Hidden Enemy escrita por laurazanchi


Capítulo 9
Am I losing everybody?


Notas iniciais do capítulo

PEÇO MIL DESCULPAS por ter demorado quase 2 meses para postar, mas eu viajei nas férias e tals, ai não tive tempo, mas espero que gostem do próximo capitulo, boa leitura, xx.
APENAS LEMBRANDO QUE ESSES XXXX são tipo uma separação de uma cena para a outra, ok?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/324057/chapter/9

Megan estava deitada em sua cama, enquanto fitava as gotas de água que batiam contra o vidro da janela do seu quarto. Já havia se passado dois dias desde a morte de Anna Shields, e desde então, Megan só levantava da cama para comer e ir ao banheiro, o resto do tempo passava dormindo, ou pelo menos tentando. Era como se um interrogação invadisse seus pensamentos durante o dia todo, milhares de perguntas ecoavam em sua mente, quem matou Anna? Foi a mesma pessoa que matou Lucy? Por que Lucy e Anna? A matança continuaria? Quem seria o próximo?

– Megan... Você precisa levantar e sair um pouco. – Esther estava parada na porta.

– Não estou com vontade. – Megan respondeu aindo fitando a janela.

– Megan, já faz dois dias que você não sai da cama!

– Claro que saio, eu vou ao banheiro.

– Só para isso mesmo, porque até para comer eu tenho que trazer a comida pra você, caso contrário você não come.

– Eu tenho medo.

– Medo do que? – Esther franziu a testa.

– Medo de morrer.

– Megan... Eu sei que é difícil, mas você não pode simplesmente se esconder do mundo. A policia está fazendo tudo que pode para achar o assassino. – Megan não respondeu. – Ok, isso já é demais! – Esther foi até seu quarto e trancou a porta.

Ficou lá durante uns três minutos conversando com alguém em seu celular, Megan conseguia ouvir a mãe falando dela, só não sabia sobre o que ela estava falando. Então Esther desligou e voltou para o quarto de Megan.

– Você vai ao psicólogo amanhã, aqui está o endereço. – Esther largou um papel cuidadosamente dobrado no criado-mudo de Megan e se sentou em sua cama.

– Isso é realmente necessário? – Disse Megan com a voz fraca.

– Megan, estou realmente preocupada com você, então sim, é necessário. – Disse Esther enquanto acariciava a cabeça de Megan.

– Você tem razão... Ficar aqui quieta não vai mudar nada, pode demorar muito para o assassino ser preso, não posso simplesmente me esconder.

– Então está pronta para voltar para a escola amanhã?

– Acho que sim... Sabe, acho que vou procurar o Jason depois da aula, eu fui extremamente egoísta, ele também está passando por tudo isso.

– Ótimo, agora vista-se e desça para almoçar! – Esther bagunçou os cabelos de Megan enquanto se levantava e saia, deixando Megan sozinha em seu quarto.


                                                 XXXX


Jason estava com os pensamentos longe enquanto o Sr. Alder entregava os testes de inglês. Estava realmente preocupado com Megan, desde o dia em que Anna morreu, ela havia desaparecido, não atendia suas ligações, não respondia seus emails e nem seus torpedos, Jason chegou até a ir na casa dela, mas sua mãe disse que ela estava dormindo, então ele acabou desistindo, resolveu dar um tempo a ela.

– Jason Morgan. – O Sr. Alder chamou dando um susto em Jason.

– Ah, o que?

– Venha buscar seu teste.

– Ah, ok. – Jason se levantou e foi até a mesa do professor, arregalou os olhos quanto viu sua nota, A+.

– Parabéns, foi a melhor nota da classe. – O Sr. Alder elogiou.

– Obrigada. – Jason agradeceu enquanto voltava para seu lugar.

– Estão dispensados por hoje. – O Sr. Alder anunciou e todos se levantaram rapidamente e saíram, menos Jason e uma outra aluna.

– Sr. Alder, eu estou indo muito mau em inglês, preciso de aulas particulares, você poderia convocar alguém para me ajudar? – A aluna disse preocupada.

– Claro... Jason Morgan?

– Sim. – Jason levantou os olhos para o professor enquanto terminava de guardar seu material.

– Venha até aqui, por favor. – Jason pegou sua mochila e foi até a mesa do professor.

– Você poderia dar aulas particulares para a Srtª. Castle?

– Ah, claro, tudo bem.

– Ótimo, então combinem seus horários, eu preciso ir para minha próxima aula, até amanhã.

– Tchau, Sr. Alder. – Os dois falaram juntos.

– Então, eu sou Ramona Castle.

– Jason Morgan.

– Eu sei. – Disse Ramona de uma forma meio maliciosa que deixou Jason constrangido.

– Então, pode ser hoje?

– Claro, lá em casa as 18 hrs?

– Tudo bem.

– Aqui está o endereço, te vejo em breve, Morgan. – Ramona deu uma piscadela e foi embora, deixando Jason sozinho.

Jason pegou sua carteira no armário da escola e foi embora, ele não iria para casa, pararia para tomar um café e depois seguiria para a casa da Ramona. Pegou seu conversível no estacionamento e foi para o Big Coffe. Chegando lá, estacionou bem na frente e entrou.

– Um cappuccino gelado por favor. – Pediu à atendente.

– Morgan? – Katie estava ao lado de Jason.

– Katie. – Disse Jason não muito feliz.

– Tem visto a Megan?

– Não a vejo desde do dia em que a Anna morreu.

– Ah sim, eu fiquei sabendo. Faz bastante tempo que eu não converso com ela.

– Ela só está muito abalada com tudo isso, dei um tempo para ela pensar.

– Ok, se ver ela por aí diga que mandei lembranças.

– Ok, tchau.

– Tchau. – Katie se despediu e foi embora.

– Aqui está seu cappuccino. – Disse a atendente.

– Ah, obrigado.

– São 5 dólares.

– Aqui. – Jason pagou e se sentou em uma mesa de frente para a janela. Pegou seu celular e ligou para Megan. Caixa postal. Tentou de novo e novamente caiu na caixa postal, então acabou deixando uma mensagem para ela. “Oi, é o Jason. Você melhorou? Por que não atende meus telefonemas? Estou preocupado e queria te ver, me liga assim que ver essa mensagem, tchau.”

Jason continuou tomando seu cappuccino em silêncio quando seu celular tocou o fazendo dar um salto.

– Megan? – Jason disse ofegante.

– Hã? Sou eu, Ramona. Liguei para confirmar se você vai vir mesmo.

– Ah, claro, vou estar aí daqui meia hora, ok?

– Claro, não posso esperar para ter aula particular com você

– Ok, te vejo mais tarde.

– Até mais.

Jason terminou seu cappuccino, deixou outra mensagem na secretária eletrônica de Megan e então foi para a casa de Ramona. Entrou em seu conversível vermelho, colocou seus óculos de sol rayban e ligou o rádio, estava tocando About a Girl da banda grunge Nirvana, imediatamente aumentou o volume.

- Ah, que sorte! Eu adoro essa música! – Exclamou Jason, e em seguida começou a cantar junto. – I’m standing in your line, I do hope you have the time, I do pick a number too, I do keep a date with you. – A música estava tão alta que Jason nem percebeu que seu celular estava tocando. - I'll take advantage while, you hang me out to dry, But I can't see you every night. Free, I do...


                                               XXXX


Megan estava decidida, ela iria atrás de Jason e pediria desculpas por ter sido tão egoísta. Estava se sentindo ainda mais culpada depois de ter lido todas as mensagens que Jason deixou em sua secretária eletrônica.

– Mãe, estou saindo, não volto muito tarde.

– Vai procurar o Jason?

– Sim, acho que finalmente estou pronta para isso.

– Divirta-se, querida.

– Eu vou! Boa noite, mãe. – Megan se despediu de Esther e foi até a garagem, entrou dentro do carro que sua mãe a havia emprestado e saiu.

Megan havia acabado de sair de casa quando seu estômago roncou, faziam horas que ela não comia nada, sua última refeição havia sido a pelo menos 6 horas atrás. Ela continuou dirigindo alguns quarteirões até avistar um Starbucks, resolveu parar e comprar algo para comer, além disso, ela sabia que Jason adorava Frappuccino de baunilha com café, então resolveu levar um para ele como pedido de desculpas.

– Dois frappuccinos de baunilha com chocolate e um brownie misto, por favor.

– São 15 dólares.

– Aqui. – Megan pegou seu brownie e foi para a fila de espera para pegar os frappuccinos. Começou a pensar no que diria para Jason, em como pediria desculpas por ser tão egoísta, por ter o abandonado num momento tão difícil e por ter sido uma péssima namorada, bem, pelo menos ela esperava que eles ainda estivessem namorando. Megan estava tão distraída que nem percebeu quando a atendente chamou seu nome, mas uma garota que estava atrás dela a cutucou interrompendo seus pensamentos.

– É seu? – Perguntou ela. Aquela voz soou muito familiar, Megan podia jurar que conhecia aquela voz de algum lugar.

– Ah sim, obrigada. – Megan pegou os frappuccinos e quando se virou para ir embora deu de cara com um rosto muito familiar.

– Megan?

– Molly?

– Que bom te ver! – Molly a surpreendeu com um abraço.

– Pois é. – Megan sorriu.

– Como você está?

– Um pouco melhor, hoje finalmente sai de casa depois do que aconteceu naquela noite.

– Ah, eu sei como é, minha mãe ficou maluca, não deixa mais eu ir a nenhum sozinha durante a noite, não posso nem ir até a padaria que fica a um quarteirão da minha casa! Ela acha que o assassino da Anna é o mesmo da Lucy e que ele gosta de matar garotas loiras, que absurdo!

– Molly? – A atendente chamou.

– Sou eu, obrigada.

– Aqui está, tenha um bom dia. – A atendente entregou o café gelado para Molly e voltou a atender os outros clientes.

– Talvez ela esteja certa na parte de o assassino ser o mesmo. – Megan continuou o assunto.

– Você realmente acredita nisso?

– Eu não sei.

– Espero que a policia descubra logo.

– Eu também.

– Então, vai beber dois frappuccinos? – Molly arregalou os olhos.

– Ah, não, um é para o Jason. Estou indo pedir desculpas.

– Desculpas?

– Sim, eu tenho sido muito egoísta com ele, as vezes esqueço que não sou só eu que estou passando por isso.

– Acredite, não é só com você. – Molly sorriu compreensiva. – Então, ultimamente não tenho tido nada para fazer, me ligue qualquer hora. Eu até te convidaria para ir comigo a festa que o Hotel Rivers vai dar hoje, mas você já tem compromisso.

– Fica para a próxima.

– Até logo. – Molly lançou um beijo para Megan e foi embora.

Jason virou a esquina e estacionou na frente da casa dos Castle.

– Jason! Finalmente! – Ramona correu em sua direção e lhe deu um abraço um pouco caloroso demais.

– Demorei muito? – Disse Jason um pouco envergonhado.

– Um pouco, mas não tem problema. Agora pegue suas coisas e vamos lá para dentro!

– Ok. – Jason pegou sua mochila, suas chaves, seu celular e seguiu Ramona.

A casa de Ramona era realmente grande, a entrada era muito iluminada e tinha um estilo clássico, e no canto direito havia uma escada de porcelanato branco. O ambiente era muito iluminado com um lustre de cristal enorme, que tornava tudo mais amplo. Jason ficou imaginando quanto havia custado todas aquelas coisas, provavelmente uma fortuna, mas isso era previsível, se levarmos em conta de que ela morava num dos bairros mais ricos da cidade

– Vem, vamos para o meu quarto. – Ramona segurou a mão de Jason e o conduziu até a escada.

– Seus pais não vão se importar? – Jason perguntou preocupado.

– Meus pais saíram, estamos completamente sozinhos. – Disse Ramona com um sorriso maroto.

– Tudo bem. – Jason concordou.

Os dois subiram pela enorme escada branca e foram até o quarto de Ramona, que também era enorme. Havia uma cama de casal enorme com lençóis de seda no meio do quarto, um tapete felpudo rosa no chão e junto a ele uma poltrona roxa vintage.

– Fique a vontade. – Disse Ramona. – Vou colocar uma música. Qual é sua banda favorita?

– Nirvana.

– Sério? É uma das minhas preferidas também!

Megan estacionou o carro que havia pego emprestado com sua mãe na frente da casa de Jason, e antes de descer deu mais uma checada no visual, então pegou o frappuccino que havia comprado para Jason e saiu do carro. Caminhou até a porta e tocou a campainha, uns 10 segundos depois a Sra Mason abriu a porta.

– Olá, Megan.

– Olá, Sra Mason, eu posso falar com o Jason?

– Você até poderia, mas ele não está em casa.

– Ah é? – Megan franziu a testa. – Você sabe onde ele está?

– Ele me disse que foi solicitado para dar aulas particulares para uma amiga.

– Você sabe o nome dela?

– Não, mas o Jason deixou um bilhete com o número do telefone da casa dela caso a bateria do celular acabasse, deixe-me ver. – Megan ficou esperando na porta enquanto a Sra Mason ia buscar o bilhete com o número da amiga que Jason estava dando aulas particulares. – Aqui. – Disse a Sra Mason assim que voltou. – Ramona Castle.

– Muito obrigado, Sra Mason!

– De nada, boa noite!

Megan saiu correndo em direção ao seu carro enquanto sentia leves pingos de água antingirem seu rosto com velocidade, provavelmente choveria daqui a pouco. Ela agradeceu a si mesma por ter escutado sua mãe e ter pego o carro emprestado invés de sua vespa. Entrou no carro e pegou seu celular, discou o número de Molly.

– Alô?

– Molly, eu preciso da sua ajuda!

– Tudo bem, pode falar.

– Por acaso você conhece alguma Ramona Castle?

– Sim, maior encrenqueira, ano passado transou com metade da classe na mesma festa. – Os comentários de Molly deixaram Megan nervosa.

– Você sabe onde ela mora?

– Claro, ela dá festas malucas todo ano!

– Você pode me passar por favor?

– Tudo bem, mas por que você quer?

– Jason está na casa dela lhe dando aulas particulares.

– Ok, só deixa eu olhar aqui.

– Tudo bem. – Megan estava esperando quando avistou uma viatura da policia logo a frente. – Droga! Olha, me manda por sms, eu preciso desligar.

– Tudo bem, tchau.

Felizmente os policiais não pararam Megan, que suspirou de alivio assim que saiu da vista deles. Pegou seu celular e olhou o sms de Molly, então colocou o endereço no gps e foi procurar Jason. Os pingos de antes agora haviam se transformado em uma tempestade.

Megan não conseguia tirar as palavras de Molly de sua cabeça “Ela é maior encrenqueira, ano passado transou com metade da classe na mesma festa.” Ela precisava chegar lá o mais rápido possível, então pisou no acelerador.


                                              XXXX


Já faziam 30 minutos que Jason estava tentando explicar a mesma questão para Ramona, que não conseguia entender de jeito nenhum.

– Ah, droga, me desculpa. – Ramona jogou sua caneta na parede desapontada. – Eu nunca vou conseguir aprender isso!

– Você vai sim, você é inteligente, tenho certeza de que consegue. – O elogiou de Jason fez Ramona sorrir.

– Obrigada por ter vindo hoje, eu realmente não queria ficar sozinha hoje. – Ramona chegou um pouco mais perto de Jason.

– Tudo bem, eu também não tinha nada pra fazer.

– Você é um cara muito legal, Jason. Eu venho te observando faz tempo. – Ramona foi chegando cada vez mais perto. – Eu gosto muito de você.

Agora eles estavam realmente próximos, Jason conseguia ver perfeitamente todos os tons de castanho nos olhos de Ramona. Ele estava indeciso, não sabia se deveria continuar ali parado, ou se devia fazer alguma coisa. Ramona era muito bonita e Jason estava se sentindo sozinho, ultimamente Megan nem havia agido como sua namorada, na verdade ele nem tinha mais certeza se estavam juntos, então ele deu de ombros e continuou parado ali, esperando pelo o que Ramona faria em seguida. Ela aproximou sua boca da dele e o beijou. Ele ainda tinha tempo para se mexer e dizer a ela que tinha namorada, mas ele não queria fazer aquilo, ele estava gostando. Ramona se levantou e se sentou no colo de Jason enquanto o beijava com vulgaridade, roçava sua língua quente por todos os cantos da boca dele, sentindo seu hálito doce, passou suas mãos pelas costas dele e foi levantando sua camiseta com cuidado até finalmente a tirar. Jason fez o mesmo, passou suas mãos por dentro do vestido de Ramona e o tirou, então continuou a beija-la, só que com mais intensidade. No som tocava a versão do Nirvana da música “Where did you sleep last night”. Jason se levantou com Ramona no colo e a deitou em sua cama, passou suas mãos pelas costas dela e abriu seu sutiã, então voltou a beija-la. Enquanto os dois continuavam a se beijar, a musicava soava pelo quarto “My girl, my girl, don’t lie to me, tell me where did you sleep last night.”


                                             XXXX


Megan acelerava o carro e fazia curvas arriscadas enquanto tentava chegar a casa de Ramona o mais rápido possível, por sorte só faltava mais um quarteirão. Virou na esquina com violência e parou seu carro na frente da casa dos Castle. A tempestade já estava muito mais forte agora, mas ela não se importou, abriu a porta do carro com violência, pegou o frappuccino que havia comprado para Jason e caminhou até a entrada da casa, tocou a campainha e esperou. Dois minutos e ninguém aparecia para abrir a porta, ela estava ficando cada vez mais inquieta. Apertou a campainha mais algumas vezes e bateu na porta, então finalmente alguém apareceu para atender, Ramona, que estava só de calcinha e com uma camiseta preta do filme “A hora do pesadelo.” Uma camiseta que Megan conhecia muito bem, aquela camiseta era de Jason.

– O que você quer? – Ramona disse grosseira.

– Cadê o Jason?!? – Megan falou um pouco alto demais.

– Megan? – Jason apareceu atrás de Ramona sem camisa.

Megan não queria, mais não conseguiu evitar, antes que pudesse fazer qualquer coisa, lágrimas quentes e salgadas invadiram seu rosto, a pessoa que ela mais confiava havia a traído. Então ela se virou e saiu caminhando em direção ao carro de sua mãe ainda tentando entender porque Jason havia feito isso com ela.

– Megan, espera! – Jason saiu correndo atrás dela. – Eu posso explicar?

– Explicar o que? Que você estava dando aulas particulares para ela? Qual foi a lição de hoje? Como trair a idiota da sua namorada? – Megan gritou.

– Megan, não é isso.

– Olha, eu vim te procurar para pedir desculpas por ter te abandonado, mas pelo visto isso não foi necessário! A propósito, eu comprei isso para você! – Megan pegou o frappuccino, retirou a tampa rapidamente e o derramou na cabeça de Jason. – Seu sabor favorito. – Disse sorrindo ironicamente, em seguida kogou o copo no chão com violência e foi para o carro. Jason tentou segui-la, mas ela acelerou o carro e saiu dali o mais rápido que conseguiu.

Megan estava irritada e decepcionada ao mesmo tempo, ela nunca imaginou que Jason faria uma coisa dessas. Não queria ir para casa porque teria que dar explicações para sua mãe, e não estava com cabeça para isso agora, mas para onde ela iria? Então ela se lembrou da festa que iria acontecer hoje no Hotel Rivers, pegou seu celular e ligou para Molly.

– Alô?

– Molly, aqui é a Megan. Eu queria saber se o convite para a festa do Hotel Rivers ainda está de pé.

– Mas é claro!

– Onde você está?

– Estou em casa me arrumando. Você quer que eu passe na sua casa para te buscar?

– Não, não! Eu não estou em casa.

– Aconteceu alguma coisa? Você parece nervosa.

– Olha, é uma longa história, eu não quero falar sobre isso agora, mas eu posso ir para sua casa? Você me empresa um vestido?

– Claro, sem problema.

– Ok, já estou a caminho. – Megan desligou o celular antes que Molly fizesse mais perguntas.

Enviou uma mensagem para sua mãe avisando que iria chegar tarde e desligou seu celular, seria mais fácil esquecer Jason se não tivesse que ficar encarando seu nome aparecendo no visor a cada minuto.

Megan estacionou na frente da casa de Molly e desceu. Caminhou até a porta e tocou a campainha. Rapidamente Molly apareceu.

– Pode vir, mas não faça muito barulho. Meus pais estão tendo uma reunião com os sócios da empresa.

– Ah, ok. – Megan seguiu Molly pelo enorme Hall até chegar na escada de madeira vitoriana, subiu os degraus com cuidado e foi para o quarto de Molly.

Haviam vários vestidos de festa espalhados pela cama e sapatos pelo chão. Maquiagens de todos os tipos espalhadas pela penteadeira junto com batons, bolsas e perfumes.

– Uau. – Megan exclamou.

– Eu sei, eu sei, tá muito bagunçado! Mas olha, eu separei aqui alguns vestidos que eu tenho certeza que vão servir em você, e ali tem alguns sapatos, você pode pegar o que quiser, fique a vontade! – Molly sorriu.

– Muito obrigada. – Megan retribuiu o sorriso.

– Agora eu preciso terminar de arrumar meu cabelo. – Molly se despediu e entrou no banheiro.

Megan ficou parada por um tempo encarando todos aqueles vestidos e sapatos, não fazia ideia de qual escolher. Pensou em pedir ajuda a Molly, mas não queria incomoda-la, ela já estava lhe fazendo um grande favor. Então por fim acabou escolhendo um vestido preto brilhoso. Foi até o espelho e colocou o vestido, apesar de seu cabelo estar todo molhado e bagunçado por causa da chuva, ela já estava bem melhor. Por fim, colocou uma sandália também preta, e foi para o banheiro secar seu cabelo.

– Ótima escolha. – Disse Molly ao vê-la.

– Obrigada. – Megan sorriu.

– Quer ajuda com o cabelo?

– Tudo bem.

– Eu vou só secar e colocar uma presilha, ok?

– Claro.

Assim que Molly terminou de arrumar o cabelo de Megan, as duas foram para a festa, que estava lotada, ótima para fazer Megan esquecer Jason. Assim que chegaram, Molly apresentou Megan para alguns amigos seus e então as duas foram para o bar pegar algo para beber.

– Vai querer o que? – Molly perguntou a ela.

– Um suco de laranja.

– Agora falando sério, vai querer o que?

– Eu falei sério.

– Você tá brincando, né? Estamos nessa festa e você vai beber um suco?

– Você vai beber o que?

– Algo que contenha álcool, obviamente.

– Você não tem idade para comprar bebida alcoólica.

– Não é o que diz na minha identidade falsa.

– Você tem uma identidade falsa? – Megan arregalou os olhos.

– Claro! Você não?

– É óbvio que não.

– Pode deixar, vou arranjar uma para você o mais rápido possível. – Molly piscou.

– Ok, tudo bem, eu acho. – Respondeu Megan meio incerta.

– Agora venha, quero te apresentar umas pessoas.

Molly pegou a mão de Megan e a conduziu no meio da multidão até uma escada preta afastada do centro do hotel, lá encima haviam várias portas enumeradas, lá era a parte em que ficavam os quartos mais reservados. Molly andou mais um pouco até que parou, olhou os números e bateu na porta de número 104, imediatamente uma menina com o cabelo azul e maquiagem forte abriu a porta.

– Achei que você não viria. – Disse ela.

– Desculpa pela demora, eu trouxe uma amiga. – Disse Molly.

– Olá. – Disse Megan.

– Oi, sou Courtney. – Ela olhou Megan da cabeça aos pés como se estivesse a analisando.

– Eu sou Megan.

– Então, vão entrar? Não é bom ficar com a porta aberta nessas condições. – Disse Courtney.

– Você tem razão, vamos. – Molly segurou a mão de Megan e entrou.

Megan jamais havia estado em um lugar como aquele, e ela não sabia dizer se isso era bom ou ruim. Ela não sabia direito se aquilo deveria ser chamado de bagunça, parecia que um furacão havia passado por aquele quarto, haviam várias mulheres e homens pelo chão fumando e usando drogas, roupas espalhadas para todos os lados, e até algumas pessoas se agarrando. Ao contrário de Molly que entrou e sentou junto com algumas pessoas que estavam fumando, Megan ficou parada na entrada completamente em choque, o que talvez tenha sido bom, já que a única coisa que ocupava sua mente naquele momento era a sensação de horror ao ver todas aquelas pessoas se drogando.

– O que foi? – Molly a olhou espantada enquanto acendia um cigarro e tomava um gole de cerveja.

– Eu quero ir embora.

– Primeira vez? – Perguntou Courtney.

– Eu acho que sim. – Respondeu Molly.

– Ah, deixa de drama. – Courtney se levantou e foi na direção de Megan. – Bem vinda a selva! – Disse ela enquanto pegava sua mão e a conduzia até aquele grupo de pessoas que estavam fumando.

– Vai querer qual tipo? – Perguntou um cara com olhos vermelhos e com uma enorme tatuagem de dragão que estava exposta pelo fato de estar sem camisa.

– O que? – Disse Megan assustada, o que fez o cara rir.

– Você vai querer qual tipo de cigarro, gatinha? – Disse ele enquanto sorria mostrando seus dentes amarelos, provavelmente destruídos pelo cigarro.

– Ah, eu não quero nada, obrigada.

– Quer sim, pega esse cigarro aqui. – Disse Molly enquanto pegava um cigarro numa caixa marrom e antes que Megan pudesse dizer alguma coisa, o colocou em sua boca e o acendeu.

– É assim que se faz. – Disse Courtney sorrindo enquanto Megan tossia por conta da fumaça produzida pelo cigarro.

– Molly, podemos conversar? – Disse Megan ainda tossindo por causa do cigarro.

– Claro, diga!

– A sós.

– Tudo bem.

Molly se levantou e ela e Megan caminharam até o banheiro juntas, e pelo incrível que pareça, lá o cheiro estava mais agradável que no quarto, que era praticamente impossível respirar com todas aquelas pessoas fumando e se drogando ao mesmo tempo.

– O que foi? – Molly perguntou trancando a porta.

– Eu quero ir embora.

– Por que? Está divertido aqui.

– Eu não estou achando nada divertido.

– Qual é? É só você relaxar e vai ver que tem muita coisa legal aqui.

– Eu não sei me divertir dessa maneira.

– Megan, eu só quero te ajudar. – Disse Molly chegando um pouco mais perto de Megan.

– Ok.

– Você deveria experimentar coisas novas. – Molly começou a se aproximar e mexer no cabelo de Megan.

– Você tem razão.

Molly sorriu e foi se aproximando ainda mais de Megan, até que ela conseguisse sentir seu hálito de cerveja e cigarro batendo contra seu rosto.

– O que você está fazendo? – Perguntou Megan assustada.

– Te ajudando a experimentar coisas novas.

Então Molly a beijou, e ela poderia jurar que aquele era o momento mais esquisito de sua vida. Ela estava em choque, não sabia o que fazer, então por mais esquisito que fosse, ficou ali parada enquanto Molly roçava sua língua quente na língua dela, que conseguia sentir o gosto amargo da bebida alcoólica no hálito de Molly. Logo o beijo começou a ficar mais intenso, e Molly segurou os cabelos de Megan com uma de suas mãos os puxando levemente, enquanto com a outra percorreu as costas dela até chegar em seus glúteos e os apertar com força. Megan pensou que aquilo não poderia ficar mais vulgar e esquisito, mas estava enganada, Molly passou suas mãos pela cintura dela e tentou levantar seu vestido, mas foi impedida por Megan.

– Molly... Nós somos apenas amigas... – Disse Megan sem jeito enquanto se recompunha e arrumava seu vestido.

– Eu sei.

– Então por que você me beijou?

– Esqueça isso, vamos voltar para lá. – Molly bufou decepcionada.

– Ok, eu acho. – Disse Megan confusa.

Molly abriu a porta do banheiro e voltou até aquele mesmo grupo em que elas estavam antes, enquanto Megan ficou parada no meio do quarto encarando todas aquelas pessoas, Molly realmente tinha razão quando disse que ela precisava experimentar coisas novas.

– Ei, você. – Chamou um cara com uma cicatriz enorme no rosto.

– Eu? – Perguntou Megan.

– Você mesma, pega uma cerveja pra mim.

– Ok. – Megan achou estranho mas acabou concordando, aquela provavelmente havia sido a coisa menos estranha da noite inteira.

– Obrigado. – Disse o cara quando Megan o entregou a garrafa de cerveja. – Senta ai.

– Ok.

– Qual o seu nome?

– Megan.

– Interessante, eu sou Dave, e estes são Duff e Pat. – Ele apontou para dois caras que sorriam exageradamente para Megan

– Legal.

– Toma, bebe isso.

– O que é?

– Você nunca vai saber se não beber. – Ele sorriu malicioso, por fim Megan acabou tomando.

Não demorou muito para que Megan descobrisse o que havia ingerido, e definitivamente não era algo nada bom. Ela se sentiu tonta e enjoada, e tudo a sua volta começou a girar, o som estava abafado e ela conseguia sentir o suor escorrendo por sua testa, e de repente parecia que ela não conseguia suportar o peso de seu corpo, apesar de não estar conseguindo enxergar direito ela conseguia ver os caras que haviam lhe dado a bebida rindo enquanto seu tronco vacilava para frente e para trás.

– Ei, cuidado, gatinha. – Disse Dave rindo.

– Acho melhor levarmos ela para um lugar mais tranquilo. – Disse Duff.

– Você tem razão, vamos logo com isso. – Disse Dave enquanto se levantava e colocava o peso de Megan em seu ombro.

Megan queria gritar, espernear, chutar aqueles caras para longe, mas ela simplesmente não conseguia fazer aquilo. Enquanto eles o carregavam para a porta do quarto, ela tentou desesperadamente procurar Molly, mas ela não estava em lugar nenhum, onde ela havia se metido? Mas agora já era tarde demais, Megan estava quase inconsciente sendo levada por caras que ela nunca havia visto na vida para algum lugar, e ela sabia que isso não acabaria bem. Talvez ela pudesse gritar ou se jogar no chão enquanto eles passassem pela multidão na festa, mas antes que ela pudesse fazer qualquer coisa eles a levaram para fora por uma saída dos fundos, que dava em um beco.

– Completamente vazio, perfeito. – Exclamou Pat.

– Vamos logo com isso, cara. – Disse Duff.

– Vem cá. – Dave puxou Megan e a colocou sentada encima de uma caixa que havia lá e então começou a beija-la.

– Para, me solta, me solta. – Megan se manisfestava com gemidos fracos.

– Cala boca. – Disse Dave enquanto rasgava o vestido de Megan.

Megan estava completamente desesperada, não fazia ideia do que aconteceria nos minutos seguintes, e ela não poderia fazer nada para impedir, a única coisa a seu alcance naquele momento era rezar para que um super herói chegasse voando e a salvasse. Mesmo sem força, ela tentava chutar Dave enquanto ele a beijava. Ela estava sozinha, ninguém viria salva-la, se ela não tentasse algo provavelmente acordaria pela manhã jogada num beco qualquer depois de ter sido estuprada por aqueles três caras imundos, ela tinha que tentar.

– Socorro! – Gritou o mais forte que seus pulmões aguentaram. – Socorro! – Gritou novamente enquanto tentava agitar suas pernas e braços o máximo possível.

– Cale a boca, vadia! – Disse Dave com violência.

– Socorro!

– Faça ela calar a boca! – Disse Pat nervoso.

– O que está acontecendo aqui? – Megan não conhecia aquela voz, mas tinha certeza que não era de nenhum daqueles caras que estavam tentando estupra-la.

– Droga, cara. – Disse Duff.

– Deixa ela aí, vamos logo. – Disse Pat.

– Vadia. – Dave deu um tapa na cara de Megan, e então os três se foram.

Megan ficou aliviada ao ver que eles haviam ido embora, mas ainda estava desconfiada, ela não fazia ideia de quem era aquela voz que a havia salvado, talvez fosse outro estuprador, talvez não.

– Você está bem? – A voz se aproximou ainda mais e Megan conseguiu finalmente vê-lo.

Era um rapaz alto e muito bem vestido, ao contrário de Dave ele cheirava bem e seus olhos passaram calma a ela. Megan finalmente se sentiu aliviada ao ver que o rapaz não era nenhum drogado, na verdade se ela precisasse fazer uma comparação naquele momento, a coisa que chegaria mais perto daquele rapaz seria um anjo, um anjo que a havia salvado. Megan tentava manter seus olhos abertos para continuar olhando para o rapaz, mas ela estava exausta.

– Qual é o seu nome? – Perguntou ele, e essas foram as últimas palavras que Megan ouviu, então ela apagou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO, esse foi o capítulo mais longo até agora, uau.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hidden Enemy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.