A Rainha De Roma escrita por Messer, elleinthesky


Capítulo 22
Butch


Notas iniciais do capítulo

Hi, it's Messer.
Bem, desculpa. Isso foi ideia da Gabs! Mentira, acho que foi mais minha do que a dela. Enfim, peço perdão, mas boa leitura.



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Alívio.

Foi a sensação que Catherine sentiu quando o mensageiro deu a notícia da invasão no Acampamento.

Ela tinha uma parte de seu extinto que falava que havia algo errado quando foi chamada. Então, se dirigiu até o Senado, e foi encarada por todas aquelas pessoas que pareciam famintas para vê-la ser torturada. A sensação foi cada vez aumentando mais, mas Cath só achou que era coisa da cabeça dela. Quem dera ter avisado os outros disso. Sendo filha de Belona, podia prever guerras, ataques, mas ela simplesmente descartou a sensação.

Então, quando todos começaram a rumar correndo para ajudar nas defesas, ela se sentiu um pouco mais leve, apesar de ainda ter o peso da morte da companheira nas costas. Talvez, se fosse morta nessa batalha, se livrasse do julgamento. Não iria aguentar de jeito nenhum ser tirada de Butch assim, sem poder fazer mais nada. Era mais fácil morrer, não?

Quando conseguiu realmente ver toda a guerra, percebeu que as chances de ser morta não eram tão difíceis assim.

Havia corpos no chão, edificios derrubados, vários focos de incêndios espalhados por toda sua frente. Correndo, pegou um gládio que estava perto da porta, no galpão de armas da Quinta Coorte. Não era a sua, mas isso não importava. Não mais.

Catherine não lembrava de muita coisa. Tudo o que vinha na sua mente eram alguns pequenos detalhes, como a cor das chamas dos incêndios, os monstros que vinham em sua direção e viravam pó. Pelo o que pôde observar, era um exército de monstros que ficou com vontade de acabar com o Acampamento. Eles vieram pelas colinas Oakland, sem passar pela cidade ou pelo túnel que separava o mundo mortal do mítico. Depois, caso tivesse tempo e vida, ela pensaria e investigaria como eles conseguiram passar as barreiras.

Ela só voltou à realidade quando sentiu a água forte do rio Tibre em seus calcanhares, encharcando os  tênis. Sem prestar muita atenção, foi derrubada na forte correnteza do rio, mas conseguiu desferir um golpe matando a fúria que estava por perto. Agora, ela só tinha que lutar com aqueles milhares de litros d'água que queriam invadir seu corpo.

Soltando o gládio em algum canto, tentou lutar contra a correnteza. Já estava em um lugar mais fundo, pelo o que percebeu, e estava sendo carregada para um pedaço não tão raso. Ela conseguia ser levada sem sair para o exterior ou rolar no fundo do rio. Tentou manter a calma e boiar para cima, mas a correnteza era muito forte, e seus pulmões queimavam com a falta de água. Ela estava quase inspirando o líquido quando colidiu com algo sólido e escamoso.

Mesmo sabendo que se tratava de um monstro se agarrou nele. Conseguiu emergir a cabeça, respirando um pouco de ar, apesar de este estar nada puro. Quando olhou para cima, viu o monstro que havia se agarrado. 

Era grande, com toda a pele coberta de escamas. Tinha forma humana, mas as mãos terminavam em garras afiadas e douradas. O monstro olhou meio confuso para Catherine, mas logo tomou a consciência de  que eles estavam em lados opostos da batalha. 

A garota foi rápida, erguendo e afastando-se no momento em que uma das garras da criatura passou em frente de seu rosto. Ela sentiu o deslocamento de ar, mas teve que andar contra a correnteza para se desviar de outro ataque. A água batia forte contra suas costas, deixando-as doloridas em decorrência de hematomas que devia ter ganho.

Mas não conseguiu por tempo suficiente.

Mesmo sendo filha de Belona e tendo grande técnicas de guerra, Catherine não era perfeita. Aquele estranho monstro a conseguiu segurar pelo pescoço, enquanto tentava se desviar. Pareceu sorrir com suas presas.

- Ferrata. - A voz parecia duas pedras se lixando. - Todos de vocês precisam morrer. Viemos atrás da última, e vejo que achou novos amiguinhos para nós destruirmos. Pena que não vai ver-los morrer.

Ela sentia o pescoço queimar onde as garras do monstro penetravam. Não conseguia respirar direito, e podia até mesmo ver o sangue escorrendo de seu pescoço. O aperto se intensificou, e ela quebrou o próprio juramento.

Esticou a mão para a criatura, com a palma aberta. Recebeu um olhar de desdém do monstro, mas logo ela foi transformada em terror e pó. Catherine conseguiu cair de pé, com o gládio na mão.

Conseguiu sair do rio com esforço, apesar de saber que iria desmaiar em alguns minutos. Levou a mão ao pescoço e sentiu que os ferimentos eram profundos. Seus dedos voltaram vermelhos e pegajosos.

Catherine olhou em volta, procurando algo para ajudar. Então, arregalou os olhos em uma expressão de puro medo. O extinto violento havia voltado, e ela iria destruir cada monstro com as próprias mãos.

À sua frente, Butch caia feito um saco de farinha, com os cabelos claros e encaracolados tingidos de vermelho. Ela correu e desferiu um golpe no ciclope que o havia atacado, para então desabar ao lado do garoto ferido.

-Butch... - sua voz saiu em um sussurro praticamente inaudível. Ela tocou os cabelos dele, os retirando do rosto. Ele estava machucado e molhado. - Fala comigo, por favor.

Nada. Catherine nem conseguia identificar o movimento do tórax dele respirando.

-Butch. - Ela disse com mais urgência, agarrando seus ombros. - Butch! - Gritou, sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto, caindo nele. Ela o sacudia com força, mas não recebia nenhuma bronca de volta.

Por fim, escutou um chiado que parecia risada de cobra. 

Levantou os olhos, em uma expressão totalmente assassina. Não conseguia enxergar muito bem, mas não precisava. Ela iria matar cada um daqueles monstros por terem tirado a única pessoa que amou.

O gládio voou para a mão dela com rapidez no momento em que o monstro iria começar a falar algo. Mas não conseguiu terminar, pois ela desferiu um golpe que o matou na hora.

Ela iria matar todos.

Voou para a próxima criatura, ciente de que a maldição começara a agir. Podia sentir as armas responderem à sua vontade assassina. Ela cortou o ciclope na sua frente ao meio.

Cada um deles.


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Notas finais do capítulo

Ah, adeus semideuses. Esse foi meu último capítulo ;)



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