Downtown escrita por Bruna A


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

caaaaaraaaaa, olha a quanto tempo eu to sem postar nada....



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Eu fui colocada sentada em uma cadeira. Quando abro os olhos, percebo que algo cobre a minha boca. Tento levar minhas mãos á boca, mas meus braços estão amarrados atrás da cadeira. Que merda é essa?

Tento descobrir onde eu estou. Não é nenhum lugar que eu reconheça. Um tipo de galpão, eu acho. Está extremamente escuro aqui, mas consigo ver uma forma um pouco longe de mim. Não consigo distinguir nem o que é. Tento gritar mas o som é abafado. Respiro fundo e tento mais uma vez. Me arrependo assim que sinto alguém parar atrás de mim e colocar as mãos atrás dos meus ombros.

--Queridinha, você vai continuar tentando ou vai desistir de uma vez? --Escuto uma voz. A principio não a reconheço.

Movimento meus ombros até que as mãos me soltam. Sinto um puxão no meu cabelo, seguido de um "nunca mais repita isso". Continuo tentando me livrar das amarras, mas parece que são impossíveis de se soltar. 

--Tente o quanto quiser. Meus colegas me ajudaram a amarrar isso, e eles tem muita experiência. --A voz volta a aparecer. O jeito como ele fala... Me é familiar. 

Por favor, por favor me solte! Estou disposta a implorar por isso. Minha cabeça lateja e meus olhos doem. Não me lembro nem do que aconteceu. Minha respiração está pesada. Tento gritar mais uma vez, não para chamar atenção, mas para tentar aliviar o que sinto. Vou morrer. Eu vou morrer.

--Ah, pelo amor de Deus! Pare de gritar, Char. Vai me irritar se continuar assim... E olha que eu estou sendo bondoso! --A voz grita. Espera... Char? 

Alguém tira minha mordaça. Grito em plenos pulmões assim que sinto que o tecido não está em mim. Uma mão grande me dá um tapa no rosto. 

--Mandei você calar a boca, Char! Caramba! Que irritante... --Escuto Marcus gritando ao meu ouvido. 

Meu rosto arde. Se nem seu tapa tem o minimo de piedade, o que eu devo esperar do que vem a seguir? Tento fazer com que minha respiração volte ao normal, respirando pela boca. Não ajuda em nada. 

--O que... você quer... de mim? --Pergunto com a minha voz falhando. 

--Pensei que você fosse mais inteligente. --Ele anda ao meu redor. --Não queria te machucar, sabe... Mas não tenho escolha. 

--Sim! Tem, tem sim! Marcus, não importa o que você tenha feito, eu te perdoo. Deus te perdoa. O Universo te perdoa. Sei lá! Apenas tente...

--Cala a boca, porra! --Ele berra. Acho que se houver alguém lá fora, esse alguém deve ter ouvido. --Não quero perdão de nenhuma merda de um Deus ou uma idiotice de Universo... Muito menos o seu perdão...

Só agora percebo que ele leva consigo uma faca. Bem, agora que ele a aponta para mim. Sua ponta bem entre meus olhos. Ele parece decidir em que olho vai enfia-la. Uma facada no olho. Bela forma de morrer. Ou eu iria apenas sangrar e ele ficaria assistindo minha agonia? Não sei. Marcus movimenta um pouco a faca em sua mão, então faz um longo corte em meu rosto. Desde meu nariz ao final da minha mandíbula. Grito enquanto o sangue escorre pelo meu queixo. Lágrimas se formam em meus olhos, não só pela dor. 

--Pior que você ainda está bem bonitinha... Acho que vou te desfigurar com-ple-ta-men-te. ---Ele fala pausadamente nas silabas da palavra.

Ele se prepara para outro corte. 

--Por que está fazendo isso? --Pergunto.

--Porque, minha querida Charlott, você sabe mais do que devia...

--O que? --Começo a chorar de verdade agora, e isso parece mexer com ele. Entre soluços, digo: --Por favor, por favor, não em mate, Marcus...

--Não queria te matar! Não queria! --Ele explode. --Mas você... --Ele volta a apontar a maldita faca para mim. --Você com esse seu jeito intrometido... --Ele dá um grito. --Tinha que procurar saber disso? Tinha, Charlott? Eu ia apenas te ajudar. Eu ia ajudar você! Ia tirar do mundo todos que te odeiam e você odeia! Ia fazer sua vida mais feliz... Todas aquelas vadias da sua sala... Eu as matei! Eu ia fazer sua vida melhor! Sem mais ódio, sem mais tristeza...

--Marcus... Isso não ia ajudar... Mas não tem problema, o que importa é que você tentou... --Tento tranquiliza-lo, afinal não quero que ele acabe comigo tão rápido. Preciso de ajuda. Ou pelo menos, que ele pare agora.

--Ia ajudar! --Ele parece não me ouvir. Fala tudo olhando para o chão. --Você... Você ia ficar feliz.. E poderia ser feliz comigo! Mas você tinha que ir pra cima daquele filho da puta... Aquele Léo sei lá do que... 

--Marcus... Não é tarde de mais para parar por aqui... --Tento passar confiança, mas é difícil quando se tem a grande possibilidade da sua morte.

--Você vai me amar, Charlott. --Ele tem um sorriso doentio nos lábios. --Quando eu matar o Léo... A gente vai ficar junto... Vai ser feliz pra sempre... Que nem nos contos de fada. 

Algo pesa sobre meu estomago. Ele vai matar o Léo. Começo a passar mal. Marcus anda ao final da sala e, acompanhado por duas pessoas que eu nem me lembrava de ter visto, trás para mais perto de mim uma massa grande sobre uma cadeira. Não consigo distinguir o que é, até chegarem mais perto. É um corpo. É um homem. Ele deixa um rastro de sangue quando é arrastado em cima da cadeira. Está desacordado, isso é evidente. Finalmente, consigo ver sua face. Cabelos desgrenhados, cortes e hematomas por todo o rosto. Mas definitivamente, é ele.

--Léo... --Sussurro. 


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Notas finais do capítulo

E ai... Reviws??