Foi assim... escrita por Caroline


Capítulo 4
Amizade




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Procurava minhas chaves por todo o meu armário, mas não conseguia encontrá-las e sabia que as tinha colocado lá. Sentei no banco de vestiário decepcionada por minha busca, quando olhei para porta vi Catherine me encarando, ela ostentava um olhar sério, mas um sorriso estava em seus lábios.

- É isso que tanto procura? – Em sua mão estavam minhas chaves, ela balançava-as no ar e meus olhos a seguiam. Não poderia estar mais feliz do que estava naquele momento, na verdade poderia. Mas a frase era metafórica.

- Sim, onde as encontrou? Quase revirei o laboratório atrás delas. – Peguei minhas chaves de sua mão e as coloquei em meu bolso, não correria o risco de perdê-las novamente.

- Estavam no meu escritório, acho que as deixou cair enquanto estava lá preenchendo o relatório. – Ela veio até a mim e sentou-se ao meu lado. O seu perfume logo preencheu todo o ambiente. E de repente toda a minha vontade de ir para casa sumiu e eu queria ficar ali sentada com ela.

- Foi o único lugar que não pensei em procurar. – A seriedade já havia saído de seus olhos e agora estava estampada em uma expressão séria. – Aconteceu alguma coisa, Cath? – Eu sabia que aquela seriedade não poderia ser boa quando se tratava de Catherine.

- Eu não sei se realmente aconteceu alguma coisa, deve ser só coisa da minha cabeça. Essas coisas de mãe preocupada. – Lhe encarei, mas ela estava decidida a manter seus olhos no chão.

- O que houve com a Lindsey dessa vez? – Quanto mais os jovens crescem, mais dão trabalho. Era algo que eu ainda não entendia, deveriam criar juízo e não infantilidade.

- Lembra-se do Sean? – Ela ergueu sua cabeça e agora me olhava, seus olhos azuis estavam com um brilho diferente do comum. Era o mesmo brilho que aparecia toda vez que ela estava triste, era certo que aquilo me despertava várias sensações e também era certo que não poderia deixá-las me impulsionar.

- Sim, ele é o novo namorado da Lind, certo? – Em resposta ela apenas acenou positivamente e eu esperei que ela prosseguisse.

- Eu estou com medo de que a minha filha esteja entrando em algo que ela não sabe e vai acabar se machucando. Eles estão juntos faz pouco menos de um ano e já querem se casar. Eu não sei como reagir a isso, nem terminaram a faculdade e já estão tomando esse passo tão grande. – Olhei para Catherine e soltei uma pequena risada, ela me olhou incrédula e com um olhar tanto quanto questionador.

- Por que está rindo? – Pelo seu tom de voz pude notar que estava ficando brava.

- Catherine, você só está com medo de que sua menininha cresça, porquê é isso que está acontecendo com ela. E você não gosta do fato dela se casar com o Sean porque sabe que ele vai cuidar dela e para você seria algo como se ela nunca mais fosse procurar o seu colo quando algo acontecesse. Você sabe que ela saberá lidar com as coisas, ela é sua filha, tem como exemplo você. Então ela com certeza irá se dar bem, agora pare de ser ranzinza e comemore com a sua filha. – Seus olhos ainda estavam focados em mim, antes de me responder ela soltou um longo suspirou e mexeu de forma desajeitada pelo cabelo. Como sempre fazia quando algo a incomodava.

- Eu poderia falar que não é nada disso do que você está falando, mas no final é tudo verdade. Eu ainda a vejo como aquela garotinha que me enfrentava com algo, que me pedia para ser mais presente e corria para mim quando caía de bicicleta. Mas agora, ela é uma moça e já está começando a formar a sua própria vida. Eu tenho medo disso, ela está saindo debaixo da proteção que eu dou a ela para enfrentar o mundo. – Ela terminou de falar e abriu um pequeno sorriso, a seriedade já estava dando lugar a uma certa calma.

- Isso é sinal de que vez um bom trabalho, agora vá para casa e ligue para ela. Diga que está feliz por vê-la tomando os próprios rumos e que sente orgulho da mulher que ela está se tornando. – Ela se levantou e antes mesmo de chegar à porta virou-se para mim.

- Sar, obrigada! Quando eu acho que eu vou enlouquecer sem achar uma resposta para acabar com as minhas dúvidas ou algo para me acalmar você vem e diz as coisas certas.  – Ela fez o movimento de sair mais uma vez, mas antes mesmo que pudesse completá-lo ela voltou a me olhar. – Eu confio em você. – Após isso saiu, não meu deu chances de falar mais nada. Fechei meu armário e decidi ir para casa, depois de um ano e meio estava na hora de dar o quarto passo. A quarta e decisiva jogada.


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