– E então? Estão esperando o quê? – Jam cruzou os braços e as pernas ao se sentar em uma nuvem. – Podem vir. Humn... Pode ser você mesmo. – Ele lá em cima lançou uma Scorpion Kunai, que pendeu Alice pelos braços e a puxou.

Antes de chegar até ele, ela pensou em abrir novamente as asas, mas a corda apertada provavelmente quebraria seus ossos. Numa medida de esperteza, ela se multiplicou ainda presa, e o número de garotas amarradas fez a corda pesar tanto que Jam teve de solta-las dentro da a água gélida.

– Eu pego! – Lenny pulou dentro d’água pra desatar o nó que as prendia.

O momento em que ele mergulhou, foi o mesmo momento em que a Alice original saiu da água, voando de encontro a Jam com a foice nas mãos. Antes de alcança-lo, ela arremessou sua arma cuja lâmina brilhava ao girar tão rápido.

Eram dois objetos sólidos, Jam e a foice, e segundo a lógica, ao se chocarem um deles teria de se partir.

– Minha foice! – Ela ressentiu, ao ver que fora sua foice a destruída, tão facilmente quanto se de fumaça fosse. – Como pode?

– Alice! – Jimmy chamava. – Volte... Não pode vencê-lo.

– Claro que posso. É só...

– Não. Não pode. – JC tirou seu blazer e suas luvas cavalheiríssimas se preparando pra lutar.

– Mas Jack...

– Já saquei qual é a desse cara. Ele é um neutralizante. Nenhum poder demoníaco funciona com ele, pois eles são purificados pela energia ao redor dele, antes de alcança-lo, e como você uma dark além de ser o anjo das trevas, não vai conseguir vencer.

– Esperto. Vejo que meu amigo Jimmy aprendeu a selecionar suas amizades. – Limpava os restos da foice no ombro.

A garota sentiu-se desapontada e então abriu a mão na direção de céu e os pedaços do que deveriam ser sua arma se refizeram nela antes de Alice pousa devagar no chão perto do grupo recolhendo as asas.

– Espera um pouco JC. – Jo. – Então isso quer dizer que nenhum de nós, podres e inocentes anjos Dark, não vamos poder lutar com ele?

– Pobres e inocentes, eu já divido um pouco, mas pro resto está certo sim.

– Que injusto! Logo agora que eu táva pronta pra sentar na mão cara de alguém!

Sendo assim, Jolie, Jimmy, Emi, Alice, Lara , Vee, Crow e Dem, ficariam de fora da missão de recuperar a arma contida por Jam. Digo Crow e Dem, se eles estivessem lá.

✫¸.•°*” Nos Céus Australiano ”*°•.✫

– Ei, Crow. CROW! – Ela tentava chamar a atenção daquele que voava com a mente tão distante quanto ele estava da garota.

– Humn? O quê?

– Tá pensando no quê?

Normalmente ele mandaria um belo “Não é da sua conta” Mas...

– Algumas coisas. – Estava estranho. Falando calmo, meio murcho até acariciando o queixo do aproveitador gato Sangria que voava com asas de sangue ao seu lado.

– Que coisa?

– Coisas Dem. Coisas. – Virou se pra baixo e pousou na torre do sino de uma velha igreja pra observar a cidade abaixo de seus pés como sempre fez.

Ela também sentiu-se estranha. Como se a algum tipo indefinido de tristeza ou vazio que se apoderava de Dante, lhe tivesse sido infectada. Deu algumas voltas ao redor da torre pensando se deveria, mas então pousou ali também, Sentando muito calmamente ao seu lado.

– Crow.

– O quê?

– Tem alguma coisa haver com o que o aquele cara falou?

– Tem.

– Crow.

– O quê?

– Tem alguma coisa haver com o selinho que você me deu?

– Tem. – “Ela perguntou mesmo isso? Que danadinha.” Ele estava meio vermelho ao responder, e seu pensamento de agora o fez rir. E ainda mais quando ela lhe deu pequeno beliscão na bumda. – Você é um pouquinho tarada, sabia?

– Sabia.

– Que bom. Tô só conferindo. – Ele falou com cara ainda mais maliciosa que a dela. Se inclinou pro lado escorando as costas de Dem ao enorme sino enquanto ia com os seus, de encontro aos lábios dela. À distancia da igreja ou abaixo dela, só se podia ouvir o badalar dos sinos.

( ... )

De voltando a atenção ao nosso grupo. A Luta de JC e James o anjo trovão, já havia começado. Ele já havia acertado alguns golpes no amigo inimigo, mas não muitos. O ultimo feito com suas Katanas não dera muito certo, pois apesar de muito úteis as mesmas eram feitas de metal.

– Quê isso Jack? Vejo que já está cansado.

– Se você não ficasse a todo o momento se escondendo em forma de nuvens, ou fazendo esses truques baratos de magica. – Chutou um coelhinho de duas cabeças que ruía sua perna. – Eu já teria vencido.

– Ah, desculpe Jack, mas gosto muito de violência física... Contra mim é claro. Como anjo magico que sou, prefiro te atacar... – Sai da manga. – Assim!!!

Uma nova Scorpion Kunai o prendeu ao redor dos braços como havia feito com Alice.

– Acha que vou cair no mesmo truque?

– Acho. – Ele levantou a mão e um raio desceu, passando sua alta descarga elétrica entre ele, percorrendo a fiação de metal da Kunai e eletrocutando JC.

Mesmo Gritando e sentindo muita dor JC ainda tenteou invocar um poder, antes que seu coração provavelmente explodisse, já que Jam mesmo muito esperto, não sabe a hora de parar.

– BRAÇOS DE WISTERIA!!!

Os órgãos aclamados no golpe especial se tornaram de madeira, impedindo a corrente elétrica de continuar a percorrer seu corpo, e ainda se esticaram como a borracha da árvore de seringueira, enrolando assim a Jam.

– ISSO! ELE VAI GANHAR! – Emi já comemorava abraçando-se a outra pequenina.

– Eu acho que não. – Disse Sebastian voltando de uma visão. – Vai chover.

De repente o céu começou a escurecer e as nuvens carregadas começaram a se juntar e a relampejar no que se tornava um temporal.

– JACK!!! – Lara gritou ao ver que os braços e o poder de JC estavam regredindo.

– O quê? Mas... Eu não entendo. – Olhava para si mesmo e para suas mãos normais.

– Deu azar Jack, ou eu que dei sorte. Em momentos de tempestades como essa, meus poderes aumentam tanto, que até os anjos perdem o poder perto de mim.

– “Não acredito. Esse temporal tinha que cair logo agora?”

– Sabe. Acho até que vou mudar um pouco as regras.

–Ei! Isso não é justo! – Lenny.

– Podem vir todos de uma só vez.

– Sabe, acabou de ficar justo. PAGA ELE!!!

Ao som desenfreado de uma mente pouco sã e cheia de açúcar, os anjos Puri que estavam ali, alçaram voou armados e carregando os Dark que pelo aumento de poder de James, não conseguiram nem abrir as asas.

– NÃO! ESPEREM!! PAREM!!! – JC dizia olhando pra baixo tentando impedir a eles que o ignoraram e passaram direto para um ataque em massa contra Jam.

Olhou pra cima, e então começou a vê-los despencar do céu.

Nem havia chegado aonde queriam e suas asas começaram a sumir enquanto eram todos atingidos na queda por trovões, fazendo Jam gargalhar tanto de sua força, aponto de ter de segurar a barriga.

– Como eu disse... Até mesmo os anjos perdem o poder.

– Ainda bem que eu não sou um anjo!

Jam sentiu um corte no rosto, e ao passar a mão em uma de suas orelhas de raposa viu que sangrava por três finos cortes de garra. Olhou pra baixo indignado e viu Seth o humano, estancando com a camisa um corte que ele mesmo fez em seu próprio braço.

– Como você..?

Reparou melhor e viu também, que Dem e Crow mesmo com pouco poder por estar a uma certa distância, voltaram, e que Dante havia usado isso e a distração de seus companheiros, para mestiçar o sangue de Seth ao de Sangria. Tornando-a imune ao poder purificador de James.

–VAMOS LÁ GAROTA, PEGA ELE!!! – Crow gritava para o gato alado que agora possuía duas caldas.

– Garota? – Nihal e os outros saiam tremendo da água. – Como assim? Sangria é..?

– É uma filha da mãe! Vejam só! – Jimmy apontava para que todos, encharcados pelo mar ou pela chuva, vissem aquele felino voador desviando-se com destreza dos raios que Jam mandava.

– Isso tudo graças ao meu gatinho. – Sebastian apertou Seth, esquecendo que ele estava ferido. – Desculpa, desculpa. Me deixa ver isso.

O animal espiritual feito com o sangue do anjo e do humano, estava indo bem, até atacando as vezes quando chegava perto o suficiente, mas como estava apanhando pra um animal de não mais que trinta centímetro, Jam ficou furioso e juntou uma grande quantidade de energia, lançando-a e acertando-a bem no meio do animal destruindo assim a gata em varias partículas de energia e dela mesma no ar.

– Ah, não!

– Crow?

– Esse burro fez de novo.

– De... Novo? – Dem olhava pra ele sem entender.

– Uma vez esse idiota destruiu Sangria sem querer com um de seus golpes de energia...

– E..?

– E, que ela não pode morrer a menos que o Dante mande. – Jimmy terminou a sentença.

Imediatamente Demetria olhou pra cima com esforço por conta da forte chuva que caia, e mesmo assim pôde ver que as partículas começaram a se agitar e se ajuntar seguidas por vários trovões que ao explodi-las no chão perto deles, se fundiram, criando uma fera elétrica totalmente feita de energia pura e que agora em solo, rugia suas ignorâncias.

– PRO CHÃO!!!

Vee gritou fazendo com o que sobrou das forças um pequeno terremoto pra derrubar a todos, antes de serem atingidos pelas descargas descontroladas da fera que depois de alguns disparos viu Jam. Rangiu os dentes e partiu para o ataque, galopando faíscas pelo céu enquanto ia pega-lo.

–NÃO! FIQUE LONGE!!!

Arremessou um novo raio e a fera ainda correndo na direção do impacto, apenas abriu a boca e depois de alguns segundos juntando energia, disparou um raio de mesma intensidade, se não mais forte, já que após a colusão só se viu uma enorme luz branca tomar conta do lugar. E quando os Hammer puderam enxergar de novo, ela estava segurando Jam no chão, com as grandes patas animalescas sobre os braços dele incapacitando sua fuga.

Foi quando a elétrica besta rugiu novamente na cara dele, que Crow percebeu que ela mataria a James.

– SANGRIA, SENTA!!!

– SENTA???

Ficaram todos surpresos ao ver aquela fera recuar dois passos e se sentar ainda olhando feio para o garoto no chão.

– Sangria sua malvada, veja o que fez. – Alisava seu enorme fusinho, deixando os que se aproximavam fazer o mesmo. – Jimmy...

– Nem precisa dizer.

Ele apertou um pouco o pelo espinhoso, e na medida em que absorvia a energia, Sangria ia diminuindo e diminuindo de tamanho, até voltar a ser apenas uma bola de pelos vermelha.

– Enquanto a você! – Lara que mal pode lutar por ser uma das mais Dark, se vingava um pouco do cara no chão. – Hora de cumprir com a sua parte do acordo.

– Tudo bem, tudo bem. – Sorria mesmo todo cortado e ferido. – Eu reconheço quando perco. – Levou a mão ao bolso, e de lá tirou uma esfera reluzente.

– Uma bolinha de gude que brilha?!! Tá de sacanagem comigo?!!! – Chacoalha.

– Não. – “Me larga.” – Sandalphon era o anjo que representava o lado feminino em tudo. – “Até em você.” – O que diferenciava os sexos, o que colhia as orações mortais em uma esfera e as entregava a Deus.

– Tá e o que isso faz? – Violet tomou de sua mão pra analisar com Cande. – Olha, brilha mesmo.

– Ei garota! Tome cuidado com isso! Você não sabe o poder que uma oração tem.

– É muito?

– Tem certeza de que é um anjo?

– Olha só quem fala. O cara que quase matou a todos nós.

– Por sorte. – Cande fez questão de especificar.

Destamparam mais uma vez o relógio, e usaram sua luz pra transformar a arma minimizada em mais um novo pingente. Assim que isso foi feito, um novo marco surgiu em um ponto do globo, indicando-lhes a localização da sexta e penúltima arma Celestina.

– Parece que vamos pegar um bronzeado dessa vez. – Vee.

– Brasil, aí vamos nós!

– Não estamos de férias, lembra Jolie?

– Jack. – Jimmy curando o braço de Seth, pedia sua atenção. – Sei que não há tempo a perder, mas devíamos pelo menos passar a noite aqui pra descansar, e alguns de nós estão feridos. – Olha em volta.

– Tem razão. Mas não creio que hotel nenhum nos aceitara agora que sabem quem somos.

– Se o problema é estadia podem ficar tranquilos meus amigos– James. – Vocês todos são mais que bem vindo a minha humilde residência.

Humilde a seu ponto de vista. A “casinha” de James era uma enorme mansão, maior talvez até que o próprio ninho, já que ele era em sua identidade falsa era um famoso astro de TV.

– Está é minha irmã e empresaria Jaded.

– Muito PRAZER. – Jimmy fez questão de ser o primeiro a dizer, beijando a mão da bela mulher de óculos e bem vestida.

– O PRAZER é todo meu. – Ele dizia baixando o óculos de tal maneira que indicava claramente que ela era tão conquistadora quanto Jimmy.

Ele automaticamente se arrepiou e sorriu.

– Ela é humana, e vai ficar aqui quando nós partirmos pela manhã.

Jam mostrava sua preocupação já que mundo estava a ponto de acabar, e uma guerra era praticamente inevitável. Dando a Sebastian um esclarecimento.

– Seth.

– O que foi? – Ele virou e foi pego de surpresa por mais um beijo do ex-soldado.

Seth já ia lhe retalhar verbalmente pelo ato, mas percebeu que fora do normal sorridente de sempre, o outro estava sério e tinha um algo de “indo pra guerra” em seu olhar.

– É melhor você ficar aqui.

– O quê? NÃO! Eu...

– Você fica. – Continuava sério, mostrando que sua palavra não viria a andar pra trás. – Além da minha mãe Doris, você é a única família que me resta e eu não posso... Não vou, me arriscar a perder você.

Completamente devasto de palavras, Seth não pôde fazer mais nada a não ser aperta-lo firme, e passar a noite toda em claro, vendo Sebastian dormir e rezando pelo seu retorno em segurança.