A Última Filha - Predador escrita por Ariane Rosa


Capítulo 9
Capítulo Nove




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- Bom, papai nos reuniu aqui para treinarmos, já que talvez haja um exercito querendo acabar com todos nós. – Ross nos disse.

Eu e meus irmãos havíamos nos reunidos para treinar, Agnes havia nos sugerido isso. Todos nós estávamos na sala de treinamento.

- Pelo menos, é isso que a Agnes nos disse. – Ele continuou e deu uma olhada significativa para ela. Senti-a ao meu lado revirar os olhos.

Então a porta de entrada se abriu, papai surgiu dela.

- Pai, o que faz aqui? – Gareth lhe perguntou enquanto ele se aproximava.

- Eu não podia perder isso por nada. – Ele olhou Ross. – Tinha que ver se seu irmão iria fazer tudo certo.

Ross fez uma careta de desgosto, mas papai o ignorou. Virou-se para nós e foi para a mesa.

Ross voltou a nos olhar e disse:

- Certo. Então, Agnes. Você vai me ajudar.

Ela saiu do meu lado e foi até o dele. Eles se colocaram de frente um para o outro e se posicionaram no ataque.

- Não se preocupe, gracinha. Prometo pegar leve com você. – Ross lhe disse ironicamente.

Agnes revirou os olhos e disse:

- Olha só, princesa. Não preciso que pegue leve comigo, porque vou ganhar de qualquer jeito.

Ela usou um tom de ameaça, que pareceu deixar Ross meio irritado.

- Certo. Primeiro; tente acertar o alvo. – Ross disse.

Ele fechou a mão no forma de um punho e tentou acertá-la, mas ela foi mais rápida. Ela moveu-se tão rápido, que quase não pude vê-la. Ross a olhou pasmo.

- Segundo; – Ela começou com um sorriso. – nunca subestime o oponente.

Ele tentou atingi-la, mas ela pegou seu braço e fez com que ele fizesse um mortal no ar. Ele caiu violentamente no chão com a expressão de dor.

- Terceiro; Ross, você está apanhando como uma menininha. – Papai disse entre risos. E isso era raro.

Nós soltamos uns risos irônicos.

Passamos a tarde treinando, o que foi bem divertido. Ver Ross apanhando de Agnes foi hilário. Gareth apanhou, Nero apanhou, mas Jean foi o único que ficou de pé, e parecia que Agnes foi mais violenta com ele. Não vou dizer que ele não tomou uns murros no rosto, mas ele sempre foi resistente, sempre aguentou os meus.

Comigo foi um pouco diferente, desviei de todos os socos que Agnes quis me dar, mas também não a acertei.

- Estou todo moído. – Gareth disse quando havíamos terminado de treinar.

Já deveria ser de noite, e precisava voltar pra casa.

Eu peguei minha mochila que estava no lado da mesa, onde papai estava encostado. E ele disse:

- Se saiu muito bem. Tem grandes chances de ser a melhor daqui.

Se eu não fosse fria ficaria vermelha de vergonha, mas acho que nada aconteceu. Eu lhe dei um grande sorriso e disse:

- Obrigada, pai.

- Obrigado, pai, por reparar em mim também. – Ross disse vindo até nós e pegando sua jaqueta da mesa.

Papai revirou os olhos e disse:

- É, você também foi bem.

Ross lhe deu um sorriso e me olhou.

- Vamos? – Ele me perguntou sério.

Eu levantei as sobrancelhas e olhei papa papai. Ele me mandou um olhar significativo. Então suspirei e disse:

- É, fazer o que.

Ross acompanhou eu e Agnes até uma sombra perto do meu apartamento, depois nós duas fomos sozinhas.

- Divertido, não é? – Ela perguntou enquanto caminhávamos pelo beco.

- É, até que foi. – Eu murmurei.

Ficamos em silêncio por um tempo, então ela disse:

- Você parece mesmo gostar do Noah. Ele parece um cara legal.

Eu a olhei e disse:

- É. Ele é um cara legal.

Ela balançou a cabeça algumas vezes.

- Porque você gosta dele? – Ela quis saber.

Eu a olhei pensando do motivo de eu gostar tanto dele. E na verdade não tinha motivo, simplesmente gostava.

- Eu sei lá. Talvez por causa de seu sorriso?

Ela me olhou sem acreditar.

- Você me fez uma pergunta ou me garantiu isso? – Ela quis saber com um meio sorriso.

Eu dei uma risadinha e suspirei.

- Eu gosto dele porque... – Hesitei.

- Por que...? – Ela me encorajou.

Eu suspirei novamente e continuei rapidamente:

- Eu gosto dele por causa do jeito que ele me olha, do jeito que ele me faz sentir, do jeito que ele me aceita. Ele não fugiu quando descobriu o que eu era, ele me aceitou do jeito que eu sou.

Ela me olhou docemente e disse:

- Certo. Eu admito. Isso sim é amor verdadeiro. – Eu dei um sorriso. – Mas você realmente o ama? Quer dizer, não se enganou com o que sente?

Eu a olhei de sobrancelhas juntas e disse firme:

- Não. Eu nunca me enganaria. – Ela olhou para o chão. – Por que está fazendo essas perguntas?

Ela voltou a me olhar e deu de ombros.

Eu suspirei e perguntei:

- É o Jean? É por isso que está fazendo essas perguntas? Acha que ele não gosta de você realmente?

Ela me mandou um olhar significativo.

Eu suspirei irritada.

- Agnes, tem que dá um tempo pra ele. – Eu lhe disse séria e cansada.

- Eu já dei todo o tempo que ele precisava. – Ela me disse irritada. – Eu não gosto de esperar, Haide. Nasci para ter respostas rápidas e concretas. Eu quero ter algo em que eu possa...

- Se segurar. – Eu a interrompi. – Eu sei.

Ela desviou o olhar do meu e disse:

- Não quero mais indecisões.

Ficamos em silêncio o resto do caminho até o meu apartamento. E eu sabia que teria que conversar com o Jean sobre isso. Já chega de tantos pontos de interrogação nessa família.

...

- Vai parar com isso?

- Do que você está falando?

- Estou falando da Agnes.

- Ah. – Jean fez entendendo tudo.

Eu havia o chamado para meu quarto, precisava acabar com aquela angustia toda.

- Jean, por favor. Diga a ela.

Ele me olhou com os olhos indecifráveis e de braços cruzados. Ele estava encostado na minha janela e eu sentada na cama.

Continuamos a nos olhar em silêncio, mas foi ele que quebrou o silêncio que havia entre nós.

- Não posso fazer isso.

- Por que não? – Eu quis saber revoltada. – Ela está enchendo meu saco com isso tudo.

- Diga a ela que não quer mais ouvir nada sobre isso. – Ele me disse como se isso resolvesse algo.

- Eu não posso magoá-la como você faz.

- Eu não estou a magoando. – Ele me disse sério.

- Ah, e o que isso significa? – Eu perguntei ironicamente.

- Eu não sei o que eu sinto. – Ele disse descruzando os braços violentamente e apontando o dedo para si mesmo. – Eu não sou como você. Eu não fico dizendo pra todo mundo que os amo. Eu nem sei o que realmente estou sentido. Não sei se é amor ou se é só um embrulho que sinto quando a vejo.

- Como pode dizer isso? – Perguntei indignada.

Ele deu de ombros irritado. Então suspirei e me levantei. Fiquei em sua frente o encarando por alguns segundos antes de dizer:

- Eu sei como se sente. – Eu disse cada palavra lentamente. – Mas também não pode se torturar e fazê-la esperar.

- O que quer que eu faça? Minta pra ela? – Ele perguntou rudemente.

- Não. – Eu disse colocando a mão em seu rosto. – Só não faça isso que está fazendo. Não haja como o Ross. Você tem sentimentos, e eu sei disso.

Ele me olhou em silêncio, mas, então, balançou a cabeça positivamente.


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