- Bem, o que nós vamos fazer agora?

Catherine não gostava de fingir. Mas naquela situação, ela poderia fazer o que? Estavam se dirigindo ao Campo de Marte, em uma marcha chata, que fazia várias pessoas tropeçarem. Butch estava a sua frente, tomando cuidado com o ritmo da caminhada. Por incrível que pareça, Cath não estava tendo nenhum problema. Talvez fosse o fato de ela participar disso por três anos.

Eles já haviam passado no arsenal para pegar uma armadura, um escudo e uma arma para Cath, e Butch se assustou quando viu que as armas tremiam lentamente. Cath estava com os punhos fechados com tanta força que pode sentir sangue onde as unhas perfuraram as palmas das mãos. Por fim, ela pegou o escudo do tamanho de uma geladeira, trocou o vestido por uma calça jeans e uma blusa roxa do Acampamento Júpiter, e colocou a pesada armadura que talvez a protegeria. Por fim, agarrou uma espada que estava perto da porta, sem nem mesmo ver se ela seria boa. Por ser filha de Belona e por causa da maldição, ela poderia usar qualquer arma, até mesmo uma gelatina, que já fez. Uma história até bem estranha.

Eles voltaram apressados para tempo da marcha até o Campo de Marte. Butch contava algumas piadas e alguns outros fatos sobre o Acampamento, que fez Catherine perceber que não era tão diferente do dela.

- Os jogos de guerra. Acontece uma vez na semana, uma espécie de treinamento mais pesado. A Segunda e a Primeira Coorte vão ficar na guarda, e o resto vai tentar pegar as bandeiras deles. Quem conseguir pegar todas ganha. - Ele respondeu, tomando cuidado para acertar o passo da marcha.

- E nós temos uma bandeira? - Perguntou Catherine, tanto para fingir e para perguntar, mesmo.

Ele olhou pelo ombro para ela, com os olhos verdes faiscando.

- É, nós temos. Temos que pegar a bandeira deles e proteger a nossa. Não somos tão bom quanto as outras Coortes, mas acho que damos conta de pelo menos não ser enviados para a frente, para ter que acabar com as barreiras. Quem geralmente fazia isso era a Quinta Coorte, mas ela recuperou a águia, e bem... Nós ficamos com o lugar deles. Mas ainda somos melhor que eles! - Disse, orgulhoso, e estufou o peito, olhando novamente para frente. Não muito tempo depois, eles chegaram ao Campo, e foram divididos, separados dos outros grupos.

Todos murmuravam entre si, com uma adrenalina fervente. Estavam organizados em um escudo tartaruga, a Catherine estava quase irritada. Ela não gostava nada de ficar na proteção. Era sempre jogada para a dianteira, para abrir caminho cm seus golpes, uma mistura de romanos e gregos. Era realmente estranho, mas ela conseguia fazer isso muito bem. Os gregos sempre foram bons em guerra, lutavam como demônios. Talvez fosse isso que havia derrubado o império deles.

- Guerreiros! - A mesma garota que havia recebido Catherine gritou. Ela estava posicionada à frente, de modo que pudessem vê-la. - Vamos avançar em posição de defesa, e tentar se infiltrar na barreira assim. Entenderam?

Catherine percebeu que não daria nada certo. Ela não tinha enviado ninguém para quebrar as barreiras, e uma tartaruga era grande e lenta. Já havia visto outras Coortes tentarem isso, mas nunca deu certo. Então, saiu da formação e se manifestou.

- Você enviou alguém para quebrar as barreiras? Uma tartaruga é muito lenta e perceptível, vai dar para ver de longe e vão atacá-la com todas as forças. É melhor mandar algumas pessoas para tentar quebrar a barreira.

Ela cerrou os olhos, olhando quase desconfiada para ela. Catherine podia perceber que estava pensando se aquele plano dela era realmente bom. Por fim, suspirou.

- Tem razão... Bem, vá na dianteira. Você é filha de Belona, então com certeza sabe lutar. Butch, a acompanhe.

Catherine deu um pequeno sorriso de agradecimento, e Logo sentiu a mão de Butch em seu ombro. Ela olhou para ele e viu que não estava extremamente feliz. Ele era grande, mas parecia não gostar muito de lutar. Mas mesmo assim, ia acompanha-la. Ela se sentiu meio culpada, mas era o único jeito.

- Terceira Coorte! - A centurião sênior gritou, e os outros repetiram, e começaram a seguir caminho para as defesas. Catherine largou o enorme escudo e começou a correr. Butch logo se aproximou dela.

- Por que largou o escudo? - Ele perguntou, meio arfando.

Ela deu uma rápida olhada para ele, que nem si mesma conseguiu identificar.  Desviou o olhar e correu por mais alguns metros antes de responder.

- Não conseguiria lutar com um escudo daquele tamanho. Muito grande.

Depois de algum tempo na caminhada silenciosa, eles encontraram o primeiro oponente. Butch nem teve tempo de descobrir quem era antes de Catherine apagar o garoto com o cabo da espada. Ela nem olhou para trás, continuou correndo. O filho de Mercúrio só pode ver uma águia gigante se abaixando e pegando o semideus. Depois disso, correu para alcançar a companheira.