Shall Never Surrender escrita por Light Angel


Capítulo 2
Chapter I - Lost


Notas iniciais do capítulo

Heeey, então aqui estou eu com o primeiro capítulo da fic. E sim, ele é maior!! Bem, eu espero que vocês gostem. Boa leitura, my demons ♥



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Ele dançava. Era isso. Aquilo tudo era... Uma dança.

Estávamos prestes a fazer o que eu sempre esperei. Esperei desde... Bem, desde que eu entendia que ele era mais do que um amigo. Mais do que um irmão.

Mas, por algum motivo, aqueles demônios entraram em cena e acabaram com a minha graça. Típico. Como se eu pensasse que namorar um demônio iria me privar disso.

Nero estava tão concentrado em sua luta que por um momento eu pensei que ele havia se esquecido do que havia quase acabado de acontecer.

Ele lutava com tanta graça e tanta postura, que eu mal conseguia ver seus movimentos.

Ativava seu Devil Bringer e com um golpe levantava três ou mais demônios pelos ares.

Ele alternava entre suas armas, como a Red Queen, a Blue Rose ou... Yamato. A espada poderosa que Nero havia ganhado de Dante.

Outro cara sinistro.

Em um momento, eu pensava que ele era inimigo, quando atacara na noite de um dos cultos da Ordem.

Em outro momento, ele era um amigo, que havia salvado Nero e ajudado a me salvar, revelando por baixo de sarcasmo e grosseria, um grande coração.

Eu estava tão distraída pensando em tudo aquilo, que mal percebi que a luta estava ficando um pouco mais acirrada.

Quanto mais Nero abatia os demônios, mais surgiam. As criaturas simplesmente se refaziam e voltavam a atacar, e ele estava visivelmente cansado.

Além de se refazerem, os demônios se duplicavam, e o número de criaturas se erguia monstruosamente.

Meu coração disparou. Eles eram muitos. Nero era apenas um.

Lágrimas vieram aos meus olhos quando olhei para minhas mãos delicadas e meus braços fracos. Eu nunca poderia ajuda-lo.

Um demônio cravou suas presas em seu Devil Bringer e isso só fez com que Nero ficasse ainda mais furioso. Ele era uma máquina de guerra. Mas até isso precisava de combustível.

Isso não é normal, não é natural. Pensei. E não era mesmo. Demônios desse porte, como Nero havia me contado, se desintegravam depois de alguns ataques e não retornavam.

Estes aparentavam o mesmo porte descrito, mas ainda assim, estavam mais fortes e vivos do que nunca.

Empertiguei-me. Nero fora cortado em seu rosto e eu abafei um grito. Ele nunca se feria dessa forma.

Comecei a ficar fora de mim, sem nenhum motivo aparente. Nero estava precisando de ajuda. Não poderia ficar ali parada, apenas observando e esperando algo acontecer.

Eu precisava ajudar. Mas como? Eu... Eu não sabia lutar, eu tinha muito... Medo.

Mas eu precisava superá-lo. Por Nero.

Corri furtivamente atrás de uma ruína, pensando em algo. O que eu poderia fazer?

Eu não possuía armas ou braços incríveis capazes de demolir um prédio, mas os demônios precisavam de uma distração.

Nero precisava de um equilíbrio.

Respirei fundo.

Encontrei um grande pedaço de arenito disposto no chão. Eu não tinha nenhuma forma de lutar com aquilo, mas poderia chamar atenção.

Segurei minhas mãos em torno do arenito e gemi baixinho. Subestimara o peso do material. Era bem mais pesado do que eu imaginava.

Provavelmente a imagem de uma garota desengonçada arrastando um pedaço de arenito enquanto tentava não cair deveria ser bem heroica.

Tão heroica quanto uma lesma puxando briga com uma maçã.

Ergui o arenito alguns centímetros e caí de joelhos. Era muito pesado. Eu não poderia me mover.

Mas não havia outra forma. Eu precisava ajuda-lo.

Com um restante de força que possuía, agarrei o arenito e olhei para a cena. Nero estava com suor respingando de seus cabelos loiros platinados e seus olhos azuis-acinzentados estavam em pura fúria.

Mas estava visivelmente cansado.

Aquela imagem me deu uma força que eu não sabia que possuía. Ele não ia cair.

Ergui o arenito com todas as minhas forças, mas com um movimento repentino. O impacto causou uma dor destruidora em minha clavícula, mas ignorei.

Com um último impulso, atirei o arenito bem na cara de um demônio, exatamente na hora em que ele virava para me encarar.

O demônio pareceu atordoado por um momento, mas sua visão me focalizou.

Com um grito de fúria, a besta investiu em minha direção e eu sabia que estava morta. Fechei meus olhos, esperando pelo impacto final.

Mas tudo que ouvi foi um grito ensurdecedor e quando vi Nero estava bem na minha frente, seu braço demoníaco levantado impedindo o impacto.

Rapidamente o demônio investiu contra ele, mas ele lançou o Devil Bringer e a criatura voou pelos ares.

– Ficou maluca? – Ele gritou, virando-se levemente e minha direção. – Perdeu completamente o juízo?

– Eu só... – Comecei a murmurar, mas o som da minha voz sumiu. Lágrimas surgiram em meu rosto e eu levantei meu braço bom para limpa-las.

Até ele achava que eu não podia ajudar. Até ele achava que eu era fraca.

E era isso mesmo que eu era. Eu tentava ajudar e sempre atrapalhava. Meu lugar era dentro da Ordem, aprendendo como ser uma bela dama da sociedade e dedicar o meu verdadeiro talento a música.

Quanto à luta... Eu poderia enterrar a possiblidade de qualquer tipo.

Respirei fundo e desviei meus olhos.

– Esquece – Murmurei.

Nero virou-se em um golpe repentino, repelindo a garra de um demônio e me encarou em seus olhos.

Tudo o que eu via era uma raiva inigualável, uma fúria implacável.

Rapidamente ele retirou uma mecha de cabelo de meus olhos e segurou a minha mão.

– Desculpe. É que a ideia de te perder de novo é insuportável para mim.

Eu assenti e dei um meio sorriso.

Nero beijou minha testa e virou-se repentinamente, repelido dois demônios com a Yamato e Blue Rose.

– Kyrie – Ele gritou em meio à luta. – Corra. Saia daqui!

Uma onde de eletricidade invadiu meu corpo.

– O que?

– Eu vou te encontrar, Kyrie. Saia daqui, agora!

Aquela voz era sinal de que eu não deveria discutir. Virei-me repentinamente e sai correndo, mesmo que cada célula de meu corpo dissesse o contrário. Mas se eu ficasse eu iria atrapalhar Nero.

Os demônios poderiam me usar para machucar Nero e ele poderia estar encrencado.

Procurei os limites das ruínas e corri o mais rápido possível.

Um pensamento irregular veio a minha mente. Momentos antes, Dante passou por aqueles portões. E se eu...?

Nao. Disse a mim mesma. Ele deve estar longe a essas horas e não sabemos se ele iria ajudar novamente. Dante era... Imprevisível.

Não corri nem quinhentos metros quando eu ouvi uma grande explosão no pátio onde Nero estava.

E depois... Silêncio.

Acabara?

– Nero – Gritei.

Não obtive resposta. Tremendo, eu corri de volta ao local, temendo o pior.

Mas o que eu encontrei foi apenas... Nada.

Nenhum demônio. Nenhum sinal de luta.

E nenhum sinal de Nero.

Gritei desesperada e comecei a procura-lo por entre as ruínas.

Ele não estava ali.

Ajoelhei-me no chão e temi o pior. A luta era uma distração. Seja quem for que arquitetou isso, queria apenas uma coisa. Nero.

Inspirei profundamente e soltei um grande grito de derrota.

Aquilo tudo era minha culpa. Se eu não fosse tão fraca, se eu soubesse lutar... Nero não precisaria se arriscar por dois.

Esmurrei o chão com violência e senti uma dor angustiante em minha mão.

Mas ignorei.

A dor maior estava em minha consciência, em meu coração.

Lágrimas de derrota surgiram por meu rosto e eu tive certeza de apenas uma coisa.

Eu estava sozinha.





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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Pois é, povo, como eu disse o capítulo 2 só sai sábado. Mas como minhas aulas começam segunda e eu estou entrando no terceiro ano (FERROU) vai depender da minha semana. Ainda tenho que lançar um cap de Assassin's Creed: Legião e Stand In The Rain, minhas outras duas histórias que eu indico, se quiserem ler *-* Mas não vou esquecer, prometo que sábado estou de volta! Até mais, my demons! See ya ♥