O Caminho Da Neve. escrita por MoonPie, Pam
- Vanessa -
Estávamos saindo da escola, mas quando Ben abriu o portão, a Srta. Loray estava em frente, bloqueando nossa passagem.
-Mas o que... – disse descendo das costas de Charles.
-Aonde pensam que vão? A aula ainda não acabou gracinhas. –ela disse em um doce tom de voz, que me enojou.
-Nós temos que ir, temos permissão. – disse Ben firme, mostrando um papel a ela.
-Mas vocês não podem! – rugiu ela, e ao ouvir sua voz recuei para trás.
A Srta. Loray começou a tremer e suas faces se modificaram, junto com o corpo, sua pele havia se tornado verde e escamoso. Seus olhos, antes castanhos, agora eram de um amarelo vivo, e assustador. E as pernas haviam sido substituídas por caudas!
Ela também vestia uma armadura completa, com escudo e uma lança. Engoli em seco, e agarrei o braço de Charles.
-Dracaenae... – sussurrou Ben.
-Uma oque? – perguntei olhando-o, e não sei como consegui falar.
-Um monstro! – ele gritou.
Monstro? Olhei rapidamente para Charles, que estava boquiaberto encarando-a, e me voltei novamente para o monstro, ela nos encarava, enquanto suas caudas/pernas se movimentavam, era esquisito.
-Vanessa! Charles! – ouvi a voz de Aqua, mas não a vi em lugar algum. – Dedali esta ali atrás, o arbusto, corra ate ela, rápido!
Olhei para trás e avistei Dedali como arbusto, soltei o braço de Charles e corri ate ela. Pendurado em seus ramos havia uma pulseira de prata, com um floco de neve como pingente, coloquei a pulseira no meu pulso esquerdo, e corri de volta ate onde Charles estava.
-Charles! Verifique seus bolsos, rápido! – a voz de Aqua soou novamente.
Charles meteu as mãos nos bolsos e de um deles retirou um prego, que sofreu uma mutação na mesma hora, se transformando em um arco. Ele era grande e majestoso, dourado e pude ler um nome escrito em grego, mas não reconheci. Dedali passou correndo por nós e entregou a Charles uma aljava, cheia de flechas douradas e pratas, e depois a ninfa sumiu novamente.
Segurei com força o pingente de minha pulseira, sem saber o porquê, e ele sofreu a mesma mutação que o prego de Charles, o floco de neve se transformou em uma linda espada, de dois gumes, prata, e reluzia, seu toque era frio. Havia um nome gravado em sua lamina, “Nevasca” lia-se a tradução, que reconheci na hora. Seu punho era trabalhado em diamantes e flocos de neve.
Agarrei firme a espada, e como se alguém tivesse acionado em mim um botão de “piloto-automatico”, fui para cima da minha ‘linda professora’. Desferi vários golpes no monstro, coisas que nunca havia imaginado fazer, e o melhor foi a incrível sensação que tive.
Mas eu não tinha habilidades suficientes com armas para derrotar aquilo. Ainda. E acabei caindo no chão, e o monstro por cima de mim, a única coisa que consegui fazer foi colocar a espada entre nós.
E então eu pensei que ia morrer. Vou morrer, é obvio.
Se Charles não tivesse acertado uma flecha bem na testa da coisa que estava em cima de mim, e ela explodiu em poeira dourada.
Coloquei a espada de lado, respiração ofegante, Charles caiu ao meu lado.
-Tudo certo com vocês? – ouvi Ben perguntando, e pensei em porque raios ele não nos ajudou.
-Tirando o fato de eu estar coberta por poeira de monstro, comigo esta tudo certo sim. – falei sarcasticamente.
Charles apenas assentiu.
-Ah, e obrigada, Charles, bela mira! – falei sorrindo.
-Não foi nada... Pensei que ia morrer.
-Eu também.
-Vamos! Temos que correr para o orfanato! – Ben disse, enquanto corria com suas pernas de bode.
Charles se levantou e me puxou pelo braço para que eu levantasse, estava me sentindo meio tonta, mas resolvi ignorar.
-É incrível o fato de que a Srta. Loray parecia tão bonita, você também a viu se transformar em um monstro? – Charles disse, como se ainda processasse o que havia ocorrido.
-Sim, vi mais do que queria, e bem mais perto do que desejava. – disse bufando, e acompanhando a corrida do satiro.
Depois do que se pareceram séculos correndo, enfim avistamos o orfanato. Subi correndo as escadas, e quando cheguei a meu dormitório, estava ofegando.
Peguei uma mochila aonde caberia o básico, dentro dela coloquei um short e uma calça jeans, duas blusas, um tênis, e o resto que me seria necessário, por precaução, peguei uma faca de cozinha e uma tesoura. Fechada à mochila, desci e encontrei Ben na soleira da porta, devorando uma latinha de Diet Coke.
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