Naraku Apaixonado? escrita por Amanda Catarina


Capítulo 16
Recordações




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Aviso: Este capítulo contém cenas românticas, hentai leve.

 

Capítulo 16

 

Horas depois de terem deixado o vilarejo, Naraku e Yeda caminhavam lado a lado em passadas vagarosas, rumo ao sul, com a lua de prata como companheira de viagem, num majestoso céu estrelado.

 

Yeda sentia um misto de alegria e ansiedade, além de um pouco de receio, é claro, afinal, não conhecia assim tão bem aquele meio-youkai que conquistara seu coração. Havia diversas perguntas que gostaria de fazer.

 

– No que está pensando? - perguntou Naraku, reparando no olhar divagante dela.

 

– Ah, são tantas coisas... antes que nos conhecêssemos, você já tinha metade do mundo como inimigo... Tivemos nossos impasses, mas as coisas que sei sobre você foram quase todas contadas por outras pessoas.

 

– Hum?

 

Yeda deteve os passos.

 

– Eu gostaria de ouvir sua história... de seus próprios lábios.

 

Ele alcançou uma das mãos dela e beijou-lhe os dedos.

 

– Meus lábios podiam entretê-la de um jeito bem mais interessante.

 

Ela riu graciosa.

 

– Imagino que sim, querido, mas ainda sim, insisto...

 

– Está certo... como quiser.

 

Adiante, no caminho pelo qual seguiam, havia um arvoredo denso, onde eles resolveram parar, numa pequenina clareira. Não tinham sacos de dormir ou bagagem, nada, e nem precisavam, eram youkais de resistência física sobrehumanas. Yeda sentou-se próxima de um tronco caído e Naraku no chão diante dela. A brisa noturna agitava levemente os cabelos deles e acariciava suas faces.

 

– Muito bem... para começar minha história pelo início lembro-me de uma caverna, de um humano ganancioso e de uma mulher. Aconteceu há quase sessenta anos... O homem se chamava Onigumo, ele fora um ladrão que acabou sendo incendiado, mas sobreviveu miraculosamente. A mulher era a irmã mais velha de Kaede, Kikyou.

 

– Ah, sim... a velha Kaede me falou sobre isso.

 

Naraku assentiu com um gesto de cabeça e continuou:

 

– Kikyou cuidava das feridas de Onigumo e ele se apaixonou por ela. E esse amor, ou melhor, a obsessão que ele passou a ter por ela, foi a razão de tudo. Ele estava desfigurado, não tinha mais como se mover, então, ofereceu seu corpo debilitado e sua alma aos youkais em troca de um novo corpo. Eu era um desses youkais... um parasita apenas, praticamente irracional.

 

Yeda vidrou os olhos, muito espantada.

 

– A intenção da consciência youkai não era ajudar aquele pobre coitado, mas sim se apossar da Jóia de Quatro Almas, da qual Kikyou era a guardiã. No momento em que os vários youkais se uniram à Onigumo, eu, Naraku, nasci.

 

Ele silenciou por alguns instantes, por causa da expressão de choque dela, mas logo prosseguiu:

 

– O lado youkai daquele ser híbrido detestava Kikyou, afinal ela era uma sacerdotisa inimiga de youkais, enquanto Onigumo a amava e a queria de todo jeito. Mas então Onigumo soube que o coração de Kikyou já tinha dono, Inuyasha. Aproveitando-me do estado abalado dele, eu assumi a forma de Inuyasha e feri Kikyou gravemente, na intenção de que eles se matassem.

 

Yeda levou à mão aos lábios, pasma.

 

– Sentindo-se traída, Kikyou selou Inuyasha numa árvore. Eu só não imaginava que depois disso ela fosse se destruir junto com a Jóia de Quatro Almas. Meus planos foram frustrados, assim só me restava continuar aperfeiçoando aquele corpo. Então selei Onigumo dentro de mim e comecei a absorver outros youkais e, conforme ia me transformando, acabei me esquecendo da existência dele.

 

Naraku fez outra pausa, recobrando o fôlego.

 

– Muitos anos depois, a Jóia de Quatro Almas voltou a este mundo, mas logo foi despedaçada e seus fragmentos se espalharam por todos os cantos.

 

– Sei...

 

– A busca pelos fragmentos da jóia entrelaçou meu destino com os de Inuyasha e seus amigos. Eu levava vantagem, é claro, já era bastante poderoso, mas, então, Kikyou voltou a vida de uma forma meio estranha. Com isso a consciência de Onigumo começou a retornar, e como sua conexão com meu corpo era muito grande, isso virou um problema...

 

– Como assim?

 

– Onigumo ainda amava Kikyou e por isso eu não podia me livrar dela, sequer tocá-la sem que meu corpo entrasse em colapso. Ela era meu ponto fraco enquanto eu dependesse da consciência dele, a qualquer instante, eu poderia ser morto por ela.

 

– Como era forte esse sentimento... ele realmente a amava.

 

– Sim, era um miserável desprezível, mas a amava. Creio que se eu não tivesse compartilhado desse sentimento dele, jamais teria me apaixonado por você.

 

Yeda ficou corada.

 

– No fim arrisquei tudo para me livrar da consciência de Onigumo. A primeira tentativa não deu muito certo, e só algum tempo depois consegui separá-lo de mim definitivamente.

 

– E matou Kikyou... - Yeda acrescentou.

 

– É... mas pra mim aquela nova existência dela não tinha propósito algum.

 

– Que frieza... mas sem Onigumo você não se tornou um youkai puro?

 

– Não... sem seu corpo eu não poderia continuar mantendo a racionalidade, me livrei da consciência dele apenas, mas minha estrutura vital ainda é humana, por isso, continuo sendo um meio-youkai.

 

– Por isso você queria a jóia... Eu só não entendo como a Jóia de Quatro Almas pode transformar um meio-youkai num youkai pleno.

 

– Na realidade essa jóia tem o poder de realizar qualquer desejo.

 

Yeda ponderou.

 

– Se é assim... foi impressionante você tê-la entregado a Inuyasha.

 

Ele riu levemente.

 

– Antes, o meu único desejo era me tornar um youkai completo, por isso eu precisava da jóia, mas quando meu desejo mudou - ele fez uma pausa, encarando Yeda nos olhos –, a jóia tornou-se irrelevante.

 

Compreendendo que era dela que ele falava, a youkai sorriu levemente.

 

– Mas toda sua motivação, tudo que fez, as vidas que destruiu... foi só para se tornar um youkai completo?

 

– Lamento dizer que sim.

 

– Céus, que história triste...

 

– Não é para me justificar, mas você sendo uma youkai plena e bastante poderosa, não poderia entender aquele meu desejo.

 

– Talvez... Bem, eu compreendo no que diz respeito à resistência física, ainda que ser mesmo imbatível não se resuma só nisso... Olhe os humanos, eles são frágeis, envelhecem, não tem os sentidos aguçados... nada disso, e mesmo assim, não são poucos os youkais poderosos que foram derrotados por humanos.

 

Naraku se surpreendeu com o raciocínio.

 

– Mas...

 

– Não basta ser um youkai completo, Naraku... É preciso ter alinhados, força... - ela cerrou o punho – ...mente... - indicou a cabeça - ...e coração. - tocou o próprio peito. – Ninguém é invencível e nada é imutável. Um humano pode vencer um youkai, basta usar tudo que têm com inteligência.

 

– Eu nunca tinha pensado nas coisas desse jeito.

 

– É tempo de repensar então... - disse amena e sorriu.

 

A conversa transcorreu por um bom tempo ainda e Yeda perguntou muitas outras coisas a Naraku, que respondia a tudo pacientemente, até que recostados no tronco de uma árvore imensa, eles adormeceram pelo que restava da noite.

 

Devido às narrativas e por uma certa preocupação com seus amigos queridos, Yeda sonhou com coisas estranhas o tempo todo, contudo, Naraku dormiu tranqüilo, reconfortado pelo youki dela.

 

ooo ooo ooo ooo

 

Ao amanhecer, quando Naraku acordou, percebeu que Yeda estava com a cabeça deitada em suas pernas e se atentou aos cabelos dela. Estavam soltos escondendo praticamente todo seu rosto. Sorriu maravilhado e alcançou os fios escuros, afastando-os delicadamente. A face pálida surgiu primorosa e deslumbrante.

 

Ficou afagando a pele macia como seda e as madeixas, bem devagar, esperando o despertar dela daquele sono profundo, desejoso de ser contagiado por sua energia vital.

 

Algum tempo passou, até que enfim, ele viu a youkai se mexer. Yeda ergueu as costas um pouco e piscou os olhos devagar. Cada um de seus gestos era gracioso aos olhos do meio-youkai. De bruços e com o tronco levemente erguido, ela o encarou.

 

– Bom dia... - saudou meiga, num tom baixinho, carregado de sono.

 

Ele nem conseguiu responder, apenas pousou a mão no rosto dela e depositou um beijo em sua testa. Yeda sorriu e se endireitou, ficando sentada sobre os joelhos.

 

– Você fica linda assim... - elogiou com uma das mechas entre os dedos.

 

– Como você é bajulador... Bem, estou faminta... - anunciou num tom descontraído, típico dela.

 

– Deve ter um vilarejo perto daqui....

 

– Então vamos! - chamou e, num rápido impulso, se colocou em pé. Depois, esticou os braços, se espreguiçando.

 

Naraku estreitou os olhos e, logo, se levantou também. Yeda ainda se esticava, quando ele envolveu sua cintura num abraço, surpreendendo-a com o repentino contato. Ela fitou os olhos vermelhos dele e ia dizer qualquer coisa, mas ele a beijou de repente.

 

Permaneceu parada, deliciando-se com o beijo e Naraku a puxou mais para si. Gemeu dengosa contra seus lábios dele. E só depois de um bom tempo, ele afastou o rosto, bem devagar. Inspiraram juntos e ela o acariciou nos cabelos.

 

– Não tem fome? - sussurrou Yeda.

 

– Tenho e muita... - retrucou malicioso e tornou a beijá-la.

 

Yeda o abraçou acolhedora e ficaram se beijando, despreocupados, até que encostaram as testas, rindo um para o outro.

 

– Então devíamos nos apressar... - falou ela. – Fico bastante mal humorada quando não tomo um café da manhã decente.

 

– Ah, então não posso permitir tal coisa.

 

Yeda escorou a cabeça no ombro dele.

 

– ...como é bom estarmos juntos - murmurou ela.

 

– Se depender de mim, será assim pelo resto de nossos dias.

 

ooo ooo ooo ooo

 

Naraku balançou a cabeça e disfarçou um riso diante da cena. Pela manhã sua amada youkai lobo mais parecia uma princesa de conto romântico, de falar doce, gestos graciosos, cabelos ao vento, face rosada, olhar terno, enfim, perfeitamente o oposto daquele momento.

 

Yeda tinha então os cabelos presos num rabo-de-cavalo alto. O quimono verde curto, com as mangas suspensas até a altura dos ombros. Meio curvada, um pé apoiado num caixote. Enquanto comia uma fruta caudalosa, ouvia atenta a conversa de dois homens, que a todo instante, a olhavam com desconfiança, por causa das orelhas de lobo.

 

– E em que direção ele foi, meu senhor? - perguntou ela ao homem que até então narrava um caso de roubo.

 

– Ao leste... - retrucou mal-humorado. – Ladrão desgraçado!

 

Naraku percebeu o olhar sugestivo de Yeda.

 

– O que tem em mente, minha cara?

 

– Sei de um jeito de conseguirmos abrigo para logo mais à noite.

 

– Não me diga que pretende ir atrás desse bandido?

 

– Exato!

 

O meio-youkai riu levemente diante da expressão empolgada dela.

 

– Que seja... imagino que será interessante acompanhá-la e ver como adquiriu a fama de caçadora de recompensas.

 

– Eu te garanto uma coisa: vai ser bem divertido!

 

ooo ooo ooo ooo

 

A vista do alto quarto era belíssima. Um fim de tarde com um céu tingido de laranja e um vento cálido soprando contra o rosto de Naraku, que inspirou fundo aquele ar fresco.

 

Ele e sua amada encontravam-se num bonito palacete, propriedade de uma rica família daquela região. Como pagamento pela recuperação da relíquia roubada, Yeda pediu abrigo por uma noite. O item recuperado era tão estimado que o chefe da família deu-lhes, além da hospedagem, comida e vestes. Assim, depois de um farto banquete, os dois puderam, enfim, descansar de um dia agitado.

 

Naraku, ainda próximo à janela, se atentou ao pátio abaixo, onde uma criança humana se divertia com uma bola.

 

– Deve ser a filha do senhor Murashima... - falou consigo, e então percebeu que o casal também estava por perto, assentados na varanda, vendo a filha brincar.

 

Em outras épocas, a cena não o teria comovido em nada, mas, naquele instante, pareceu-lhe tão bonito e o fez se indagar se viveria o mesmo junto de Yeda. Sua mente divagava nessas reflexões, quando sentiu mãos delicadas circundarem seu corpo e pousarem em seu peito. O youki de Yeda se fez sentir nele todo e logo a cabeça dela se escorou em suas costas.

 

Ficaram um tempo assim, abraçados, então ele virou-se lentamente e logo estava fascinado com o que encontrou. Ela estava linda, usando um quimono num tom amarelado, com estampas de flores de ameixeira e repleto de bordados. Charmosa, ela exibiu o traje sorrindo contente.

 

– Magnífica...

 

Yeda atentou-se ao traje dele: um hakama cinza e um quimono azul marinho, simples, porém, muito elegante.

 

– Está muito bem também... - revidou e se aproximou, então deu uma espiada pela janela. – O que cativou tanto sua atenção? - indagou curiosa, pois não havia mais ninguém no pátio.

 

– O casal Murashima e sua filhinha.

 

A youkai demonstrou surpresa com a resposta.

 

– É uma bela família - explicou ele, e deu uns passos em direção ao centro do quarto, onde havia dois futons dispostos lado a lado.

 

– Ah, isso sim... - concordou ela.

 

Naraku sentou-se no centro de um dos futons.

 

– Diga-me, Naraku... você me dará uma família tão bela como esta? - indagou ainda próxima à janela.

 

Ele ficou olhando na direção da youkai por algum tempo, até que ela se aproximou e ficou ajoelhada no chão a sua frente.

 

Família, algo que Yeda parecia prezar muito, e pela primeira vez na vida, Naraku começava a compreender o significado daquilo e o valor de se ter uma. Não era nada ruim ter alguém para cuidar, ao invés de usar. Ser querido, ao invés de odiado. Proteger, ao invés de destruir.

 

– Heim? - insistiu ela.

 

– Se é isso que você quer, com certeza eu lhe darei - falou com firmeza, encarando-a bem dentro dos olhos e depois pousou a mão no rosto dela.

 

– Sim, eu quero... - confirmou com um sorriso, apertando a mão dele em seu rosto.

 

Naquele instante, o perfume que vinha das vestes e das mechas longas da youkai invadiu as narinas de Naraku, deixando-o inebriado, então, ele aproximou o rosto, vindo solver o aroma mais junto da pele dela.

 

Yeda estremeceu um pouco e fechou os olhos, desfrutando do leve roçar dos lábios dele em si. Um pouco depois, Naraku ergueu a cabeça e fitou os lábios dela, estavam mais rubros que de costume. Ela voltou a abriu os olhos e eles se encararam. Sorria meiga, contudo, seu semblante denunciava certa timidez e, logo, ela baixou o olhar.

 

Naraku aproximou mais o corpo, até se encostar nos joelhos de Yeda, sobre os quais suas mãos unidas repousavam. Circundou então o corpo dela com os dois braços, num enlace carinhoso e possessivo. Tudo parecia tão perfeito, que ele temeu não ser real. Mas ninguém teria porque interferir naquele momento e essa certeza fez uma certa excitação dominá-lo.

 

Afastou-se novamente e mirou o corpo diante de si, tentando imaginar os contornos das formas. Afoito, beijou Yeda na testa e depois nos lábios. Ela o correspondeu fracamente, solicita, parecendo querer dizer com aquilo que ele conduzisse as coisas. E ele não hesitou...

 

Alcançou a fita em torno do cinto do quimono e desamarrou-a lentamente, notando o respirar de Yeda mais agitado a cada instante. Cuidadoso, retirou o cinto e com isso as bandas do traje afrouxaram. Primeiro, suas mãos desbravaram o caminho e, em seguida, seus lábios ocuparam o lugar dessas.

 

Deliciada e levemente ofegante, Yeda o abraçou pela nuca e foi deslizando uma das mãos pelas costas dele, enquanto a outra desbravava também o caminho por entre as vestes.

 

Com os trajes entreabertos, Yeda e Naraku se abraçaram. O peito robusto dele colou-se aos seios dela e desse jeito eles se deitaram, atravessados nos dois futons. Os lábios se uniram num beijo e os corpos se alinharam, encaixando-se precisamente, conforme a natureza de cada um.

 

Por anos, Naraku sonhara com aquele momento, no qual ele e Yeda se uniriam, não num ato de amor apenas, mas num laço emocional profundo. Enfim acontecia... O instinto dizia-lhes o que fazer, mesmo sendo a primeira vez de ambos. Uniram seus corpos e suas energias e se amaram por toda a madrugada, numa cadência única, até adormecerem exaustos, plenamente saciados.

 

Muitas emoções ainda os esperavam, mas o começo efetivo da vida deles dois, juntos, aconteceu naquela noite com aquele ato.

 

ooo ooo ooo ooo

 

Um sol gostoso aquecia o quarto. Dessa vez, foi Yeda quem acordou primeiro. Estava deitada de lado, encostada no corpo de Naraku. Ambos despidos, sob uma colcha bordada. Ela levantou o rosto a ele. Estava desconcertantemente lindo, deitado de barriga para cima, o rosto voltado para o lado da janela, os músculos relaxados, o braço esquerdo junto ao corpo e o direito passando por cima dela.

 

Contente, Yeda pousou uma mão no peito dele, vislumbrando em sua mente cenas daquela madrugada tão especial. Finalmente, ela se sentia completa, afinal, aquele espaço em seu coração só podia ser preenchido por Naraku.

 

O canto dos pássaros denunciava o início da manhã. Eles tinham planejado partir assim que raiasse o dia, já que o caminho até a atual moradia de Naraku era incrivelmente longo.

 

Yeda alcançou o quimono estampado, sentou-se e jogou a peça sobre os ombros. Naraku não acordou. Ajeitando o traje, ela veio até a janela.

 

– Que bela manhã... teremos uma viagem boa... - falou sozinha, bem baixo.

 

Naraku abriu os olhos devagar. Avistou a silhueta de Yeda recortada pelo brilho solar e sorriu feliz. Sentia-se tão bem e revigorado, transbordando força e energia.

 

– Querida? - ele a chamou, meio rouco.

 

Yeda virou-se, contente, e não demorou a voltar para junto dele.

 

– Bom dia! - saudou e inclinando-se nele, selou levemente seus lábios.

 

Naraku a puxou para cima de si pelo braço, deixando-a deitada em seu peito.

 

– Faz tempo que acordou? - perguntou sonolento.

 

– Não... É cedo, mas acho melhor partirmos de uma vez.

 

– Tem razão... e podemos agilizar o ritmo da jornada usando youki.

 

– Boa ideia.

 

Ficaram se acariciando por alguns instantes.

 

– Kanna e Kagura devem estar aflitas para conhecê-la... - comentou ele.

 

– É?

 

– Bem, quanto a Kagura, não tenho tanta certeza... mas Kanna, sim.

 

– Certo... enquanto fazemos o desjejum, você podia me falar mais sobre elas.

 

– Claro...

 

O relato dessa vez foi mais breve e muito antes do meio-dia, eles já estavam em veloz corrida rumo ao sul. Yeda em sua forma de lobo e Naraku revestido por uma couraça para suportar a altíssima velocidade.

 

Duas noites e um dia era o tempo que já tinham passado juntos, e só com aquilo, Naraku soube que Yeda mudaria as cores pelas quais ele enxergava o mundo e, pelo visto, para muito melhor. Nunca imaginara que sorrir, proteger e amar, fossem coisas tão boas. Daquilo que já tinha aprendido com ela, o que mais o marcou foi perceber que um grande poder não precisava necessariamente ser oriundo de uma fonte maligna, e que preservar uma mísera vida, exigia muito mais força do que matar.

 

Yeda olhou de esguelha para Naraku, ele parecia pensativo, contudo, a paz de espírito que dele emanava penetrava em si como se fosse parte dela própria. Já não sentia mais receio, ao contrário, tinha boas expectativas para o futuro junto de seu amado.

 

CONTINUA...

 

ooo ooo ooo ooo

 

Nat, Dedi, Liliu muito obriada pelo carinho meninas!

 

Agradeço por todos os comentários lindos que tem chegado. Não deixem de comentar, por favor. ^_~

 

Nota: Recentemente, resolvi checar que fim Naraku teve no mangá. Sem dar spoilers, vi que essa fanfic acaba se enquadrando numa realidade alternativa, pois, na série original, não chega a se passar oito anos, apenas três. Além disso, na série, a Jóia de Quatro Almas é completada antes do término das aventuras, e isso constitui parte importante no desfecho da saga. Bom, mais que isso acabo revelando detalhes, quem tiver interesse procure o mangá na Internet. Comento porque se eu tivesse checado isso antes, talvez o relato de alguns trechos na fanfic ficasse mais próximo da história original.

 

 

 


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