Angels Hammer escrita por Oribu san


Capítulo 9
Capítulo 7 - O relógio do Apocalipse.(Parte Final)


Notas iniciais do capítulo

Sem muito a dizer. só que finalmente acabei essa parte. tô um pouquinho triste pra falar muito. U_U (suspira)



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– NÃO!!!

Algumas delas fecharam os olhos para não ver a cabeça dele rolar.

– Vocês podem parar de gritar? – JC aparecia agora, calmo e desarmado. – Assim vão assustar ainda mais a Alice.

– Jack! – Lara o apertou tão forte que quase estragou sua coluna.

– Alice?

A foice foi suspensa no ar apenas para desaparecer, revelando a garotinha que saia das sombras segurada ao braço de Lenny.

– Conheçam Alice.

– Olá. – Absurdamente tímida, ela corava fazendo uma reverencia japonesa. – Alice Kuroi, treze anos, anjo das trevas. Prazer em conhecê-los.

– É a nossa caçula. Quem diria? Tem alguém mais novo do que eu no grupo. – Lenny ficava orgulhoso sentindo-se mais velho.

– Então era você que estava nos perseguindo? – Dem.

– Ehr... Desculpem por isso. – Vermelha fazendo uma segunda reverencia.

– Ah que ótimo. O monstro de que estávamos fugindo, não passa de uma “Emi 2, o retorno da timidez”

– Não diga isso! – Emi corava junto com Alice.

Realmente eram parecidas. Pequenas, brancas e de rosto demasiadamente infantil. Duas bonequinhas de cores opostas já que Emi era ruiva de cabelos mal cortados e olhos negros, enquanto em Alice negros eram cabelos japoneses lisos até as costas e vermelhos eram os olhos.

– Se era você o tempo todo, por que estava nos assustando fazendo os outros sumir um a um? – Violet.

– Não estava assustando. Estava tentado traze-los mais rápido pra cá.

– Então, por que nos atacou? – Cande.

– Não pode ter sido ela. – Lara. – A criatura perseguia todos nós ao mesmo tempo.

– Desculpe... Fui eu mesma. – Mais quatro Alices aparecerão. – Esse é meu poder. Eu me multiplico. – Todas as outras cópias dela voltaram para dentro da sombra que até então a Alice original não tinha. – Mas não estava atacando. Minha intenção era falar com cada um de maneira separada, mas aí vocês fugiram de mim... Todos fogem.

– Então é por isso que decidiu ficar sozinha aqui? – Jack que descobrira sua identidade na hora da batalha perguntava.

– Não. De dia eu fico numa loja de antiguidades no fim da rua. Eles têm bonecas tão lindas – Falava meio triste. – Mas como não tenho família, à noite venho ficar aqui.

– Como assim não tem família?– Sebastian chegava trazendo com sigo mais duas pessoas. – E nós somos o quê?

– Bom... Parece que estamos todos aqui. E como não há mais armas Celestes no país. Vamos embora?

– Ehr... Sobre isso JC. – Sebastian. – Dessa vez eu trousse o anjo.

– Oi. Jolie Black, anjo da música.

– Mas perdi a arma.

– Ah não, logo agora que estávamos em vantagem.

Saindo todos dali, Lara esbarrou sem querer em Seth e então...

– Ele não é um anjo!

– Não, não é, mas preciso dele.

Seth sentiu-se esquentar do nada olhando fixo atrás de Sebastian. Sentiu uma forte vontade de tocar nosso anjo, chegando até a erguer a mão. Ninguém nunca havia lhe dito que precisava dele. Mesmo assim resolveu ficar calado como de costume recolhendo a mão antes de alcançar o seu objetivo.

– Ele sabe alguma coisa sobre as armas, não é isso?

– Sabe.

“Então foi isso que ele quis dizer com, precisar de mim?” “mas porque estou me importando?” foram as perguntas que repetia em sua mente, toda a longa viagem de avião, de volta à Manhattan.

Chegando à cobertura do prédio luxos, conhecido como “O ninho” nosso pequeno grupo de dez anjos e um humano, tiveram duas pequenas surpresas que os aguardava no lar.

Uma delas, de pele clara e cabelo preto bagunçado, estava com os pés sobre a mesa de vidro da cozinha, sujando-a toda de barro.

– QUEM É VOCÊ MOLEQUE? TIRE OS PÉS DA MINHA MESA!!!

Lara mal chegava em casa e já estava gritando.

– Em primeiro lugar, não sou um moleque. Meu nome Dante Blackbird, tenho dezenove, e não obedeço ordens.

– Ora seu...

– Calma Lara. – Dem ficava a sua frente tentando remediar sua raiva.

– Ei mureta. Deixa ela vir se ela quiser.

– Do quê você me chamou, seu pirralho?!

Agora era Demetria quem o encarava de perto nos olhos vermelhos e não havia ninguém para segura-la.

– Dante... Meu nome é Dante. – Gritou de volta para ela ficando de pé sobre o móvel. – Se estão fazendo todo esse barulho por causa de uma mesa, imagina então quando virem o jardim.

– Meu jardim! – JC correu pra fora seguido de perto pela tropa de curiosos. – Meus morangos!!!

Quase passou mal ao ver outro rapaz, este loiro um pouco mais velho que Lenny devorando as ramas de morango do tamanho de bolas de futebol criadas por Jack.

– E você quem é? – Violet perguntou, antes dele beijar sua mão.

– Jeremy McCoy. Mas todas as garotas me chamam Jimmy. – Beijava agora a mão de Cande.

– Como assim todas? – JC agarrava Lara pra perto. – Você não é tão bonito assim.

Mentira. Jimmy era praticamente um Deus. Altamente mulherengo, mas um Deus.

No momento em que JC tomava Lara pra si, Sebastian fez o mesmo com Seth que não entendeu muito bem, mas disse nada pra evitar mal entendidos, e Dante discretamente se aproximou de Dem.

– Não esquenta. Esse aí é mulherengo mesmo. Nem sei como aguentei ficar tanto tempo perto dele. Você demorou muito pra juntar esse grupo.

– Eu não sabia que estavam juntando os anjos, por isso não vim – Jo. – mas se você sabia, por que não procurou Jack antes?

– Odeio grupos. Achei melhor esperar até que não faltasse muito.

– Muito pra quê? – Lenny parecia ser o único quem não entendia do que estavam falando.

Lara olhou seria pra Jack que não pôde mais evitar. Era hora de contar o que estava acontecendo de tão serio.

– Tudo bem, vamos lá.

Juntaram si todos na sala apinhada de anjos masculinos e femininos num espécie de conselho, para ouvir a grande historia.

– Lenny, por algum motivo que ninguém aqui consegue dizer. Você é o único que não sabe. Então eu vou te contar.

Sentado no chão, ele não entendia porque Jack pôs um relógio de ouro branco sobre a mesinha de centro da sala, nem por que agora apagava a luz.

– O que é isto?

– Ele se chama relógio do apocalipse.

– E por que se chama assim? – “Pra mim não passa de um relógio velho”

– Você já vai entender. Me deixe te contar a nossa historia. – Sentou em sua poltrona dando a mão a Lara sentada no braço do móvel. – A muito tempo atrás, antes mesmo de Deus ser sacrificado, uma guerra secreta foi travada entre o céu e o inferno. – E enquanto ele contava, as imagens começavam a ser exibidas no ar pelo relógio a frente deles, como se fosse um filme. – Muitos foram mortos dos dois lados. Inclusive os patronos. – Viu-se agora a imagem de sete arcanjos descendo do céu em uma forte luz. – Entre eles, até mesmo...

– Gabriel. – Ele disse ao ver se formar a imagem de Gabriel sorrindo para ele como havia feito no espelho.

– Isso mesmo. Mas antes de morrer, Gabriel salvou a vida de uma nova arcada de anjos.

– Nós.

– Exato.

– Mas todos nós temos idades diferentes. E mãe... Eu tenho mãe. Tenho certeza de ter nascido dela! Eu não lembro, mas eu estava lá.

– A historia conta que quando Gabriel morreu uma grande luz separou nossos espíritos. Isso quer dizer tecnicamente que nós morremos naquela época e só agora quando Kamael é de novo uma ameaça, nossos espíritos começaram a nascer de novo. É confuso não é?

– Sim é. E ainda há coisas que não entendo. Tipo, por que nós? Na época eu entendo. Não tinham anjos suficientes, todos haviam descido a terra. Mas agora? Lá em cima deve estar repleto deles... Muitos até mais poderosos do que eu. – Escondeu o rosto entre as pernas para não chorar.

– Faz parte da maldição.

– Maldição?

– A maldição que Kamael jogou sobre Gabriel e consequentemente sobre todos nós aquele dia. – O relógio agora mostrava a enorme besta de fogo destruindo o castelo no paraíso. – Uma maldição que deveria garantir a vitória dele na próxima vez que encarnasse. – A imagem era a de seu espirito sendo mandado à terra. – Ele disse “Dessa guerra de titãs, nenhum de nós sairá vivo. Mas tão certo quanto a noite vem sobre o dia, eu voltarei e trarei comigo a escuridão...

– ... E nenhum anjo ou arcanjo no céu poderá mudar isso. – Lenny completou.

– Como sabe disso?

– Eu não sei. Só me veio à cabeça.

Todos se entre olharam disfarçando uma estranha desconfiança.

– Bem... É isso mesmo. E segundo isso, nenhum anjo ou arcanjo seria capaz de enfrenta-lo por estar impedido pela maldição.

– Mas pro azar dele, nós estamos aqui em baixo. E por isso o céu agora quer que limpemos a sujeira que eles não conseguirão. – Dante se metia na narração.

– Calado. – Dem.

– Mas nós vamos impedi-lo. – Lenny.

– Não é tão simples assim. – JC apontou o objeto na mesinha, e ele se abriu revelando ter apenas um único ponteiro, este marcando ao número oito. – Como o céu não sabia se conseguiríamos, iniciou uma corrida.

– Uma... Corrida.

– Sim. Nós deveríamos encontrar as sete armas que Gabriel roubou, antes que o relógio chegue ao número doze, ou então Deus vai autorizar uma nova guerra pra ver quem fica com elas.

– Típico das pessoas arrogantes. O mundo aqui acabando e eles ainda fazem joguinhos.

– Cala a boca Dante!!! – Todos, inclusive Seth disseram ao mesmo tempo, e ele fez um sinal de zíper na boca saindo da sala. – Eu não queria ficar aqui mesmo.

– Entende a gravidade do problema, Lenny?

– Entendo.

– O maior problema disso tudo...

– Ainda tem mais?!

– É que ao invés de no submundo, a nova guerra será travada aqui. No mundo humano. – O relógio mostrou toda a dor e destruição causada no mundo de céu vermelho e nuvens negras em que Kamael escravizava os sobreviventes humanos e anjos, reinando soberano em seu trono de ferro na superfície. – Será o que todo mundo conhece como o juízo final.

– Isso é demais pra mim. Desculpa Jack.

Lenny se levantou de olhos fechados ainda no escuro, o que não fazia muita diferença. Seguindo para fora pra tomar um ar, tentando digerir melhor toda aquela chuva de informações apocalípticas para o futuro, que havia sido entregue nas mãos de um grupo de jovens que jamais pedira por isso, mas que mesmo assim estavam lutando com todas as suas forças.

Ficara tão perdido em seus próprios pensamentos, sentado na beirada da casa olhando o céu, que nem percebeu a presença de alguém que se aproximava.

– Guarda baixa. Poderia matar você se fosse um demônio agora, sabia?

Era Jimmy quem se aproximava sorrateiro ali no teto, sentando ao seu lado.

– Você não devia ir atrás do Dante? – Enxugava as lagrimas forçando um sorriso.

– Crow.

– Hã?

– Ele prefere ser chamado de Crow.

– Quer dizer corvo.

– Como sabe de tanta coisa? Se ao contrario dos outros voc...

– Eu não sei tá bem? Eu... Só sei. Ai, minha cabeça tá tão confusa. – Uma rajada de vento lunar soprou suave. Pra Jimmy, era apenas vento que soprava os lisos fios loiros, mas para o outro, era acalanto, algo que o trazia paz quando tocava as pardas faces. – Antes eu era apenas um moleque estranho e maluco do interior do Kansas, mas agora estou aqui dando uma de herói lutando pra salvar o mundo... Há grande herói eu sou. Não consegui salvar ninguém até agora.

– Nenhum de nós está aqui pra ser um herói de revista quadrinhos. Estão aqui lutando pelos seus amigos e família, ou pelo menos o que restou delas.

– Caracolhis.

– O quê?

– É uma palavra que minha mãe me ensinou pra quando sentisse vontade de xingar.

– É melhor do que caralho. – Jimmy mostrava-se ser um gozador.

– E você Jimmy? Pelo quê luta?

– Eu? – Ficou de pé no teto fingindo ser um super-herói. – Eu luto por todas as mulheres do mundo.

A ridícula pose do super-man loiro, fez Lenny sorrir de novo, pra meio que sair de sua depressão, e o vento que soprou entre as arvores depois subindo para lhe refrescar o rosto como um beijo frio da noite, completou o serviço.

– O que está fazendo?

Perguntou ao ele que estava com o rosto levantado para sentir o vento como se ele lhe fizesse um carinho.

– Isso sempre me acalma. A noite, o frio...

– Legal.

– Sabe Jimmy? Você é um bom amigo.

– Essa é nova. Já me xingaram de muitas coisas, até de caracolhis, mas essa é nova. – Ele ria de sua incapacidade. – E você é engraçado. O bom sentido de engraçado. Me arrisco até a dizer que se você fosse mulher...

– Nem termina. Deus me livre.

– O quê? Ser mulher ou eu me interessar?

– As duas coisas. Ainda bem que Deus sabe o que faz.

– Eaí Jimmy, tá pronto?

Dante, ou melhor “Crow” aparecia de asas abertas e com um saco de viagens que denunciava sua partida.

– Tô sim. Só dando um Help aqui.

Se levantou pronto pra voar com asas tão negras quanto as do menino corvo.

– Vocês vão embora?

– Fica frio. Só tenho que resolver umas coisinhas, mas agente volta. – Crow piscou um dos olhos vermelhos partindo. – E diz pra Dem que eu... Não. Esquece. Eu mesmo digo quando voltar.

Foi o que disseram as palavras soltas no vento por um dos anjos que voava em direção ao sol nascente daquela que começava a ser a manhã do dia seguinte ao dia em que suas vidas começava a acabar.


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Notas finais do capítulo

('.../')
( - . -) Será que alguém poderia me dar uma sacudida? Tô precisando.
(,,)(,,)