If I Tell You... escrita por Miranda


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Um lindo dia de sol, no Canadá ajudava a disfarçar o vento gelado. Os estudantes do turno da tarde aproveitavam a manhã para se aquecer no sol ou para praticar esportes. Drixy e Teo acordaram e foram para a doceria que se localizara a poucos metros depois do condomínio, já que Márcia teve que ir ao enterro de um familiar e Flávia tinha ido se consultar no médico, eles não tinham o que comer. Andaram curta distância até o local, pois era bem próximo, fato bom já que Drixy ainda estava com a perna engessada e assim não faria muito esforço na caminhada.

O local estava pouco movimentado naquele horário, de tema vintage, com lustres antigos, uma parede toda de vidro, que funcionava como janela que dava para a calçada da rua. Mesas de madeira combinavam perfeitamente com os bancos revestidos com almofadas. No balcão estava um senhor de terno, gravata e maleta em mãos. Cabelos grisalhos, bebericava o café e lia as notícias do dia no jornal. Os "irmãos" já estavam sentados em uma mesa, próximo a janela, um de frente ao outro. Devia ter passado uns cinco minutos e os adolescentes não haviam sido atendidos, mas nem reclamaram, pois Teo distraía-se fazendo origames de guardanapo e Drixy lutava contra o cabelo para fazer um coque no topo da cabeça, quando enfim conseguiu, notou a presença da garçonete ao lado deles. Ela perguntou o que eles queriam, anotou e em instantes trouxe os pedidos.

Enquanto Teo adocicava o suco de laranja, Drixy notou que a garçonete esquecera da calda de chocolate para as panquecas. Levantou-se, caminhou até o balcão e chamou um empregado que estava lavando louças:

– Desculpe, pode me passar a calda pra panquecas?

Ele virou, arregalou os olhos em reação de espanto. Drixy também se assustou. Era o menino que ela esbarrou na festa da Carol. Ele tentou disfarçar, caminhou até o balcão, pondo-se em frente a ela e perguntou:

– Mel ou chocolate?

– Chocolate. - ela retrucou, ainda delirando na doce voz do menino.

Ele entregou a pequena jarra a ela, que agradeceu, e em seguida o menino disse:

– Parece que você é mais educada de manhã.

– E que você é cara de pau 24 horas. - depois virou-se e foi até a mesa onde estava com Teo.

– Retiro o que disse! - responde o menino em um tom um pouco mais alto pra que ela escutasse.

– Demora pra pegar uma calda! - resmungou Teo.

– Deixa de ser chato moleque! - ela disse derramando o chocolate derretido sobre as panquecas quentes.

Tudo estava calmo na doceria, pessoas saiam e entravam, garçonetes andavam num ritmo calmo, aliás tudo ali era calmo, enquanto nas ruas pessoas corriam de um lado para outro.

Drixy estava se sentindo estranha, pela primeira vez ela se importara com a aparência.

– Você não acha que esse shorts me deixa mais magra do que sou? - ela perguntou a Teo.

– Han? Como assim? Me deixa comer!

– Ah, tudo bem... eu ia te ajudar em português hoje, mas... - disse a menina.

– Chantagem... Ok, você venceu. Está legal!

– Nossa, obrigada querido! - disse ela sarcasticamente.

Ela ainda se sentia incomodada, como se deveria estar fazendo algo que não lembra... A ruiva já não compreendia o que ocorria dentro dela.

Timidamente, resolveu dar uma olhada no menino do balcão. Por mais que este tenha também disfarçado, dava para ver uma singela troca de olhares. Para Drixy, apenas curiosidade em saber mais sobre o tal. Para Mattew, um passo a frente. Teo, não notando nada diferente naquela ocasião, comia o cupcake de chocolate rapidamente. Aparentava ter fome e devido a isso, dava grandes mordidas. Quando Drixy deu-se por si, ria da cena assim como os outros que estavam presentes naquele lugar.

No restante do dia, a menina estudou matemática e ajudou o "irmão" na matéria de português, pois era uma que ele não gostava. Foram para a escola e tanto no ônibus quanto na sala de aula, a ruiva evitava Chris. Ela o considerava esnobe, tinha nojo do modo dele pensar e agir.

As aulas passavam num piscar de olhos, exceto para Jim, que já ficava com sono durante os primeiros minutos. No intervalo, o grupo sentou na primeira mesa vazia que encontraram e conversavam sobre a festa da noite anterior. Edgar estava impressionado com a enorme casa da garota, Jim estava surpreso pela quantidade de comida que tinha por lá e Paola estava doida para manter contato com as novas pessoas que ela conhecera.

– Falando em conhecer gente nova... Drixy o que me diz do Mattew? - disse Paola.

– Que Mattew? - ele perguntou.

– Não seja tola! Eu vi vocês conversando!

– Eu não falei com ninguém Paola!

– Não?! E derramar o ponche nele não conta? - diz Paola com um sorriso bobo.

Drixy não respondeu nada.

"Então esse é o nome dele? Mattew?" - ela pensava.

– Eu tenho o número dele, se você quiser... - continuou Paola.

– E pra que vou querer?

– Ora, pra mandar mensagens!

– E eu vou mandar uma mensagem do nada? Nem morta!

– Não é do nada, é só você se apresentar e pedir desculpas por ontem!

– Se eu quisesse pedir desculpas teria feito isso hoje de manhã!

– Como assim hoje de manhã? Me conta! - disse a morena curiosa.

– É que fui com Teo tomar café na doceria perto de lá, aí descobri que esse tal de Mattew trabalha lá.

– Eu. Não. Acredito! - disse a morena surpresa. - Você sabe o que é isso? - continuou.

– Sei, ele trabalha e tem seu próprio dinheiro.

– Não é isso tolinha! O destino está armando uma pra vocês!

– Não viaja Paola!

Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim.

O sinal tocou e eles caminharam pelo corredor até a sala. Drixy ria da empolgação de Paola sobre tal situação, Jim e Edgar nem sabiam mais do que as meninas conversavam, ficaram mais entretidos nos joguinhos do celular. Ao chegar na sala, prestaram atenção nas aulas restantes.

No caminho de volta para casa, Paola deu o número de Mattew para a ruiva e a disse para mais tarde as duas se comunicaram pelas redes sociais.

Drixy e Teo chegaram em casa, tomaram banho e sentaram-se à mesa do jantar, onde só se ouvia barulhos de talheres. A sinfonia foi quebrada por Andrew, que perguntou para Flávia:

– E como foi na consulta?

– Muito bem. - ela respondeu. - Ele também está saudável.

– Quando nasce? - perguntou Teo.

– Tem bastante tempo ainda filho. - disse a mãe.

– Tomara que ele nasça inteligente o suficiente para saber trocar a própria fralda. - brincou o garoto.

Eles riam, mas depois só se ouvia o barulho dos talheres.

– E como foi na escola, Drixy? - perguntou Flávia.

– Bem.

– Está conseguindo acompanhar a turma?

– Estou sim, a matéria que está passando eu já vi no orfanato...

E o jantar de silencioso e chato passou para uma diversão em família. O clima havia se quebrado no momento, o que era bom já que é meio que impossível conviver com alguém que você não está falando direito.

Após a refeição, Drixy lavou as louças, Teo as secou e guardou e em seguida cada um foi para o próprio quarto. Teo foi ler, Drixy se conectar na internet para conversar com Paola, já que ainda não estava com sono quando chamou a menina no bate-papo.


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