Naraku Apaixonado? escrita por Amanda Catarina


Capítulo 17
Repelido




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Aviso: Este capítulo contém cenas românticas, hentai leve.

Capítulo 17

Ainda estava escuro, mas prestes a clarear. Sorrateiras, duas figuras se esgueiravam por um corredor largo e, logo, uma porta de correr foi vagarosa e cuidadosamente aberta por uma delas.

- São eles - sussurrou uma.

- Estou vendo - retrucou a outra.

Sentindo a presença de suas crias, Naraku ergueu o corpo e assentou-se sobre o tatame.

- Imagino que estejam curiosas, mas é cedo ainda. Deixem-na descansar, nossa viagem foi cansativa - falou num tom baixo.

Kanna e Kagura se assustaram, pois acreditavam estarem incógnitas.

- Ora! - exclamou Kagura e se colocou em pé. - E quem liga?! - e saiu dali.

Kanna, por sua vez, continuou lá, curiosa acerca da pessoa envolta num acolchoado e cujo cabelo se espalhava pelo chão, tal qual um lago negro. Naraku estreitou os olhos na expressão dela, então estendeu uma mão, chamando-a para si.

A pequena se espantou, tamanha foi a ternura que leu no olhar de seu mestre. Bem tímida, deu uns passos adiante. Quando chegou perto, ele puxou sua mãozinha e fez com que se sentasse sobre seus joelhos. Abraçaram-se. Há muitos dias não se viam, mas logo a atenção da menina voltou-se àquela outra pessoa ali. Deitada de lado, de costas para os dois, Yeda dormia tranqüila.

- Senti sua energia quando chegaram, mas a dela eu não reconheci - comentou a menina.

Naraku lhe sorriu.

- Isso porque a energia dela mudou quando ela absorveu a minha.

- Entendo.

Esticando uma mão, Naraku afastou as madeixas negras que escondiam o rosto alvo de Yeda. Mesmo tendo sido muito leve, o toque fez a youkai se mexer. Ela virou, apoiando as costas no futon sobre o tatame, e logo abriu os olhos, que demonstraram surpresa ao se depararem com a menina de cabelos brancos.

- Bom dia, querida - saudou Naraku.

- Bom dia, senhorita Yeda - Kanna emendou timidamente.

- Bom dia - respondeu com um leve sorriso. - Você deve ser Kanna, estou certa?

- Sim, senhorita.

- E a outra?

- Como eu disse, Kagura é mais arisca, mas você a conhecerá em breve - explicou Naraku.

- Tudo bem. Prazer em conhecê-la, Kanna - falou amigável.

Kanna se colocou em pé.

- O prazer é todo meu, senhorita Yeda - disse e curvou o corpo respeitosamente.

- Não precisa ser tão formal, e se quiser pode me chamar só de Yeda.

A menina assentiu com a cabeça.

- Se quiser descansar um pouco mais, querida, esteja à vontade - falou Naraku.

Yeda ergueu o corpo e ficou sentada.

- Não, já me sinto bem, apenas seria bom comer algo.

- Mandarei servir o desjejum então! - adiantou-se Kanna e, em seguida, saiu apressada.

A youkai lobo sorriu da prontidão dela e ficou olhando na direção em que partira.

- O que achou dela? - perguntou Naraku.

- Muito bonitinha. E quem prepara a comida?

- Temos alguns servos - retrucou e envolveu a youkai num abraço.

- Ah...

Ficaram abraçados por algum tempo, desfrutando do calor um do outro e depois se beijaram.

- Eu devia estar mesmo exausta, nem lembro quando chegamos aqui - comentou, depois que ele se afastou um pouco.

- Calculei que devíamos estar bem próximos da propriedade, e como não conseguia dormir, resolvi seguir durante a madrugada - contou, afagando os cabelos dela.

- E eu não acordei?

- Não, e nem precisei usar youki. Você dorme como uma pedra, ainda que fique linda como uma princesa - brincou ele.

Ela riu alto.

- Duvido! Devo roncar feito um monstro.

- De modo algum.

Permaneceram lá, conversando e trocando carícias, até que uma serviçal veio avisá-los que a refeição estava servida.

ooo ooo ooo ooo

Muito longe da região onde Naraku e Yeda estavam, no vilarejo onde Inuyasha e seus amigos moravam, no jardim na parte de trás da mansão, Rin enxugou uma lágrima solitária antes que essa viesse manchar a tela abaixo de si. Sentada numa esteira, com as pernas esticadas, tinha a seu lado uma caixinha de madeira onde guardava suas tintas e pincéis.

Sesshoumaru a observava a uma meia distância. Atentando-se a sua expressão, percebeu que ela devia estar triste, e deduziu de imediato que a razão daquilo era a partida de Yeda.

Depois de alguns instantes, ele se aproximou, silencioso, e sorriu levemente ao reconhecer sua figura na tela da menina. Rin era talentosa para aquele tipo de coisa, sabia pintar e escrever muito bem.

- Senhor Sesshoumaru? - exclamou ela ao notá-lo, tampando a tela com os braços.

- Tarde demais - ele falou num tom brando.

- Não vi que era o senhor - disse encabulada.

- Perdoe-me o incomodo então.

­- Não! - exclamou, afobada. - O senhor não me incomoda de modo algum.

Ele sorriu, encarando-a nos olhos. A cada dia ela tornava-se mais bonita.

- Sente falta de Yeda? - perguntou num tom casual, ao que ela assentiu com a cabeça. - Mas você sabe que ela está feliz? Não sabe?

- Sei... - balbuciou, depois de uns instantes.

- Ela certamente ficaria triste se soubesse que anda tão abatida.

O comentário a fez vidrar os olhos e corar de vergonha.

- Me desculpe, o senhor tem toda razão - concordou, chateada consigo mesma.

Num gesto um tanto ousado, ele pousou uma mão no rosto dela. Espantada e ainda mais corada, Rin piscou os olhos e emudeceu.

- Não fique assim, me entristece também - ele pediu e, em seguida, afastou-se.

Desconcertada, Rin ficou com os lábios entreabertos, encarando-o, perdida.

- Tudo bem? - perguntou ele, quebrando o silêncio e trazendo-a de volta à realidade.

- Não quero que o senhor Sesshoumaru fique triste! - falou de súbito, num tom afoito, mas meigo também.

O youkai cachorro sorriu discretamente.

- Isso só depende de você.

Rin abaixou a cabeça, aquela proximidade a fez estremecer. Era raro estarem a sós como naquele momento. Sentiu que ele a encarava, mas não teve coragem de erguer o rosto. Seu coração acelerou descompassado e a face esquentou mais ainda.

Notando o constrangimento dela, Sesshoumaru pensou que o mais sensato fosse deixá-la, mas não o fez. Sua Rin já não era uma criança, estava sofrendo calada e ele sentiu que podia confortá-la.

A moça ergueu a cabeça tirando o youkai das reflexões.

- Então eu vou me animar! - falou, decidida.

Ele assentiu e depois ficaram em silêncio por alguns instantes. Rin voltou a abaixar o rosto e então pensou na youkai lobo. Na mesma hora, seus olhos ficaram marejados.

- É só que... - começou, segurando as lágrimas com afinco - todas as manhãs, Yeda vinha e me dava um beijo e me abraçava forte, depois penteava meus cabelos.

Sesshoumaru ergueu o rosto dela.

- Chore. Não precisa se conter. Irá se sentir melhor.

A jovem ficou impressionada em ouvir aquilo, então uma torrente de lágrimas desceu por seu rosto delicado. Isso foi demais para o youkai branco, que, quando deu por si, abraçava-a e a apertava contra o peito.

Rin ficou tão assustada que petrificou no lugar, porém logo pensou que não precisava ter medo da pessoa que mais amava e, ao senti-lo estreitar o enlace, num ímpeto, se abraçou a ele também. A tristeza e a emoção tornaram seu choro ainda mais intenso e seu corpo se agitou com soluços.

Afagando a cabeça dela carinhosamente, Sesshoumaru falou, brando:

- Está tudo bem. Fique calma.

Ela resmungou um assentimento, com o rosto escorado no peito dele.

- Eu sei que ela está feliz... mas não consigo evitar sentir saudade, senhor Sesshoumaru.

- Não tem problema. Todos sentimos falta dela.

Permaneceram unidos até que Rin foi se aquietando, aos poucos, então, quando os soluços dela cessaram, Sesshoumaru a afastou de si, bem devagar.

Ela levantou os olhos para ele, fungando e pediu envergonhada:

- Me desculpe.

Sesshoumaru não deu resposta, sequer ouvira o apelo. Seus olhos se fecharam nos lábios dela, molhados pelas lágrimas; eles pareciam atraí-lo tal qual um ímã. Segurou-a no queixo, aproximou o rosto e, apesar de senti-la estremecer toda, não se deteve, assim, pela primeira vez, tomou seus lábios num beijo.

Rin piscou desconcertada por alguns instantes, mas, instintivamente, fechou os olhos e deixou-se beijar. Foi um dos momentos mais incríveis de sua vida. Quando ele afastou o rosto, ficou o encarando com uma expressão atrapalhada, sem saber o que dizer.

Desvencilhando-se dela, inegavelmente perturbado, Sesshoumaru desviou o olhar, virando o rosto para o lado.

- Eu - Rin começou, mas ele a interrompeu.

- Desculpe-me fazer algo assim sem avisá-la - falou ainda evitando encará-la.

- Tudo bem - disse, tentando transparecer normalidade, mas seu nervosismo era evidente.

O youkai branco permaneceu de lado e disse algo que ela não esperava:

- Amo você, Rin - confessou, sério e seguro.

Ela ficou em choque, contudo imaginou que não devesse ficar calada.

- Eu também amo muito o senhor Sesshoumaru - respondeu num fôlego. - O senhor sabe - concluiu mais contida.

- Sei... - confirmou e deu um passo em direção a ela.

Acuada, Rin recuou a mesma medida.

- Não precisa ter medo. Eu... - ele pensou um pouco - vou sair, mas volto antes do anoitecer.

- Sim, senhor Sesshoumaru!

- Cuide-se. Amanhã teremos uma conversa séria.

- Sim, senhor.

Sesshoumaru girou o corpo e foi saindo de lá, deixando para trás uma Rin completamente desconcertada.

ooo ooo ooo ooo

Yeda ficou impressionada com a decoração requintada do salão no qual adentraram; a casa era bem luxuosa.

Kanna, assentada do lado esquerdo de uma mesa baixa, sorriu contente ao ver os dois se aproximando. Ela vestia um outro traje, um quimono branco com estampas de flores de sakura, num tom amarelo claro.

O casal vinha em trajes parecidos em tons de verde e lilás. Naraku estava com os cabelos presos num rabo de cavalo e Yeda com os seus soltos.

O meio-youkai conduziu a youkai lobo pela mão até se aproximarem da mesa, então, seguiram cada qual por um lado até chegarem à cabeceira, onde se assentaram. Yeda foi quem ficou mais próxima de Kanna.

- Eu espero que... - dizia Naraku, mas subitamente se calou com a chegada de outra pessoa.

- Com licença - pediu Kagura em bom tom, vindo assentar-se à frente de Kanna, ficando mais próxima de Naraku.

- Que bom que se juntou a nós, Kagura - falou Naraku com certo sarcasmo. - Quero que conheça Yeda.

Kagura se levantou e curvou o corpo num gesto respeitoso, mas, notoriamente, à contra-gosto.

- É um prazer conhecê-la, senhorita Yeda - disse de cabeça baixa.

A youkai estreitou os olhos na jovem, seu tom irônico não lhe passara despercebido.

- O prazer é todo meu - retrucou séria. - Acomode-se, por favor. Noto, por sua palidez, que deve estar tão faminta quanto eu.

O comentário, feito num tom bem mais sarcástico que o de Naraku, fez a jovem estremecer.

- Sim, nos fartemos de uma vez - falou Naraku com um leve riso.

Kanna ficou perdida. Yeda lhe sorriu e deu uma piscadela. Depois alcançou uma travessa cheia de uns bolinhos quentinhos e dos quais um cheiro delicioso subia.

- Mas - começou Yeda, ganhando a atenção dos três - Mas...

- O que foi, minha cara? - perguntou Naraku.

- Não há...

- O que? - indagou Kanna, impaciente.

- Não há nada vivo? Que tipo de youkais são vocês?

Uma exclamação muda ficou nos lábios de Kanna e Kagura, depois de ter compreendido a sentença, fez uma careta repugnada e levou a mão à boca. Compreendendo a brincadeira, Naraku soltou um riso debochado. Yeda, com uma expressão matreira, apenas olhou para uma e depois para outra.

- Ela está brincando - anunciou ele diante da expressão confusa das duas.

- Ah... - disse Kanna, aliviada.

Kagura não pareceu convencida.

- Hunf... - bufou ela.

- Né, Kagura? Não seria bom uma rã bem suculenta pra começar o dia? - provocou Yeda.

- Que? - exclamou ela. - A senhorita deve estar maluca! Quem comeria algo assim?

- Kagura, minha cara, se continuar levando as coisas tão a sério, Yeda ficará caçoando de ti a refeição inteira.

- Entendi! Então ela está querendo me ver enojada! Pois pra mim basta! - esbravejou e se levantou.

- Kagura - chamou Kanna, com a mão estendida a irmã, querendo que ela permanecesse onde estava, mas foi em vão, a outra saiu furiosa. Chateada, voltou-se a youkai lobo. - Não ligue pra ela, senhorita Yeda - disse branda.

Yeda sorriu levemente, mas ponderou uns instantes.

- Tudo bem. Acho que exagerei um pouco - disse e voltou-se ao meio-youkai. - Entendi agora o que você quis dizer sobre ela ser mais ?arisca?.

- Você é mestra em cativar as pessoas, minha cara, não será diferente com ela - revidou ele com toda a calma e passou a servir-se.

A pequena apenas olhava na direção dos dois.

- Kanna, minha linda, não quer comer? Eu acabei enojando você também?

O carinhoso tratamento deixou a albina um tanto sem jeito.

- Não! Eu já vou comer.

Naraku se atentava aos gestos de Kanna, a cada instante, gostando mais da nova realidade.

Serviram-se todos e a refeição transcorreu tranqüila.

ooo ooo ooo ooo

- Que droga! Naraku já é intolerável, uma cínica igual a ele, ninguém merece!

- É. Não deve ser nada fácil.

Kagura ficou branca como neve ao reconhecer a voz da youkai lobo atrás de si. Yeda caminhou até ficar diante dela.

- Eu vim me desculpar - falou a youkai.

Kagura a encarou uns instantes. Queria ser gentil, não era nenhum sacrifício, mas tudo que fez foi bufar e virar o rosto. Yeda a encarou atenta. Ela era bem mais baixa, tinha um corpo esguio e a pele delicada. Podia até aparentar ser uma mulher adulta, mas em maturidade não passava de uma criança.

- Não aceita minhas desculpas? - a jovem youkai continuou quieta. - Tudo bem, é seu direito. Chego em sua casa, atrapalho sua rotina e ainda faço piadas de mau gosto. Eu no seu lugar também não ia querer desculpar assim tão fácil.

Kagura voltou-se e sustentou o olhar dela. Ponderou naquelas palavras e acreditou que a youkai estava novamente lhe provocando.

- Até parece que você faz tanto caso assim das minhas desculpas! Ora, me deixe em paz! - exclamou exaltada e ia escapando de novo, mas Yeda segurou-a pelo pulso.

- Eu fui sarcástica à mesa, mas agora estou sendo sincera. Não era minha intenção deixá-la aborrecida.

A outra ficou atordoada.

- Não quero tornar sua vida um tormento, Kagura. Se quiser, poderemos até ser amigas.

?E quem vai querer ser sua amiga, sua metida?!? pensou consigo a jovem, mas não disse nada.

Yeda a soltou então e, rapidamente, ela sumiu dali.

A uma meia distância, Naraku e Kanna, lado a lado, observaram a tudo.

- Kagura sabe ser antipática.

- Não se preocupe, tenho certeza que Yeda já mexeu com os sentimentos dela. A Yeda é assim.

ooo ooo ooo ooo

No fim da tarde...

Yeda entrou silenciosa em seu novo aposento, Naraku estava descansando. Ela sentou-se sobre os joelhos ao lado dele e seu coração acelerou um pouco só em contemplá-lo. Estava lindo. Tinha o rosto virado para ela com a franja do cabelo sobre um dos olhos. O peito subindo e descendo num inspirar lento. Parecia tão tranqüilo.

Inclinando-se, beijou-o na testa, depois voltou a se endireitar. Todo o quadro era de uma graciosidade que quando deu por si, sentiu vontade de cantar, assim começou a entoar uma melodia.

Vagando entre o sono e a realidade, Naraku escutou a melodia e desejou saber de onde vinha. Apertou mais as pálpebras, achando que o som fosse oriundo do mundo dos sonhos, mas ao perceber que não, piscou os olhos. Notou uma luz alaranjada contra um biombo próximo e diante de si sua amada estava a encará-lo. Sorriu feliz. Quis dizer algo que pudesse expressar sua satisfação com a presença dela, mas foi em vão, as palavras lhe fugiram por completo.

Entrelaçaram os dedos de uma das mãos, encarando-se e aquela mera troca de olhares já dizia tudo.

Inclinando-se novamente, Yeda o beijou nos lábios. Um beijo leve, carinhoso. Findado, ela foi afastando o rosto, mas logo sentiu a mão dele em suas costas, impedindo o distanciamento. Ele a puxou para baixo então, querendo um outro beijo. Este foi mais intenso. Yeda amoleceu toda e relaxou o corpo por cima do meio-youkai. Envolvida pelos braços vigorosos dele, suspirou e fechou os olhos.

- Venha me amar, uma vez mais, querido - sussurrou junto ao peito dele.

Os lábios de Naraku se curvaram num riso e seu corpo fremiu de excitação. E a realidade de estarem agora num lugar que podiam chamar de lar, sem hora de partir e a noite apenas começando, tudo isso, o deixou ainda mais enlevado.

Virou o corpo junto de Yeda até ficarem de lado no futon, ele atrás dela, abraçando-a pela cintura. Permaneceram assim, uns instantes, quietos, então Naraku fechou os lábios no lóbulo da orelha dela, fazendo-a gemer baixo com isso.

- Vire pra mim só um instante - pediu ele, aspirando o perfume inebriante que dela exalava, rente ao pescoço.

Atendendo-o, a youkai deitou as costas no tatame, com os olhos brilhando de ansiedade, sorrindo convidativa e entregue. Naraku a encarou e, logo, desatou a fita do quimono, apenas aquela peça, que era clara e fina, revestia o corpo de sua youkai. A visão da pele, delicada como veludo, fez as mãos dele esquentarem, desejosas por sentirem sua textura, e os mamilos rosados pareciam ansiar por seus beijos. Fixando os olhos mais abaixo, naquele ponto onde se encaixavam perfeitamente, ele entreabriu os lábios, faminto e sedento.

O instinto sexual mostrava-se mais aguçado agora, seu corpo sabia exatamente o que desejava e as sensações despertas eram ainda mais intensas. Antes de se despir, Naraku encheu Yeda de carícias e beijos, levando-a quase ao êxtase só com isso.

Eles se amavam genuinamente, por isso aquela união transcendia o ato sexual. Era uma união de almas, de dois indivíduos que se completavam unicamente, e a menos que a morte os separasse, nenhuma outra pessoa poderia ocupar o lugar no coração que preenchiam um no outro. Unidos estavam para sempre; ela lhe pertencia e, igualmente, ele pertencia a ela.

Tocavam-se, espremiam-se, abraçavam-se. Os lábios não descansavam um instante. O suor umedecendo seus cabelos, num enlace prazeroso que se prolongou por horas a fio, até ambos serem arrebatados pelo cansaço. Felizes e saciados eles adormeceram.

ooo ooo ooo ooo

Sob o telhado da mansão, Kagura olhava a lua, pensativa.

- Por que eu deveria ser amiga dela? Que diferença isso faz? Não entendo porque Kanna está tão empolgada com essa história.

Kagura vinha tendo uma vida tranqüila, desde que Naraku perdera a ambição de tornar-se o youkai mais poderoso daqueles dias. Contudo, ela jamais experimentara amor fraternal ou amizade.

Carinho, lealdade, amor, não passavam de palavras bobas para ela. E mesmo o laço que a unia a Kanna não ia além da relação sanguínea; egoísta que era, não hesitaria em largar a irmã caso isso pudesse lhe trazer algum benefício. Quanto a Naraku, ainda que tenha passado a tolerá-lo, a única razão de continuar com ele era o dinheiro. Não queria ter que trabalhar duro para sustentar-se, sendo que estava habituada demais a mordomias.

Enfim, ela tinha um gênio muito difícil, era impulsiva e mimada, mas Yeda estava disposta a mudar a vida dela também.

CONTINUA...

 


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Notas finais do capítulo

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