Shall Never Surrender escrita por Light Angel


Capítulo 6
Chapter V - Devil May Cry


Notas iniciais do capítulo

Heeeey my Demons *-* Como estão? Enfim, como prometido, hoje é terça-feira (de carnaval, mas ta valendo) e tem cap fresquinho pra hoje!
Aproveitando que hoje é aniversário da Enid Black, então o capítulo é dedicado a ela!! Parabéns meu bicho lindjo! Eu sei que já te enchi tanto o saco hoje, mas mesmo assim, ainda te dou os parabéns porque você merece e eu te amo muito! Que Deus te abençoe muito e você tenha muito sucesso, paz e saúde na sua vida ♥
Eu te amo muuuuito! O cap é seu, minha linda!
Boa leitura pra vc e pra vcs também, my demons ♥



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- É melhor nos apressarmos, garotinha – Lady gritava enquanto corria. – O tempo está acabando.

Corríamos como loucas pelas ruas e eu estava começando a passar mal. Minha clavícula não estava totalmente recuperada e o esforço estava começando a me dar náuseas. Mas acho que eu preferia ter náuseas pelo resto da vida a ser atacada por demônios novamente.

Agora, as ruas estavam totalmente desertas. Lady murmurou um palavrão enquanto corria, percebendo o quanto se atrasara.

Bem a tempo, ouvi uns grunhidos próximos e percebi que se não nos apressássemos poderíamos não conseguir escapar.

Enquanto corríamos, eu me perguntava o porquê de tudo estar dessa forma. Dos ataques constantes à noite. Da destruição de Fortuna. Da derrota e desaparecimento de Nero.

Meu coração disparou. Lágrimas vieram aos meus olhos e eu me segurei para não entrar em prantos, naquele momento.

Mentalizei o rosto dele. Apeguei-me a isso. Se tudo isso que eu estava fazendo, era por Nero, então cada segundo e cada esforço valia a pena.

Lady corria como louca, e eu estava começando a perde-la de vista. Comecei a me desesperar, mas percebi que não precisava. Ela sempre aparecia, como se não quisesse me deixar para trás.

- Vamos, garota – Ela incentivava. – Se você foi o mulher o suficiente para me seguir, consegue me acompanhar também.

Bufei de raiva. As provocações dela estavam começando a me deixar nervosa, mas deixei passar. Eu precisava dela. Não podia me dar ao luxo de estragar tudo só por um capricho.

Não demorou muito e eu avistei os monstros. Estavam próximos, mas ela simplesmente desviou deles, como se não fossem nada. Como se tivesse enfrentado coisa pior.

- Estamos chegando, garota – Ela gritava. – Mas não posso levar esses monstros até a empresa. Seria vital uma pequena amostra de nossa localização.

- E então? – Gritei em resposta. – O que faremos?

- Você vai até a Devil May Cry. Comece adiantando as coisas por lá. Eu a encontrarei depois de distrair esses caras.

Meu coração disparou. Era isso mesmo o que eu ouvira? Não conhecia Lady nem um pouco e o pouco que conhecia, não havia gostado. Mas até ela ficar na mão de demônios desprezíveis era demais para mim.

- Não! Você não pode distrai-los sozinha. Vai acabar morrendo.

Lady deu uma risada de escárnio e virou uma esquina. Eu a segui.

- Daria no mesmo se você estivesse comigo, garota. A única diferença era que seria uma morte a mais. Agora, cale a boca e faça o que eu disser.

Pronto. As pequenas fagulhas de simpatia que eu possuí por ela por alguns segundos desapareceram.

- Preste atenção. Seguindo reto até o final, você irá encontrar um barracão abandonado. Contorne-o e do outro lado, verá um pequeno edifício. A empresa é ali. Boa sorte.

Lady virou-se abruptamente e eu continuei seguindo reto. Eu a ouvi gritando, desafiando os demônios para que não me vissem. Meu coração apertou. Ela mal me conhecia e estava disposta a se arriscar por mim.

Se algo acontecesse com Lady, por mais que eu odiasse admitir, eu não me perdoaria.

Consegui chegar até o final do trecho. O silêncio predominava o local e tudo o que eu pude fazer foi contornar o estabelecimento abandonado e dar de cara com um pequeno edifício, como Lady me dissera.

O edifício em si não era grande e tampouco chamativo. Apenas havia um letreiro em vermelho neon, lembrando aquelas decorações de 1950. O letreiro estava intitulado Devil May Cry.

Respirei fundo e decidi não fazer cerimônia. Se havia passado tudo àquilo para chegar até ali, não custaria nada vencer a timidez agora. Nero precisava disso. E eu não podia desampara-lo justo agora.

- Vamos lá, Kyrie – Murmurei em voz alta. – Você consegue.

Aproximei-me da porta e respirei fundo. Uma. Duas. Três vezes. Timidamente, bati duas vezes na grande porta de mogno.

Percebi que nada aconteceu. Preparei-me para insistir mais uma vez, mas observei melhor. Na lateral da porta, havia um pequeno interfone. Imediatamente localizei o botão e o pressionei. Uma voz masculina atendeu.

- Seja você quem for, se for o entregador de pizza, por favor, pressione mais uma vez. Se não for, queria me fazer o estimado favor de dar o fora daqui.

Suspirei. Só podia ser Dante. Eu não me deixei intimidar por apenas uma pequena chamada. Pressionei mais uma vez.

A grande porta de mogno se abriu, exibindo um corredor escuro. Atravessei lentamente, tremendo quando a porta se fechou no instante em que entrei.

Avistei uma pequena luminosidade no final do corredor e torcendo para que a minha presença não fosse tão desagradável assim, fui em frente.

Assim que cheguei ao final do corredor, avistei uma grande sala, com armamentos na parede oeste, uma grande mesa central com um telefone, um notebook, uma caixa de pizza pela metade e uma taça de sundae de morango aparentemente vazia.

Sentado atrás da mesa, em uma cadeira profissional, estava um homem. Um homem de aparentemente uns trinta e poucos anos, com um sobretudo de couro vermelho por cima de jaqueta e calça de couro pretas. Suas botas estavam bem lustradas e seus cabelos louros platinados estavam caindo pelos olhos cinzentos.

Sem sombra de dúvida, a pessoa que estive procurando. Dante.

Ele lia uma revista masculina com nenhum interesse em especial, terminando de comer uma fatia de pizza e pronto para pegar outra.

- Você não é o entregador de pizza – Ele murmurou, sem tirar os olhos de sua revista.

Suspirei. Como eu iria me apresentar? Como a falsa entregadora de pizza? Por onde deveria começar?

Decidi começar pelo básico.

- Não. Eu sou Kyrie, na verdade.

Relutantemente, Dante tirou os olhos de sua revista predileta. Observou-me por um momento e depois sorriu sarcasticamente. Mas o sorriso não chegava aos seus olhos.

- Sei quem você é. Você é aquela garotinha que foi sequestrada pelo maluco da estátua.

Revirei os olhos, e corei de vergonha. Aquilo ainda era uma humilhação para mim. Ser sequestrada e não ter podido levantar nem uma unha para me defender.

- O quer aqui, garota?

- Preciso de uma informação, apenas. Não vou tomar muito de seu tempo.

- Já está tomando.

- Que seja! – Exclamei em voz alta. Outro que estava me tirando a paciência. – Não vou tomar muito mais de seu tempo. É que... Aconteceu uma coisa.

- Em Fortuna? – Ele ergueu uma sobrancelha sarcasticamente. - Deixe-me adianta-la, meu amor, que enquanto você dormia em uma cela confortável, Nero e eu livramos aquilo tudo da influência da Ordem. Está tudo resolvido.

- O que? – Explodi, tremendo de raiva. – Eu não estava dormindo, seu idiota, eu estava desmaiada. A cela era hermética, não tinha tanto ar assim. E seja como for, não está tudo resolvido!

Dante riu ironicamente.

- O que quer dizer, garota?

- Quero dizer que logo após você ter ido embora, fomos atacados. – Comecei a soluçar. Mas não eram lágrimas de tristeza. Eram de ódio. – Foi isso o que aconteceu, Dante. Você não percebe? Acha que sou idiota? Demônios estão atacando com frequência, por toda a parte. Especialmente à noite. E como, simples demônios, podem vencer alguém tão poderoso como Nero?

Dante imediatamente ficou tenso.

- Nero? Como assim?

Respirei fundo e tentei conter novas lágrimas que estavam surgindo.

- Quando estava tudo bem, quando estávamos juntos... Aconteceu uma coisa. Demônios invadiram o centro, tomando conta do local. Não achávamos isso normal, já que estava tudo resolvido. Mas Nero não achou nada demais enfrenta-los. Só que...

- Só que...? – Ele incentivou.

- Eles não morriam. Simplesmente... Reintegravam-se. Nero atacava e conseguia mata-los, se é que poderia se dizer assim. Mas depois, mais deles voltavam no lugar. E cada vez mais fortes. Tentei ajuda-lo, mas acabei me machucando. E depois, quando ele disse para eu fugir... Ele desapareceu.

As últimas palavras foram ditas em soluços interrompidos. Eu não conseguia mais segurar. Tudo aquilo estava acontecendo por minha culpa. Se eu não tivesse fugido, eles se distrairiam comigo e talvez Nero conseguisse se salvar.

Quando me dei conta disso, os soluços ficaram mais altos e eu quase não conseguia respirar, de tanto horror que estava se passando em minha mente.

Dante não demonstrou qualquer surpresa quanto ao fato mencionado sobre os demônios. Parecia que ele poderia estar desconfiado sobre o ocorrido. Mas deu para perceber que ele não gostou nada de saber que Nero estava desaparecido.

Meu coração retumbou. Isso poderia representar um mau sinal.

- Quando aconteceu? – Ele perguntou simplesmente, como se estivesse perguntando o dia atual.

- Há uma semana, mais ou menos. Eu teria vindo antes, mas estava impossibilitada. Fui atacada momentos depois de seu desaparecimento, e consegui sobreviver fugindo.

Ele ergueu uma sobrancelha em minha direção, mas não disse nada. Estava começando a ficar nervosa sobre o fato.

- Então, é isso? Você veio até aqui em minha empresa por causa desse motivo? Do desaparecimento de Nero?

- Bem, na verdade sim. Mas não como uma cliente, pois não posso arcar. Eu vim apenas para tentar descobrir alguma coisa sobre o que está acontecendo. Sobre o porquê desses ataques, mesmo depois de tudo estar calmo. Eu me pergunto se...

- Se tudo isso não acabou? Que na verdade, o pior ainda está por vir? E que tudo isso seria um plano de um ser ainda pior do que Sanctus ou a própria armadura viva de seu líder, Savior?

- Bem, é. – Respondi com uma expressão confusa.

- Então você é uma menina inteligente, garota – Dante me olhou com aprovação.

- Então você pensa da mesma forma como eu? Quer dizer que não estou maluca? – Olhei-o com olhos esperançosos, uma chama de vida começando a se acender em meu coração há muito tempo adormecido.

- Devo admitir que ninguém chegou tão perto de pensar da mesma forma como eu, Kyrie.

Meu coração acelerou e eu esfreguei as palmas de minhas mãos, finalmente tendo alguma esperança a mais.

- Hm... Quer dizer que... Você...?

- Se eu posso dar alguma informação que possa favorecer a sua busca por Nero?

Incapaz de falar, por causa de minha emoção, assenti desesperadamente.

Dante passou a mão por seus cabelos louros acinzentados e me olhou com os olhos cinzentos faiscando.

- Não.

Demorei um tempo para entender.

- Hã?

Dante deu uma risada suave, e passou a mão despreocupadamente pelos cabelos. Quando me olhou, seu olhar ainda era divertido.

- Não vou dar informação alguma, garota. Porque eu também não tenho ideia de onde Nero possa estar. Mas como você pensou, eu posso ter algumas suposições.

- E por que não pode me falar? – Eu disse com os olhos lacrimejando, prestes a explodirem em lágrimas.

- Deixe-me terminar, garota. Eu disse que não vou te falar, porque vou fazer melhor do que isso. Eu vou te ajudar a resgata-lo.

Se o meu bom senso não tivesse me avisado a tempo, eu teria caído de costas.

Dante percebeu meu movimento, e de súbito, levantou-se de sua cadeira. Seu braço forte segurou o meu e eu gemi de dor. Ele havia agarrado meu braço machucado, que estava começando a se recuperar.

- Desculpe – Ele disse gentilmente. Depois, ele me levou até uma cadeira e me sentou ali. Eu ainda estava atônita.

- Você está bem? – Ouvi sua voz, mas minha mente não parecia comportar. Uma súbita onda de esperança havia invadido todo o meu ser e eu não estava conseguindo suportar tamanha velocidade dos fatos. Eu iria encontrar Nero.

Os dias atordoantes que haviam cercado minha vida pareceram valer a pena. Isso era mais do que eu havia pedido. Com Dante ajudando a encontra-lo, ele poderia ser encontrado.

Melhor. Ele iria ser encontrado.

Nero, Eu pensei em meio a toda aquela alucinação. Tudo vai ficar bem. Eu vou te encontrar.

Apenas... Aguente firme.


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Notas finais do capítulo

E entããão? Gostaram? Enfim, a fic vai começar a se desenrolar agora e sábado teremos novidades! Então, esperem e até lá!
Aproveitando mais uma vez para deixar os meus votos de feliz aniversário ao bicho hahahaha e até a próxima!
Amo vocês (:



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