If I Tell You... escrita por Miranda
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
Christopher Gynter era o nome dele, também conhecido como Chris. Loiro, alto e musculoso, fazia parte do grupo de futebol, consequentemente, era super popular na escola. Por que ele pedira Drixy, a novata para se sentar ao lado dele no ônibus? Essa era a pergunta que se passava na cabeça da garota e de todos os adolescentes presentes no veículo.
– Se deu bem! - disse Paola para Edgar, que sentava ao lado dela.
– Não sei...
– Ué, por que não sabe? Ele é popular! Dã!
– Mas isso não quer dizer que ele seja o melhor pra ela.
– Ah, cala a boca Ed, vai defender a ruivinha vai?
Ele ficou quieto, percebeu que a garota estava com ciumes, eles ainda não haviam conversado sobre o beijo deles no fim de semana. Ed achou que ali seria uma boa hora, Paola encarava a rua pela janela com os braços cruzados.
– Sabe Paola, a gente precisa conversar...
– Fala. - disse sem encarar os olhos azuis do menino.
O ônibus parou em frente a escola, e todos se levantavam.
– No intervalo a gente se fala... - disse Ed, prevendo que seria impossível conversar no meio da multidão.
– Ok. - ela respondeu e os dois saltaram do ônibus e caminharam até a entrada do colégio.
O dia estava levemente ensolarado, não estava frio, porém o vento era frio, a maioria dos alunos usava um casaco que não esquentasse muito, mas protegesse do vento.
Drixy desceu do veículo, acompanhada com o grupo de Chris, umas meninas gêmeas de cabelos castanhos, assim como os olhos, viviam gargalhando com as piadas que um magrelo ruivo fazia, Drixy decorou o nome de todos. Stayce e Lucy eram as gêmeas, o ruivo engraçado se chamava Logan, um loiro baixinho se chama Michael, que namora uma morena também de estatura baixa, Daisy. O grupo dava apelidos aos nerds que encontravam no pátio, Drixy não achara isso muito legal da parte deles, mas Teo mandava a cada cinco minutos mensagens de "apoio", como:
"Ria de todas as piadas."
"Aceite todos os convites para sair."
"Não fale sua opinião diretamente."
"Fique sempre com um sorriso no rosto."
A menina seguia essas "regras", pois sabia que era isso que o "irmão" queria: popularidade. E ela não queria decepcionar o garoto de 13 anos.
O grupo seguiu até a sala e foram caminhando até o fundo da mesma. Drixy perguntou:
– A gente não pode sentar mais pra frente?
– Junto com os nerds? - perguntou Lucy.
– Eu acho que a probabilidade disso acontecer é de 0, 0000001%. - brincou Logan, fazendo uma voz muito engraçada, porém Drixy não riu.
– Isso não tem graça sabia? - disse a ruiva.
– Qual é pessoal, exageramos muito. Foi mal Drixy. - disse Chris tentando acalmá-la.
– Que seja, vou mais pra frente, daqui não enxergo nada. - ela disse e foi caminhando e se sentando ao lado de Paola, que disse:
– Tá fazendo o que aqui? Vai sentar com o gato do Chris. - ela disse rindo.
– Eles não são tão legais como parecem ser.
– Hm - Paola ignorou. - Sabia que hoje é o aniversário da Carol?
– Carol?
– É... A menina que vem sempre de rosa...
– Ah, sei. - disse Drixy esbugalhando os olhos, essa garota era a patricinha da sala.
– Então, ela vai convidar o pessoal pra festa dela hoje.
– E o que tem?
– Como assim o que tem? Se você não for convidado, será o esquecido por todo Ensino Médio... e ninguém irá assinar seu anuário, nem mesmo seus pais!
– Oh meu Deus, quão assustador! - brincou Drixy estendendo os braços pra cima.
As duas riram.
O professor de Biologia entrou e começou a passar exercícios, a aula passou tão rápido que elas nem se ligaram que já era o intervalo. Paola guardou as coisas na bolsa rapidamente, mas Drixy arrumava com calma.
– Vou indo na frente, Ed quer falar comigo, depois nos falamos! - disse Paola, saindo praticamente correndo da sala.
Drixy terminou de arrumar as coisas na mochila, a pôs nos ombros. Viu que só restara ela e Jim na sala, que por sinal ainda dormia. Ela o cutucou e dizendo:
– Jim! Jim... Acorda!
– Han.. Calma Mulher Maravilha eu vou avisar pra Gothan City que você vai se casar... Calma. - ele dizia ainda de olhos fechados.
Drixy riu e continuou a chacoalhar ele até que abrisse os olhos.
– Finalmente! - ela disse quando o garoto se levantou da cadeira.
– Biologia é tão chato...
– Eu gosto.
– Odeio, assim como matemática, química, física, história, geografia...
– Já sei, assim como todas as outras.
– Isso aí ruiva!
– Agora me ajuda a andar até o pátio, esse gesso pesa!
– O que aconteceu?
– Caí.
– Hm. - ele se levantou e ajudou a menina, caminharam até a cantina pra comer algo, se sentaram em uma mesa onde estavam Paola e Edgar conversando, pelo visto o assunto era legal, ambos riam.
– O que eu perdi? - perguntou à ruiva se sentando e comendo um bolinho de chocolate que pegou na cantina.
– Fomos convidados para a festa da Carol! - disse Paola muito animada.
– Vocês foram? - perguntou Ed.
– Não. - Jim respondeu com indiferença.
– Putz, boa sorte. - disse Paola.
– Aff, quem liga pra uma festa cheia de bolas cor de rosa e frufrus no bolo de 14 andares? - disse Drixy.
Todos da mesa riram, mas pararam logo em seguida.
Carol estava atrás da ruiva e ouviu tudo.
– Quer dizer que você não liga pra minha festa? - ela perguntou com uma voz muito fina.
– Sim, eu não ligo.
– Pois fique sabendo que eu ia entregar um convite pra você agorinha mesmo!
– Nossa, que empolgante! - disse Drixy fingindo animação e imitando a voz de Carol.
Surpreendentemente, Carol entregou um convite cor de rosa pra Jim e outro para Drixy, que disse:
– Han? Sério que você tá me chamando?
– Sim, sério.
– Por quê?
– Por que eu vi você andando com Chris hoje, e quero que ele vá.
– Então você precisa de mim? - ela deu ênfase no você.
– Claro que não!
– Então eu não vou!
– Er... Tá, eu preciso de você, satisfeita? - disse a patricinha sem jeito.
– Na verdade não. Adorei ouvir isso, se importa de repetir pra eu gravar como ringtone no meu celular?
Carol revirou os olhos e disse:
– Apenas vá, não precisa ficar o tempo todo, só vá, ok?
– Vou ver o que posso fazer... - brincou Drixy com ela.
Carol se virou e foi caminhando. Na mesa todos estavam boquiabertos.
– Que foi gente? - perguntou a ruiva dando outra mordida no bolinho.
– Você arrasou! - disse Ed, batendo na palma dela, como um hi-5.
– Obrigada. - ela disse gabando um pouco de si mesma.
– Então, o que você vai vestir? - perguntou Paola para Drixy.
– Qualquer coisa que eu encontrar no armário.
– Como assim qualquer coisa?
O sinal tocou e os três se levantam e caminham até a sala, Edgar foi ao banheiro antes. E como ele era de sala oposta, ninguém o esperou. O restante das aulas passaram muito rápido. Jim foi para a detenção, pois o professor de Química não tolera cochilos durante a aula. E as meninas saíram cedo, Paola iria para a casa de Drixy, mais tarde as duas iria ao shopping comprar algo para a festa.
– Teo, a Paola vai lá pra casa hoje ta? – comentou a ruiva para o "irmão", esperando que ele concordasse.
– Ok, sem problemas. Vamos? O ônibus já ta saindo...
Entraram no veículo e saltaram em frente à grande casa. Teo abriu a porta e gritou:
– Mãe! Chegamos!
Mas ninguém respondeu. Então o menino seguiu o pequeno corredor em direção a cozinha, mas só encontrou Márcia lá. Paola e Drixy subiram para o quarto da ruiva, a morena estava muito animada para a festa que aconteceria mais tarde, enquanto Drixy procurava os fones de ouvidos na mochila. As duas conversavam como se fossem grandes amigas, até que Teo entra no quarto com o celular dele em mãos e pergunta:
– Que horas são?
– Cinco e quarenta da tarde. – respondeu a morena.
– Drixy! Hoje tem terapia! 19 horas, lembra?
– Putz, tinha esquecido. Tudo bem, eu não vou pra festa nem estava a fim mesmo.
– Ah que vacilo! Eu queria muito ir. – resmungou Paola.
– Eu não vou, mas você vai! – Drixy respondeu dando ênfase no "eu".
– Mas sei lá, vou ficar deslocada.
– Cala a boca, você vai com o Jim e Edgar!
– É verdade! Então tchau, ainda tenho que ir ao shopping. – disse Paola empolgada, pegando a mochila que estava sobre a cama de Drixy. Ela jogou um beijo no ar para Drixy e deu um tchau para Teo, desceu as escadas e saiu. Com certeza ela estava empolgada. Tudo a empolga.
Teo fez cara de emburrado e Drixy, não entendendo perguntou:
– Qual o motivo dessa carinha aí?
– Essa terapia...
– Que tem?
– Ta estragando a sua chance de ser popular.
– Ai Teo, você ainda com essa ideia... - a ruiva resmunga.
– Não é ideia, é modo de sobrevivência na escola.
– E o que você quer que eu faça então?
– Falta a terapia e vai à festa.
– Nossa, que belo plano, isso nem vai piorar minha situação com seus pais... – disse a menina ironicamente.
– Calma... Deixa-me pensar...
– Não tem que pensar nada, a festa furou só isso!
– Ai que adolescente chata você é!
– Cala a boca!
– Não calo não!
– Cala sim!
– Por que não vem calar?
– Já caí nessa uma vez, não sou boba o suficiente!
– Droga! – murmurou o menino achando que ganharia um beijo da "irmã".
Teo foi até o quarto dele, sentou-se na cadeira e ligou para o pai.
– Oi, pai.
– Fala filho.
– Er... Sabe pai...
– Não sei Teo, fala logo!
– É que hoje não vai dar pra eu e Drixy irmos à terapia...
– Como assim não vai dar?
– Tem uma festa, mais tarde.
– E você achou que eu ia concordar ao ouvir isso Teodhor?
– Achei.
– Não banque o ingênuo, já foi combinado desde ontem que hoje nós iríamos.
– Pai, você não acha que vai perder ainda mais a confiança da Drixy a barrando de uma festa que ela tanto quer ir?
– Ok, ok. Vou ligar pra sua mãe e a mandar desmarcar, mas semana que vem não quero desculpas.
– Ok, eu juro.
– Beijos filho.
– Tchau paizão!
E desligou.
Foi até o quarto de Drixy e fez uma dança um tanto quanto bizarra. A menina gargalhava sem entender nada, mas ria intensamente, depois que ela conseguia respirar, perguntou:
– Por que está tão animadinho assim?
– Nós vamos! Pra festa!
– Eu já disse que não vou fugir, se você não se lembra eu estou com a perna engessada.
– Não é isso ruivinha, eu liguei pro Sr. Hint e ele autorizou nossa saída!
– Hm, ok.
– Sério? Cadê meu abraço e meu beijo?
– Isso fica pra depois, agora preciso de uma roupa que não fique estranha com esse meu gesso. - disse Drixy nada empolgada.
– Ta, procura aí, que eu também tenho que escolher a minha.
Ele saiu e voltou para o quarto.
Poucos minutos depois, os dois já estavam arrumados, Drixy ficou pronta antes de Teo. O menino usava calça jeans escuras, uma blusa branca, um terno por cima e tênis. E Drixy usava um vestido vermelho de bolinhas brancas e tênis branco apenas no pé que não estava engessado.
Os dois desceram e foram de táxi até a casa de Carol, onde seria a festa. Quando eles chegaram ao local já estava lotado, a casa toda enfeitada nas cores rosa e branco. A aniversariante vestia um vestido rosa choque (ninguém se surpreendeu) e sandálias de salto douradas. Drixy deu um sorriso de longe a ela e seguiu com Teo ao encontro de Paola, Edgar e Jim. Paola usara um vestidinho florido com salto alto, e a roupa dos meninos era similar a de Teo, ou melhor, similar a de todos os meninos da festa. Deve ser típico esse visual nas festas do Canadá. O grupo ficou conversando sobre diversos assuntos, mas foi interrompida com a chegada de Carol ao meio deles, ela queria conversar com a ruiva.
– Que foi? Veio implorar uns parabéns? – disse com arrogância, Drixy.
– Não, vim cobrar o que você combinou.
– E o que era mesmo?
– Fazer com que Chris goste da minha festa e de mim.
– Ah, é. Ok loirinha, deixa comigo.
A aniversariante sorriu forçadamente e saiu.
Drixy avisou para o grupo o aonde iria e foi procurar o grupo de Chris. Eles estavam no quintal, sentados em um banco branco. Ele a avistou de longe, se levantou e foi até ela.
– Nossa, achei que não iria vir... – ele disse.
– Não tinha nada pra fazer, resolvi dar uma passadinha. - ela desconversou.
– Hm, que bom, assim a festa fica mais interessante. Você está linda!
– Obrigada Chris.
– Vem sentar com a gente!
– Depois, quero pegar uma bebida antes.
– Ta bom, depois volta.
– Ok.
E ela voltou para dentro da casa, andava o mais rápido e normal que podia. Caminhar com gesso na grama não era nada fácil. Foi em direção à grande mesa que estava recheada com comidas e bebidas. Viu o recipiente onde estava o ponche, pegou um copo e depois o encheu com a ajuda da concha. Quando o copo estava completo, voltou-se e na direção do grupo onde estava Jim, Edgar, Paola e Teo, porém um menino apareceu na frente dela, fazendo com que ela caísse sobre ele, derrubando toda a bebida por cima do estranho garoto. Por sorte ele a segurou com os dois braços e a ajudou a levantar.
– É melhor tomar cuidado, assim você pode quebrar a outra perna. - ele disse.
Drixy encarou aqueles olhos cor de mel maravilhosos e se perdeu dentro deles, a barriga dela queimava, a respiração ficava quente e difícil e quando voltou à realidade, percebeu que já estava muito tempo parado em frente a ele.
– Se liga garoto! – Ela resmungou e saiu andando até Teo.
– Vamos embora! – ela disse para o "irmão".
– Drixy, a festa mal começou! – disse Edgar.
– Mas já estou farta disso!
– Vem, vamos dançar. – disse Paola, puxando a mão da menina e a levando até um lugar onde estava o DJ.
Drixy até tentou sair de lá o mais rápido possível, mas a pista de dança estava lotada, dificultando com que a menina andasse. Resolveu sentar em um banco próximo a onde Paola e Edgar dançavam. Drixy ficou encarando o garoto que ela havia esbarrado anteriormente, e ele correspondia o olhar. Ela sentia algo estranho, algo que nunca havia sentido antes, não sabia o que era, mas tinha curiosidade de saber.
Depois que o bolo foi partido, Teo, Edgar e Drixy pegaram o mesmo táxi e foram até o condomínio onde os três moram. Os "irmãos" chegaram em casa cansados, pois já era de madrugada e foram dormir. Drixy, deitada na cama, lembrou que não havia dado devida atenção a Chris e continuou a pensar no menino. Ela ainda não sabia o nome dele e nem imaginara que ele ainda voltaria a aparecer na vida dela. Por fim, adormeceu novamente, sem sonhos.
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Até o próximo gente!
Beijos,
Min ;*