The Princess And The Thief escrita por Pacheca


Capítulo 13
Silence By Silence


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, eu escrevi esse capítulo no improviso, pra poder dedicá-lo pra Queen Lucy, que recomendou a fic, apesar de não ter aparecido :D
Obrigada, pessoa gatosa ;D
Bj



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/323975/chapter/13

     Narrow não me seguiu depois que eu cruzei a fronteira da floresta. Não me despedi, tinha ficado irritada. Segui pelas ruelas até chegar novamente ao estábulo, Peeta parecia preocupado.

     – Vossa alteza está bem? – O homenzarrão que cuidava dos cavalos foi buscar os nossos.

     – Fale baixo,Peeta. Se minha mãe ouvir qualquer boato de que a princesa esteve no vilarejo ela certamente me trancará em meus aposentos. E sim, estou bem.

     – Perdão, Katniss. Vamos? – Ele me entregou as rédeas do meu cavalo e montou no dele. Subi no meu logo em seguida e entreguei algumas moedas para o homem.

     Coloquei meu cavalo num galope rápido, seguindo pela trilha que nos levaria ao palácio. Peeta me seguiu sem dizer muito. O silêncio foi se intensificando até que se tornou insuportável para mim.

     – O que gosta de fazer, Peeta? – Ele me olhou um pouco desconcertado pela pergunta, pensando numa resposta.

     – Gosto dos jardins do palácio, e de cavalgar, mas não é nada de mais. – Ele pensou mais um pouco antes de continuar. – Desenhar. Gosto de retratar o que vejo e sinto, alteza. Perdão, Katniss.

     – Desenho? E o que desenha geralmente? Pessoas, flores, animais?

     – Na maioria das vezes pessoas, pessoas importantes para mim.

     Concordei com a cabeça.

      – Você tem algo de especial, que goste de fazer? – Ele me surpreendeu ao me chamar por você, mas não fiz nenhum comentário.

      – Não. Quero dizer, gosto das aulas e dos jardins, mas não faço nada de surpreendente para uma princesa.

      – Talvez não tenha descoberto ainda, mas todos fazem algo de especial.

      – Eu tenho 16 anos, Peeta. Se não descobri ainda, tenho dúvidas de que irei descobrir algum dia.

      – Seja otimista. – Ele me deu um sorriso, me surpreendendo. Peeta era bonito, disso eu já sabia. Mas sorrindo ele ficava ainda mais bonito. Retribui o sorriso.

      Chegamos ao portão em poucos minutos. Desmontei e esperei Peeta acabar de guardar as selas. Eu precisaria de ajuda para entrar no palácio.

      Por todo o jardim havia guardas. Peeta teria de me ajudar a passar por eles sem ser vista e me levar até a cozinha, onde eu procuraria Annie. As pessoas na cozinha nunca me viram, então não me reconheceriam.

      Me escondi atrás de uma parede, atrás de Peeta. Depois de olhar pros lados, ele me deu um sinal e saiu correndo. Eu o seguia com facilidade já que os sapatos de Annie não tinham saltos.

      Parei atrás de um arbusto, já vendo a porta da cozinha. Assim que o guarda sumiu virando uma esquina do palácio eu voltei a correr até a porta. Como  esperado, estava aberta.

      Passei discretamente entre as cozinheiras e os criados. Passei por outra porta, Peeta já não me seguia. Era um corredor comprido, com várias portas nos lados e uma grande porta de carvalho no fim, que ia para a sala de jantar.

      Corri até o final do corredor, olhando cada porta. Abri um pouco a porta e olhei pela fresta. Não tinha ninguém na sala. Ainda hesitando, coloquei a cabeça pela fresta e olhei ao redor.

      Não tinha ninguém ali. Sai num passo rápido e silencioso e caminhei atá a outra porta e fiz a mesma coisa de alguns segundos atrás. Fiz isso por mais umas 2 portas até que eu trombei em alguém. Madge.

      – Alteza, por que... – Ela não  conseguia falar nada, estava sem reação. Peguei-a pelo braço e a arrastei atrás de mim. Cheguei aos meus aposentos sem mais problemas.

      – Madge, mantenha isso em segredo. Minha mãe não pode saber disso. – Ela ainda parecia engasgada com a situação.

      – Tudo bem, mas por que está assim?

      – Minhas roupas são tão desconfortáveis. Annie me disse que essas eram confortáveis, e eu não resisti. Ainda assim, mantenha isso em segredo. – Eu sabia que era uma desculpa ridícula, mas ela aceitou, sem dizer nada.

      Ela me ajudou a colocar minhas próprias roupas novamente. Ela não fez nenhum comentário sobre a situação, mas manteve uma conversa animada comigo. Sorri.

      Assim que acabei de calçar os sapatos, alguém bateu na porta.

      – Pois não?

      – Posso conversar com vossa alteza? – Era Finnick, para minha surpresa. – Perdão, sei que pode não ser o melhor momento.

      – Entre. – Ele abriu a porta hesitante, como se não tivesse certeza do que quisesse dizer. Madge me deu um último sorriso e saiu do quarto, passando pelo irmão com um aceno.

      – Pois não,Finnick?

      – Não é nada sério, só estava um pouco solitário demais. Você sabe, meus pais estão ocupados conversando com sua mãe, Madge está andando por ai com sua irmã e eu fiquei sozinho.

      – E por que veio até aqui? Quero dizer, não que eu não goste de você, ams poderia procurar um dos guardas, tenho certeza que são ótimas companhias.

      – Bom, primeiro porque simplesmente gosto da sua companhia. Segundo, porque há uma outra razão.

      – Pois bem, diga-me. Isso tem algo a ver com Annie?

      – Talvez.

      – Diga, Odair.

      – Poderia convencê-la a me encontrar nos jardins? Gostaria de conhecê-la melhor.

      – Por que não pede você mesmo?

      – Eu tentei, mas ela não aceitou bem a ideia. – Ele passou a mãopelos cabelos loiros. – Ela fugiu de mim,por assim dizer.

      Dei um sorriso. Aquilo era exatamente o tipo de coisa que Annie faria. Olhei pra ele, por um momento e perguntei, antes de respondê-lo.

       – O que gosta de fazer Finnick?

       – Nós. Eu gosto de fazer nós. – Ele respirou fundo antes de continuar. – Poderia manter isso em segredo? Meus pais não podem saber como eu aprendi a fazer os nós.

       – Fugindo de casa Odair?

       – Como você, não? – Olhei pra ele descrente. Ele deu um sorriso torto, provocativo. Comecei a rir.

       – Silêncio por silêncio? – Ele murmurou um claro e assentiu com a cabeça – E sim, eu vou falar com Annie. Mas não posso lhe prometer nada.

       Ele agradeceu e saiu do quarto. Eu gostava de Finnick. Aliás, era difícil eu não gostar de alguém, a não ser o conselheiro Snow, mas duvido que alguém realmente sinta apreço por aquele homem.

       Pela primeira vez na vida eu tinha mais de um amigo, eu tinha alguém além de Annie. Alguém além de mim.       


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?