O Jogo escrita por Sweet Lolita


Capítulo 3
Capítulo II - Um Adeus, Um Psicopata, Um Conforto


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente. Bem, eu resolvi postar um capítulo a mais hoje, espero que goste.
Agradecimentos: Gostaria de agradecer ao eddiewilliams e a Lawlieta por terem lido e comentado a história e por terem favoritado também, muito obrigada.
Dedico este capítulo a esses dois leitores.
Obrigada e boa leitura!



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POV – Ariane

Continuei escondida no alçapão, depois de acabar meu diário digital coloquei o Iphone no mudo e fiquei apenas fitando o vazio escuro enquanto pensava na vida. Lembrava-me do momento em que insisti em fazer o jogo, do momento em que tudo começou e quando as velas se acenderam e corremos um para cada lado. Eu acho que fui a primeira a correr, apenas eu sabia do alçapão e não tinha tempo a perder, sabia que tinha de me esconder. Aqui só cabe uma pessoa, mesmo assim, acho que não deveria ter feito isso e que devia ter ficado com meus amigos, como dizem velhos ditados: A força do lobo está no bando e A união faz a força. Estava quase dormindo de sono, entediada e parada ali com certeza dormiria logo, logo. O que mais me preocupava não era exatamente sobreviver e sim que eu teria de derrotar o Peão e os Mascotes, se não fosse por isso eu ficaria ali numa boa, ninguém nunca me encontraria no alçapão.

Meus olhos foram fechando lentamente e eu piscava com freqüência maior que a necessária, tentava me manter acordada, mas parecia uma tarefa difícil. Sons de passos pesados me despertaram, fiquei atônita e meu coração acelerava com o susto. Minha respiração acelerada e irregular parecia mais alta, a idéia de ser ouvida me fazia entrar em pânico, então os passos pararam e pude sentir certo peso sobre a porta do alçapão, estava ferrada.

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POV – Hideki

Vamos Hideki, será divertido! Ariane, nossa amiga, disse que fará um jogo muito diferente, vamos! Assim você poderá conhecê-la também. Essas foram as palavras que ouvi de meu primo antes de concordar em participar desse jogo, elas ecoavam em minha cabeça e eu me arrependia amargamente de ter concordado com ele. Eu estava escondido na biblioteca, aquele lugar não me favorecia em nada em relação ao jogo, teria de me locomover e ir para lugares mais estratégicos, como a cozinha e a garagem.

Na cozinha eu poderia me armar e na garagem eu poderia pegar o carro e dar o fora daquele maldito lugar. Estava muito silencioso, chegava até a ser suspeito, ao entrar na biblioteca minutos atrás eu tinha empurrado uma pequena estante na frente da porta para que ninguém entrasse – principalmente o Peão e os Mascotes -, eu acabei ficando entediado com a situação, por mais incrível que pareça eu queria confrontar com o Peão. Fiquei vagando pela imensa biblioteca, observando as imensas estantes preenchidas com uma infinidade de livros, nenhum havia me interessado, mas eu poderia pegar um livro qualquer e lê-lo enquanto espero pelo Peão.

Peguei o primeiro livro que vi e me sentei na poltrona de couro próxima ao abajur, comecei a ler o livro tentando me entreter e me distrair, era um drama policial, parecia interessante, mesmo assim não foi o bastante para matar meu tédio. Mesmo lendo apenas o começo do livro eu não agüentava mais e acabei desistindo, taquei o livro sobre o criado mudo que sustentava o abajur e me levantei num salto decidido a ir até a cozinha sem medo de encontrar com o Peão. Corri até a porta e empurrei a pequena estante de volta para o lugar anterior e saí da biblioteca. Passei por várias portas e caminhei por alguns cômodos até achar a cozinha, fechei a porta e caminhei calmamente até as gavetas, as abri e procurei por uma faca grande e afiada. Ouvi alguns passos pesados, fechei a gaveta e corri para debaixo da mesa, fiquei observando por debaixo do cumprido forro de mesa, vi um par de botinas sujas e surradas, deveria ser o Peão. Ele caminhou em volta da mesa, era um tanto óbvio que ele levantaria o forro e olharia debaixo da mesa para ver se encontrava alguém.

Ergui um pouco o forro e olhei para o Peão, ele estava vasculhando as gavetas. Corri silenciosamente até as bancadas e me escondi dentro do armário, pela pequena fresta fiquei observando o que acontecia na cozinha, como eu havia previsto ele levantou o forro e olhou por debaixo da mesa, logo em seguida ele caminhou em direção a porta, ouvi o rangido da porta se abrindo e me aliviei sabendo que ele havia ido embora. Saí de dentro do armário e fui direto as gavetas, voltei a vasculhar em busca de uma faca afiada e senti algo cutucando meu ombro, virei lentamente e me deparei com o Peão, um homem imenso que escondia seu rosto com uma máscara de couro.

- Ia aí? – falei com um sorriso torto.

Ele riu. O Peão ergueu o facão e antes que ele pudesse me atacar eu corri me colocando ao lado da mesa, ficamos fazendo um jogo de gato e rato ao redor da mesa, até que ele se estressou e socou a mesa, fazendo com que ela partisse. “O-ou...” pensei.

- Não, não, não. Que coisa feia, estragar uma mesa tão bonita e ela nem é sua. – debochei enquanto balançava a cabeça negativamente.

Ele veio pra cima de mim e eu desviei, fui empurrado contra as bancadas de frente a porta e fiquei encurralado, o homem se aproximou erguendo o facão. Peguei uma faca afiada no faqueiro logo atrás de mim e desabei ao chão, quando ele se aproximou mais para me atacar eu saltei segurando a faca com firmeza e atravessei o braço do Peão.

- Argh, desgraçado! – gritou.

Eu comecei a gargalhar e aproveitei para correr, subi em cima da bancada e pulei a janela da cozinha. Lobos avançaram em mim enquanto eu corria ao redor da mansão, eu os matei atravessando a faca pelo estômago e pelo pescoço dos animais. Havia uma janela semi aberta, então, aproveitei e a abri completamente e a pulei, a janela dava em uma suíte simples, fechei a janela e a cortina e coloquei os dois criados mudos, um em cima do outro para impedir a passagem pela janela e logo depois empurrei o guarda-roupa até que estivesse em frente à porta. Então sentei no chão encostado na parede e comecei a gargalhar.

- Que divertido! – comemorei.

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POV – Ariane

Droga, droga, droga! Pensei. Cobri a boca para não fazer – acidentalmente - nenhum ruído, fechei os olhos com força desejando que aquilo tudo fosse apenas um pesadelo. Um pesadelo horrível, assustador e perturbador. Ouvi passos novamente e o peso saiu de cima da porta do alçapão.

- Ótimo, estamos seguros. – ouvi uma voz dizer.

- Ta, ta, tranque a porta! – exigiu uma voz chorosa e feminina.

- Certo. – respondeu a voz masculina.

Ouvi o rangido da porta se fechando e então o som dela sendo trancada.

- Eu estou com medo. – chorou a garota.

Parecia a voz de Anna e a voz masculina parecia Damon, destapei a boca e me enchi de esperança e alegria em encontrar meus amigos. Destranquei a porta do alçapão e a abri, meus olhos provavelmente brilharam ao ver meus amigos, eles pareceram se assustar ao ouvirem o som da porta do alçapão se abrindo e vê-la se movendo, eles se aliviaram ao verem que era apenas eu. Saí de dentro do alçapão num salto e corri até eles para abraçá-los.

- Gente! Aleluia. Como estou feliz em encontrar vocês vivos! – comemorei.

- Feliz? – perguntou Anna.

Ela me empurrou e me segurou pela gola do moletom, parecia furiosa comigo, toda a minha animação desapareceu e foi substituída pela frustração.

- Você nos meteu nisso, Ariane! Eu vou matar você! – ameaçou Anna.

- Calma Anna não crie tumulto. – cortou Damon puxando a irmã.

Anna estava com o rosto inchado, ela chorava bastante e seu nariz estava avermelhado de tanto chorar. Ela abraçou Damon, afundando o rosto no peito do irmão, me senti péssima novamente e fiquei triste, me encolhi abraçando os joelhos e abaixei a cabeça. Sentia vontade de chorar, a culpa pesava sobre meus ombros e não havia ninguém para me consolar, eu também não merecia a pena de ninguém.

- Desculpe Ariane, eu só estou nervosa e assustada. – se desculpou Anna.

- Tudo bem, eu entendo, tem todo o direito de estar furiosa comigo. Desculpem-me, amigos, se é que posso chamá-los de amigos agora. – falei

- Hei, hei. Chega. Lágrimas, desculpas e culpa não vão nos levar a lugar nenhum, temos de ganhar esse jogo a todo custo. – falou Damon.

Ele estava com a expressão séria, abraçava a irmã para acalmá-la e estava com o olhar baixo fitando o chão.

- Parece tão calmo... – murmurei.

- Tenho que cuidar da minha irmã. – respondeu.

Ele ergueu o braço em minha direção para que eu me juntasse a eles naquele abraço quente e reconfortante, não hesitei e voei para o lado de Damon e abracei os irmãos.

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POV – Cecílie

Novamente no corredor, estava escuro e vazio, eu me sentia apavorada com a situação. Ouvi os rosnados, aqueles malditos e assombrosos rosnados. Levantei o olhar e lá estavam eles, os lobos, os Mascotes. Virei para trás e no fim do corredor estava o Peão, segurando o facão conhecido e temido por mim. Eles me cercaram e eu não tinha para onde fugir, não tinha motivos para fugir, seria em vão. A morte me aguardava, então eles vieram até mim e me atacaram.

Acordei ofegante de meu pesadelo, instantaneamente me levantando num salto, meu coração estava acelerado e eu ainda estava com medo. Eu torcia para que tudo ainda fosse um sonho, belisquei o braço e fechei os olhos na esperança de despertar daquele terrível pesadelo, mas foi uma tentativa sem sucesso. Abri os olhos e ainda estava no porão da mansão dos tios de Ariane e tudo havia sido real, eu não agüentava mais, não tinha mais forças e não queria mais agüentar. Se fosse para morrer então que eu morresse logo de uma vez. Subi a escadaria do porão e passei pela porta deixando-a aberta logo atrás de mim, acabei em outro corredor. Corredores, havia tantos e eu sempre acabava em um. A imagem do pesadelo voltou a minha mente. Continuei a caminhar pelo corredor e atravessei à porta indo para a sala de visitas, a porta da frente estava aberta, passou pela minha mente passar por aquela porta e ir embora. Olhei pela janela e no gramado havia um corpo estendido – Claire. Então, não daria um bom resultado tentar ir embora, Claire era a prova de que seria em vão. Subi as escadas indo ao segundo andar e fui até o mesmo corredor de onde havia saltado pela janela. Estava do mesmo jeito, os cacos de vidro da janela quebrada estavam espalhados pelo chão próximo a ela, a faca continuava presa na parede e as velas continuavam acesas. Virei para trás e vi o que esperava ver, o Peão, ele estava a minha espera.

- Você demorou. – reclamei.

Ele me ignorou e penetrou meu estômago com o facão, minha cabeça girava e uma dor aguda atingia o local do ferimento, engoli em seco e finalmente tudo acabaria para mim.

- Pai, mãe, Hunter meu irmãozinho querido, eu amo vocês. – murmurei.


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Notas finais do capítulo

Então? O que achou? Bem, eu gostaria que me esclarecessem uma dúvida minha, eu acho que exagerei um pouco nesse capítulo na parte do Hideki e eu queria que dissessem o que acharam.
Obrigada por ter lido, até o próximo!



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