Damas Grifinórias escrita por Madame Baggio


Capítulo 7
Maçã Envenenada


Notas iniciais do capítulo

Ola, queridos e queridas!

Mais uma vez obrigada por todos os reviews maravilhosos que eu continuo recebendo! Vocês são incríveis!

La vamos nós com mais um capítulo!



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Três semanas se passaram de forma tranqüila. A escola estava estranhamente pacífica, o que deixava os alunos com medo. Quando os Marotos ou as Damas passavam tempo demais em silêncio era sinal para começar a se preocupar.

Logo veio mais um jogo da Grifinória, dessa vez contra a Sonserina. A situação da Lufa-Lufa havia ficado complicada com a expulsão de Amos. Não que qualquer Grifinório desse a mínima para isso.

As Damas estavam nos vestiários com sempre antes de um jogo. Dessa vez todos os jogadores estavam la, incluindo Sirius.

-Resolveu pedir a benção hoje, Black? –Olivia provocou.

-Eu vim pedir um beijo de boa sorte para a Carter. –Sirius provocou, cheio de ironia.

-De mim? –Nora falou fingindo surpresa –Eu achei que levando tudo em conta você ia querer um beijo da Lily. –ela provocou, um brilho cruel nos olhos.

-Levando o que em conta? –James quis saber.

-Nada que seja da sua conta, Potter. –Lily cortou.

O olhar que elas lançaram a Sirius dizia tudo. Elas acabavam de descobrir que James não sabia do ocorrido e que elas não teriam problema nenhum em usar isso contra Sirius mais tarde...

XxX

A vitória Grifinória foi difícil, mas a comemoração veio a altura. O castelo inteiro tremeu quando a torcida vencedora entrou vinda dos campos, comemorando e gritando.

As Damas haviam ficado um pouco mais para trás. Elas nunca se misturavam.

Já estava começando a esfriar e um incômodo vento cortava o ar, fazendo elas andarem mais próximas e apertarem mais o casaco contra o corpo.

-Eu vou indo. –Olivia falou ao entrar no castelo –Eu sei de uma cobra que vai estar precisando de consolo agora.

As meninas riram.

-Vai la Encantadora de Serpentes. –Nora gritou para Olivia enquanto ela se afastava.

-Com licença senhoritas. –Thomas Klein, o artilheiro do time se aproximou delas e se curvou elegantemente.

-Diga o que desejas, nobre cavalheiro. –Marizza falou rindo.

-Eu desejo roubar uma certa morena para ir dar uma volta comigo. –ele falou lançando um sorriso a Paloma.

Paloma adorava o sorriso de Thomas, para não falar em todo o resto é claro. Ele era magro, já que tinha que ser leve por sua posição no time. Tinha os cabelos da cor de cobre, rebeldes e um tanto longos. O brilho de inocência em seus olhos e sua cara de menino novo eram seus maiores atrativos na opinião de Paloma.

-Fique a vontade. –Paloma falou sorrindo.

Ele pegou a mão de Paloma e os dois saíram caminhando juntos.

-Juízo, crianças. –Lily lembrou.

-Sempre, madame Monitora. –Thomas respondeu por sobre seu ombro.

-Nós vamos para a festa na sala comunal? –Olivia perguntou as outras.

-Vamos sim. –Lily respondeu –Eu só tenho que passar num lugar antes e daí eu encontro vocês la.

As duas amigas concordaram e foram na direção da sala comunal Grifinória, enquanto Lily virou num dos corredores e desapareceu.

A ruiva foi até a sala dos monitores e recolheu a ficha de dois Marotos. Sirius e James. Ela queria saber quanta força elas teriam que fazer se resolvessem expulsá-los da escola delas.

Passados trinta minutos ela viu que não seria tão difícil se elas conseguissem que eles fossem pegos no ato fazendo alguma coisa errada. Provavelmente o mesmo se aplicava a algumas das amigas dela: Nora e Paloma.

Ela deixou a sala de monitoria e se encaminhou para a torre Grifinória.

Ela mais sentiu do que exatamente viu a pessoa atrás dela, mas não teve tempo de reagir. Quando sacou sua varinha seu atacante já havia se adiantado e a prendera contra uma parede e seu corpo.

-Perdida pela escola, Evans? –James falou com um sorriso provocativo.

-Potter, que surpresa agradável. –Lily falou irônica –A que devo o prazer?

Lily estava parecendo calma por fora, mas sua mente trabalhava a mil analisando a situação. Sua varinha estava caída no chão, alguns passos a frente. James tinha os braços dela presos contra a parede, acima da cabeça e usava seu corpo para manter o dela preso também. Usar força estava totalmente fora de cogitação.

-Eu apenas vim lembrá-la do nosso pequeno acordo. –ele falou com um sorriso cafajeste.

Lily arqueou a sobrancelha.

-E que acordo seria esse?

-O de que você me daria qualquer coisa se eu vencesse a Taça de Quadribol esse ano. –ele falou calmo.

-O que se eu não me engano ainda não aconteceu. –Lily lembrou tranqüila.

-Não de fato. –James concordou tranqüilamente –Mas eu estava pensando...

-Que raridade... –Lily falou irônica.

James continuou, ignorando a interrupção.

-Que você talvez poderia me dar um estimulo adicional para vencer as partidas restantes.

Lily riu.

-Você é hilário mesmo, Potter. Olha, eu não sei o que te deixa tão estúpido, mas realmente funciona...

James se aproximou mais dela, deixando seus rostos bem próximos.

-Pra que lutar tanto, Evans? –ele perguntou –Sua rendição seria mais proveitosa para nós dois.

-A minha? –ela riu –Eu nunca me rendo, Potter. Você já devia ter aprendido isso a essa altura.

-Nunca? Eu duvido muito. –ele falou arrogante –Você por acaso não se rendeu ao Malfoy? –ele provocou.

-Outra coisa completamente diferente. –ela falou fazendo pouco caso –Mas... –os olhos dela brilharam com malicia –Se você quiser nós podemos brincar do mesmo jeito que eu brincava com o Malfoy... –ela falou se aproximando de forma provocativa –Você ajoelha e implora.

Um brilho de fúria passou pelos olhos de James.

-Eu nunca imploro Evans.

-Nunca? –foi a vez dela de ser irônica –O que você esta fazendo agora mesmo se não implorar Potter? –ela provocou –Mas não se preocupe. Pode implorar a vontade. Eu adoro ver você se arrastando.

James se afastou bruscamente da ruiva.

-Você devia medir suas palavras, Evans. Você nunca sabe onde elas podem te levar. –ele ameaçou.

-Ai que você se engana, Potter. –ela falou tranqüila –Eu sei muito bem onde elas me levam, especialmente com tipos como o seu. Seu amigo Black já fez a delicadeza de me mostrar.

-Do que você esta falando? –James exigiu.

-Aparentemente ele não te contou... –ela falou maldosa –Bom, pergunte a ele. Eu não vou querer tirar o prazer dele. –ela riu, abaixou-se e pegou sua varinha –Tenha um bom dia, Potter. –ela falou seguindo pelo corredor.

James viu Lily sumir, sentindo-se extremamente confuso. Do que ela estaria falando?

XxX

Olivia caminhou pelos corredores, procurando por Rabastan. Imaginava quanto irritado ele deveria estar. Dependendo da irritação dele ela viraria e voltaria. Rabastan as vezes era assustador quando queria.

Ela foi repentinamente puxada para uma sala.

-Eu odeio quando você faz isso. –ela reclamou assim que se viu frente a frente com os olhos verdes e ameaçadores.

-Como se eu me importasse. –ele falou frio.

Olivia suspirou. Ele estava de extremo mau humor. Ela que não ia ficar agüentando isso.

-Aparentemente foi um engano ter vindo aqui falar com você. –ela falou com voz entediada –Eu te vejo depois. –ela declarou passando por ele.

Rabastan segurou o braço dela, impedindo-a de sair.

-Você não veio aqui para conversar e sabe muito bem disso. –ele falou de forma arrogante.

-Se você esta querendo me irritar Rabastan saiba que já conseguiu. E se eu fosse você eu parava agora. –ela avisou, ameaçadora.

-Sempre tão perigosa, Olivia... –ele falou com um sorriso debochado –Queria saber se suas amiguinhas sabem dessa sua veia cruel...

-Eu sou uma Dama não sou? –ela desafiou, erguendo o queixo.

-Ah, mas eu não estou falando de maldades infantis feitas nessa escola. Eu estou falando da crueldade que vai fazer você seguir o Lorde das Trevas ao meu lado.

-Eu já falei que não vou me juntar a ele. –Olivia retrucou agressiva –Você já devia ter entendido isso a essa altura.

-Você havia dito que iria. –Rabastan lembrou-a.

-Eu disse isso há anos, Rabastan! E naquela época mesmo eu já havia dito que não iria mais! –ela retrucou já exasperada.

-E você acha que é fácil assim? –ele debochou –Você tinha se disposto, Olivia, você ficou sabendo de coisas...

-Coisas que eu nunca contei pra ninguém! –Olivia lembrou-o –E nem pretendo contar nunca!

-Porque você é esperta o bastante para ficar quieta. –Rabastan debochou.

-Eu não vou ficar aqui discutindo com você. –Olivia avisou dirigindo-se para a porta mais uma vez.

-Entregue alguém em seu lugar.

Olivia parou a meio caminho de sair da sala.

-O que você disse? –ela perguntou interessada.

-Se você convencer alguém interessante a entrar nós podemos deixar você em paz. –Rabastan falou tranqüilo –Mas tem que ser alguém que sirva pra algo mais do que fazer volume. Por exemplo a sua amiga sangue-puro...

-Deixe a Paloma fora disso. –Olivia avisou –Minhas amigas nunca se juntariam alguém da laia de vocês.

Rabastan riu tranqüilo.

-O que seja... Então alguém interessante.

-Mas quem?

-Eu sei que você pode pensar em alguém minha querida. –ele falou andando na direção dela –Bote essa sua cabecinha cruel para pensar. Como você fez no dia em que deu a vitória para a Sonserina...

Olivia tirou a mão dele que acariciava seu rosto.

-Eu fiz aquilo só pra acabar com o Diggory. Não pela Sonserina, porque saiba você que o dia que eu achar um jeito eu destruo sua casa inteirinha. –ela ameaçou por entre os dentes.

Ela deu as costas para ele e saiu andando.

-Toda Dama Grifinória adora um Lorde Sonserino, Olivia. (n/a: peguei emprestada, Knut Slytherin. Valeu ) –Rabastan gritou para ela, de forma arrogante –Você vai voltar.

Olivia andou pelo corredor enfurecida. Ela se livrara do controle dos pais e não seria um homem quem a iria controlar agora. Ninguém mandava nela. Ela fazia o que queria. E por isso mesmo ela jogaria alguém no braço dos Comensais e se livraria para sempre da corja sonserina com quem ela se metera uma vez em seu quarto ano...

XxX

-Thomas, me larga! –Paloma falou rindo –Eu quero ir pra festa agora.

-Mais quinze minutinhos... –ele pediu manhoso tentando beijá-la mais uma vez.

-Eu te dei quinze minutinhos há quarenta minutos atrás e olha só no que deu. –ela falou rindo. Ela afastou-se do garoto e começou a abotoar a camisa que estivera usando antes.

-Você gosta de me maltratar, Paloma. –Thomas falou com um sorriso divertido, também vestindo a própria camiseta –Bem que você podia aceitar logo namorar comigo...

Paloma riu.

-Já falei que não. Eu vou enjoar de você se nós namorarmos e eu não quero isso.

-Como você sabe que vai enjoar de mim? –ele perguntou se aproximando e abraçando-a pela cintura.

-Porque eu sei. –ela respondeu simplesmente, dando um selinho nele –Além do mais eu gosto desse nosso arranjo...

-Ah claro você só quer abusar desse meu corpinho... –Thomas provocou, espalhando beijos pelo rosto de Paloma.

-Quero mesmo. –ela riu abraçando-se ao pescoço dele e o beijando.

A porta da sala abriu-se de repente, surpreendendo os dois. Era o professor Dimitri.

-Senhores, eu sei que a paixão é demais, mas que tal se segurarem? –ele pediu tranqüilo –Isso é contra as regras da escola e você, senhorita Parker, já esta bem encrencada para ser pega numa situação dessas.

-Eu sei professor... –Paloma falou com um sorriso matreiro- Nós já estávamos de saída, né Thomas?

-Fale por você. –o rapaz provocou maldoso –Eu estava pretendendo te reter por mais uns quinze minutinhos...

Paloma da um tapa no braço de Thomas.

-Ignore-o. –ela falou para Dimitri.

O professor revirou os olhos.

-Que seja. Saiam daqui antes que eu resolva dedurá-los.

-Deixa com a gente, professor. –Thomas oferece o braço para Paloma –Vamos minha Dama?

-Com certeza, milorde. –Paloma concordou rindo –Até mais Dimitri! –ela gritou por sobre o ombro.

-Olha o respeito, Paloma! –Dimitri avisou, mas não conseguiu conter um sorriso.

Aquela menina era tão impossivel quanto seu primo e os amigos...

XxX

Sirius soubera no momento em que vira James entrar na sala comunal, onde acontecia a festa da vitória Grifinória, que algo não estava certo. O amigo tinha aquela expressão de raiva controlada que enganava a todos, menos a Sirius. Ele sabia o que isso queria dizer e sabia que quem quer que tivesse irritado James ia sofrer muito. Ele só começou a se preocupar de verdade quando o olhar do amigo virou-se na direção dele e James pareceu travar o maxilar. O que quer que tivesse acontecido era com Sirius que James estava furioso.

Sem perceber o olhar de Sirius varreu a sala e se fixou sem Lily, que estava a um canto conversando com algum garoto que ele não lembrava o nome. Como se sentisse o olhar do moreno sobre si, Lily olhou na direção de Sirius e depois olhou na direção de James. Ela deve ter lido a expressão do maroto, porque ela apenas deu um sorriso satisfeito e fez um gesto de brinde na direção de Sirius.

Se Sirius tivesse dois minutos antes de James alcança-lo ele teria usado para matar Lily. Ela tinha contado para James. Isso era óbvio.

-Podemos conversar no dormitório um minuto, Sirius? –James pediu.

Apesar do tom calma de James Sirius sabia que estava com problemas pelo brilho nos olhos do amigo. Ele parecia a ponto de querer matar alguém.

-Vamos. –Sirius concordou, tentando se manter calmo também. Vai que os cervos também consigam farejar medo...

Os dois amigos seguiram em silencio até o dormitório masculino. Sirius entrou primeiro. James entrou calmamente em seguida e fechou a porta.

-E então? –Sirius quis saber –O que foi?

-Eu esperava que você me contasse. –James falou com os olhos brilhando de fúria.

-Eu não sei do que você esta falando. –Sirius falou dando de ombros casualmente.

-Essa é a questão, Sirius. –James falou, sua voz já soando ameaçadora –Eu também não sei, mas aparentemente aconteceu algo entre você e a Evans e eu adoraria que meu amigo tivesse a bondade de me contar o que foi.

-O que aquela la falou pra você? –Sirius quis saber.

-Ah então realmente há algo a ser contado... –James falou irônico –Só resta saber o que!

-Ela não te contou? –Sirius perguntou surpreso.

-Não. Disse que não ia tirar o seu prazer contando para mim.

Sirius amaldiçoou Lily em sua cabeça. A jogada da ruiva fora, como sempre, genial. Se ela contasse pessoalmente para James não teria o mesmo efeito. James se dificilmente se enfurecia, mas quando acontecia era uma explosão de minuto e que durava um minuto.

Se ela tivesse contado para James até ele chegar a Sirius ele já teria se acalmado, mas se ela apenas deixasse James curioso e o fizesse ir atrás de Sirius...

-Você sabe por que ela fez isso não é? Ela quer nos fazer brigar. –Sirius lembrou.

-Eu sei perfeitamente disso Sirius. O que não muda o fato de que você não me contou alguma coisa. –James falou já impaciente.

Sirius suspirou. Não tinha como escapar.

-Eu beijei a Evans. –Sirius falou direto ao ponto.

James arqueou a sobrancelha.

-Como? –ele pediu, estranhamente calmo.

-Eu beijei a Evans. –Sirius repetiu tranqüilo –Há umas semanas atrás. No corredor que...

A confissão de Sirius foi interrompida quando James acertou um forte soco no queixo do amigo. Sirius acabou caindo no chão com a força do golpe. Ele não sabia que o amigo podia bater com tanta força.

-Caralho, James! –Sirius gritou, com a mão no queixo –Você esta louco? Acho que você deslocou meu queixo!

-E você beijou a Evans! –James gritou de volta –E NÃO ME CONTOU!

-Pra você fazer isso? –Sirius falou irônico, apontando para o próprio queixo –Não obrigado.

James partiu para cima do amigo antes que esse conseguisse se defender e acertou-lhe mais um murro.

-Puta que pariu, James! –Sirius falou irritado, seu nariz estava sangrando agora –Ta satisfeito?

-Agora eu estou. –James falou se jogando tranqüilamente na própria cama.

Sirius olhou para o amigo e arqueou a sobrancelha.

-Só isso? –ele perguntou desconfiado.

-Como você mesmo disse, Sirius, elas querem que nós briguemos, mas eu não estou desejando dar nada que a Evans queira. –James falou dando de ombros –Além do mais... –ele completou com um sorriso maldoso –Eu quero saber os detalhes e como ela é...

Sirius deu um sorriso malicioso.

-Ela não faz meu tipo, mas ela é um incêndio...

XxX

Na manhã seguinte as Damas estavam sentadas a mesa do café.

-Quantas calorias vocês acham que tem um suco de abóbora? –Marizza perguntou analisando o próprio copo.

-O suficiente. –Nora cortou –E você vai beber mesmo assim.

Marizza bufou.

-Odeio ser tratada como criança.

-Então não haja como uma. –Lily falou tranqüila, folheando o Profeta Diário.

-O que você tem Olivia? –Paloma perguntou olhando a outra morena –Você parece pensativa.

-Nada de sério. –Olivia falou dando de ombros –Eu só estava pensando em algumas coisas que eu tenho que fazer, cartas a mandar...

Os Marotos entraram no salão principal rindo alto e conversando. Sirius e James pareciam particularmente animados.

Lily arqueou a sobrancelha.

-Desgraçado. –ela resmungou antes de voltar a ler seu jornal.

-Aparentemente a idéia de vocês não deu certo. –Paloma comentou tranqüila.

-Não tem problema. –Olivia deu de ombros –Essa era só a entrada. E nós também nos esquecemos que eles são espertos de vez em quando. Eles provavelmente entenderam qual era a idéia.

-Que seja. Eles não vão estar sorrindo logo logo. –Nora falou com um sorriso.

-Por falar nisso... –Olivia olhou rapidamente para os Marotos –Acho que é um bom momento pra você agradar o Remus, Lily.

A ruiva olhou para Olivia e arqueou a sobrancelha.

-Verdade. Eles podem estar planejando um troco pra gente. –Marizza concordou –Se você deixar o Lupin feliz ele segura os Marotos para a gente.

-Vocês sabem que isso não vai adiantar muito se o Potter e o Black contaram a ele o que aconteceu. –Lily lembrou.

-Vale tentar. –Olivia falou dando de ombros –Não precisa ser por muito tempo. Só até amanhã a noite.

Lily pareceu pensativa.

-Já estamos na lua cheia? –ela perguntou de repente.

-Hoje é a primeira noite. –Paloma confirmou.

-Hum... –Lily sorriu de canto de lábio.

-Acho que hoje o Lupin vai estar um pouquinho mais selvagem... –Nora comentou maldosa.

-Ele esta mesmo parecendo um pouquinho pálido... –Marizza comentou distraída.

-Eu não me incomodaria de experimentar o lobinho... –Paloma falou com um sorriso malicioso.

-Eu te garanto que faz um tempo que tem um lobo naquele garoto. –Lily falou sorrindo –Mesmo quando ele ainda era um menino bonzinho, tinha horas que ele era bem...

-Selvagem? –Nora sugeriu.

-Por ai.

As meninas riram.

-Vai gastar uns hormônios com o Lupin, Lily? –Paloma perguntou incrédula.

-Não. –Lily afirmou tranqüila –Duvido que ele toparia de qualquer jeito. Mas eu admito que eu estou precisando me encontrar com algum garoto. Desde o Malfoy eu não fiquei com mais ninguém...

-O que houve? Os moleques ficaram com medo de cair na boca do povo? –Nora provocou.

-Muito pelo contrário. –Lily afirmou zombeteira –A procura cresceu absurdamente. Acho que existem vários meninos por ai que adorariam serem "humilhados" por uma de nós. Por isso eu os achei ridículos de mais e dispensei todos.

As garotas riram.

-Cuidado, ruiva. –Olivia admitiu –Se ficar muito na vontade vai acabar fazendo besteira.

-Pouco provável. –Lily respondeu tranqüila –Não existe ninguém nessa escola que seja homem pra tanto.

XxX

Lily olhou para o relógio. Já eram seis da tarde, o que significava que devia começar a se arrumar para ir a sala dos monitores. A reunião semanal começaria as seis e trinta e ela não queria se atrasar. Ela levantou-se da cadeira que ocupava na biblioteca e começou a recolher os materiais que deixara jogados sobre a mesa.

-Sozinha de novo, Evans? –a voz quente murmurou em sua orelha –Desse jeito eu vou começar a achar que você esta querendo me tentar a te agarrar.

Os lábios de James roçaram na orelha de Lily. O corpo forte dele estava atrás dela, seu peito largo contra as costas da ruiva e seu peso a pressionando contra a mesa. Ele postara uma mão de cada lado dela, se apoiando na mesa e impedindo-a de sair.

O cheiro dele inundou o ar em volta de Lily. Ela nunca tinha reparado antes, mas James usava algum perfume. Ela não sabia dizer o nome, mas acabara de se tornar o preferido dela. Tinha um aroma de homem.

-E eu vou começar a achar que você quer se por em problemas, Potter. Você esta abusando da sua sorte, me assediando assim. –ela falou o mais calma que pôde.

-Preferia que fosse outra pessoa? –ele provocou, sem se afastar nem um centímetro. Na verdade ele pressionou-a mais contra a mesa. O quadril dele estava encaixado ao dela. Ele usou o peso do próprio tronco para fazê-la se inclinar e Lily teve que apoiar as mãos na mesa para não cair –Um sonserino? Ou talvez o Sirius?

-Ah o Black te contou que nós brincamos um pouco? –ela perguntou maldosa –Ele te disse os detalhes?

-Ele disse que você foi um tanto decepcionante. –James provocou.

-Ele também não foi la essas coisas... –Lily falou com desprezo –Na verdade o Malfoy era muito melhor.

-Aposto que eu consigo fazer você esquecer todos os outros. –James murmurou contra o pescoço dela, enquanto deixava seus lábios vagarem ali.

Aquilo estava se mostrando uma tortura cruel para Lily. Ela podia desprezar James, mas ela não negava que ele era atraente. E ela estava sentindo falta daquilo. De um homem. Isso não ia acabar bem. Ela tinha que sair daquela situação o mais rápido possível.

Ela respirou fundo, antes de tomar uma decisão. Ela precisava distraí-lo por um minuto. Ela sabia que a bibliotecária mal-amada devia estar por ali. Um pequeno escândalo da parte dela seria o bastante para atraí-la para la e para por James em grandes problemas. Ela só teria que fazer parecer que ele a estava forçando mais do que realmente estava.

Foi necessário um pequeno esforço da parte dela, mas ela conseguiu virar-se e ficar de frente para James.

-Eu aposto que não consegue. –ela desafiou antes de levantar os olhos e encarar James.

Mas algo não estava certo. Ela já tinha encarado James mais de uma vez durante discussões, mas o que ela sentiu naquele momento fora totalmente novo. Quando seus olhos se encontraram com os dele o ar travou em sua garganta. A atmosfera em volta deles parecia carregada de energia e de magnetismo. Ela não sabia que inferno era aquilo, mas ela não estava gostando nada disso.

James se viu totalmente preso nos olhos de Lily. Ele sabia que ela tinha olhos que pareciam duas pedras preciosas, mas o brilho turvo que eles tinham agora era novo para ele. Lily estava corada, será que ela sabia? Será que era uma jogada dela? Alguém conseguia corar voluntariamente? E mesmo que não conseguisse, ela estava corada do que?

Seus olhar caiu imediatamente sobre os lábios dela, entreabertos e ressaltados por gloss. Aquilo era tortura clara. A intensidade de seu desejo o assustou tanto que ele recuou instintivamente, afastando-se alguns passos dela.

Eles se fitaram em silêncio por mais alguns segundos, antes de James dar as costas a Lily e sair dali. A ruiva caiu pesadamente em uma cadeira. Que raios havia sido aquilo?

XxX

-Se ninguém tem mais nada a acrescentar acho que nós podemos terminar a reunião por hoje. –Lily falou sorrindo docemente para os outros monitores –Boa noite.

Pouco a pouco os outros monitores foram saindo, até que apenas Lily e Remus restaram ali. Lily analisou o maroto de longe. Ele não estava nada bem. Ela conseguira terminar a reunião em tempo recorde. Por sorte todos os monitores estavam la dez minutos antes e ela conseguira conduzir uma reunião de apenas quarenta minutos. Se isso tudo tivesse durado mais tempo Remus poderia ter desmaiado ali. Ou talvez outra coisa pior pudesse ter acontecido.

-Você esta bem, Remus? –Lily perguntou se aproximando calmamente.

-Estou sim, Lily. –ele respondeu ofegante –Deve ter sido apenas alguma coisa que eu comi. É melhor eu ir até a enfermaria.

Lily se pôs no caminho dele.

-Você se esforça demais, Remus. –ela falou tranqüila, levando a mão a gravata dele e arrumando-a –Uma pessoa com a sua condição não deveria se preocupar com coisas corriqueiras como a reunião dos monitores.

Remus tirou a mão de Lily de sua gravata na hora. Seu olhar adquiriu um brilho frio. Lily sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas ignorou a sensação.

-Se você esta querendo me fazer algum tipo de ameaça, Lily... –ele começou e sua voz era tão ameaçadora quanto seu olhar.

-Eu não quero nada, Remus. –Lily falou tranqüila –Eu garanto que eu sei disso há mais tempo do que você imagina.

-E por que trazer isso a tona agora? –ele perguntou desconfiado.

-Por motivo nenhum. –ela deu de ombros –Eu não me importo muito com o fato do que você é. Fora, é claro, o fato de que você é um bom colega e monitor.

-Colega e monitor... –Remus repetiu com certa ironia –Nós somos apenas isso agora não é?

-Você queria o que, Remus? Que fossemos amigos ainda? –Lily perguntou irônica –Não nesse mundo. Agora não da mais.

Remus suspirou.

-Aparentemente você tem razão.

-Eu só quero que você se cuide. –ela assegurou arrumando a gola da camisa dele –E que se comporte.

-Eu sempre me comporto. –ele falou com um sorriso maroto.

-Sei...

Lily se afastou e se encaminhou para a porta.

-Lily! –Remus chamou, antes que ela saísse. A ruiva parou e se virou para encará-lo –Eu não espero que você se lembre, mas amanhã...

-Nós estaríamos fazendo três anos de namoro se ainda estivéssemos juntos. –ela falou sorrindo –Eu nunca esqueceria.

Ela colocou a mão no bolso de sua capa e tirou algo pequeno enrolado em um pedaço de pano azul marinho.

-Eu estive nos Estados Unidos nessas férias. –Lily falou se aproximando dele –E la eu conheci uma pequena tribo de nativos que ainda sobrevivia. Eles acreditam que cada animal representa uma pessoa e que há um significado por trás de cada animal. Eu comprei isso pra você. –ela falou oferecendo o embrulho a Remus.

Ele pegou com cuidado o pano e desenrolou o que estava dentro dele. Havia ali um pedaço de madeira esculpido com a forma de um lobo e amarrado a um cordão negro.

-Para esses nativos o Lobo é significado de amor dedicado. –ela falou pegando o cordão na mão –Ele também é conhecido como o Totem Guardião e dá exemplo de perseverança e lealdade para com os amigos. –Lily colocou o cordão em Remus –Me lembrou de você em mais de um sentindo. –ela completou com um sorriso.

Remus segurou a figura de madeira e olhou-a longamente.

-Muito obrigado, Lily. –ele falou sincero –Eu também tenho algo pra você. –ele admitiu tirando um pequeno embrulho do bolso da calça.

Lily aceitou e abriu cuidadosamente o papel que envolvia seu presente. Era uma fivela de cabelo, no formato de uma libélula.

-Você ainda gosta de libélulas? –Remus perguntou sorrindo.

-São minhas preferidas. –Lily falou sorrindo –Adorei de verdade, Remus.

-Que bom. –ele sorriu.

-É melhor eu ir indo. E você também. –ela falou sorrindo –Se cuida, Remus.

-Sempre. –ele prometeu.

Lily ficou na ponta dos pés e deu um leve beijo nos lábios de Remus.

-Até mais, Lobinho.

Lily saiu da sala deixando Remus para trás. Ela apertou a libélula contra o peito. Sabia que aquela seria a última vez que Remus a trataria com tanto respeito. Depois do que aconteceria na noite seguinte ele certamente passaria a desprezá-la...

XxX

Remus tinha que voltar para a sala comunal antes de ir para a Casa dos Gritos. Ele ficara de se encontrar com a Professora Minerva ali antes de ir para a Ala Hospitalar e de la ir para o lugar onde passaria por sua transformação. Ele odiava todas essas coisas, todos esses procedimentos. Ele odiava dar trabalho a todos. Ele achava que o Diretor Dumbledore se arriscava demais por ele. Se os pais dos outros alunos descobrissem que havia um lobisomem entre seus filhos, eles certamente ficariam furiosos.

Remus entrou na sala comunal que estava totalmente deserta. Ele esperava que a professora não demorasse muito. A transformação geralmente começava quando a lua já estava mais alta no céu, mas mesmo assim ele não gostava de ficar andando no meio dos outros alunos quando já tinha anoitecido.

Ele se aproximou de uma das mesas de estudo. Aparentemente alguém esquecera seus livros ali. Havia um tinteiro e uma pena roxa. Uma garota. Ele tirou os livros, vendo que eram todos de matérias do sétimo ano, até que encontrou um caderno. Na capa estava as iniciais M.R.

Ele ouviu passos vindo do dormitório feminino. Ele se afastou para um canto mais escuro, apenas para ver quem estava vindo. Logo Marizza apareceu ao pé da escada. Ela provavelmente acabara de sair do banho. Ela tinha os cabelos molhados e o perfume de morangos dela viajou até os sentidos sensíveis de Remus. Ela usava um short jeans particularmente curto e uma camisa de flanela xadrez que ficava enorme nela, quase cobrindo o short. Ela estava amassando os cabelos suavemente com as mãos. Coisas de garota, Remus imaginou...

Ela parou diante da mesa e começou a recolher os livros. Foi quando Remus saiu do lugar em que estava escondido e parou diante dela.

-Boa noite, Rogers.

Marizza pulou, alarmada.

-Lupin! –ela falou com a mão sobre o peito –Que susto! Pra que chegar assim sem fazer barulho como se fosse um fantasma?

-Talvez eu pise macio como um lobo. –ele sugeriu.

Marizza deu um sorriso divertido.

-Essa é a mais provável. Agora por falar em lobo porque você não esta la fora uivando para as estrelas?

Remus revirou os olhos.

-Com medo, Rogers?

-Eu? De você? Sinto decepcionar, Lupin, você não me inspira muito medo. –ela falou dando de ombros.

Foi quando ela percebeu que ele a olhava de forma intensa.

-O que foi? –ela perguntou incomodada.

-Nada. –ele deu um sorriso maroto –É que é a primeira vez em anos que eu te vejo sem maquiagem e sem estar com o cabelo todo arrumado. Eu estava estranhando.

-Ha ha. –Marizza riu irônica –Eu sei que eu devo estar um horror Lupin, mas...

-Eu nunca disse que você estava horrível. –Remus lembrou.

Ela arqueou a sobrancelha.

-Então o que? –ela pediu impaciente.

-Senhor Lupin. –a voz da professora McGonagall soou atrás de Marizza. Logo a professora apareceu diante deles.

-Boa noite, senhorita Rogers.

-Boa noite professora.

-Pronto para ir, senhor Lupin? –a professora perguntou.

-Sim, senhora. Até mais, Rogers. Ah e lembre de usar seu cabelo assim mais vezes. –ele gritou por sobre o ombro –Você fica bem mais sexy assim.

Marizza arqueou a sobrancelha surpresa, enquanto ouvia ao longe Professora McGonagall repreender Remus pelo jeito com o qual ele se dirigia a uma colega.

XxX

Lily abriu os olhos de repente. Odiava acordar daquele jeito repentino, mas as vezes durante a noite seus olhos simplesmente se abriam e ela não conseguia voltar a dormir.

Ela pegou o relógio que deixava sob o travesseiro e olhou as horas. 8:04 da manhã. Muito cedo para se acordar num domingo.

Ela não tinha esperança nenhuma de voltar a dormir então vestiu-se silenciosamente e desceu com a intenção de tomar café da manhã.

O Salão Principal estava quase deserto. Poucas pessoas acordavam tão cedo nos fins de semana. Ela se encaminhava para o meio da mesa da Grifinória quando uma coisa chamou sua atenção. Uma menina pequena, de cabelos ruivos e encaracolados soluçava a mesa, com a cabeça escondida entre os braços. Ela chorava de um jeito sofrido. Lily olhou em volta e viu que ninguém parecia perceber a pequena ali sozinha. E isso a lembrava muito dela mesma em seu primeiro ano em Hogwarts.

Ela mexeu nervosamente nos cabelos, antes de se aproximar e sentar-se ao lado da menina.

-Oi. – a ruiva falou delicadamente.

A pequena levantou o rosto para olhá-la, parecendo surpresa e assustada. Quando ela mostrou seu rosto Lily pôde ver melhor os lindos olhos azuis e as sardas espalhadas pelo nariz delicado.

-Qual o seu nome? –Lily perguntou de forma delicada –Eu me chamo Lily.

-Eu sei que você é. –a menina falou limpando as lágrimas com as costas da mão –Eu sou Maya. Maya Marshall.

-Por que você estava chorando Maya?

-Porque eu não consigo entender Transfiguração. –Maya falou, os olhos voltando a se encher de lágrimas –Eu odeio essa matéria.

Lily riu suavemente.

-Sabia que quando eu estava no meu primeiro ano eu também odiava Transfiguração? –ela confidenciou a pequena.

-Mas você é uma das melhores nessa matéria. –Maya falou descrente.

-Hoje eu sou. –Lily concordou –Porque eu tive alguém que me ajudou. –ela falou tranqüila.

-Eu não tenho ninguém pra me ajudar. –a pequena fungou.

-Agora você tem. –Lily falou sorrindo.

-Você vai me ajudar? –a pequena perguntou incrédula.

-Vou. –Lily afirmou –Pronta para começar?

Maya concordou alegremente e Lily sorriu. Fazia um bom tempo que ela não se sentia tão leve.

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Os Marotos acordaram cedo como eles sempre faziam. Apesar da fama que levavam eles não perdiam um domingo raro de sol na cama. Eles costumavam acordar cedo para jogarem um pouco de quadribol, já que a essa hora não haveria ninguém no campo. Remus vinha com eles. Graças a algumas poções novas as noites de transformações passavam mais tranqüilas e ele conseguia ficar em melhor estado. Pelo menos nos três primeiros dias de transformação. No fim da semana ele estava naturalmente acabado.

Eles se encaminhavam para o Salão Principal a fim de tomarem seu café da manhã, mas pararam seu caminho tão logo entraram. Um pouco a frente Lily estava sentada a mesa do café rindo. Ao lado dela uma garotinha menor tinha a cabeça baixa, escondida nos braços.

-Eu não acredito que ela esta atormentando uma primeiranista. –James falou irritado –Depois nós não temos princípios.

-James, vocês azaram primeiranistas. –Remus lembrou.

-É, mas daí a humilhá-los com palavras que nem elas fazem? –James falou como se fosse uma grande diferença.

Foi ai que eles viram a menina levantar a cabeça. Ela não estava chorando, ela estava rindo. Curiosos, eles se aproximaram calmamente.

-Não fica assim. Tenta de novo. –Lily encorajou.

-Ok. –a menina concordou rindo.

A menina pegou a varinha e pronunciou um feitiço e transfigurou o garfo numa linda margarida.

-Eu consegui! –Maya comemorou.

-Eu disse que você conseguiria.

-Obrigada, Lily. De verdade. –Maya falou e abraçou a ruiva, que retribuiu o gesto.

-Meu Merlin. Alguém me belisca que eu to tendo um pesadelo. -Sirius falou olhando a cena incrédulo –Daqui a pouco a Morgan e a Carter vão passar por aqui vestidas de freiras?

-Eu sempre disse para vocês. –Remus falou com um sorriso tranqüilo –Ela ainda é uma boa pessoa.

-E você ainda é apaixonado por ela, então sua opinião não conta. –Sirius cortou.

-Eu não sou apaixonado pela Lily. –Remus falou sem se alterar –Eu duvido que algum dia eu tenha realmente sido.

-Vocês namoraram por seis meses e agora você vem com essa? –James perguntou um tanto irritado.

-É sério, James. –Remus continuava tranqüilo –Eu achava que gostava da Lily desse jeito, mas acho que no fim não era isso.

-Então era o que? –Peter perguntou confuso.

-Uma grande amizade e...

-Muita atração sexual. –Sirius cortou o amigo que pareceu corar na hora –Afinal não podemos esquecer que foi a Evans quem tirou a inocência do nosso lobinho. –o moreno provocou.

-Vamos parar de falar besteira e tomar nosso café logo? –James pediu irritado.

Eles voltaram a andar, sem perceber que Lily os observava.

-É impressão minha ou toda vez que a conversa cai no seu namoro com a Evans o Pontas fica nervoso? –Peter perguntou.

-Não, não é impressão. –Remus falou –Mas não deixe ele ouvir isso.

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Nora suspirou entediada. Onde estavam as pessoas daquele castelo? Ela saíra para caminhar e ver se encontrava algum garoto interessante, mas ela nem estava tão afim assim de encontrar alguém. Na verdade seu único pensamento era que nas férias de Natal, não muito longe dali, ela provavelmente teria que voltar para casa. Se é que aquilopodia ser chamado de casa.

Bufou cansada e involuntariamente levou a mão ao pescoço. As vezes o lugar ainda doía da última vez...

De repente sentiu-se puxada e quando se deu conta já estava presa entre uma parede e os braços fortes de ninguém menos que Sirius Black.

-Posso saber o que você esta fazendo, Black? –ela perguntou entediada.

Estava sendo difícil de controlar a vontade de rir de como ele estava caindo facilmente na dela. Mas ainda não era o tanto que ela queria.

-Você parecia tão entediada, Nora. Eu só decidi te animar. –ele falou calmamente com seu jeito cafajeste.

-Você sabia que isso é assédio sexual? –ela falou séria, o que o fez soltar uma risada despreocupada –Se você não me soltar agora eu vou gritar. –ela avisou.

-Você não vai ter como, minha cara. Sua boca vai estar muito ocupada com a minha. –ele falou com um sorriso malicioso, já se aproximando dela.

Nora sabia muito bem que agora ela devia supostamente fazer alguma coisa que indicasse que ela não tinha um pingo de vontade de beijar Sirius, mas estava meio difícil pensar em alguma coisa concreta nesse momento. O perfume que ele usava era muito bom. Não, não era perfume... Era loção pós-barba e tinha um cheiro muito bom, cheiro de homem feito. E estava enfeitiçando Nora. Tanto que ela só se lembrou da sua real situação em que estava quando o nariz de Sirius roçou no seu. Mas a essa altura dos acontecimentos já era meio tarde para fazer qualquer coisa que não fosse aproveitar.

-SIRIUS!

Ao ouvir seu nome sendo chamado, Sirius se afastou imediatamente de Nora e deu de cara com Bellatrix olhando furiosa para ele.

-Sua dona esta chamando, Black. –Nora falou tranqüila, se afastando calmamente de Sirius e deixando-o sozinho, com a enfurecida Sonserina.

-O que você pensa que estava fazendo? –Bellatrix exigiu furiosa, se aproximando de Sirius.

-Eu estava a ponto de beijar a Carter e você estragou tudo! –Sirius falou também irritado.

-Você pode pegar a escola inteira, Sirius, mas não se atreva a beijar aquela vagabunda. –Bellatrix falou ameaçadora.

-Você não manda em mim, Bellatrix. –Sirius falou também ameaçador.

-Eu não estou brincando, Sirius. Fique com aquela cadela e você nunca mais encosta em mim. –ela avisou séria então deu as costas para ele.

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Era mais tarde naquela mesma noite quando Olivia foi até a sala de Keiko no quinto andar. Nora havia contado os eventos daquela tarde e elas decidiram que era hora de se livrarem de Bellatrix Black.

-Ela comprou o de sempre, mas só vem buscar amanhã a tarde. –Keiko falou tragando de seu cigarro –Amanhã a noite ela não sai de jeito nenhum do dormitório dela.

-Não tem problema. Uma denúncia dessas seria o bastante para invadirem o quarto dela. –Olivia falou despreocupada, também tragando seu cigarro.

Ela correu os olhos pela sala, como sempre fazia quando estava la. Era sempre bom saber quem estava la. Elas podiam usar disso de algum jeito mais tarde. Mas seus olhos pararam quando viram uma gravata vermelha e dourada. Ela forçou um pouco mais os olhos e reconheceu Mariah Wood, uma Grifinória, puro sangue de doze anos.

-O que ela esta fazendo aqui? –Olivia perguntou para Keiko, os olhos estreitados em ira, o tom ameaçador.

Keiko pareceu alarmada.

-Ela perdeu o pai recentemente. Morto por Comensais. Ela só queria esquecer a dor. –Keiko respondeu nervosamente, mas querendo soar tranqüila.

-E por alguns galões você ficou feliz em ajudar, certo? –Olivia perguntou um tanto agressiva.

Ela caminhou até a garota e puxou-a pelo braço, levantando-a.

-Olivia, espera... –Keiko pediu.

-Não me provoque. –Olivia avisou entre dentes –Antes que eu resolva sair daqui direto para a sala de Dumbledore. Você sabia muito bem a condição, Keiko. Reze para que meu humor melhore depois que eu cuidar dela. –e saiu de la puxando a menina, que estava tão dopada que não impôs resistência.

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James estava vagando pelos corredores. Os outros (Sirius e Peter) já estavam la fora com Remus, cuidando para que a transformação do amigo fosse o menos sofrida possível. Ela ficara para trás porque eles desconfiavam que um grupinho de Sonserinos estava começando a ficar demais atrás deles nessa época. Eles queriam saber o que eles estavam pretendendo.

O Mapa do Maroto ia em suas mãos, mostrando um castelo totalmente deserto. A não ser por um pontinho que agora vinha em sua direção. Lily Evans. Seria divertido encontrar-se com ela.

-Mal feito, feito. -ele falou, fechando o mapa e o guardando em seu bolso com tranqüilidade.

Logo Lily apareceu no final do corredor, fria como sempre.

-Potter, você sabe que não devia estar andando por aqui a essas horas. -ela falou se aproximando -Eu terei que comunicar a diretoria e amanhã você deve ser informado sobre a sua detenção.

-Não seja má, Lily. -ele provocou com um sorriso maroto -Admita que você estava louquinha para me encontrar sozinho por aqui e esquece essa história de detenção. -ele propôs de forma sedutora.

-Potter a única coisa que me faria feliz com o fato de te encontrar sozinho é se eu tivesse a possibilidade de te matar. -ela falou tranqüila -O que você tem ai? -ela perguntou puxando o pedaço de pergaminho do bolso dele.

-Só um pergaminho, minha cara madame. -ele falou tranqüilo, enquanto ela analisava o pergaminho -Em branco como você mesma pode perceber. -ele acrescentou irônico.

-É o que nós vamos ver. -ela deu um sorriso cruel. Lily tirou a varinha do bolso de suas vestes e apontou para o pergaminho -Juro solenemente não fazer nada de bom. -ela falou cada palavra com prazer.

James viu chocado as linhas surgirem e o Mapa do Maroto se revelar diante dos olhos de Lily.

-Que interessante... -Lily falou admirando o mapa -"Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas apresentam o Mapa do Maroto". -ela sorriu satisfeita -Agradeça aos cavalheiros por mim, Potter. Eu finalmente descobri como vocês andam por ai sem serem pegos. Vou confiscar isso. -ela avisou.

-Evans! -James praticamente ameaçou -Você não pode...

-Ela não pode o que hein Potter? -Filch, acabava de aparecer no fim do corredor com um sorriso cruel nos lábios. Ao lado dele mais um monitor.

Não havia nada que James pudesse fazer diante de tais circunstancias. Se apenas Lily estivesse ali seria diferente...

-Volte para seu dormitório, Potter. -Lily falou, sem esconder o sorriso vitorioso -Malfeito, feito. -ela falou encarando James, enquanto pronunciava lentamente cada sílaba.


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Notas finais do capítulo

Agora a coisa vai ferver!!!

Comentem!

B-jão