Guardiã - O Projeto Evans escrita por Alex Baggins


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

GALEROW, ATENÇÃO AQUI:
Acho importante deixar algo claro antes de vocês começarem a ler, para ajudar vocês a entenderem a Lily, como ela funciona e porque ela toma as decisões que toma. Assim ninguém fica achando que ela é idiota.
Os lapsos da Lily funcionam como uma doença mesmo e um efeito enorme no humor dela. Durante a história, o humor da Lily vai mudar com uma frequência ridícula, ela vai mudar de opinião o tempo todo e por ai vai. Faz parte da condição dela. Uma hora ela está feliz, na outra ela está triste, na outra ela está rosnando. Acontece.
Espero que tenha ajudado!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/324054/chapter/10

James apareceu, o cabelo apontando em todas as direções, usando apenas uma calça de moletom surrada, deixando seu peito à mostra, o que acabou distraindo Lily por um segundo.

–Evans? O que faz aqui? – perguntou confuso.

Ela hesitou antes de responder, pensando em suas opções.

–Eu... O quanto Tatiana Blackthorn te irrita?

James pareceu surpreso pela pergunta, mas respondeu:

–Muito. Ela não para de me perseguir.

–Ótimo. Depois de hoje eu acho que ela para de te perseguir.

Ele franziu a testa.

–O que quer fizer?

–Bem... Ok, não me julgue. – pediu ela com um suspiro – Tatiana estava me irritando, eu só queria dormir! Ai eu gritei com ela e ela disse para eu deixar o quarto se estava incomodada e eu disse que talvez fizesse isso. Ela me perguntou para onde eu iria e eu meio que disse que você não se importaria de me ter em sua cama, só para irritar ela, mas agora ela está louca, eu não tenho mais onde dormir e me recuso a voltar para aquele antro de maldade. – Lily respirou fundo, recuperando o ar.

James a encarou atônito enquanto a ruiva se encolhia sob seu olhar. Depois de um silêncio longo e desconfortável, Lily estava prestes a chamar a atenção dele até que o maroto explodiu numa risada. A ruiva deu um passo para trás, assustada com James que escorregava no batente da porta e rolava no chão de tanto rir. Novamente ela tentou chamar sua atenção, mas ele nem ouviu. Continuava a gargalhar, apertando a barriga deitado no meio do corredor.

–Potter! – sibilou ela olhando para os lados como se esperasse que alguém fosse aparecer – Potter pare de ser escandaloso, alguém vai ouvir!

O garoto puxou o ar tentando controlar o riso, soltando mais alguns sorrisos trêmulos. Levantou suas mãos, as palmas viradas para frente em um sinal de rendição e lançou um olhar maroto a Lily.

–Me desculpe Evans, mas é que quando eu sonhava em dormir com você as circunstâncias não eram essas.

Lily bufou.

–Acredite: essas circunstâncias também não são agradáveis para mim.

–Ah, é? – perguntou o maroto com um sorriso torto – Como funcionavam as coisas nos seus sonhos comigo?

Se James pensou que a cutucada iria irritar a ruiva, ele se enganou. Ela se virou para ele, os cabelos ruivos caindo do rabo de cavalo e chicoteando atrás dela. Deu um sorriso sádico e disse com uma voz extremamente doce.

–Nos meus sonhos eu te atraio com meu corpo e te mato no final.

–Parece perigosamente parecido com a vida real.

–Assim espero.

James riu, assanhando os cabelos.

–Como foi que eu morri? – perguntou curioso.

Lily fingiu pensar.

–Hmmm... Uma facada no coração.

–E a coisa toda só fica mais real. – resmungou ele.

–E então? – ela colocou as mãos nos bolsos do roupão.

–Então o que?

–Vai me deixar ficar?

James se afastou da porta e se um gesto exagerado indicando que ela poderia passar.

–Mi quarto, su quarto. Lembre-se disso.

Lily revirou seus grandes olhos verdes e colocou a mão na maçaneta, mas antes de abrir a porta disse:

–Ah, e eu preciso de uma roupa emprestada.

Ele pareceu confuso e olhou para o roupão de seda da garota.

–Evans, por favor, me diga que você está usando pelo menos um short por debaixo desse roupão.

Ela passou a mão no cabelo, parecendo envergonhada.

–Sobre isso...

–Ah, ruiva, você vai acabar me matando.

–Sim. – concordou ela abrindo a porta – Com uma facada no coração.

Lily adentrou o quarto deixando o menino para trás sem pensar duas vezes. James se deixou ali, encarando as formas do corpo dela e o jeito que o roupão abraçava e delineava suas curvas. Ele sorriu bobamente para si mesmo e depois a seguiu.

Remus, Sirius e Peter estavam sentados no chão em um círculo, com grandes moedinhas de galeões jogadas no meio do círculo. Eles se viraram ao ver a garota entrar e pareceram extremamente surpresos, menos Sirius, que entrou para o modo galante.

–Lily? O que faz aqui?! – exclamou Remus confuso.

Ela deu de ombros.

–Preciso de um lugar para dormir.

–Você veio para o lugar certo. – começou Sirius abrindo um grande sorriso cafajeste – Eu não me importaria em dividir minha cama com tal bela ruiva...

A frase foi deixada no ar quando James entrou logo após Lily, lançando um olhar fulminante ao amigo.

–No entanto – continuou Sirius – acho que a cama do nosso caro amigo Pontas seria mais adequada para a situação.

–Até porque a cama de Sirius é cheia de pulgas. – comentou Remus com uma risada.

James olhou feio para Sirius, mas não respondeu. Caminhou até sua gaveta e de lá tirou uma camiseta amassada. Sorriu e se virou para Lily, que examinava seus pôsteres de quadribol com curiosidade.

–Eu sei que você não vai querer essa, mas... – ele levantou a camiseta regata até a altura dos olhos.

O olhar da ruiva caiu na camiseta e, para o completo choque de James, ela sorriu. A camiseta era vermelha com longas listras douradas. Ele virou a camiseta e ela pôde ler o enorme “POTTER” escrito nas costas. Era o uniforme de quadribol dele.

–Essa é perfeita! Tatiana vai ficar louca! – Lily arrancou a camisa das mãos do Maroto e correu até o banheiro para se trocar.

James virou-se devagar, ainda surpreso com a reação nada esperada da outra, e encontrou o olhar inquisidor de seus amigos.

–Você quer explicar o que está acontecendo?

–Lily precisava de um lugar para dormir. – respondeu ele com naturalidade.

–Que tal o dormitório dela? – sugeriu Sirius irônico.

–Ela não quer voltar para lá – replicou James sentando-se no chão de madeira ao lado de Peter – Brigou com a colega de quarto.

–A colega de quarto dela é a Blackthorn, não é? – perguntou Remus. James assentiu – Bem, não me surpreende. Tatiana pode ser um pé no saco quando quer.

Sirius fez um barulho de nojo.

–Quando não quer também. – resmungou – Tatiana Blackthorn é um dos seres humanos mais detestáveis no universo. O mesmo pode ser dito sobre aquelas duas amiguinhas dela.

–Eu ouvi dizer – disse Peter num sussurro que fez os outros três se aproximarem para ouvir – que os pais dela são Comensais da Morte!

–É verdade. – confirmou James sério – Eu já ouvi meus pais falarem deles. O Ministério vive procurando provas do envolvimento dos Blackthorn, mas nunca acham nada.

–Vocês parecem quatro velinhas fofoqueiras. – interrompeu Lily que havia acabado de sair do banheiro e estava apoiada no batente da porta, observando os Marotos com olhos brilhando divertidos.

James estava prestes a responder o comentário engraçadinho, mas suas palavras se perderam. Na verdade, nenhum dos quatro pareciam ser capazes de proferir palavra alguma, todos, por falta de palavra melhor, maravilhados com a imagem de Lily na camiseta de quadribol de James.

Lily era alta, por isso a blusa não ficou tão comprida nela quanto ficaria em Marlene, por exemplo. A barra batia no meio de suas coxas, mostrando a quantidade suficiente de pele para distrair James. Os buracos dos braços eram largos demais e deixava a mostra a lateral bordada do sutiã negro dela.

Ela se sentou no círculo entre os meninos, aparentemente alheia aos olhares que recebia. Puxou a camiseta para baixo e encarou curiosa as moedinhas no chão.

–O que vocês estão fazendo? – perguntou.

James desviou o olhar e pareceu corar. Sirius soltou uma risada alta que se parecia estranhamente com um latido.

–Hã... Bem... Nós estamos... – gaguejou James.

–Nós estávamos brincando de “Quem Cora Primeiro”. – respondeu Sirius revirando os olhos para a gagueira do amigo – Eu estava precisando de dinheiro e foi o jeito mais fácil que eu achei de tirar dinheiro de Peter sem ter que pedir.

–Ei! – reclamou o maroto gorducho.

–E como se joga esse jogo?

Dessa vez foi Remus quem respondeu:

–É um jogo bem simples para falar a verdade. Duas pessoas se colocam de frente uma para outra. Uma diz para a outra que a ama e visse-versa. Quem corar primeiro perde e tem que não só pagar, mas também responder uma pergunta.

Lily analisou a pilha de moedas no chão. A de Peter estava quase vazia, a de Remus contava com poucas moedinhas, a de James tinha uma quantidade considerável e a de Sirius transbordava.

–Parece interessante. – comentou – Posso jogar?

Sirius soltou outra de suas risadas latidos e esfregou suas mãos uma na outra.

–Ruiva, eu vou irar todo o seu dinheiro.

–Já jogou pôquer, Black? – ele fez que não com a cabeça – Então você não sabe o que é tirar dinheiro. Eu não tenho nada comigo aqui, mas você pode marcar o que eu devo.

Sirius assentiu e pegou um pedaço de pergaminho e uma pena.

–Vamos começar no nível fácil. Lily e nosso pequeno Rabicho. Sua chance de ganhar algum dinheiro, Srta. Evans.

Lily revirou os olhos e soprou a franja para longe do rosto, sentando-se no centro do pequeno círculo sobre os calcanhares. Peter também se sentou no meio do circula de frente para a ruiva e fez a cara mais séria que conseguia.

–Lily – ele disse tentando olhar nos olhos verdes dela, mas desviando-se sem sucesso – Eu... Eu te amo.

Lily riu. Não um riso alto, como se ela tivesse achado engraçado o que o menino havia dito, mas um riso trêmulo, aliviado.

–Oh, Peter... – murmurou – Você não sabe como é bom ouvir você dizer isso. Eu... – ela levantou seus olhos e encontrou os dele, lançando-lhe um olhar longo e intenso – Eu também te amo. Muito. Tanto que enquanto estamos aqui, a única coisa que eu consigo pensar é em diferentes formas de tirar a sua roupa e...

A frase foi interrompida por um guincho alto vindo de Peter, que corava absurdamente. Ele atirou as poucas moedas que sobravam em sua pilha na garota e se escondeu no banheiro.

–Ele está bem?

Sirius assoviou.

–Acho que nenhum de nós está muito bem. – falou se abanando com a mão – Temos uma jogadora aqui! Diferentes formas de tirar a roupa, uh? Essa é sua jogada, Evans? Falar obscenidades até alguém corar...

–Só se for preciso. – respondeu a menina calmamente.

–Isso não vai funcionar comigo.

–Como se eu não soubesse. Você é feito de obscenidades, Black. Não vai ser um comentário mais atrevido que vai te fazer corar.

Lily pegou seu ganho, sacudindo as moedas na mão e rindo deliciada com sua vitória. A risada dela era surpreendente, melodiosa como a de uma criança. James não sabia o que estava esperando, talvez uma gargalhada maligna, mas decididamente não era esse som delicado. Era algo novo para ele, vê-la sorrir. Ele estava tão acostumado com a expressão séria e impassível de Guardiã...

–Isso – disse ela sem parar de sacudir as moedas – foi mais divertido do que achei que seria. Quem é o próximo?

Todos olharam para Remus, que fez um som ultrajado e se colocou na frente de Lily. Ela o olhou cuidadosamente, analisando o perfil do garoto como se o estudasse. Assentiu para si mesma e fez um sinal para que ele começasse.

–Lily – ele disse com uma voz rouca e baixa – eu te amo...

Ela mal o deixou terminar a frase. Com um movimento fluído, ela pulou no colo dele, colocando um dedo em seus lábios para silencia-lo. Lily colocou uma mexa de cabelo rebelde atrás da orelha dela de modo gentil, descendo seus próprios lábios até o ouvido dele e sussurrando algo que o fez corar até o último fio de cabelo loiro.

–E temos uma vencedora! – berrou Sirius batendo palmas animadíssimo enquanto Lily pulava para fora do colo de Remus – Impressionante, Srta. Evans. O que disse a ele?

–Um mágico nunca revela seus truques. – respondeu ela rindo – Mas digamos apenas que foi algo que envolvia eu, ele, uma corda e chocolate.

Sirius caiu para trás e começou a rir. James parecia estar dividido entre chocado e divertido.

–Ai está uma parte sua que eu nunca vi, Ruiva. – disse Sirius voltando a se sentar – Mas se você quiser, podemos pegar essa corda e esse chocolate e...

–Remus tem que responder uma pergunta! – James interrompeu antes que Sirius pudesse completar o que dizia.

–O que vocês querem saber? – perguntou Remus emburrado e ainda um pouco vermelho.

Sirius não deu tempo para ninguém nem pensar em uma pergunta antes de atirar logo a dúvida que vinha o atormentando:

–O que você teve com a McKinnon? E não ouse mentir! Te conheço como a palma da minha mãe e se mentir eu vou saber.

Remus soltou um suspiro cansado e massageou a ponte do nariz enquanto James e Lily o encaravam com curiosidade.

–Eu não vou mentir, também quero saber. Marlie sempre foi muito reservada quando o assunto era você, Lupin. – disse Lily – Mas e você, Black? Por que se importa?

–Acontece que eu estou interessado na sua amiga irritadiça, Evans. – retrucou Sirius sem vergonha alguma – E já que meu caro amigo Aluado parece ter mais experiência que eu quando se trata de Marlene McKinnon, eu decidi colher o máximo de informação que eu consigo.

Lily o olhou com desgosto.

–Acontece que Marlene te acha um babaca arrogante e não teria nada com você nem que a escolha fosse entre você e o professor Binns. – respondeu ela com uma voz fria e certa – E também acontece que um relacionamento entre vocês vai contra as leis dos Guardiões, então é melhor você se manter longe dela se não eu juro que arranco cada fio de cabelo seu com uma pinça.

O que Lily disse antes da ameaça captou a atenção de James, que se virou tão rápido que quase machucou o pescoço.

–Como assim “é contra as leis”? – exclamou.

Lily baixou os olhos para os próprios dedos entrelaçados. James já havia percebido que ela mexia os dedos nervosamente quando estava estressada ou desconfortável.

–Segundo as leis dos Guardiões, um relacionamento entre guardião e protegido não pode acontecer. A lei diz que uma voz que o protegido se apegasse ao guardião, em uma situação de perigo o protegido arriscaria sua segurança na tentativa de proteger o guardião, pondo em risco todo o nosso trabalho.

–Isso é ridículo! – rosnou Sirius incrivelmente sério – Eu tentaria proteger Marlene com ou sem relacionamento.

–Mas não deveria! – retrucou a outra – Esse é o problema de toda a nossa situação: a relação guardiã/protegido deveria ser totalmente impessoal...

–Mas não é! – exclamou James alterado.

–James... – chamou Remus com a voz baixa, tentando acalmar o amigo.

–Nós nos importamos com vocês, Lily! – continuou James com uma voz alta e intensa que assustou Lily – Eu não sei como você espera que eu fique sentado assistindo enquanto você coloca sua vida em perigo...

–Eu acho – interrompeu ela em uma voz cortante – que você vai ter que confiar em mim. Eu sei me cuidar. – ela suspirou pesadamente e fechou a mão em punho, tentando fazer os dedos pararem de tremer – Podemos mudar de assunto, por favor? Remus ainda tem que responder a pergunta dele.

Remus piscou, parecendo perdido como se estivesse esquecido da brincadeira.

–Hã? – perguntou confuso.

–Sua pergunta, Aluado – explicou Sirius parecendo bem menos animado do que estava antes.

–Ah, sim. – falou Remus coçando o queixo pensativamente – Eu tive sim algo com Marlene. – Sirius abriu a boca para falar, mas Remus o interrompeu – Foi no quinto ano. Naquela época ela desprezava vocês profundamente e não queria que vocês soubessem. O que tivemos foi rápido, intenso e instável. Acabou antes de eu sequer ter certeza de que havia começado.

Lily assoviou.

–Uau, Lupin, você realmente sabe ser vago. – comentou – Até Marlie me contou mais sobre esse relacionamento rápido, intenso e instável de vocês.

–O que ela te disse? – perguntou Remus curioso, mas ao mesmo tempo amargo.

–O suficiente. – replicou ela evasivamente.

–Você também sabe ser vaga, pelo visto.

Lily deu de ombros.

Sirius, que parecia ter se recuperado rapidamente do momento de tensão, abriu outro de seus sorrisos e pulou em seu lugar.

–Ok, ok, chega de papo sério. – reclamou ele soltando uma risada latido – Vamos voltar aos negócios? Pontas é a sua vez de jogar.

James olhou incomodado para o amigo e olhou para Lily como se pedisse desculpas.

–Lily, eu...

–Eu não quero fazer isso. – disse ela antes que ele tivesse a chance de completar suas desculpas.

James a encarou atônito, mas Lily virou o rosto como se não suportasse olhar nos olhos dele.

–Eu não me sinto confortável. – explicou – Você é meu protegido.

–Mas, Evans, é só uma brincadeira...

Lily fechou os olhos. Não iria fazer isso, não conseguia. Mesmo de brincadeira, se tentasse convencer Potter de que o amava, talvez acabasse convencendo a si mesma. Porque era assim que ela era: instável, desequilibrada e volúvel. Um beijo, um olhar, uma leve faísca e ela conseguia se apaixonar por alguém que ela desprezava. E isso era inaceitável.

–Eu passo. – insistiu.

Sirius trocou um olhar confuso com James, mas acabou dando de ombros.

–Você que sabe. – consentiu – Mas você vai ter que pagar e responder sua pergunta.

Lily assentiu resignada e entregou algumas moedas a James, que as aceitou sem dizer nada, ainda procurando encontrar o olhar dela.

–Ok. – falou Lily. James percebeu que ela havia voltado a torcer os dedos – Qual a minha pergunta?

Sirius abriu um enorme sorriso malicioso.

–Lily Evans. – começou ele de forma tão dramática que fez Lily se preocupar com o que ele iria perguntar – Eu quero saber se você já beijou alguma menina.

James, Remus e Peter (que finalmente tinha saído do banheiro, parecendo mais vermelho do que o comum) lançaram olhares chocados para Sirius, que mantinha seu sorriso maldoso, depois se viraram para encarar Lily, aguardando a resposta dela. Lily se limitou a revirar os olhos.

–Ainda insistindo nesse negócio de lésbicas, Black? – ela soava entediada e levemente divertida – Já te disse: nem eu nem Marlene somos lésbicas.

–Só responda sua pergunta, Evans. Não me enrole.

Lily revirou os olhos novamente e cruzou os braços. James notou que os dedos dela haviam parado de tremer.

–Ok. – cedeu ela fingindo irritação – A resposta é sim, eu já beijei uma menina. Satisfeitos?

A reação dos meninos a resposta da ruiva foi simplesmente hilária. James arregalou tanto os olhos cor de avelã que parecia que eles iam saltar das órbitas. Remus parecia mais atônito que surpreso e Sirius abriu um sorriso tão grande que parecia que iria rasgar as laterais de seu rosto.

–Eu sabia! – exclamou Sirius satisfeitíssimo – Eu sabia que não tinha como você morar na mesma casa que a McKinnon e nunca ter feito nada!

Lily bufou irritada.

–Black, você é nojento. Morar na mesma coisa não significada nada. Você por acaso já beijou o Potter?

–Já e foi muito bom. – respondeu Sirius antes de James dar um tapa em sua nuca.

–Pare de mentir, Almofadinhas. – bufou – Só em seus sonhos que algum dia eu vou te beijar.

–Assim você me magoa, Pontas...

–Então só para esclarecer as coisas: você não beijou Marlene? – indagou Peter confuso.

–Eu não disse isso.

–Então você beijou Marlene? – concluiu Remus.

–Eu também não disse isso.

–Então quem, pelas cuecas encardidas de Merlin, você beijou? – irritou-se Sirius.

Lily sacudiu a cabeça negativamente e abriu um sorriso calmo.

–Você tinha o direito a uma pergunta, Black. – disse divertida – E eu já respondi. Podemos continuar?

Sirius pareceu surpreso por um segundo, mas rapidamente mudou sua expressão para determinado. Empurrou James para fora do círculo e se sentou virado para Lily, seus olhos pegando fogo e a boca repuxada em um sorriso torto. Qualquer um se afastaria, mas Lily simplesmente ergueu o queixo e sorriu com superioridade.

–Essa é a hora que você foge, Evans. –ele disse convencido.

Lily riu.

–Eu poderia passar a noite toda aqui falando obscenidades com você, Black, mas eu estou aqui para ganhar. – respondeu ela olhando para as unhas.

–Eu vou tirar todo o seu dinheiro e fazer você responder a minha pergunta.

–Vem com tudo, Black.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olha ai, não falei que voltava rápido? To realmente aproveitando as férias para escrever!
Espero que tenham curtido o capítulo, que foi curtinho e leve. Vou tentar postar de novo o mais rápido o possível. Não esqueçam de deixar aquele review lindo cheio de amor, ok?
Beijos