Foi assim... escrita por Caroline


Capítulo 2
Flores


Notas iniciais do capítulo

Era para ser tudo em um capítulo, mas resolvi separar em capítulos, para ficar melhor e não muito extenso.



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O pequeno cartão branco me encarava como se quisesse que eu escrevesse logo, mas eu não sabia o que escrever e parecia que a impaciência não era só do cartão que balançava de um lado para o outro devido ao vento. A atendente me olhava de forma curiosa e impaciente, ela deveria saber que não se deve olhar assim para alguém que tenta de forma desesperada achar as palavras certas.

Droga! Era mais difícil do que eu pensava, não era simplesmente chegar na floricultura e escolher as flores favoritas. Tinha o cartão, este que me impedia de mandar logo as flores e receber quase que um olhar de ódio de uma atendente sem paciência alguma.

Eu quase caí na tentação de recorrer à internet para achar algumas palavras amáveis que poderia deixar uma mulher com um sorriso bobo, mas isso seria jogar sujo e eu não queria mandar simples palavras copiadas. Queria mandar algo meu.

Pensei por alguns minutos e por fim escrevi o que já estava em minha mente desde o começo.

Mandando-lhe lírios eu poderia simplesmente te desafiar a me amar, mas neste instante apenas te desafio para um jantar. Dar-me-ia a chance de desfrutar deste desafio?

– Sidle.”


Palavras que já rondavam minha mente e que de simples se tornaram grandes, ajudaram-me a por fim naquela estranha situação que já se formava. Entreguei o cartão para a moça que, depois de colocá-lo em um simples envelope azul, colocou-o no meio das flores. O azul do envelope que, agora envolvia o cartão branco, destacava-se entre a brancura das flores.

– O endereço, por favor. – Não deu nem tempo de começar qualquer divagação, a voz da atendente me chamou para realidade. Aliás, que voz irritante!

– Laboratório de Criminalística, para supervisora Catherine Willows. – Ela anotou tudo rapidamente em um pedaço de papel e logo voltou para o computador.

– São $35,40. – Eu acho que roubar flores estava saindo mais barato nos dias de hoje.

– Poderia entregar em meia hora? – Ela balançou a cabeça positivamente, não era de falar muito, acho que escolheu o trabalho errado ou sabia o quanto a sua voz poderia irritar. Recebi o troco e sai da floricultura, estava ansiosa para chegar ao laboratório e ver como Catherine reagiria ao receber o buquê.



A sala de descanso estaria mergulhada em silêncio se não fosse pela caneta que batia, insistentemente e sem ritmo, na mesa. Queria arrancar a caneta da mão de Nick, mas antes que eu pudesse fazer ou comentar qualquer coisa, vi a recepcionista entrar na sala com um buquê de lírios. Os olhares de todos estavam focados na moça desastrada que tentava chegar até a loira que estava perto da máquina de café.

– Catherine, são para você. – Judy estendia as flores na frente da loira que, ainda sem entender, pegou-as e de forma curiosa procurou um cartão pelo buquê. Logo que encontrou o pequeno envelope azul tratou de abri-lo, sua rapidez mostrava o quanto estava curiosa. Curiosidade era algo que nunca abandonava Catherine Willows.

E sob os olhares atentos da equipe e de uma recepcionista intrometida ela leu atentamente todas as palavras, as minhas palavras. Meus olhos estavam nela, não deixava escapar nenhuma expressão. Eu estava arriscando e queria saber os resultados.

Assim que acabou de ler, seus olhos azuis estavam nos meus e antes que qualquer um notasse ela voltou a olhar o papel em suas mãos.

– Então, quem é o seu admirador, Cath? – Greg era sempre o curioso, mas eu sabia que dessa vez ele não teria a resposta que desejava. Aliás, ela nunca dava a resposta certa.

– Eu acho que isso não é do seu interesse, Greg. – Ela colocou o cartão no bolso e pegou a pasta na qual estava os casos. – Nick e Greg, quero vocês em um incêndio numa pensão perto da Strip. Sara, você vem comido para uma boate, adolescente morta. E o Ray ficará por mais dois dias no seminário em Salt Lake City.

Os meninos se retiraram da sala e fiquei observando enquanto ela fazia algumas anotações, desde que leu o cartão só havia me olhado uma vez e de forma rápida.

– Espere-me aqui, irei colocar as flores em um vaso com água em minha sala. – E antes de sair da sala com o buquê, jogou em meu colo um pequeno papel dobrado. Assim que a vi no corredor peguei o papel e desdobrei-o.

Em sua pequena letra havia uma frase rabiscada.

Não vejo motivos para não aceitar, espero que faça valer a pena. Sábado na sua casa as 9 p.m, não atrase o jantar!

– Willows.”

Olhei em direção ao corredor para ver se ainda poderia vê-la caminhando para sua sala, mas ela já havia desaparecido. Então voltei o meu olhar para o papel com um pequeno sorriso, o primeiro passo foi dado, queria não errar e dar o segundo. Sentia-me em um jogo de xadrez e ela era a rainha que eu queria conquistar, mas eu estava bem longe de dar cheque-mate.


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