P.O.V Edward.

 Desci da árvore e voltei pra casa. Era pra dar certo. O quê? Ela deveria ter dito algo tipo “não quero esquecer” e aí tudo estaria bem.

Droga, Edward.

Por quê você sempre estraga tudo?

Como ela deveria estar agora? Triste? Por minha causa? Ou realmente não queria nada e foi embora feliz? Quem se deu mal? Quem saiu ganhando?

 Enfiei a mão no bolso e entrei na casinha de madeira. Sr. Will estava na porta do quarto em que eu ficava com uma cara de “você está encrencado”.

-O que eu fiz dessa vez?-Perguntei, após um suspiro.

-Eu queria saber também.

-Sr, com todo o respeito, eu não quero discutir agora, ok? Pode me xingar a vontade outra hora.-Entrei no quarto, ele me seguiu.

-O que aconteceu com você, menino Edward?

-Nada. Olha, eu tô bem, ok?

-Não está. Diga pra mim o que houve.

-Se o senhor é tão espertinho, por quê não adivinha?

-Você pediu.-Ele sorriu, satisfeito, e se sentou ao meu lado.-Problemas com a garota. Você está confuso.

-Ela é tão irreal, Sr. Will. -Eu disse, baixo.- Ela tem um sorriso que me faz enlouquecer só de olhar por pouco tempo. Aquelas covinhas na sua bochecha, seu cabelo que nunca está bagunçado como ela diz que está...e aqueles seus olhos que eu nunca sei dizer se são verdes ou azuis. Sabe, aquela voz dela, Céus!  Daria tudo pra escuta-la assim que eu acordo, todos os dias da minha vida. Sophie me faz querer proteger ela, não deixar que ninguém toque nela. Ela tem um tipo de magia, que me faz sempre querer que ela esteja comigo, bem perto. Perto o suficiente pra eu sentir sua respiração indo de encontro a minha, e aí elas se chocam, e se encaixam, como em um final perfeito. Eu sei que é idiota, a coisa mais idiota que o senhor já deve ter ouvido, eu nem acredito que disse tudo isso, mas é sério. Isso tudo é sério...

 Coloquei as mãos no rosto me sentindo uma criança indefesa e bufei. Mas o que é isso?

 Escutei uma risada, e olhei o senhor a minha frente, que ria com gosto.

-Só o que me faltava.-Murmurei, bravo. Ele riu mais.

-Seu mal humor me faz rir, garoto.-Ele me deu um tapinha nas costas.-Está apaixonado, rapaz. E isso é tudo. Sem mais nem menos, você está. E é melhor dar um jeito nisso, por quê não vai passar tão rápido.

-Por quê você não consegue falar algo que faça sentido?

  Ele riu, e falou baixo.

-O herói fica com a garota no final. Você é o herói?

 Pensei por um tempo, depois sacudi a cabeça.

-Nunca vou te entender, com todo o respeito.

-Vai entender um dia.-Ele se levantou.-Se levante daí e me siga, vamos tomar uma atitude de homem.

-O que vamos fazer?-Eu disse, o obedecendo.

-Vamos jogar cartas e beber algo.

-Quando diz “beber algo”, fala de bebida forte?

 Ele riu, e colocou a mão sobre meu ombro.

-A única coisa forte que vamos beber, é café, meu jovem.