The Princess And The Thief escrita por Pacheca


Capítulo 12
The Attack


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, eu tenho alguns leitores fantasmas e gostaria que vocês dessem seu parecer!
Deixem reviews, favoritem, recomendem :D Me façam mais feliz ainda!



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Entrei no corredor escuro, baixando o capuz. Apesar de estar alegre com a volta deles, tinha uma sensação ruim, estranha. Meus olhos já tinham se acostumado totalmente com a escuridão quando cheguei no primeiro salão.

Fui direto para a elevação ao canto e procurei um deles. Cato fez um sinal com a cabeça quase imperceptível e foi para o outro salão. A maioria do bando ainda estava lá fora.

Ele se virou e chamou Clove. Ambos verificaram se era seguro falar ali antes de começarem, mas ainda mantinham a voz baixa, um sussurro.

– O que querem falar que é tão sigiloso? – Minha voz estava no mesmo tom da deles.

– Narrow, depois que saímos do vilarejo fomos para um outro, não muito longe, porém mais rico. – Clove estava tensa. – O conselheiro Snow vive lá. – Eu sabia de qual vilarejo estavam falando. Uma caminhada de uma hora, no máximo.

– Descobrimos algumas coisas...interessantes. – Cato tinha uma voz ainda mais cautelosa que a de Clove. – Sobre Snow.

– Ele mudou desde que chegou em seu casebre com um documento. Planeja coisas estranhas. Algo que envolve o reino,os governantes, ao menos.

– Ele está planejando algo contra o trono? Ele é insano.

– Talvez piore, ele disse algo sobre as princesas.

– As filhas dos Everdeen, sim.

– Ele planejava algo para as festividades da Colheita.

– Entendo que estejam preocupados, já que ter Snow no comando seria um desastre, mas por quê estão tão tensos?

–Ele também tem planos para nós.Existe um informante, aqui. – Não escondi meu assombro. A ideia de um traidor entre nós era algo que simplesmente nunca achamos que fosse possível, éramos todos irmãos ali.

– Vocês descobriram quem? – Os dois negaram com a cabeça. – Voltem para o vilarejo, descubram mais sobre os planos de Snow. Fariam isso, por todos aqui?

– Claro, mas e o informante?

– Eu vou descobrir quem é o bastardo e vou matá-lo depois de conseguir todas as informações que eu considere úteis, minha cara. – Senti o arrepio que dominou Clove.

– Imagino que passaremos a noite aqui. – Cato deu um sorriso quebrando o clima tenso e apoiou uma mão no ombro de Clove.

– Ainda temos muito o que conversar, não?

– Claro, preciso saber como conseguiu deixar seu nariz tão bonitinho depois dos murros que te dei.

– Nada que Haymitch não pode resolver. – Ele ergueu uma sobrancelha e deu um sorriso torto. – Mas imagino que tenham uma vida mais animada do que a minha no momento.

Eles sorriram e me seguiram, saindo do salão armazém e indo para o outro salão.

Observei cada um que entrava no esconderijo, um aperto na garganta. Eu era a líder deles, e logo teria que explicar porque assassinei um dos nossos.

Ordenei que deixassem Clove e Cato descanssarem e que fossem dormir. Não ficaram contentes, mas não se opuseram. Fiquei no meu lugar na elevação, como de costume.

Sentia cada minuto passar, como se eu fosse senti-los se erguesse a mão. Thresh dormia ali perto. Tinha certeza de que ele não era o informante, aquilo era tudo que ele tinha, e nada valia mais para ele.

Cato subiu a elevação silenciosamente e se deitou ao meu lado. Eu estava sentada, olhando-o por um tempo antes que ele começasse a falar.

– Agora estou feliz por ter perdido o desafio, não queria estar no seu lugar.

– Não demonstre pena, Cato.

– Não é pena, é compreensão. Lembro como ficou abalada quando me contou sobre Seneca. Na época eu estava cego de raiva, de todos, mas devia ter me controlado mais.

– Todos temos problemas de vez em quando.

– Não se detenha nos mais novos na seita, ele parece ter muita informação. – Ele olhou pra mim, uma expressão indecifrável no rosto. – Informações que a maioria dos novatos ainda não tem.

– Tudo bem. – Ele se sentou também, observando uma única vela que queimava mais no centro do salão. – O que está acontecendo entre você e Clove?

– Demorei muito para perceber que a amava? – Dei um riso abafado antes de responder.

– Mais do que eu imaginei ser possível. – Ele também riu. – Espero que sejam felizes.

– Seremos. Assim que ajudarmos vocês.

– Eu roubei o documento, Cato. O que vocês disseram que o mudou, fui eu quem conseguiu aquilo para ele. Fui estúpida, deveria ter olhado o que era.

– Se existir algum culpado, vai ser ele, minha amiga. – Olhei pra ele, uma sobrancelha erguida.

– Voltamos a ser amigos?

– Como eu disse antes, a raiva me cegou antes. Espero que me perdooe. E que as estrelas iluminem seu caminho, Dark Queen. – Dei um sorriso.

Ele voltou para perto de Clove depois de retribuir o sorriso. Fiquei mais um momento olhando todos, antes de me deitar e cair num sono leve.

Senti uma fisgada no ombro. Abri os olhos e encontrei um risco prateado. Ergui as mãos e agarrei a capa. Ele escapou e me atacou de novo. Dessa vez vi a lâmina com clareza.

Me levantei e desembainhei meu punhal. Senti mais uma fisgada. Me joguei pra cima do vulto escuro e ataquei com o punhal. No mesmo instante, senti outra fisgada no ombro.

Cai sobre um joelho, a visão meio turva. Não me levantei, e derrubei o vulto de costas. Apoiei a lâmina do meu punhal no pescoço do vulto. Tirei o capuz, encontrei o rosto de um homem que nunca tinha visto antes.

– Quem é você? – Ele cuspiu no meu rosto. Aumentei um pouco a pressão do punhal. – Se você quiser continuar tendo sua língua é melhor dizer, agora.

– Eu quase consegui. – Ele tinha uma voz grossa, mas não parecia ser muito mais velho do que eu.

– Não se importa mesmo com sua língua, não é?

– Se eu te disser ela me mata.

– Se não me disser morre do mesmo jeito. – Não respondeu. – Como entrou aqui?

– Eu quase consegui. – A vos dele estava fraca, o punhal se enterrando aos poucos no pescoço dele. – Eu quase te matei.

– Qual seu nome? – Falei num sorriso, já conformada com o silêncio dele.

– Sou quem quase matou NightHunter. – Acabei de enterrar o punhal.

– Que as estrelas te guiem para seu lugar.

Um problema a mais agora. Ele dissera que ela o mataria, então quem era ela? E quem tinha deixado ele entrar? Pisquei com força tentando clarear minha visão.

Cato e Clove me amparavam, um de cada lado. Olhei para o ombro que fisgava, uma mancha escura cobria meu ombro. Sangue.

– Eu estou bem. Me soltem.

– Precisamos te levar até Haymitch. – Clove estava tensa, nervosa. Cato amarrava uma tira de linho no meu ombro, tentando estancar o corte.

– Não, não precisam. Vai passar logo.

– Sim, e você vai ser cremada, como os grandes reis. – Cato me carregava, limitando meus movimentos a alternar os pés. – Vamos logo.

Os dois abriam caminho me arrastando para a saída do esconderijo. Não consegui fazer nenhuma objeção, desmaiei depois de dar mais dois passos.

Abri os olhos com a cabeça latejante. Tentei movimentar meu braço direito, mas meu ombro estava amarrado e me impediu. Olhei ao redor, a claridade que entrava pela janela escancarada me incomodando.

Ouvi a porta do quarto e passos. Me virei um pouco e vi Haymitch carregando uma travessa com dois cálices e uma jarra. Ele deixou a travessa sobre um criado e caminhou até um armarinho.

Depois de pegar um frasquinho prateado e de puxar um banquinho para perto da cama, ele pegou a travessa e se sentou. Me recostei no catre, o ombro ainda dolorido.

– Fiz um bom trabalho, não? – Ele segurou meu queixo e ficou avaliando meu nariz. – Enfim, tome isso.

Ele me entregou o frasquinho, cheio deum líquido estranho e de odor forte. Tomei hesitante, sentindo minha garganta arder com o medicamento.

– Pra que serve isso? – Entreguei-o o frasquinho e peguei o cálice com vinho.

– Vai cicatrizar mais rápido. Você teve sorte, se tivesse demorado alguns minutos a mais pra chegar aqui eu teria que amputar seu braço.

– Nem tanta sorte, não? Se considerarmos que estou aqui devido uma tentativa de assassinato.

– Talvez.

– Aonde estão... – Ele não me deixou terminar a pergunta antes de responder.

– Foram conseguir o que você queria. Palavras do garoto loiro, não minhas. – Ele tomou o cálice todo de uma só vez. – Pode ficar aqui hoje, ordens médicas, mas tem que liberar o catre depois.

– Sabe que iria embora agora se pudesse. – Ele concordou com a cabeça. Entreguei-o o cálice e me deitei novamente.

– Você não é de conversar muito, não? – Ele se levantou e saiu do quarto.Menos de um minuto depois ele voltou, carregando um livro de capa de couro. – Espero que goste da história do reino, toda ela.

Olhei as letras grafadas na capa, em vermelho, dizendo Panem:Initium Omnia. Abri o livro com cuidado e li a primeira página, dizendo sobre a guerra dos Dias Escuros e suas causas e consequências.

Era uma leitura interessante e demorada. Principalmente demorada, que me custariam dias de leitura árdua. Ótimo, eu teria algo para fazer nas próximas horas.


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Notas finais do capítulo

Me deixem felizes, façam o que está escrito lá em cima!