jeans, do jeito que eu gosto, cheio de rasgados, e uma blusa cinza, estampada de preto. E claro, eu estava sentindo falta do Jesse, quando eu saia do banheiro, e ele se materializava em meu quarto, com aquela sua roupa, que para alguns era estranho, e pra mim era perfeita, aquela blusa do século 18, aberta, com abertura para o seu peitoral. Me da certos arrepios quando me lembro disso.

  O que pensar disso tudo, quando lembro que tudo isso agora é meu, só meu, carne osso, só pra mim.

  Mas logo parei com meus lindos pensamentos

— Jesse? — me celular havia tocado em cima da minha cama.

— My hermosa, bom dia! — Falou ele atencioso e calmo.

— Bom dia, como está aí? — perguntei

— Mais ou menos... Suze, não tem jeito de passar essa notícia por

Celular, tem como vim aqui? – Jesse estava no hospital, quando a ambulância havia chegado, Adam ficou empenhado de levar todas nós para casa, enquanto Paul e Jesse acompanhavam as vítimas do acidente pro Hospital de Carmel.

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  — Sim, estou saindo agora — Respondi.

 — Tchau — Despediu-se. Então eu desliguei. Mas não queria ir sozinha, queria alguém para ir comigo. Mas não que eu importasse, mas é sempre bom uma pessoa te acompanhando, e melhor ainda, se essa pessoa for sua melhor amiga.

  — Cee Cee? — Perguntei ao telefone.

  —Então garota, como vai? — Sua voz suou ao telefone

  — Então, Jesse ainda está no hospital com o Paul, ele disseram que têm uma trágica notícia, mas que não seria agradável passar ela por telefone. Então, é claro que eu não vou chamar Kelly pra ir comigo, vamos lá?

 — Sim, passa aqui? — perguntou Cee Cee.

 — Claro, se arruma, tchau. — respondi.

 — Tchau. — desliguei.

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  Peguei minha bolsa, e dei uma olhada no relógio, eram exatas 9 horas da manhã, ia demorar em aproximadamente 5 minutos, até chegar à casa de Cee Cee com o carro do Andy.

  Fui para a porta do meu quarto, e desci as escadas, quando percebi que Andy não estava mais na sala,estava na cozinha com o Mestre.

 — Um acidente é um evento indesejável e inesperado que causa danos pessoais, materiais, nesse acidente ocorreram grandes danos financeiros e que ocorreu de modo não intencional.  — E começou a fazer mais umas das suas descrições detalhadas, desta vez sobre os acidentes indesejados que aconteciam com freqüência em Carmel. A possibilidade de um acidente fatal é geralmente, o excesso de velocidade, e principalmente de bebida, mas, segundo Mestre, uma pessoa embriagada tem muitas chances de causar um acidente, e pouca chance de não causar um acidente, pois a bebida nos tira um pouco da realidade. Quando Mestre acabou sua palestra, eu olhei para ele e perguntei:

 — Memória fotográfica em?

 — Bom, — respondeu ele – É sempre bom ficar ligado às notícias que podem nos prevenir. Nós ficamos olhando um para o outro por alguns segundos. Mas em seguida perguntei ao Andy

— Andy to precisando do seu carro. — Disse, querendo muito poder dirigir seu carro, por que, aliás, não era um carro, era “o carro” do Andy, um Ford Edge, um carro incrível, com capota bem conveniente, espaçoso, e, novo. — Necessito ir ao hospital, onde está às vítimas do acidente, aquele da televisão, se lembra? — Mas ele me interrompeu.

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— Mas...

 — Ontem, nós estávamos no local do acidente, fomos os primeiros a socorrer aquelas pessoas, - Mestre se espantou, e suas orelhas começaram a ficar vermelhas — E, Jesse passou a noite com os sobreviventes e suas famílias.

    E logo todos ficaram em silêncio, quando Andy disse:

 — Ah, —disse ele espantado – Claro que sim, mas quando chegar quero notícias.

 — Sim, não demoro. — Peguei as chaves, e fui para a garagem.

  Seu carro tinha um modo bem conveniente de abrir as portas, com as chaves no bolso, só bastou chegar perto, e suas portas destrancaram, e eu entrei no carro. Carro espaçoso, e fácil de ser pilotado, já que, com pouca experiência, não conseguia dirigir carros desse tipo. Foi quando cheguei à casa de Cee Cee.

  Estacionei na sua porta, e depois de algumas buzinadas, ela apareceu.

— Já vou, espera. — gritou para mim.

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  Cee Cee morava em um prédio, segundo pavimento, e não era um prédio feio, bem cuidado, com direito a porteiro, e um lindo jardim na frente, e eu, bem, com o Ford Edge.

—Oi Suzinha! — Ela disse, usando o nome errado. E para me irritar, isso foi quando ela Cee Cee sacou que só minha mãe me chamava de Suzinha, e que eu não gostava que outros me chamassem assim. Mas ela e, bem, Adam, me acostumaram a me chamar assim ultimamente, mas mesmo assim, eu odeio pena que já estou me acostumando.

— Não cansam mesmo. – disse, colocando as chaves no contato.

— Te irritar? — perguntou olhando para mim. — todos querem isso! Só eu posso! – ela riu.

 — E minha mãe! — Disse colocando a mão no volante.

 — Isso! — estávamos rindo.

 — Jesse tão preocupado no hospital, e nós felizes aqui — foi quando percebi que devíamos ir mais rápido, Jesse estava nos esperando.

 — Relaxa Suze, a vida é bela. — Cee Cee colocou seus óculos escuros.

 — E o Adam? — perguntei, olhando para ela, e percebendo, como seus fios de cabelos combinavam com o contraste do sol.

— Ah, sim... Ontem, claro que estava na cara por que ele te levou para casa primeiro — foi dizendo ela, abrindo um enorme sorriso para mim.

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— Então quer dizer? — Não era possível!

  Ela tirou seus óculos, e olhou para mim:

 — Sim! — Ela gritou do meu lado. — E ele foi embora logo hoje cedo, e me deixou um gentil bilhete dando satisfação de que não poderia ficar para me ver acordar, own! — Ela fez cara de quem estava surpresa, enquanto o sol refletia em seus brilhantes olhos castanhos. Eu sorri para ela, um pouco sentida, e por que não comigo? Ta bem, eu merecia um cara gentil, bonitão, e cavalheiro. Mas não um cavalheiro tão cavalheiro igual o Jesse, segundo ele, só na noite de núpcias, depois do casamento. Mas fiquei muito feliz por ela, mas não por mim...

 — Chegamos. — Quando paramos em frente ao hospital de Carmel, pensei que nós havíamos parado num clube ou numa casa particular por engano — pra falar a verdade, eu sempre achava que era algum tipo de engano parar lá – se bem que, se fosse verdade, seria uma casa daquelas bem grandes, mas lá em Carmel não seria assim nada demais. Pois lá havia uma pequena plaqueta com a descrição: Hospital de Carmel. Saímos do carro e atravessamos o jardim impecável, com canteiros cheios de flores brotando. Elas estavam cheias de beija-flores. E eu, voltei a ver algumas daquelas palmeiras que nunca esperaria ver tão rapidamente, como no aeroporto.

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— Bom dia! O que desejam? — foi o que ouvimos quando chegamos à recepção do hospital de Carmel.

  A secretária não estava nos seus melhores dias, era como ver chimpanzé preso no zoológico, cheio de gordurinhas extras.

  Mas acabamos não precisando pedir informações para a recepcionista, pois Jesse meu lindão, cujos dentes eram muito bem cuidados para um cara do século 18. Não era acostumado a escovar os dentes – pelo menos eu acho – na época não havia muita estrutura para esse tipo de higiene. Os dentes de Jesse pareciam ser mais brilhantes que até os meus, que cuido muito bem deles. Ele veio vindo, seguido de Paul.

— Hermosa — Jesse veio em disparada na minha direção, e me apertando forte, parecendo que aquele foi um dos melhores abraços que já ganhei em toda a vida. Já Cee Cee e Paul, se cumprimentaram com dois beijinhos leves na bochecha.

 — Como vãos os defuntos? — Minha cara não era de luto, e pelo visto nem a de Paul, que não se impediu de dar uma risadinha. Até parecia outra pessoa.

 — Tinham sete pessoas no carro hermosa, quatro, infelizmente morreram praticamente esmagados, foi uma coisa muito ruim de ver – ruim mesmo, foi ver quem eu menos esperava na cadeira daquele hospital —.

 — Quem diria, Sheylla Johnson? — Meu olhar se fixou nela. Ela estava sentada em um dos corredores do hospital, mas sua expressão não era das melhores, ela estava chorando. Minha vontade de ficar era grande, mais a de ir e, conversar com ela, era maior.

 — Sheylla? — Quando percebi, eu já estava ao seu lado. Ela tirou seus dedos do rosto, e virou-se para mim, a pele em torno dos seus olhos estava vermelha, vermelha de tanto chorar. Suas unhas eram como se, tivessem sido comidas a noite inteira.

  Mas ela não disse nada, apenas voltou sua mão para o rosto, e voltou a chorar. Eu me agachei, não sabia o porquê dela estar chorando.

 — É o meu pai... — Sua voz saiu cortada, e então ela voltou a chorar.

   Estava tudo se encaixando, é claro! O velho, dono do ônibus sem freio, era o seu pai! Mas, não me deixei levar por esse acontecimento, ela estava chorando, não conseguia deixar ela naquele estado, então me virei para ela.

 — Ei, não chora não, eu sei que você pode ser uma vaca, cadela, e tudo mais, mas, para de chorar, vai fazer mal para o seu rímel que foi muito caro!

  Ao em vez de falar isso, eu disse:

 — Olha pelo lado bom, seu avô está em carne osso, ouviu? — Ela olhou para mim, vai ver é realmente disso que ela precisava, de um abraço amigo. — Ouviu? Vai ficar tudo bem! — Seus olhos, porém, diminuíram-se as lágrimas, e no lugar delas, voltou-se um sorriso para mim, ela podia ter feito aquelas coisas comigo no dia anterior, mais era seu pai poxa, eu sabia o que ela estava passando.

  Pau, Jesse e Cee Cee olhavam para mim, enquanto eu levantava, de ia na direção deles. Quando cheguei a eles novamente, Paul sorriu para mim, foi como se: Ah, isso mesmo, gostei da atitude! E depois de um tempo olhando para mim, Cee Cee desembuchou:

 — E onde estão? — Perguntou Cee suavemente. Foi quando Jesse olhou para o lado, onde estava um quarto bem espaçoso. Nós não éramos os únicos a estar visitando os dois, nem de longe. As famílias das vítimas estavam lá também. Mas não no quarto, fora, nos corredores, de vista, percebia que estavam cansados de esperar no quarto, estavam tomando um bom café da manhã de domingo no hospital. Todos olhávamos para o quarto. Aparentemente não havia limite para o número de pessoas autorizadas a entrar num quarto de paciente. De pessoas sim, não de fantasmas.


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