A Última Filha - Predador escrita por Ariane Rosa


Capítulo 8
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Desculpa gente ter demorado tanto. É que estava meio complicado escrever a história com as voltas as aulas, mas ta aí.
Boa Leitura. :)



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Contei a Noah o que havia acontecido comigo e que havia um caçador por aí, e isso foi uma péssima ideia.

– Noah, eu estou bem. – Eu disse cada palavra lentamente para que ele conseguisse me entender.

– Não, você não está. – Ele me disse irritado. Eu sequei as mãos depois de lavar a louça e fui até a geladeira tirando o celular do ombro. – Ele podia ter te matado.

– Ei! Quem é o semideus aqui? – Eu lhe perguntei indignada, enquanto pegava um refrigerante e fechava a porta.

– Você. Mas...

– Mas nada. – Eu o interrompi. – Eu sei me cuidar, está bem?

Eu escutei ele suspirar irritado no outro lado e isso me fez rir.

– Só estou tentando ser um bom namorado. – Ele me disse gentilmente.

Eu sorri e disse:

– Você foi um ótimo namorado ontem. Então não precisa se preocupar.

– Ei! Quem é o garoto aqui? – Ele perguntou ironicamente.

Eu revirei os olhos e escutei uma batida na porta.

– Quem é? – Noah perguntou curioso.

– Nossa. Desde quando você tem superorelhas? – Eu perguntei indo até a porta. E quando a abri, adivinha quem era.

– Agnes? – Eu arfei.

Ela me olhou irritada. Ela estava de braços cruzados e a feição modificada, não era a mesma Agnes que eu conheço.

– Olha, preciso mesmo entrar. – Ela disse passando por mim ferozmente. Eu desviei dela antes que batesse em mim.

– Noah, depois eu te ligo. – Eu disse lentamente.

– Haide, não... – Mas já era tarde mais.

Agnes foi para meu quarto rapidamente, eu a segui e perguntei:

– O que houve?

– Tudo. – Ela disse revoltada. – Lá é uma droga.

– O que? – Eu perguntei juntando as sobrancelhas.

Ela se sentou na cama e me olhou com se eu fosse uma idiota.

– O acampamento.

Eu a olhei entendendo tudo.

– Você não gostou?

– Não! É acordar cedo e treino. Ainda seus irmãos não me ajudam em nada. Jean está se comportando como um idiota. Outra vez.

Eu a olhei entendendo seus problemas e percebi que ela não queria só falar isso. Então suspirei e me sentei ao seu lado.

– Olha, – Eu comecei hesitante. – eu não sou muito de ouvir e conversar sobre coisas de garoto, porque eu nunca tive amigos, mas hoje até posso te ouvir.

Ela me deu um meio sorriso e disse:

– Eu tive. Tive dois amigos humanos. E um dia eles cresceram e arranjaram outras pessoas, então fiquei sozinha.

Eu a olhei em silêncio e esperei.

– Bom, eu acho que preciso conversar um pouco.

– Então...? – Eu perguntei.

– Bom, o Jean e eu somos pessoas, quer dizer, semideuses que adoram viver ao limite.

– É, eu sei disso.

Ela suspirou e continuou:

– Talvez eu goste um pouco do Jean. – Ela disse cada palavra lentamente. – Sei que é errado, porque tipo tem centenas de semideuses mais vivos do que ele, e eu vou me importa justo com um dos mortos, sem ofensa.

– Não, não ofendeu não. Estou acostumada com isso. – Eu lhe garanti.

Ela me olhou hesitante pouco um tempo, mas, então, continuou:

– Mas acho que Jean não se importa.

Eu suspirei e disse:

– Não é que ele não se importa, ele só não vai dizer exatamente aquelas palavras ainda.

Ela juntou as sobrancelhas.

– Como assim?

– É diferente com nós, não sentimos, quer dizer, não do mesmo jeito. E o Jean deve estar muito... – Eu hesitei. – Confuso.

Ela me olhou séria e disse:

– Eu não estaria. - Eu soltei um riso irônico, mas ela me ignorou. – Eu sei o que eu quero.

Eu a olhei séria por um tempo e disse:

– Sei do que estou falando. Precisa dar um tempo pra ele.

– Quanto tempo? – Ela perguntou irritada.

– O tempo que for preciso.

Ela desviou o olhar e suspirou. Depois de alguns segundos de silêncio, eu disse:

– Melhor você voltar.

Ela suspirou um ar irritante e perguntou:

– Pra que? Pra eu encontrar as mesmas pessoas de sempre?

– Não. Porque você vai ser punida se não voltar antes que acabe o treinamento, que é... – Eu olhei para meu celular. – daqui a dez minutos.

Seus olhos arregalaram e ela se levantou rapidamente, mas ela parou na porta e se virou pra mim.

– Obrigada. – Ela disse com um meio sorriso.

Eu lhe dei um sorriso de volta e disse:

– Por nada.

Então ela saiu.

...

– Você não desligou na minha cara ontem, não é? – Noah perguntou indignado.

Eu caminhei com ele pelo corredor até chegar ao meu armário.

– Desculpa. Estava com uns problemas femininos. – Eu lhe disse enquanto abria o meu armário.

– Que problemas femininos? – Ele perguntou se encostando violentamente no armário do lado.

Eu lhe mandei um olhar significativo.

– Nem queira saber. – Eu lhe disse séria.

E então houve uma explosão de felicidade atrás de mim.

– E aí?

Eu me virei para Agnes e ela continuou:

– Você tinha razão. Talvez eu deva dar a ele um pouco de tempo pra pensar.

– Ah. – Noah arfou baixo. Nós o olhamos. – Esse problema feminino.

Eu olhei para Agnes me sentindo uma delatora sendo entregue, mas ela não me criticou ou começou a me dar um sermão, simplesmente me olhou curiosa e perguntou:

– Contou pra ele?

– Na verdade não. – Eu disse hesitante.

Ela me olhou curiosa por mais alguns segundos, mas, então, sorriu.

– Certo. Preciso ir. Vejo vocês dois depois.

Ela nos deu um aceno com a mão e saiu de perto com um sorriso maior ainda.

Eu suspirei aliada e olhei Noah.

– Você está certa. Não quero saber. – Ele me disse sério.

Eu revirei os olhos e o sinal tocou.

Eu me despedi dele e fui para a sala. E enquanto andava pelo corredor, comecei a pensar: Desde quando Agnes e Jean tem sentido algo um pelo o outro? Quer dizer, Jean não é o irmão que mais se expressa, não é agora que ele vai começar.

Agnes está apressando as coisas. Ela é diferente dele. Como, por exemplo, a pele, ela é mais bronzeada e ele é mega pálido. Ela é quente, ele não. Ela é divertida e ele... Bom, ele até que sabe se divertir, mas não como ela.

Jean por algum motivo nunca falou dela pra mim. Só pra mim, os outros já sabiam quem ela era, eu fui à última. Ótimo. Só porque sou a caçula. Que idiotas! Eu entendo mais disso do que eles possam imaginar. Eu entendo o que é se apaixonar, eles não. Eles nem devem saber o que são bor...

– Oi. – Alguém pegou em meu ombro.

Eu me virei bruscamente para trás e vi Alan.

– Me desculpe. – Ele disse assustado. – Eu te chamei, mas você não me ouviu.

Eu pisquei algumas vezes e disse:

– Ah, desculpe. Estava distraída.

Ele me deu um sorriso nervoso e disse:

– É, eu sei. Pude ver isso.

Eu dei uma risadinha irritante e disse:

– Sabe, eu preciso ir.

– Tudo bem.

Eu me virei, mas parei hesitante.

Vamos, Haide. Seja legal. – A vozinha disse persuasiva.

Não, não seja. Saía daí. – Outra vozinha disse duramente.

Ah, que ótimo. Agora há duas vozinhas na minha cabeça. O meu problema agora é saber qual é a legal e qual é a ruim.

Eu continuei hesitante, tinha que tomar uma decisão rápida, senão acabaria como uma estátua ali.

Eu suspirei irritada e me virei. Mandei-lhe um sorriso nervoso e perguntei:

– Quer me acompanhar?

Ele me olhou sem entender no início, mas, então, se moveu para meu lado.

Ficamos em silêncio enquanto caminhávamos, mas foi até eu perguntar:

– Então? O que acha da escola?

Ele me olhou com um olhar inexpressível e disse:

– É legal aqui.

– Hm. – Eu simplesmente fiz.

Estava me sentindo uma idiota perto dele. Por algum motivo me sentia fraca ao seu lado. Parecia que havia alguma energia nele, e naquele momento desejei poder ver sua áurea.

Eu e meus irmãos temos esse dom, mas o problema é que nunca conseguimos ativá-lo. Chegamos a passar perto disso, conseguimos ver uma breve cor nas pessoas, mas não durou mais do que alguns segundos.

O olhei pelo canto dos olhos forçando ver algo, mas, então, um reflexo. Eu parei bruscamente. Alan parou a minha frente e me olhou curioso.

– O que? – Ele perguntou juntando as sobrancelhas.

Meus olhos estavam arregalados, pisquei algumas vezes e disse:

– Nada. É que... – Hesitei. Eu mordi os lábios tentando pensar numa explicação sobre o porquê da minha parada.

– Você está bem? – Ele perguntou com a expressão sombria.

Eu o olhei séria e confusa.

Eu havia visto algo que não esperava ver, uma áurea. Mas sua áurea era diferente, era preta alaranjada. Uma cor que nunca havia visto. Eu o olhei sem o ver, pensando no que significava aquilo, no que exatamente eu estava olhando. Mas eu percebi que o corredor estava começando a se esvaziar, então suspirei e disse:

– Eu estou bem.

Ele me olhou desconfiado, mas não disse nada. Virou-se e caminhou para longe de mim.


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