POV de Taira

Yakore está online ~

– Oras, o Yakore já entrou, mas já? Vou falar com ele.

Quando abri o chat com ele, ele começou a digitar, achei estranho.

– Taira! Taira! Tenho uma coisa para te contar!

– Oras, diga então.

– Eu estava voltando da aula, quando uns amigos meus, comentaram sobre um novo jogo online, que tal começarmos a jogar?

– Nossa, e é sobre oquê?

– É um RPG MMO muito legal cara, vamos jogar então?

– Vamos sim, qual vai ser seu nick lá?

– Kadma, e o seu?

– Ah, eu estava pensando em Korano, oquê acha?

– Bem bacana, vou te passar o site, e você baixa, ok?

– Ok

Depois do Yakore me passar o site, logo entrei e comecei o download, pelo que vi, ia demorar algumas horas...
Logo já comecei a criar minha conta também, já tinha pesquisado um pouco sobre o game, vi uns gameplays, e achei particularmente, muito bom mesmo...

Download concluído ~

O download acabou, quando loguei, já comecei a fazer meu tutorial, achei que o game tinha uma jogabilidade bem bacana, logo fui procurar o Yakore para pegar o nick dele com ele, mas ele não estava online... Depois de terminar o tutorial, eu fui dormir...

POV de Yakore

Ontem, quando cheguei da aula, logo entrei no e-mail para conversar com o Taira, por sorte ele estava online. Quando eu abri o chat com ele, ele começou a digitar, mas achei estranho...
Logo comecei a falar do novo jogo, que meus amigos haviam me recomendado, ele já adorou e começou a baixar, eu como estava cansado, comecei a baixar, saí do e-mail e fui dormir.

Logo na manhã seguinte, eu comecei o tutorial, ele não estava online, então terminei o tutorial e fui tomar café da manhã, tomei um banho e tornei a minha rotina, fui para a aula, e lá encontrei meus amigos, eles me perguntaram se já havia começado a jogar, mas disse que não, que estava esperando meu amigo iniciar juntamente comigo.

– Oras Yakore, mas se seu amigo vai iniciar junto com você, podemos montar um clãn, não acha?

– Ah, não sei, eu gostaria de aprender a jogar por enquanto, me sustento com isso!

– Tudo bem então, mas esse seu amigo, qual é o nome dele?

– O nome dele é Taira, porquê?

– Ah, eu nunca o vi por aqui, ele está em que ano?

– Hm, erm, ele não, estuda sabe...

– Como assim? E aonde ele mora?

– Ele mora longe daqui, só o conheço pela internet, somos grandes amigos...

– Hmm...

Sinal toca ~ ~ ~

– Então pessoal, a aula vai começar, guardando os video-games por favor!

POV de Taira

Ahh, tive uma boa noite de sono, que fome falando nisso...

– Mãae, o almoço está pronto? (Eu acordei as 11:00)

– Ainda não filho, vá tomar um banho e escovar esses dentes, que já já o almoço está pronto.

– Ah, ok. ~ bufada

Depois de tomar banho, eu escovei meus dentes, como minha mãe pediu, fui direto para o computador, ver se o Yakore já tinha ido para a escola, e para meu desgosto. Já.

– Vem almoçar filho!

– Já vou mãe.

Logo fui almoçar, depois tornei ao computador, fiquei assistindo alguns animes, e me deu uma vontade louca de assistir yaoi...
Na mesma hora eu comecei a procurar por algum bacana, e acabei achando, assisti tudo.

Yakore está online ~

Bom, o Yakore entrou. Oquê será que digo a ele?
Novamente, antes de começar a digitar, Yakore já começou a digitar antes de mim, veio falar comigo feito louco! Não tive nem chances de dizer um Oi para ele, o mesmo já pediu para jogarmos. Imediatamente entrei, e começamos a jogar.
Depois daquela partida, começamos a conversar, e fui me sentindo quente, me sentindo atraído. Me senti completamente exaltado.

POV de Yakore

– Nossa cara, que aula chata, não vejo a hora disso tudo acabar...

– Pois é.

Durante a aula, eu acabei ficando desatento, e fui lembrando do Taira, não sei por que diabos de motivos, fiquei corado ao lembrar dele, me senti acalorado, cada vez mais, ao intervalo, eu não consegui comer nada, somente fiquei lembrando dele, com memórias cativantes, as fotos dele, não me saíam da cabeça...
Ao retornar pra sala de aula, até meu professor não pode deixar de perceber minha falta de atenção, era como se não estivesse lá, imediatamente eu apaguei, deitei na mesa e me senti solitário, implorando por um quente abraço. Mas oquê me assusta, é que só pensava no Taira, com pensamentos mais e mais excitantes. Acabei imaginando coisas obcenas.

Sinal toca ~ ~ ~

E por fim, a aula chegou ao fim, voltando pra casa, comecei a refletir, e pensar, o porquê do Taira não estudar. Logo que cheguei, vi Taira online e fui falar com ele. Novamente tornou a se repetir aquela situação, de ambos começarmos a falar na mesma hora... Achei intrigante.
O tempo foi passando, a conversa foi se desenrolando e eu fui percebendo, que ele foi conversando cada vez menos, até que por fim, eu resolvi convidar ele pra uma chamada de vídeo.

Novamente ao ver o rosto dele, me senti completamente vulnerável, como se eu desejasse estar ao lado dele, abraçando-o, beijando-o, me senti completamente arrepiado, e ao mesmo tempo cativado. Porém, ele não apresentava expressão nenhuma, me senti uma escória, de sentir tal atração pelo meu melhor amigo.
Inevitavelmente comecei a chorar, me despenquei em prantos. Não pude continuar naquela situação vergonhosa, e saí do e-mail o mais rápido que pude. Me sinto horrível, horrível.

POV de Taira

Estava conversando com Yakore, até que ele me chamou para uma chamada de vídeo, eu ia recusar, mas acabei ficando com a vista completamente embaçada, devido as lágrimas, e acabei apertando em "Aceitar chamada", sem nem perceber, encostei minha cabeça na escrivaninha do computador, e fiquei imaginando, como seria, estar ao lado dele, podendo sentir seu calor, com aquele sentimento de segurança, gostaria tanto de poder amá-lo. De poder te-lo dentre meus braços. Poder dizer em seus ouvidos "Eu te amo", e me sentir mais feliz ainda, em escutar o mesmo de volta.

Me sinto um criminoso por amar meu melhor amigo. Bem, se amar for isso, eu amo-o incondicionalmente. Me sinto morto por dentro. Quando pude perceber, a chamada estava online, ele estava me vendo, mas também estava chorando. Saiu imediatamente do e-mail.
Me sinto completamente culpado, será que o magoei? Será que o deixei com raiva? E se ele me odiar? Nunca vou me perdoar por ser oquê sou e fazer oquê fiz. Eu não consigo viver sem ele. Eu o amo.

Me sinto tão quão humilhado, me sinto completamente acabado. Não posso perder a única coisa que possivelmente eu sinto, jamais amei alguém, e não posso deixar esse alguém se afastar de mim assim. Sou capaz de atravessar o mundo para tê-lo em meus braços.

POV de Yakore

Oquê estou fazendo? O que diabos, estou fazendo?
Será que essa é minha punição? Ser odiado pelo meu melhor amigo? E acabar em prantos tão ridiculamente, sem nem mesmo tentar?

As pessoas diziam que amar é algo maravilhoso, mas não vejo nada de maravilhoso nisso, isso está me destruindo, está me consumindo por inteiro. Não sei se posso aguentar, a culpa, o desgosto, a vergonha de amar outro homem. Não posso negar, que meus sentimentos por Taira, são incontestáveis, faria de tudo para poder ser amado por ele de volta. Intocável.
Aquele olhar, nunca vou poder esquecer, aquele olhar morto. Ele me odeia. Não sei oquê fazer, qual será minha única escapatória?

POV de Taira

Já se passaram dois dias desde tudo aquilo, não consigo entrar na internet novamente, me sinto desencorajado. Me sinto infeliz. Na televisão só passam noticiários, não consigo comer direito.

13:00

~ Voltamos a apresentar, noticiário das 13:00, com o caso de um garoto, de aproximadamente 15 anos, que tentou suicídio. Próximo a capital. O garoto está em um quadro grave, está com hemorragia, o sangramento não para, para mais informações, continue ligado. (sons da televisão).

– Escutou filho? Um tal de Yakore Ataro tentou se suicidar. Perto da capital, olha o que esse mundo está virando...

– OQUÊ? YAKORE ATARO?

Sem pensar duas vezes, apenas segui meu coração, peguei as chaves do carro de minha mãe, escutando aquela voz completamente exaltada mandando eu não ir, acabei indo do jeito que estava. No momento em que cheguei, pedi informações sobre o hospital que Yakore estava internado. A cada passo que dava, meu coração batia mais forte. Tive certeza naquele momento, de que meus sentimentos eram reais. Ao entrar lá, disse que era parente de um dos pacientes, fui encaminhado para a sala dele, e não me contive, comecei a chorar... Ao ver ele, tão frágil em cima da cama, me despedacei em prantos, apenas ajoelhei no chão, coloquei meus braços em cima da cama, e chorei, durante horas, fiquei ao lado dele.

No dia seguinte, acordei e ele ainda estava inconsciente, fiquei passando meu dedos dentre os cabelos louros dele, ele era tão lindo quanto um anjo, mas foi um pesadelo vê-lo naquela situação, imaginado que fosse por minha causa, e ainda sem poder fazer absolutamente nada a respeito, tornei aos prantos, vendo os braços dele todos cortados. Não consegui parar de chorar, imaginando as sequelas que tudo aquilo traria para ele futuramente, eu jurei recompensa-lo, fazê-lo feliz.
Uma das minhas lágrimas, escorreu ao rosto dele e quando achei impossível de me confessar para o mesmo, ele acordou, tocou em meus lábios, e disse.

– Não chore, estou aqui.

Naquele momento, eu pude me sentir vivo novamente. Aproximei minha cabeça a dele, meus lábios pela primeira vez tocaram os dele, com uma sincronia, pus minhas mãos ao peito dele, beijando-o intensamente, amando-o intensamente.

Ao longo prazer do beijo, soube que ele sentia o mesmo.
Eu te amo.