Part Angela

Eu estava segurando o mastro do Imperio quando enfim olho pra trás e vejo vários navios na nossa mesma direção, eram as outras Ladys piratas, junta-las em um mesmo lugar nunca da certo, sempre acaba em baixaria. É né...isso é politica. Estavamos nos aproximando com os navios e logo vi vários outros navios, devem ser as tripulações das Ladys, nossa, tem muita gente aqui.

Tortura era um lugar não muito seguro de se andar, havia piratas por todos os lugares e buracos que você poderia imaginar, sempre mantenha as carteiras na parte da frente da calça se não quiser ser roubado. Eu e minha tripulação descemos do Imperio e ao mesmo tempo todos do Perola Negra desceram também, andamos pelas areias escuras de Tortuga até chegar numa construção que provavelmente seria lá a reunião da corte da irmandade.

–Tenho que ir na floresta. –Falei entrando na mata.

–Fazer oque Angel, estamos quase chegando. –Disse Tiffy me olhando com cara de “O que você vai aprontar?”

–Eu encontro vocês lá, mas deixe eu fazer minhas necessidades. –Falei e entrei a fundo na mata fechada e escura, eu olhei pra cima e vi como a lua estava linda entre as fendas das arvores.

Quando eu ia me abaixando para fazer xixi uma pessoa do nada me agarra, prendendo minhas mãos atrás e colocando uma arma na mira da minha cabeça.

–Mas oque? –Admito que fui pega de surpresa.

–Tem uma pessoa que quer te ver senhorita... –O cara falou com uma voz suave.

–É capitã! –Protestei no mesmo momento.

–Que seja. –Ele balançou a cabeça e outro cara brotou do nada e colocou um capuz na minha cabeça me deixando sem ver nada. Eu me debatia mais eles me seguravam muito forte, eles andaram muito e logo ouvi pisos que pareciam sem em um navio, entramos em uma sala e eu ainda me debatia fortemente.

–ME LARGA SEU TRAPEZONBA! ME LARGA DIABO! –Eu gritava me debatendo igual a cobra.

–Mais que coisa! Essa menina se debate pior de peixe fora d’agua! Se aquiete mulher! –Ele falou mas eu não dei ouvidos e ainda continuei me debatendo até que ele me sentou em uma cadeira de madeira e tirou o capuz do meu rosto.

–Beckett! –Anunciou um dos caras e eu me vi numa sala um pouco iluminada, mas acolhedora. –Temos aqui a pirata que nos pediu...

–Olá senhorita Sparrow…-Um cara que parecia mais um boneco se virou pra mim dando um sorriso sorrateiro, eu não seu o porque dessas perucas brancas, deixam o cara feito um palhaço.

–Capitã, capitã Angela Sparrow pra você. – Rebati a ele com uma cara nada boa, ele mandou aqueles idiotas atrás de mim! E faz um tempo que eu não me meto em confusões.

–Mas que coisa feia não é “capitã” Angela Sparrow...Crimes contra a coroa, traição contra a Companhia das Índias Orientais, roubo, assassinatos, disfarces para entrar na cidade, ou para fugir delas…Se continuar assim, nem amanhã sairá daqui. Como sempre, a vida nem sempre é justa para quem merece. E como manda a lei, os piratas têm o fim que merecem...mesmo as mulheres, sendo elas belas como você. –Me levantei e me aproximei daquele cara de peruca branca com uma das sobrancelhas arqueadas.

–E que tipo de fim é esse palhaço? –Perguntei com certa audácia em minha voz.

–A forca... –Discretamente aquele Beckett tirou um ferro com um “p” na ponta. Eu estava confusa até de mais, o que aquele homem quer comigo? –Guardas! Sabem o que fazer. – Rapidamente os homens me seguraram e afastaram a manga do meu antebraço direito.

–Mas o que pensa que está fazendo? –Eu estava me debatendo mas era totalmente inútil. Beckett aproximava-se cada vez mais de mim com aquele ferro escaldante.

–Eu acho errado, muito errado um homem machucar uma mulher, mesmo ela sendo uma pirata e uma criminosa da lei. Mas preciso fazer isso com a senhorita. –Eu olhei o ferro e entendi, ele não ia fazer aquilo. Meu Deus, eu me debatia com todas as minhas forças mas aqueles caras me seguravam com muita força e seguravam a minha mão. O ferro escaldante penetrou a minha pele sensível.

–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA PARAAAAAAAAA SEU LOUCO! –Ai meu Deus, socorro. Gritei como se minha carne houvesse sido perfurada, aquele cara não demonstrou um pingo de emoção, estava com a mesma cara fira de antes. Alguns segundos depois, o ferro havia sido retirado, quando vi um P vermelho muito visível na minha pele. Mesmo diante daquela tortura, e por uma dor insuportável eu não me abati.

–Espero que não comesse a chorar aqui mocinha, se tem uma coisa que eu mais odeio no mundo depois de piratas é o choro de uma criança birrenta. –Ele falou enquanto eu segurava o meu braço em chamas. –Podem ir. – Ordenou Beckett vendo P fervilhar na minha pele, sentindo-se vitorioso por dentro, maldito do inferno, de imediato os dois caras se retiraram da sala, deixando Beckett e eu na sala á sós.

Eu estava fervendo de ódio, o meu braço estava vermelho como nunca esteve e ele ainda tinha a audácia de sorrir de mim? De Angela Sparrow? Neta de Barba Negra? Sem hesitar, com toda rapidez que ainda me restava, peguei aquele ferro quente, e conseguiu agarrar o infeliz pela camisa e cravar o ferro quente em sua barriga, mesmo com a blusa, a queimadura também foi visível, fazendo ele se contorcer de dor e arrancando um grande sorriso do meu rosto.

–SUA VADIA! –Ele rolava no chão como um cachorrinho fazendo as ordens do dono e eu sorri ainda mais.

–Qual é a sensação de ser marcado por uma pirata? –Não pude deixar de ver o ódio nos olhos dele, mas como sempre digo, ódio pra mim é amor de pessoas revoltadas KKKKKKKKKKKKK– Bom, foi um prazer conhece-lo! –Corri até a janela ignorando a maldita dor no meu braço, pulei caindo no mar.

–EU AINDA TE PEGO SUA PIRATA MALDITA! –Ele latiu alto tentando se levantar. –NEM QUE SEJA NO INFERNO! –Eu estava nadando até a costa de Tortuga, como vou esconder isso? Esta doendo tanto, mas eu não quero, eu não posso chorar...mas assim que cheguei na margem da praia lagrimas começaram a cair pelos meus olhos, vieram ao mesmo instante com um gemido da minha boca, eu estava no chão, ajoelhada, segurando o meu braço e chorando feito uma criancinha, tinha como aquilo piorar?