A Princesa E O Arqueiro escrita por Vitor Santos


Capítulo 18
O rei destronado




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Em algum lugar próximo á Kringodh

                       

 

Sammus, Sylvanna e Ritchie estavam viajando junto a uma caravana de ciganos que em direção ao castelo de Kringodh, que fora reunida na bela cidade de Eldorado. Sammus estava olhando para seu arco que havia sido herdado do grande rei elfo, e logo se lembrou de seu amigo Martin. Ele o deixou nas planícies geladas, em uma cidadela perto do porto pelo qual eles chegaram junto de Sobekk. Ele pensava: “será que ele está bem? Será que está vivo? E o paladino Sobekk? E meus companheiros da aldeia nos campo genuínos?” ele estava atordoado, perturbado, pois havia questões que precisavam ser resolvidas. Entretanto, a maior delas era Luna. A garota que mudou seu jeito de ser, seu jeito de pensar, e que se sacrificou para que ele continuasse com sua missão. Aquela garota... Ele não conseguia esquecê-la. Ela era uma princesa, semideusa, a mais bela das terras do sul, por que ela o seguiu por ao longe?

Ele estava perdido em seus pensamentos enquanto caminhava, até que algo o interrompeu. Uma tempestade começara a cair naquela região, e os viajantes acharam melhor procurar abrigo em alguma cidade próxima. Eram sete da noite quando eles alcançaram um vilarejo humano, um lugar pacífico chamado de recanto do alvorecer, construído próximo a uma floresta de pinheiros e a mais ou menos 10 milhas do castelo de Kringodh. O centro do poder do rei se concentra no castelo, que fica próximo á fronteira com o país de Normmaedon, principal aliado em guerras e conflitos.

A bela cidadela, com suas ruas de pedra e suas praças bem iluminadas, suas pequenas hortas e principalmente seus habitantes felizes, dá a impressão de estar parada no tempo, congelada na época em que o mundo de Tarkarian era feliz e que tudo fluía bem. Talvez esse lugar não tenha sido afetado devido a sua localização geográfica, pois a enorme floresta de pinheiros que se estendia atrás dessa vila impedia e visão dos inimigos sobre ela, e por isso ela sobreviveu tanto tempo assim.

Ao entrarem na vila, eles se depararam com uma pequena pousada, semelhante a que Sammus e Martin se hospedaram nas terras do sul, e logo entraram lá para reservarem alguns quartos. Sammus, Sylvanna e Ritchie não tinham muito dinheiro, pois haviam gastado muitas moedas de prata com a caravana. Por isso, para economizar, eles reservaram um quarto razoavelmente grande no segundo andar que tinha três camas e dois armários de madeira, com uma janela que dava para ver quase toda a vila e um simples banheiro de três metros quadrados. Sammus pensou que aquele lugar era o maior estabelecimento dali, pois a vila não era tão grande e o comércio também não.

     Depois de deixarem suas coisas no quarto, eles desceram e saíram do pequeno hotel para apreciar o vilarejo. Eles foram até a praça principal, onde várias pessoas se reuniam ali para conversar, relaxar ou tomar um ar puro. Ao se sentar em um banco de madeira, Sammus esticou as pernas e os braços simultaneamente e disse:

-Nossa... Há quanto tempo eu não relaxo assim... Algum de vocês poderia comprar algo para eu comer? –Ritchie, o meio elfo, olhou para ele e riu, mas Sylvanna atendeu ao pedido do amigo e foi buscar algo para ele. O arqueiro mestiço se sentou ao lado de Sammus e perguntou:

-Por que você está nessa jornada? Se ficasse nos Campos Genuínos, poderia se salvar! –Sammus olhou para o céu estrelado e respondeu:

-A verdade é que, quando eu e Martim enfrentamos o filho do deus dos mares, Tristan, eu fiquei com muito medo, e pensei em desistir. Mas aí, quando eu cheguei a Lumiera através do cavaleiro da morte que me seqüestrou, eu encontrei Luna, a princesa mais bela das terras do sul. Ela me ajudou a escapar dali e juntos viemos para cá, nas costas do dragão Amarth.

-E onde ela está agora? –perguntou Ritchie.

-Ela foi seqüestrada por um dos herdeiros de Ellian, o feiticeiro Morgan. Ele está levando ela para as Terras do Norte, pois ela é uma das herdeiras do mal.

-Deve ser horrível ter a namorada longe assim. –Sammus olhou incrédulo para ele e disse:

-Ei! Ela não é minha namorada, apenas minha amiga. –nesse momento a voz dele baixou, e terminou em um suspiro. Nesse momento, chega Sylvanna, a elfa que ajudara Sammus logo após sua saída do abismo. Ela não trazia nada em mãos, apenas uma expressão de pânico no rosto. Ela puxou Sammus pelo braço e o levou até uma roda de pessoas que gritavam histéricas, assustadas. O meio elfo os seguiu, e logo identificou o problema. Dois guardas reais do reino de Kringodh estavam tentando levar um garoto de aparentemente 16 anos contra sua vontade para o castelo. Quando Ritchie se aproximou viu quem era: um garoto de longos cabelos loiros, belos olhos azuis e mais ou menos a altura de Sammus brandia uma extraordinária espada contra os soldados que tentavam levá-lo. Seu nome era Aladar.

-Sammus, aquele garoto é o rei Aladar, vamos ajudá-lo!

-O que? O rei Aladar? O que ele faz aqui?

-Não sei, mas vamos ampará-lo! –Eles correram  para ajudar o garoto e o puxaram para fora daquela roda de pessoas assustadas. Um dos guardas tentou impedir, mas Sammus o empurrou para trás e gritou:

-Vão embora! Agora!

-Não sem esse moleque! Pegue ele! –Um dos guardas acatou a ordem do soldado e tentou buscá-lo, mas Ritchie o chutou para longe e disse:

-Meu rei, você está bem?

-Sim, Ritchie. Vamos sair desse lugar e depois eu explico tudo. –Um dos protetores do vilarejo finalmente chegou e expulsou os guardas indesejáveis dali, para que todos pudessem ter sossego.

Aladar acompanhou os três viajantes até a pousada onde eles estavam hospedados. Depois de comerem uma simples refeição adequada a sua quantidade de dinheiro, eles subiram até o quarto e se acomodaram em cima das camas. Aladar ficou de pé perto da janela, e começou a explicar:

-No dia em que eu assumiria o trono do reino de Kringodh, Tanatius, meu novo protetor, havia expulsado Ritchie do castelo sem motivo algum. Depois disso, antes que o sacerdote pudesse me coroar, ele se mostrou contra, e um ataque se sucedeu dentro do castelo. Vários soldados atacaram uns aos outros, e ele tomou a coroa para si e se coroou o novo rei de Kringodh. Nós havíamos sofrido um golpe de estado e perdemos tudo. Fomos expulsos dali e eu acabei fugindo para cá. –Ele se afastou da janela e se sentou ao lado de Ritchie.

-O que faremos agora, amigo?

-Nós iremos invadir.


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