Eu ainda buscava por ele por todo os lados do meu quarto, sua voz ainda ecoava em minha cabeça, desabei de joelhos no chão de madeira, eu não sabia o porque mais sentia meu peito pesar, a culpa ainda habitava meu peito, apesar de eu saber que havia tomado a decisão certa, e apesar de imaginar que a voz e a sensação de que ele estivera ali fora apenas a sensação de culpa me atormentando, alguma coisa me dizia que na verdade era muito mais do que eu imaginava.
- Edward.... Eu sussurrei seu nome, sabendo que aonde ele estivesse , poderia me escutar.
De repente um vento gélido invadira meu quarto, e então levantei os olhos lentamente e Edward estava parado na minha frente me encarando, sua expressão era fria e indiferente, logo percebi que eu não havia sonhado, talvez Damon realmente houvesse passado pelo meu quarto na madrugada anterior.
- Ele esteve aqui? Eu sussurrei
- Sim. Edward disse frivolo
- O que ele queria , Bella? Edward se virou me indagando
- Não, juro que não o vi, apenas ouvi ele chamando meu nome. Eu retruquei
- Talvez ele ainda tenha coisas para convensar. Eu resmunguei
- Achei que vocês já tinham resolvido tudo o que precisavam. Edward retrucou
- Acho que temos coisas mais importantes para resolver nesse momento, Charlie está vindo para cá. Eu disse a Edward
- Mas porque, pensei que iriamos a Forks. Ele rebateu
- Renne concerteza ligou para ele, e acho melhor a gente se preparar porque concerteza essa conversa não será fácil. Eu resmunguei, enquanto Edward se aproximara e me puxara pelo braço delicadamente, me pegando no colo, e deitando comigo na cama.
- Bella se acalme, pois eu irei conversar com Charlie, você pode permanecer aqui em cima. Ele disse tentando me acalmar, mas a verdade era que eu estava em pânico com a reação de Charlie.
Edward me beijou avidamente, e me envolveu em seus braços gélidos, meu corpo todo parecia responder a sensação da pele dele enconstando na minha, apesar de estar completamente apavorada com todas as possibilidades que rondavam aquela conversa.
- Charlie está chegando. Edward resmungou
- Não acredito. Eu suspirei
- Fique aqui, acredito que ele queira uma conversa de homem para homem. Edward disse me encarando com seus olhos dourados, eu sorri tentando disfarçar meu nervosismo.
De repente ouvi o som da viatura de Charlie estacionando, não demorou para que eu ouvisse a voz estarrecida dele, Edward me encarou e pediu que eu ficasse quieta em meu quarto, beijou minha testa ternamente, e saiu pela porta descendo as escadas em direção a sala, mas concerteza eu não ficaria tranquila trancada no quarto enquanto os dois estivessem lá embaixo, abri a porta e caminhei até o corredor.
- O que você está fazendo aqui? Charlie gritou furioso com Edward
- Charlie preciso que se acalme, vamos conversar. Edward disse tranquilamente.
- Você acha que eu vou permitir que você volte para ela, não mesmo, você quase a matou, você não tem noção do estado em que Bella ficou, cheguei a um ponto que pensei que havia perdido minha menina, que teria que interna-la em alguma maniconio, porque ela parecia completamente enlouquecida. Charlie cuspiu a verdade no rosto de Edward.
- Chefe Swan, eu sei que errei, por isso queria lhe pedir perdão por tudo o que causei. Edward sussurrou
- Edward você tem noção do que você deixou para trás, o estado em que Bella ficou. Charlie gritou
- Eu só fiz o que acreditava ser certo. Edward retrucou
- Você não tinha o direito, e agora você aparece acabando com o casamento dela, com tudo que ela havia conquistado depois de aceitar que você não voiltaria mais. Charlie disse com raiva.
- Eu voltei porque não consegui seguir em frente, eu a amo mais do que já amei qualquer pessoa. Edward respondeu, e sua resposta fez com que meu coração se apertasse dentro do peito.
- NÃO, EU NÃO VOU PERMITIR QUE VOCÊ MATE MINHA MENINA NOVAMENTE. Charlie gritou .
Tudo que pude ouvir depois fora o som da arma disparando, naquele momento senti todo o chão se abrir embaixo dos meus pés, não podia ser, meu pai havia atirado em Edward, não eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo, e por mais que eu soubesse que tudo que Edward devia estar sentindo era a dor do impacto da bala, meu coração pareceu explodir dentro do peito, e as lágrimas rolaram pelo meu rosto quase me afogando, desci as escadas correndo em direção do corpo imovel de Edward estirado no chão , em meio a poça de sangue que se formava em seu peito, encarei Charlie e ele parecia não acreditar no que acabara de fazer.
-PORQUE VOCÊ FEZ ISSO. Eu gritava com ele
-ELE MORREU, PAI, PORQUE.... Eu gritava em meio ao desespero, Charlie se ajoelhou ao meu lado enquanto eu segurava Edward em meu colo, ele esticou a mão para conferir se Edward estava vivo, e assim que constatou que ele tinha pulso, pegou o celular e discou para a emergência, chamando uma ambulância.
-PORQUE?..Eu gritava enquanto sentia meu coração se despedaçar dentro do peito.
Apesar de eu saber que Edward estava vivo e bem, que não corria risco nenhum de morrer, eu ainda estava em desespero talvez por todo o sangue que havia, e principalmente pela atitude de Charlie, eu segurava Edward contra meu peito, enquanto as lágrimas inundavam meu rosto completamente, Charlie andava de um lado para outro, completamente transtornado, me encarando, eu sentia a raiva dentro do meu peito crescer, ele não podia ter feito aquilo, ele não tinha o direito de fazer aquilo, notei que a ferida no peito de Edward começava a fechar, eu precisava fazer alguma coisa para proteger seu segredo, larguei Edward, e andei até a cozinha, e sem Charlie perceber fiz um corte na minha mão esquerda, assim quando o resgate chegasse, pensariam que Edward ainda sangrava, me ajoelhei ao seu lado novamente, colocando a mão ferida em cima de onde seria o buraco da bala, na esperança de que meu sangue se misturasse ao dele, e assim parecesse que ele ainda saia sangue da ferida.
- O que você fez?...Ele sussurrou percebendo minha mão cortada em seu peito.
- Shhh...Eu pedi para que ele continuasse quieto, assim Charlie não desconfiaria.
- Senhorita pode solta-lo. Ouvi a voz do paramédico enquanto ele e seu parceiro se ajoelhavam ao lado do corpo inerte de Edward.
- Não... Eu retruquei, eu sabia que cedo ou tarde teria que solta-lo, mas se o fizesse agora, eles veriam que o buraco em seu peito havia se fechado.
- Senhorita, continue pressionando a ferida. O paramédico disse enquanto ajudava o outro a coloca-lo na maca.
- Posso ir com ele? Eu indaguei preocupada pois Edward precisava continuar sangrando.
- Só temos espaço para uma pessoa, o senhor terá que ir de carro. O paramédico respondeu
- Claro, vão. Charlie disse
Entramos na ambulância, enquanto eu continuava com a mão ferida em cima do peito de Edward, para que parecesse que ele ainda sangrava, o cheiro forte do sangue invadia meu nariz, fazendo com que eu começasse a ficar enjoada, se aquela fosse a cena de um filme, Edward concerteza ganharia o troféu de melhor ator, pois ele continuava imóvel na maca, enquanto o paramédico colocava várias agulhas em seu braço.
- Para onde vamos? Eu indaguei o paramédico.
- Hospital Central. Ele me respondeu
Eu precisava chamar Carlisle assim que chegasse ao hospital, pois concerteza as coisas se complicariam se algum outro médico atendesse Edward, pela primeira vez o segredo dos Cullens corria perigo de ser descoberto.
Assim que Edward deu entrada na emergência, puxei o celular de dentro do bolso, e disquei rapidamente o numero de Carlisle, que ainda estava na minha agenda de contatos, não demorou para que ele atendesse, sua voz era receosa e preocupada, imaginei que provavelmente Alice já havia tido alguma visão do acontecido.
- Bella o que aconteceu? Ele me indagou
- Alice não te explicou. Eu retruquei
- Não houve tempo, diga. Ele pediu
- Carlisle, meu pai, ele... atirou em Edward. Eu gaguejei
- Oh Deus. Carlisle resmungou
- Preciso de você no hospital central, a ferida da bala já se fechou, estou usando de artíficios para manter a aparência de que ele continua ferido, mas precisamos de você aqui. Eu resmunguei
- Estou indo me aguarde, e não deixe ninguém atende-lo antes que eu chegue ae. Carlisle me pediu.
- Sim. Concordei enquanto desligava o celular.
Sabia que não iria demorar para que Carlisle chegasse ao hospital, provavelmente ele iria vir correndo em velocidade vampirica, pois de carro concerteza ele não conseguiria chegar a tempo, por estarmos no hospital central, a sala de emergências estava lotada, e apenas um médico estava vindo ver Edward, eu ainda continuava com a mão cortada em cima da onde seria o buraco da bala, tentando manter as aparências, porém eu já havia perdido tanto sangue, que começava a me sentir tonta e enjoada, Edward sabia que eu não estava bem, mas estavamos em uma situação em que nenhum de nós podia fazer nada.
Não demorou para que eu visse Carlisle correndo como um humano, em nossa direção, com seu jaleco branco pelo corredor do hospital, ele tinha em seu rosto a expressão que um pai deveria ter sabendo que seu filho havia sido baleado, o médico que estava nos atendendo, havia voltado para injetar mais morfina em Edward.
- Senhorita nos precisamos que você saia de cima da ferida, para podermos trata-lo. O médico disse enfático
Mas eu sabia que não podia sair dali, senão estaria expondo o segredo de Edward, comecei a respirar aliviada quando Carlisle parou ao nosso lado.
- Filho, meu deus que aconteceu?..Carlisle disse como um pai preocupado.
- Senhor seu filho foi baleado. O médico disse para Carlisle
- Qual seu estado? Carlisle continuou encenando o pai preocupado.
- Ainda não sabemos, acho que sua nora pensa que se solta-lo ele ira morrer. O médico disse a Carlisle.
- Gostaria de saber se você me permitiria trata-lo. Carlisle perguntou ao médico
- Eticamente não seria o correto, Dr.Cullen, porém vou abrir essa exceção para o senhor, por cortesia. O médico disse a Carlisle, o que me fez respirar aliviada.
- Precisarei de um centro cirúrgico agora. Carlisle pediu
- Claro, vamos. O médico ajudou Carlisle a empurrar a maca com Edward e eu grudada em cima dele.
- Bella aguente firme. Carlisle sussurrou virado para mim.
- Sim. Eu concordei com um gesto
Assim que entramos na sala de cirurgia, Carlisle deu um jeito do médico deixa-lo sozinho com Edward e eu, então finalmente estavamos livres, meu corpo começou a formigar, e tudo a minha volta parecia rodopiar, senti minha cabeça latejar, e tudo ficou escuro de repente.
- Bella. Eu ouvia a voz de Edward ao longe.
- O que aconteceu?. Edward indagou Carlisle.
- Acho que ela perdeu sangue demais , precisaremos fazer uma transfusão. Carlisle disse a Edward
- Vou buscar sangue, continue com a encenação. Carlisle ordenou
De repente senti duas agulhas furando minhas veias, a queimação era lenta e torturante, não demorou para que eu começasse a me recuperar, abri os olhos lentamente e encontrei o rosto perfeito de Edward me encarando, ele tinha um sorriso no canto dos lábios.
- Bella. Ele sussurrou
- Você perdeu muito sangue, mas conseguimos. Carlisle disse enfático
- EU ODEIO CHARLIE. Eu gritei enquanto sentia a agonia invadir meu peito.
- Não Bella, não o odeie, ele apenas estava defendendo você, ele tem tanto medo de que você se perca novamente. Carlisle retrucou
- Mas...Eu não consegui completar antes que as lágrimas invadissem meu rosto.
- Shhh, as coisas vão passar. Edward disse
- Agora precisamos arranjar um jeito de sairmos daqui, sem que ninguém nos veja. Carlisle retrucou
- Bella você saira por essa porta, enquanto eu irei levar Edward para o necrotério como se ele tivesse morrido. Carlisle respondeu
Respirei fundo e sai por onde Carlisle havia me indicado, assim que estava do lado de fora, vi Alice me esperando num carro preto, não demorou para que Edward e Carlisle aparecessem também, então era isso, haviamos conseguido escapar, mas por muito pouco o segredo dos Cullens não havia sido exposto.