Downtown escrita por Bruna A


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

É, chato, eu sei. Mas daqui a pouco vai ficar legal.



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Faz mais ou menos uma semana que dei meu ultimo depoimento na policia. As duas meninas que foram assassinadas são pessoas que eu odeio. Os policias suspeitam que é um serial killer, mas ele não matou mais ninguém desde Melissa. Sinceramente, tenho medo de quem será o próximo. Tenho medo que seja eu mesma. Eu só me pergunto uma coisa: Por que as primeiras vitimas foram pessoas das quais eu nunca gostei. 

Corro para a casa de Marcus. Eu não poderia falar sobre o assassino com mais ninguém. Victoria acha que eu estou ficando paranoica. Ela nem fala mais comigo. Léo não gosto de falar sobre isso, ele acha deprimente. Marcus é o único que tem teorias sobre isso e uma opinião sobre quem ele pensa que poderia ser. Claro, ele não faz a minima ideia de quem o assassino seja. 

Bato na porta. Seus pais viajaram para Paris e o deixaram aqui. Ele odiou isso, mas tem a casa só para ele. Ele esta planejando uma festa na sexta feira. Pode parecer estranho levando em conta tudo que  esta acontecendo, mas acho que é esse o motivo de ele estar fazendo isso agora. 

Quando abre a porta, me cumprimenta e me convida para entrar. Me sento no sofá a frente da TV de 59 polegadas da família dele. Ele pergunta se quero beber alguma coisa. Digo que não. 

--Vamos lá, não seja tímida. --Ele disse me jogando uma lata de Coca-Cola. Eu a segurei no ar, mas estou medo de abrir e ela espalhar refrigerante. 

--Na boa, não posso mais beber isso. --Digo, e ele ri. 

Ele se senta numa poltrona ao lado do sofá. Raspa alguma coisa das unhas quando se acomoda. Finalmente pergunta o que foi, quando não aguento mais olhar para os lados e comentar como sua casa é bonita. Digo que quero conversar sobre o assassino. Ele ri.

--Temos tantos assuntos, quer conversar sobre um pirado que sai por ai matando gente? 

--Ah, é? Diga uma coisa sobre a qual podemos conversar. --Digo cruzando os braços. 

--Vem na minha festa sexta? --Ele pergunta sorrindo.

--Claro. É a única festa que temos em uma semana. Metade da escola virá pra isso. Ninguém aguenta mais o clima de enterro. 

Ele ri, jogando a cabeça para trás. Ele tem essa mania. 

--Vai dançar comigo, não é? --Pergunta levantando as sobrancelhas. --Tipo, como você dançou com o Léo na festa em que a Jessica morreu...

O que eu queria realmente responder era: "Cara, você tá me estranhando? Viu como eu dancei com o Léo na última festa? Nem em sonho danço daquela forma com você! Você é só meu amigo." Mas não ia ser grossa dessa forma com ele, mesmo que eu quisesse muito. Ao invés disso, digo:

--Não sei. Acho que vou só dançar. Sabe? Sem ser com ninguém. 

Ele parecia desapontado. Eu tentei ser o menos ofensiva possível. Ele volta a falar da festa, mas eu o corto. Tenho um assunto que quero conversar, mas não é sobre uma festa de colegial. Digo a ele que preciso ir. Me despeso dele e vou para casa.

Quando entro na minha sala, tiro os sapatos e ligo a TV. É uma reportagem sobre um assassinato. Uma prostituta morta na rua. Ela estava sem os olhos. E ele esta de volta, penso enquanto desligo a TV.


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