A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos
15 de outono de 1801
Sammus e Candice acordaram antes do sol nascer para irem ao monte do dragão. Eles montaram em hipogrifos e voaram na direção norte de Andhorar, sobrevoando o vale dos elfos e finalmente aterrissando no monte do dragão. Fazia muito frio devido à altitude, e ventava bastante to topo da montanha.
-Chegamos. O dragão sai para caçar a noite e volta às... – antes que Candice pudesse terminar sua frase, um enorme dragão vermelho cortou os céus recém-ensolarados e voou por cima da montanha, aterrissando nela. – agora. Sammus, esse é Onixia, o dragão ancestral do fogo.
O dragão gigante tinha escamas vermelhas, com presas enormes e unhas afiadas que assustaram Sammus.
-O que? E o que eu devo fazer?
-Vamos no divertir um pouco. Suba no hipogrifo! –os arqueiros montaram nos animais e começaram a voar próximo ao dragão.
-Atire Sammus! –Candice gritou.
-Vou tentar! – Sammus pegou uma flecha de sua aljava, armou no arco e atirou. Porém, antes da flecha acertá-la, Onixia soltou uma torrente de fogo que carbonizou a seta.
-Nossa! –a rainha riu - Minha vez.
Candice Arcoleve pegou seu incrível arco para atacar, mas Sammus percebeu que a aljava dela estava vazia, exceto por um brilho intenso.
-Ei rainha, onde estão suas flechas?
-No lugar de flechas comuns, eu uso raios de sol, que se armazenam em minha aljava.
-Incrível! Como faz isso?
-Esta aljava mágica foi dada a mim pelo deus Sollanos, por eu ter salvado sua filha. Com ela, posso atirar quantas flechas quiser ao mesmo tempo, o que me dá vantagem sobre o inimigo.
Sammus atirou mais e mais flechas, que não surtiram efeito. Entretanto, quando a rainha atirou sua flecha mágica, ela se dividiu em 10 e todas explodiram no braço do dragão. Sammus ficou impressionado com a habilidade da rainha em atirar, e se sentiu menosprezado por quase nunca acertar uma flecha no monstro.
-Não desista, Sammus! –a rainha o encorajava.
-Não desisti, mas o dragão se move muito rápido! – os hipogrifos eram rápidos, mas Onixia se desviava com uma notável destreza.
Enquanto Sammus atirava uma flecha de cada vez, Candice atacava com quatro ou cinco simultaneamente, não obstante, o garoto não queria ficar para trás. Ele colocou seu anel mágico e ao atirar uma flecha, ela entrou em combustão em pleno ar e explodiu no pescoço do dragão. A rainha o elogiou pelo feito, e ele logicamente se sentiu muito orgulhoso.
No castelo de Andhorar
Luna já havia acordado há tempo, mas a cama dos seus aposentos era tão confortável que a princesa poderia passar o dia todo dormindo. Ela estava no salão de festas tomando seu café da manhã, quando um forte dor a fez tontear e a largar os talheres no chão. Sua vista ficou embaçada, e seu coração mais apertado. A garota estava sozinha ali, e não pode pedir ajuda. Porém, quando o rei Tanaris entrou no salão e a viu se sentindo mal, logo correu para ampará-la.
-Você está bem, princesa Luna? –o rei perguntou.
-Mais ou menos...
-Vou levá-la ao nosso ambulatório. – o rei a levou para a ala de enfermaria do castelo e o médico real logo a examinou.
-Bom, não vejo nada de diferente em... –O médico viu um sinal estranho se formando no braço de Luna, e quase caiu para trás.
-O que foi? Diga!
-Luna, por você está com esta tatuagem?
-Que tatuagem? –O médico mostrou a ela o símbolo curioso em seu braço esquerdo e ela quase grita.
-Luna – o rei dizia –esse símbolo não seja só uma tatuagem. Esse é o sinal dos cavaleiros da morte! Não sei como o conseguiu, mas sugiro que o retire imediatamente!
Luna não entendeu no primeiro momento, mas logo se lembrou que era a herdeira dos cavaleiros da morte, juntamente com Morgan e Amarth. Finalmente seu destino final está se aproximando, e ele não é o que Luna esperava. Talvez nem Sammus possa ajudá-la, pois logo ela se transformará e não haverá escapatória de seu destino. A única coisa que a princesa pode fazer é...
-Luna, você não partirá. – o rei alertou.
-Como sabe o que eu estava pensando?
-Eu vejo em seus olhos. Candice chegará logo, e talvez ela possa ajudá-la nisso.
Uma gota de esperança atravessou os olhos lacrimejantes de Luna, que apesar de amar Sammus, não poderia ficar com ele. Se a rainha realmente pudesse ajudá-la, ela seria grata eternamente.
Meia hora depois, Candice Arcoleve e Sammus III chegam de sua atividade matinal e entram no castelo para recuperarem suas energias. Ao perceber um silêncio não habitual no castelo, a rainha estranha o lugar e rapidamente grita por alguém. Depois que um dos criados diz o que aconteceu com Luna, os arqueiros correm vigorosamente até a ala hospitalar, e ao ver a princesa estendida em uma maca, Sammus não se contém e grita:
-O que aconteceu com você, Luna?
-Estou bem... Não é nada.
-Bom, não é o que parece.
-Candice – o rei diz – Luna irá se transformar em uma banshe da morte, e não podemos permitir!
-O que é uma banshe? –Sammus pergunta.
-É o gênero feminino dos cavaleiros da morte. –a rainha responde. – Eu acho que já sei o que está acontecendo. Você é a herdeira dos cavaleiros da morte, não é?
-Sim. –diz Luna, sem hesitar.
-Bom, eu já sei o que fazer. –Candice pegou vários itens mágicos e um pouco de tinta preta. –Luna, eu irei realizar agora um ritual de selamento, e sugiro que feche os olhos.
-Ela ficará bem, alteza?
-Espero que sim, Sammus. Agora vão embora todos vocês, não quero que me atrapalhem. –Sammus fez o que a rainha disse, mas antes beijou a princesa e sussurrou em seu ouvido: “fique bem, Luna.”
Agora sozinha, a rainha poderia se concentrar. Ela desenhou um pentagrama no braço direito de Luna, e com uma adaga mística cortou seu próprio braço e pegou um pouco de sangue. Com ele, ela desenhou por cima do pentagrama e gritou algo que Luna não conseguiu entender. De repente, uma luz intensa emanou do pentagrama gravado em Luna, logo depois se apagando e dando lugar a um estranho ser encoberto por panos rasgados.
-O que quer comigo, alteza? –a criatura murmurava.
-Necessito de sua essência para selar esta garota. Poderia me dar um pouco?
-Claro que sim. Todavia, isto lhe custará caro.
-Diga o que quer, e lhe darei.
-O cristal dos deuses, aquele que a senhora conseguiu há 120 anos.
-É ele que protege e camufla meu castelo... Mas tudo bem. Leve-o. –a criatura deu um pouco de sua essência a ela e desapareceu com o cristal.
Depois de terminado o ritual, o pentagrama se impregnou permanentemente no braço da garota, e o símbolo da morte desapareceu.
-Abra os olhos, Luna!
-Obrigada por me ajudar, alteza! Como posso pagá-la?
-Não há necessidade, depois de tudo que fizeram para recuperar as relíquias de Eiwa. Mas existe algo que deve saber: Se você morrer em batalha, o selo desaparecerá e você renascerá como uma banshe, por isso tenha cautela.
-Tudo bem. Obrigada novamente!
A rainha estava feliz por ter ajudado Luna, mas sabia que sem o cristal de defesa, seu castelo estava agora visível a todos, e entre eles possivelmente Morgan e Ellian.
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