Minutos depois um rapaz alto, loiro, com olhos verdes e um sorriso incrivelmente atraente entra na sala carregando duas malas gigantescas. Stefan tira os óculos e me analisa de cima a baixo com um sorriso sacana no rosto o que faz com que minhas bochechas atinjam uma coloração exagerada de vermelho.

–Stefan quanto tempo. –Rainha diz abraçando o garoto que retribui o carinho de bom grado.

–Senti saudades tia Kate. –Ele sorri. –E ai como anda esse príncipe de meia tigela? –Stefan da um aperto de mão e logo puxa Damon para um abraço másculo me fazendo sorrir.

–Nossa Stefan você mudou. –Damon disse analisando o rapaz a sua frente.

–Sete anos transforma um jovem. –Stefan sorriu e virou a cabeça na minha direção, olhando profundamente em meus olhos. –E essa deve ser a princesa Elena, certo? –Diz pegando minha mão e plantando um beijo estalado nela o que fez Damon revirar os olhos.

–Ela mesmo. –Damon pegou minha cintura me mantendo colada a seu corpo, um tanto possessivo de mais.

–É um prazer te conhecer. –Ele sorri.

–Muito obrigado. –Falo o mais formal possível.

–Bom vamos tomar um café? Garanto que Stefan está cansado e com fome. –Rainha Kate diz.

–Com muita fome. –Ele pega novamente suas malas e entrega nas mãos de Maria -nossa empregada- e depois caminhou lado a lado com Kate até o jardim de verão aonde o rei William estava sentado falando ao telefone com alguém, mas assim que nos viu desligou o celular.

–Bom dia. –Ele disse formalmente. –Stefan que honra te receber novamente em meu reino. –Sorrio apertando a mão do rapaz.

–Magina tio. –Stefan logo se sentou a mesa e colocou um pedaço de bolo na boca enquanto Maria enchia sua xícara com chá. –Então Damonzinho me diga como anda seu casamento. –Sério?Damonzinho?

Não consegui conter a risada e gargalhei alto fazendo Damon me olhar assustado e eu tentando parar de rir comecei a falar:

–Nosso casamento ta perfeito né Damonzinho? –Contive minha risada enquanto notava que as bochechas do Damon atingiam uma coloração avermelhada.

–Principalmente quando você usa aquela langeri vermelha que eu adoro né Lena? –O que? Como ele pode dizer isso? Ignorei sua resposta e abaixei minha cabeça me concentrando no pedaço de bolo na minha frente.

O Damon foi longe de mais, aonde já se viu falar uma coisa dessas na frente dos reis e ainda mais do seu primo que eu mal conheço? A ele vai me pagar pode esperar por isso querido Damonzinho.

O resto do café da manhã andou com naturalidade, todos riam e conversavam muito, menos eu que continuava quieta. Depois do café todos decidimos que iríamos passar uma tarde jogando tênis, e tenho que admitir que não gostei muito da idéia pelo fato de que eu odeio esportes.

Enquanto nos arrumávamos para a tarde na quadra de tênis um silencio reinava o quarto, não fazíamos mais brincadeirinhas ou riamos como estávamos acostumados, estava apenas silencioso, um silencio ruim de mais.

–Elena? –Damon chamou.

–O que foi? –Disse seca.

–O que ta acontecendo?

–Nada. –Fechei a cara enquanto prendia meus cabelos em um rabo-de-cavalo.

–Não minta para mim. –Ele cruzou os braços. –Foi pelo o que eu disse no café da manhã?

–O que você acha? –Revirei os olhos. –Damon nós somos casados, ok, mas não quero que as pessoas fiquem sabendo qual a cor da roupa intima que eu uso, coisa que nem você deveria saber já que nunca transamos. –Me virei para ele agora o fuzilando com os olhos.

–Desculpa Lena, mas é que você cutucou na minha ferida. –Respirou fundo. –Odeio aquele apelido.

–E eu iria saber? Nossa muito maturo da sua parte. –Ri ironicamente.

–Você quer falar de maturidade? Você ta ai toda nervosinha só por que eu falei que você usa uma langeri vermelha. –Agora foi a vez dele rir ironicamente.

–Você é ridículo. –Mostrei a língua para ele, um ato muito infantil admito.

–Criança. –Ele falou se aproximando de mim com um sorriso de canto.

–Trate de tirar esse sorriso bobo do rosto. –Fiz beiço.

–A bebê ta brabinha? –Damon disse apertando minha bochecha.

–Sai Damon. –Tentei empurrar ele de perto de mim, mas era tarde de mais o seu corpo já estava colado no meu e suas mãos percorriam minhas costas enquanto seus olhos intensamente azuis estavam presos nos meus.

Nossos rostos estavam perigosamente próximos e então sem perceber seus lábios já estavam nos meus, e sua língua pedia passagem, eu tentei resistir mas foi em vão e acabei cedendo aos seus carinhos, nossas línguas guerreavam entre si fazendo um calor estranho percorrer todo o meu corpo, quando o ar foi preciso Damon quebrou o beijo mas manteve nossas testas coladas enquanto ele me encarava com aqueles intensos olhos azuis.

–Me perdoa princesinha? –Sussurrou.

–Eu to com medo de você. –Eu ri. –Você ta perdendo Damon, assim não tem graça, vai estragar o jogo. –Fiz beiço e ele riu.

...

–Priminho continua sendo um péssimo jogador ein. –Damon gargalhou olhando para Stefan que o fuzilava do outro lado da quadra.

–Só estou enferrujado. –Stefan disse entre dentes.

–Típica desculpa de perdedores. –Damon deu de ombros gargalhando.

–Cala a boca Salvatore. –Stefan jogou a raquete no chão e saiu brabo da quadra.

–E quem irá desafiar o poderoso Damon agora? –Damon gargalhou enquanto falava de si mesmo como se ele fosse o rei do tênis.

–Por que a princesa Elena não te desafia? –Rainha Kate piscou para mim.

–Não, eu não sei jogar. –Falei arregalando os olhos enquanto Maria me entregava uma raquete.

–Claro que sabe, só que ta com medo de perder. –Damon debochou e eu arranquei a raquete da mão de Maria.

Caminhei lentamente até a quadra, passando por Damon e batendo em sua bunda, logo notei que um sorriso safado surgiu em seu rosto. Me posicionei no centro da quadra e fiz um sinal com a cabeça para que Damon arremessa-se a primeira bola, e assim ele fez e no mesmo instante eu rebati, mas foi tão fraca que não ultrapassou o meu lado da quadra. Bufei irritada esperando a próxima bola que agora veio mais fraca, rebati e Damon pegou rebatendo com o dobro da força e marcando mais um ponto. E assim foi o jogo, enquanto Damon sempre marcava três a quatro pontos eu apenas marcava um, o que me deixou extremamente irritada.Mas quando faltava pouco para acabar o jogo eu consegui reverter o placar e acabar ganhando.

–AHÁ GANHEI SALVATORE. –Disse mandando beijo para o homem que estava fazendo bico do outro lado da quadra. –Vai chorar bebê? –Imitei seu bico e depois soltei uma gargalhada gostosa.

–Eu deixei você ganhar. –Ele disse entre dentes.

–Deixou nada. –Me aproximei da rede e ele fez o mesmo. –Admite que perdeu.

–E o que eu ganho com isso? –Perguntou erguendo uma sobrancelha.

–A minha vitoria ué. –Gargalhei. –Diz ai Salvatore, eu sou a melhor jogadora de tênis de todos os tempos. –Sorri vitoriosa.

–Sorte de principiante. –Ele se aproximou mais da rede me roubando um beijo.

–Fica esperto que não é só nesse jogo que você vai perder. –Mandei um beijo para ele e assim que me virei recebi uma palmada na minha nadega esquerda.

–Ai. –Gemi baixinho e voltei a caminhar em direção a Rainha e Stefan que estavam sentados conversando e rindo sobre alguma coisa que não me interessava.

Sentei-me no chão ao lado deles e então peguei uma uva que estava em um pote sobre a toalha estendida no chão.Não demorou muito e Damon se sentou ao meu lado passando seu braço pela minha cintura.

Desde que Stefan chegou notei que Damon pareceu possessivo em relação a mim, o que é muito estranho por que não temos nada alem de um joguinho que para a falar a verdade é muito divertido.Mas parece que o Stefan desperta um lado, acho que ciumento de Damon, e isso deixa tudo ainda mais estranho, mas não dou bola, ao menos desse jeito ninguém desconfia que não estamos apaixonados.

–Parabéns Lena. –Stefan e Kate disseram sorrindo.

–Muito obrigado. –Um sorriso orgulhoso surgiu em meu rosto. –Então o que estavam conversando?

–Sobre uma festa que daremos pela vinda de Stefan. –Rainha Kate disse mexendo nos cabelos escuros que caiam em cachos sobre seus ombros.

–Festa? Nossa que legal. –Eu disse. –Que dia?

–Semana que vem, convidaremos príncipes e princesas de outros reinos. –Rainha confirmou.

–Irão convidar a Princesa Forbes? –Perguntei sobre minha melhor amiga, eu já estava com saudades daquela loirinha me perseguindo.

–Claro que vamos. –A Rainha bateu palmas.

–Ótimo então está garantido a diversão dessa festa. –Eu disse e Damon sorriu.

Nos minutos seguintes Rainha e Stefan entraram em algum assunto sobre seus parentes que eu desconhecia então decidi me perder em pensamentos enquanto analisava o grande gramado que nos cercava. Eu vivi minha vida toda em um castelo maravilhoso, eu já vi de tudo, mas nunca uma coisa tão linda quanto esse castelo, tudo nele me lembra aqueles contos de fadas bobos que as mãe costumam contar para iludir suas filhas.

–O que você está pensando? –Damon sussurrou no meu ouvido fazendo os pelos de minha nuca se arrepiarem.

–Em como tudo aqui é bonito. –Sorri boba ainda olhando em volta. Damon sorriu e depositou um beijo em meu pescoço.

–Você também é. –Ele sussurrou tão baixo que não sei se ele queria que eu ouvisse.

–O que? Um elogio de Damon Salvatore? Eu ouvi direito? –Gargalhei virando meu rosto para ele. –Ta aprendendo direitinho ein. –Sorri beijando seus lábios.

–Não elogio mais. –Fez beiço e eu revirei os olhos.

–Como você é bobo Damon. –Sorri passando as mãos pelo seu pescoço enquanto sentia suas mãos quentes traçando o contorno da minha cintura.Damon sorriu e aproximou seu rosto do meu, e quando seus lábios iriam se colar nos meus, Stefan nos chamou fazendo com que o sorriso de Damon se transformasse em uma careta o que me fez rir.

– Damon, tenho uma surpresa para você nessa festa. – Stefan disse olhando um tanto malicioso para ele.

– Vai se declarar pra mim? Não precisa já sei o quanto você me ama e me quer. – Falou Damon soltando uma gargalhada.

– Seu gay. – falou Stefan fazendo uma cara de nojo e rindo em seguida – Não, trarei alguém especial, nem adianta perguntar quem, vai descobrir só na hora.

– Mal posso esperar. – Como assim “alguém especial”? Uma mulher? Uma ex?

– Bom, vamos todos entrando para nos arrumar, daqui a pouco será servido o jantar. – Falou rainha Kate, e todos obedeceram. Subi para o quarto com Damon ao meu lado, troquei de roupa e eu realmente me senti apresentável, o silencio novamente reinava no quarto e Damon novamente o quebrou.

– O que achou do Stefan? – Perguntou sério.

– Parece ser uma boa pessoa. – Falei arrumando meu cabelo.

– Ele não tira os olhos de você – Ele estava me olhando bastante mesmo, talvez esteja vendo se aprova a esposa do melhor amigo.

– Tá com ciuminhos? – Falei o provocando – Ciúmes é sinal de que está se apaixonando.

– Não to com ciúmes. – Falou bravo – Só estou dizendo o que eu vi. – Completou.

– Sei, não precisa ter medo, ele não faz o meu tipo. –Respirei fundo. – Na verdade faz, loiro, alto, olhos verdes, o príncipe dos meus sonhos. –Sorri indo em direção a Damon e passando um de meus braços em sua cintura. – Vamos descendo? – falei dando um beijo em sua bochecha rosada e me direcionando a porta, desci as escadas lentamente, andei até a sala de jantar e todos já estavam sentados nos esperando. Stefan estava me secando, me olhando da cabeça aos pés, eu me senti tão desconfortável com aquele olhar que quase tropecei, por sorte Damon me segurou.

– Você está magnífica Elena. – Stefan disse com um sorriso galanteador no rosto.

– Obrigada – falei dando um sorriso tímido. Um silencio absurdo reinou o resto do jantar, às vezes Rainha Kate o quebrava com assuntos da festa de boas vindas do Stefan. O Jantar se passou rápido e enquanto Damon conversava com o Rei sobre assuntos que não me interessava, me direcionei a sala, Stefan estava lá assistindo algum canal sobre animais pude ver lágrimas escorrendo em seus olhos, me sentei ao seu lado preocupada.

– Stefan, você está bem? – Perguntei tentando entender o motivos de tantas lágrimas.

– Eu não posso falar, você vai me achar um idiota. – Falou entre soluços.

– Claro que não, pode se abrir comigo. – Falei calma, ainda sem entender nada.

– É que, estão falando dos pandas extintos. – Falou chorando mais ainda. – Você tem noção de quantos pandas morrem por dia Elena? É um absurdo. – Stefan despencou a chorar, e eu já não sabia se ria ou me preocupava com seu estado mental.

– Stefan, você está chorando por isso? – Falei ainda segurando o riso.

– Claro Elena, não existe criaturas mais lindas do que essa, eu me recuso a acreditar que existem pessoas capazes de matar esses animais.– Falou tentando enxugar as lagrimas.

– Ei, o que ta acontecendo aqui? – Perguntou Damon me salvando daquela frescura toda.

– Nada demais. – falei rápida.

– Porque está chorando Stefan? – Damon perguntou preocupado, olhando pra mim como se eu fosse culpada por todas aquelas lagrimas.

– Não, não pergunta. – Falei me levantando do sofá.Me recuso a ouvir toda a história dos pandas novamente. – Depois não diga que eu não avisei.– Falei me virando até o bar que havia atrás de nós, precisava beber algo.

– Damon, você sabia que Pandas podem entrar na lista de extinção? Tudo isso porque pessoas querem seus pelos para fazer tapetes e roupas, isso é um absurdo a porcentagem de assassinatos de pandas é gigantesca.– Falou Stefan caindo no choro novamente

– Querem bebida? – Falei e os dois negaram, sai da sala e me encaminhei até o quarto mas antes pude ouvir.

– Qual o problema dela? – Perguntou Damon.

– Acho que ela não gosta de Pandas. – Disse Stefan, não pude evitar soltar uma gargalhada alta rumo ao meu quarto.

Abri a porta do meu quarto e me joguei na cama olhando para o teto. O que foi isso que aconteceu há minutos atrás? Que papo estranho aquele do Stefan? Balancei a cabeça negativamente tentando apagar de minha mente aquela conversa sem nexo que tive há minutos atrás. Levantei da minha cama e coloquei uma camisola de Garfield que eu amava. Logo depois peguei um dos meus cremes e comecei a passar pelo meu corpo, sentindo o cheiro gostoso de baunilha se espalhar pelo ar.

–Que papo esquisito aquele do... –Damon parou de falar e em seguida soltou uma gargalhada alta. –Que camisola é essa Elena? –Damon tentou conter a gargalhada mas foi em vão assim que a mesma saiu como um grito de sua boca.

–Ué, uma camisola. –Dei de ombros voltando a passar o creme em minhas pernas. –Não gostou Damonzinho? Logo hoje que eu iria deixar você tira-la de mim. –Fiz um beiço e pisquei para o rapaz imóvel na minha frente.

–Seria uma honra tirar esse pedaço de pano do seu corpo. –Um sorriso malicioso tomou conta de seu rosto me fazendo sorrir junto.

–Que pena, mas você riu do meu Garfield então ele continuara em meu corpo. –Sorri fechando a tampa do creme. –Sabe, eu se fosse você pensaria duas vezes antes de falar da minha camisola. –Disse erguendo uma das pontas da mesma. –Ou nunca verá o que tem embaixo dela. –Vi o queixo de Damon cair e no mesmo instante comecei a gargalhar.

Me joguei na cama e abri meu livro, Damon continuava imóvel na porta do quarto. Sorri e assoviei para ele que virou seu rosto em minha direção.

–Não vai deitar não? –Passei minha mão sobre o travesseiro que estava ao meu lado e no mesmo instante o moreno começou a tirar a camiseta e as calças ficando apenas de boxer, mordi meu lábio e voltei minha atenção para o livro antes que eu fizesse alguma besteira.